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O COVID-19 em Amares

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Anunciou-se lá longe na China. Chegou à Europa e entrou em Portugal. Amares já lhe conhece a força. O novo coronavírus trouxe uma crise ao mundo ocidental que promete escrever páginas negras na história. Não se iluda aquele que pensa que vamos passar por isto como quem passa por uma constipação. Não se pense que chegado o verão o problema fica para trás. Os especialistas garantem que quem escapar ao contágio neste pico da pandemia, não estará a salvo quando voltar a atacar no próximo inverno.

Nem tudo será fácil e igual depois desta crise, mas nem tudo é tão desastroso como se apregoa. O vírus mais temido do momento felizmente está longe de ser um dos mais mortais, mas reúne um conjunto de características que fez o mundo leva-lo muito a sério. Desde logo porque contou com dois fatores que o transportaram numa pandemia: salta de pessoa em pessoa com enorme facilidade e ainda não tem uma vacina que nos torne imunes. O mais crítico é que este vírus é capaz de provocar pneumonias e infeções respiratórias fatais em pessoas mais fragilizadas.

A chegada mais tarde a Portugal e a propagação lenta no concelho de Amares fazem-me pensar nas questões da interioridade e dos territórios mais isolados, que, ironicamente, nestes casos acabam mais protegidos – veja a baixa propagação no Alentejo. Na verdade, nos fenómenos epidémicos a taxa de crescimento de infetados é exponencial onde o contagio é mais rápido, onde há mais interação social, nos aglomerados onde há mais gente em contacto.

Quando Amares recebeu a primeira visita do “bicho”, já ali ao lado em Braga havia dezenas de infetados. Isto comprova que os circuitos de gente entre Braga e Amares, por exemplo, são pouco intensos e, eventualmente, mais cautelosos, pois já estávamos de sobreaviso.

Outro fator que me deixou particularmente orgulhoso foi perceber o enorme sentido de responsabilidade manifestado pela atitude corajosa de uma grande parte dos comerciantes de Amares, que encerraram voluntariamente os seus estabelecimentos ainda antes de declarado o estado de emergência. Nunca poderei prova-lo, mas acredito que esta atitude pode ter evitado umas boas dezenas de contágios, quiçá até salvado vidas humanas.

Agora vêm aí tempos difíceis e estou em crer que Portugal se preparou para não vivermos uma crise como aquela que italianos e espanhóis estão a sofrer, com o colapso dos recursos de saúde. Se daqui a semanas tivermos conseguido tal façanha, isso deve-se a um país que se organizou, mas principalmente a um povo que na sua maioria poderá ter dado uma enorme lição de civismo e solidariedade. Oxalá eu esteja certo!

Por agora, cada um de nós seja consciente e batalhe, da forma que estiver ao seu alcance, cumprindo rigorosamente as instruções. Depois da tempestade pensaremos o que fazer. Mas aí, serão os governantes e líderes deste país – com ou sem ajuda europeia – que terão que engendrar uma forma de voltar a fazer este cantinho da Europa funcionar.

Os autarcas eleitos (onde me incluo) têm responsabilidades acrescidas. Cabe-nos encontrar soluções antecipadamente. Temos missões pela frente… Proteger os nossos idosos, levando até eles tudo o que precisem. Apoiar as organizações sociais. Auxiliar as famílias de parcos recursos. Ajudar quem dá empregos às nossas famílias. E também nós, depois da tempestade temos que avaliar danos. Atuar!

Amanhã haverá um novo mundo. O nosso deu mais um tombo, mas vai seguramente reaprender a andar. E mais rápido do que se imagina!

Desejo saúde a todos e muita perseverança.

Estamos juntos!

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