Considero que, nas ruas de Amares, é necessário abrandar. No entanto, a este tema voltarei no próximo mês.
Não resisto, desta forma, a reler o número de Fevereiro de “O Amarense”. Prometo que serei sucinto.
A Câmara Municipal de Amares decidiu privatizar o serviço de recolha de lixo. Tal como estava previsto, com a bonomia da Oposição – alegando estes que não obtiveram «conhecimento prévio do estudo de viabilidade económica», bem como solicitando «mais transparência» no âmbito do processo de privatização –, da última entrevista do vereador do Ambiente resultou um rotundo “não” a um merecido serviço público de qualidade. Por conseguinte, torna-se claro o que move aqueles respectivos vereadores: ora, o Executivo que se sinta à vontade de privatizar o que bem entender, conquanto, a um bom preço. Pois, como se utiliza dizer, por estes dias, no futuro estarão V. Exas. do lado errado da história. A seu tempo, veremos o que acontecerá aos trabalhadores deste sector, assim como à evolução dos preços nas nossas facturas.
Também se discutiu o tema da transferência de competências do Governo para as regiões e respectivos municípios. O presidente Moreira alega desconhecer «os estudos técnicos e de dados relativamente às áreas de competência a transferir», e, na mesma linha de consideração, a Oposição mostrou-se repleta de dúvidas. Assim, se me permitem, eu não tenho quaisquer tipo de dúvidas; o que é realmente necessário é a total rejeição da descentralização, tornando-se obrigatória a implementação definitiva das Regiões Administrativas, defendendo-se a Regionalização, impedindo-se, neste domínio, o reforço do Poder Local Democrático.
Outro tema curioso, ainda que nada engraçado, é desabafo do presidente Moreira referente ao tema com relação aos acessos à empresa Bracicla. Expeliu o presidente um impante «estou farto». Está farto da situação o mesmo que prometeu encontrar uma solução, que a todos servisse, para o problema. Bem vistas as coisas, talvez almeje o que pretende: quando as coisas começam a correr para o torto, não se metam com o presidente, visto que o resultado pode recair nas totalmente moralizantes e pedagógicas palmadas. Ou seja, não havendo entendimento, logo, exproprie-se!
Retive, igualmente, que a Agenda Ambiental voltará a estar na liça em 2019, ainda que sem prémio a distribuir. Não obstante, quando tudo parecia estabilizado, eis que surge mais uma zanga. O Ministério Público decidiu avançar com uma investigação a uma deposição de terras com alcatrão, na freguesia de Fiscal, em terreno privado, junto ao Homem. Pelos vistos, ao que este jornal apurou, dois fiscais da edilidade, com a supervisão da respectiva técnica superior, passaram à acção, havendo participado o ocorrido às autoridades competentes, ainda que – heresia das heresias – sem o conhecimento prévio do presidente Moreira. Neste ponto da ordem do dia, lá voltaria a soltar mais um pesaroso desabafo: «estou farto»! O presidente ameaçou avançar com processos disciplinares – se é que os não fez até ao momento –, afastando do fulcro da questão o mais importante, que se relaciona com o patente atentado ambiental. Estou convicto que é exactamente para isso que, todos nós, contribuímos com os nossos impostos: para que as instituições públicas funcionem.
Não olvidem, senhoras e senhores do Executivo; senhoras e senhores da Oposição; senhoras e senhores da plateia: em Democracia será, sempre, o Povo quem mais ordena!