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Tiros, agressões a murro, pontapé e com enxada em Terras de Bouro chegam a tribunal

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O julgamento do arguido começa esta quarta-feira no Tribunal de Braga. Será julgado pelos crimes de homicídio qualificado na forma tentada, ofensa à integridade física, ameaça agravada, detenção de arma proibida e uso e porte de arma sob efeito do álcool ou de drogas.

A ‘estória’ conta-se assim: são dois, da mesma aldeia, o lugar de Cogide, na Ribeira, em Terras de Bouro…andavam ‘pegados’ desde 2013 por causa de um negócio imobiliário nunca concretizado. Depois de várias ameaças e tiros para o ar, em Janeiro de 2021, um deles, o Domingos Manuel Gonçalves Martins, de 33 anos, que está em prisão domiciliária, agrediu o outro, Fernando Oliveira Gonçalves, a soco e a pontapé, destruiu-lhe os vidros de uma carrinha Ford Transit e acabou por fazer vários disparos de pistola, alegadamente para o matar.

A querela entre os dois prolongou-se no tempo e não diminuiu: em 2013 o arguido ameaçou-o com uma forquilha e em 2018 mandou uns tiros para o ar para o intimidar.

A acusação do Ministério Público diz que, já em Setembro de 2020, o Domingos abordou o Fernando aos gritos, quando este estava junto a um fontanário, dizendo-lhe que tinha 100 mil euros para “gastar com ele no tribunal”. De seguida, deu-lhe dois murros e um pontapé no corpo. 

O que levou a vítima refugiar-se em casa da mãe, que fica nas redondezas. O agressor foi lá e gritou-lhe que lhe “dava umas facadas” e que “nem a mãe, nem o irmão, nem a GNR lhe valeriam”. O Fernando só saiu da casa, umas horas depois.

MAIS PORRADA

Em Janeiro de 2021, o Fernando foi a casa de um irmão, desabitada, onde tomava conta de umas ovelhas, abrindo-lhes a porta para o pasto pela manhã e fechando-a ao cair da noite. Pelas 17h30, estava à porta da casa e o arguido mais abaixo, a falar com uns trabalhadores que levantavam um muro. Este estava alcoolizado, já que a GNR contabilizou uma taxa de 1,52 gramas por litro de sangue.

Pouco depois, começou uma discussão, com o Domingos a acusá-lo de lhe ter roubado umas pedras, passando a agredi-lo a soco e a pontapé. Como o agressor é mais alto e corpulento, voltou para dentro do portão da casa, sendo seguido por ele. 

Aí, o Fernando pegou numa enxada e atingiu-o com ela. Rebolaram os dois no chão até ao curral e o Domingos conseguiu tirar-lhe a enxada, agarrando-o pelo pescoço com uma mão e, com a outra, deu-lhe murros. A vítima chamou um amigo, António Fernandes, que lhe acudiu, separando-os, de modo a que pudesse fugir.

Nesse momento, o alegado criminoso foi com a enxada partir os vidros todos, os sete, da Transit.

DE PISTOLA NA MÃO

Passados alguns minutos, reapareceu com uma pistola FN Browning, de calibre 6,35 mm, e a gritar: “onde está esse filho da p… que eu mato-o!”

Aí, o Fernando fugiu pelo campo abaixo, tendo o outro disparado um tiro e depois mais três, mas sem o atingir e continuando a gritar “eu mato-te!”.

A pistola ficou sem balas, e o arguido não conseguiu recarregá-la, dado que estava alcoolizado. Quando a GNR chegou, entregou voluntariamente, a arma.

O Domingos escondeu-se em casa do António Fernandes, tendo sido levado para o Hospital de Braga onde foi tratado aos ferimentos.

No processo, o queixoso pede 25. 443 euros de indemnização, 20 mil por danos morais e 5.443 por danos patrimoniais.

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