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Português preside Confederação Mundial de Repositórios de Acesso Aberto

O director dos Serviços de Documentação da Universidade do Minho, Eloy Rodrigues, acaba de ser eleito presidente da Confederação Mundial de Repositórios de Acesso Aberto (COAR) para o triénio 2018-2021. Esta é a única associação mundial na área e junta mais de cem universidades, organismos governamentais e outras instituições de 36 países de todos os continentes. Os repositórios científicos recolhem e dão acesso aos resultados de investigação de todo o mundo. A COAR quer afirmá-los como infraestrutura fundamental para a criação, preservação e difusão do conhecimento da humanidade.

“A nossa prioridade, em que vamos trabalhar nos próximos três anos, é concretização de uma nova geração de repositórios”, explica Eloy Rodrigues. “Os repositórios de nova geração serão capazes de sustentar as práticas de ciência aberta, não apenas na rápida disseminação dos resultados da investigação (dados e publicações), mas também suportar comentários, anotações e a revisão por pares, promovendo e facilitando o trabalho colaborativo, a transparência e a reprodutibilidade dos resultados”, acrescenta. Eloy Rodrigues foi eleito na assembleia-geral do COAR, em Hamburgo, Alemanha, prolongando a sua presidência iniciada em 2015.

O responsável considera que os repositórios, através da sua interligação em rede,  são o instrumento adequado para assegurar a transição para o acesso aberto e a ciência aberta e, simultaneamente,  para que a comunidade científica e as suas instituições (universidades, centros de I&D e os financiadores da investigação) reassumam o controlo do sistema de comunicação científica. Actualmente, as grandes editoras, como a Elsevier e a Springer Nature, dominam o mercado das revistas científicas, impondo custos de insustentáveis para o acesso (assinaturas) ou a publicação (taxas de publicação) dos artigos das revistas que editam. “A nossa visão na COAR é a do estabelecimento de um espaço comum de conhecimento aberto, baseado na rede mundial de repositórios, dirigido pela comunidade científica de acordo com os seus interesses e necessidade”, afirma Eloy Rodrigues.

O conselho executivo da COAR eleito inclui, além do dirigente da UMinho, Kazu Yamaji (Instituto Nacional de Informática do Japão), William Nixon (Universidade de Glasgow, Reino Unido), Bianca Amaro (Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia), Daisy Selematsela (UNISA, Universidade da África do Sul), Martha Whitehead (Queen’s University, Canadá), Oya Rieger (Universidade de Cornell, EUA) e Wolfram Horstmann (Universidade de Göttingen, Alemanha).

Eloy Rodrigues é um dos bibliotecários mais marcantes da sua geração, o português mais destacado do movimento “open access” e pioneiro do uso da Internet nas bibliotecas em Portugal. Esteve na fundação da COAR, em 2009, e presidiu ao grupo de trabalho que produziu as recomendações para a nova geração de repositórios (ngr.coar-repositories.org). O seu trabalho na área começou em 2003, com a criação do RepositóriUM, o repositório institucional da UMinho. Publicou dezenas de artigos, capítulos e livros, é convidado para conferências internacionais, ocupa cargos de coordenação em estruturas internacionais e está ligado a iniciativas de referência, como o Repositório Científico de Acesso Aberto em Portugal e os projectos europeus OpenAIRE e FOSTER. Nascido no Porto há 56 anos, tem a licenciatura em História – Arqueologia pela Universidade do Porto e uma especialização em Ciências Documentais – Biblioteca e Documentação pela Universidade de Lisboa.

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