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TERRAS DE BOURO

TERRAS DE BOURO -
«A democracia é sempre uma tarefa inacabada»

Os 48 anos do 25 de Abril foram assinalados esta manhã em Terras de Bouro com uma sessão solene que decorreu no Salão Nobre dos Paços do Concelho e que se iniciou com o hastear das bandeiras à entrada da Câmara Municipal. Na cerimónia, o presidente da Câmara Municipal de Terras de Bouro, Manuel Tibo, lembrou que «a democracia é sempre uma tarefa inacabada», cabendo a todos lutar por ela todos os dias.

O autarca afirmou ainda que «tudo o que Estado Novo significou como regime político» representa algo «a que a sociedade portuguesa jamais quer voltar», aproveitando este dia para «renovar a esperança num país melhor para todos, sobretudo para as gerações futuras».

Manuel Tibo, recordou também o conflito entre a Rússia e Ucrânia, aproveitando a intervenção para desejar «um mundo livre e em paz para todos», na luta contra um «inimigo bem visível e que se torna audível no rebentamento de bombas e mísseis», causando a destruição de «famílias e sonhos». 

«MOMENTO HISTÓRICO DA TRANSFORMAÇÃO DE PORTUGAL»

Vítor Fernandes, representante da bancada do Partido Socialista, recordou o 25 de Abril de 1974 como «o momento histórico da transformação de Portugal numa democracia em alinhamento com as demais democracias ocidentais».

O socialista realçou que continuam a existir desafios para a democracia, que passam, sobretudo, por «reforçar a confiança dos cidadãos nas instituições democráticas», «orientar a acção política pela defesa do bem comum e da causa pública» e «criar um sistema de responsabilização dos diferentes agentes». 

«MAIS DO QUE RECORDAR UMA DATA»

Já Avelino Soares, do lado social democrata, sublinhou que o 25 de Abril «é mais do que recordar uma data».

«Mais do que recordar a data é descer à fonte e entender os motivos e motivações que estiveram na sua origem. É lembrar as dificuldades com que o país se deparava a todos os níveis. É recordar o  grau de pobreza que grassava na generalidade das familias. É relembrar a dureza do regime que, para além do mais, retirava a liberdade de expressão, de associação e organização a quem ousaesse contrariar as orientações e regras da ditadura», acrescentou, prosseguindo, «virada essa página da história e recuperadas as liberdades fundamentais, não deixa de fazer sentido o que escreveu o padre Manuel Antunes, jesuíta de craveira e de pensamento amplo nas questões políticas e sociais, quando afirmou que o 25 de Abril chegou tarde para a ditadura e cedo para a democracia. Bem entendido, este pensamento leva-nos a reflectir sobre o abuso da liberdade, as portas que se abrem a novos extremismo e sobre as ameaças que apairam e se materializam sobre os tempos».

Durante a cerimónia de comemoração houve também espaço para vários momentos musicais, protagonizados pela escola de música de Terras de Bouro, liderada pelo professor Luís Pinho. Para além disso, decorreu um momento de declamação de poemas através da voz de João Luís Dias, poeta e escritor natural de Terras de Bouro. 

A sessão terminou com todos os presentes a entoarem o hino nacional enquanto seguravam um cravo vermelho, símbolo da Revolução do 25 de Abril de 1975.

 

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