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OPINIÃO -

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Contra as alterações climáticas, marchar, marchar! (II)

Ponto prévio primeiro: Kiltër. No passado dia 22 de Junho fiquei a conhecer uma fantástica banda de Amares: os Kiltër. São jovens, têm um EP e bastante talento. Apresentaram-se ao público no Auditório Conde de Ferreira. Assim, pergunto-me: quantas mais bandas talentosas existirão em Amares? Quantas destas bandas gostariam de contar com o apoio das instituições públicas da nossa vila? Quantas bandas amarenses podem contar com infraestruturas, em Amares, que as recebam, e lhes proporcionem oportunidades semelhantes? Eu desejava que a resposta fosse determinantemente positiva. Sei que a Junta de Freguesia de Amares está a trabalhar nesse sentido. E, não apenas no que se refere à divulgação de projectos musicais. O caminho a seguir deve ser este, indubitavelmente. Foi a primeira vez que entrei no Auditório Conde de Ferreira. Gostei do espaço. Perdoem-me a displicência; já terei perdido mais eventos do que os que devia. Neste caso, quanto ao Kiltër, têm um futuro risonho. Vai uma aposta?

Ponto prévio segundo: Mosteiro de Santo André de Rendufe. O Partido Comunista Português tem sido a força política mais presente no que concerne aos problemas que o monumento evidencia. De entre essas insuficiências, convém realçar as graves fissuras na capela-mor, na sala do recibo e na hospedaria. Ora, empurrar a resolução destes problemas para o programa REVIVE é procurar não os resolver, desresponsabilizando-se toda e qualquer instituição pública de solucionar os problemas que se encontram relacionados com esta edificação pública. Desta forma, espero que o PCP – bem como todos nós – continue atento aos problemas do mosteiro, bem como a tantos outros que respeitam ao edificado histórico amarense.

Ponto prévio terceiro: não obstante conhecermos magotes de idiotas espalhados pelas governanças de vários países, convém lembrar que temos Trump na Casa Branca, Bolsonaro no Planalto, e, agora, Boris Johnson no 10 de Downing Street. Eu fico apavorado!

Ora, no mês passado abordei o tema das alterações climáticas, havendo lembrado o programa – previsto para a década 2020/2030 –, que visa reduzir a vulnerabilidade do País a secas, inundações, ondas de calor, incêndios rurais ou erosão costeira. Afirmei na última crónica que este esforço teria que contar com a colaboração de todos nós, sob pena de o mesmo resultar num estrondoso falhanço.

Assim, o mais grave é que este suposto falhanço, complementado com a falta de interesse de algumas das potências mundiais – designadamente, Estados Unidos e China, Rússia, Índia, e todos os restantes em “vias de desenvolvimento” – resultará na ruptura total do planeta que, inevitavelmente, tornar-se-á desastroso. Nessa altura, passaremos a testemunhar fenómenos tais, sem que, para isso, necessitemos de comprar bilhete de cinema.

Refere o titular das pastas do Ambiente e da Transição Energética, João Matos Fernandes, que o Governo aponta como meta, para a próxima década, a redução das emissões nacionais de gases com efeito de estufa em 50%, e, até 2050, a mesma redução até 85%. Para isto, apostam no contributo dos sectores electrocultor e dos transportes.

Neste ponto, convém abordar a problemática com seriedade, identificando, no âmbito do sector dos transportes, quais as modalidades mais poluentes, com foco principal nos sectores da aviação e da náutica.

Outra decisão do Governo passa pela reutilização, até 2050, de 10% das águas de esgoto para regas de jardins, campos agrícolas ou de golfe, e lavagens de ruas. Aquela percentagem duplicará em 2030, ficando abrangidas 52 grandes ETAR.

A acrescentar a tudo isto, ainda que muito haja, no final, para se concretizar, os municípios encontram papel imprescindível em todo este processo. Neste sentido, ficam as autarquias com a tarefa de partilhar a gestão de 34 áreas protegidas, de âmbito nacional, tuteladas pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas. A aprovação do respectivo decreto-lei passará pela discussão parlamentar, na qual, possivelmente, poderá conhecer alteração e/ou evoluções, finalizando com a promulgação presidencial.

Existe, com este desígnio, a ideia de descentralizar competências, conquanto seja, esta alínea, um mero pormenor no conjunto de tudo o que é necessário alterar-se, para se evitar a implosão da vida no planeta.

Uns e outros – nações; partidos políticos; associações ambientais; investigadores; empresas – reclamam para si o protagonismo das soluções a empreender. Porém, estou plenamente convencido de que se as populações não internalizarem a gravidade e importância dos actos de cada um, nada haverá a fazer-se.

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