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OPINIÃO - -
Abracem a Patudos!

Poderá parecer de propósito. No entanto, desejo que acreditem que existem coincidências que, ocasionalmente, surgem na palma das nossas mãos, ainda que não percorramos um único passo para que isso aconteça. Estou a ser profundamente honesto, visto que o assunto é demasiadamente sério, e não tenho contribuído com a totalidade das minhas possibilidades para alterar determinadas situações. Posso falar em falta de possibilidades, como poderei referir-me a falta de coragem. Isto é totalmente verdade.

Passo a explicar. Volto, através da presente, a realçar um tema importantíssimo, que faz parte do nosso quotidiano, e, que, coincidentemente, concerne à vereação do Ambiente da Câmara Municipal de Amares, apesar de já me ter distendido, nas últimas três crónicas, sobre temas que, considerando profundamente importantes, se referem a este departamento da edilidade.

Neste sentido, abordarei o problema relacionado com a Associação Patudos D’Amares. Este grupo de associados, ainda jovem, certamente com défice de voluntários, está a revelar-se de extrema importância no âmbito dirimente de uma questão tão urgente quanto o abandono de animais, assim como o acolhimento dos mesmos. Não desenvolvendo, mais concretamente, um assunto pessoal, esta associação contará, para sempre, da minha parte, com um sentimento de dívida eterna.

Há dias, confrontado com o abandono de três cães – três de tantos cães e gatos errantes no nosso Concelho –, em pleno Largo D. Gualdim Pais, bem como na estrada que liga Figueiredo à rotunda da Ponte do Porto, um de porte pequeno, sendo os restantes dois de grande porte, conquanto extremamente sociáveis, famintos e desnutridos, nada mais almejei do que tentar entrar em contacto com alguém comprometido com a supramencionada associação.

Por conseguinte, no âmbito das conversas mantidas pelo telefone, aprendi que a recolha dos animais abandonados tornou-se uma tarefa árdua, quase impossível, contando, apenas, com a boa vontade de cada membro daquela associação. Desta forma, em muitos casos, perante as respostas insuficientes das entidades competentes, os respectivos agentes associativos acabam, eles mesmos, por acolher alguns dos animais abandonados, dificultando, sumariamente as condições dos próprios animais, porquanto, o quadro redunda numa premente falta de condições de acolhimento.

Tornei-me conhecedor, inclusivamente, que, no respeitante às conversações existentes entre o Executivo amarense e a Patudos D’Amares, existe um acordo celebrado entre as partes, no que concerne ao local de implementação do canil e gatil de Amares, pelo que, por agora, e para além da falta de respostas sobre uma qualquer verba, provinda não se sabe bem de onde – verba destinada à construção do canil e gatil –, os animais continuarão votados à indigência, à violência gratuita de monstros sádicos, expostos à fome, e, uma vez recolhidos, muito provavelmente destinados a uma morte certa, porquanto os canis se encontram a rebentar pelas costuras.

Portanto, para a edificação da estrutura, que complementará o meritório trabalho da Patudos D’Amares, o executivo disponibiliza um espaço – já, mutuamente, aceite pelas partes – e as verbas necessárias ao bom funcionamento do mesmo. Os membros associativos com quem mantive o prazer de conversar estão plenamente convencidos de que, após a concessão das premissas atrás referidas, o trabalho será profundamente facilitado, obtendo aqueles novas formas de alcançar a necessária visibilidade, e, subsequentemente, e muito mais relevante – esperemos –, a sensibilidade dos restantes amarenses para este novo projecto que, de acordo com o que sei, é, seriamente belo.

A estes voluntários aproveito para agradecer a sua luta diária, bem como para os encorajar a não enjeitarem o que iniciaram, almejando um futuro de felicidade e sucesso.

Aos que abandonam os seus animais, grito: tenham vergonha!

Aos que maltratam os seus animais, digo: percam a vergonha e identifiquem-se!

Aos agentes de segurança, peço: cumpram a Lei!

Aos políticos, e, concretamente, ao Senhor vereador do Ambiente, solicito: trabalhe bem e honre a sua palavra!

OPINIÃO - -
Talvez não compreendamos aquele aumento (III)

Autor: Bruno Marques

Assim mesmo. Perspectivando o futuro à laia de “whishlist” para 2019, talvez não compreendamos certas razões que desconhecem a razão de ser de determinados apreços. Se não, vejamos.

Todos nos encontramos no mesmo comprimento de onda no concernente à necessidade de aumentar a rede básica de saneamento em Amares, bem como à urgente requalificação da mesma rede, neste caso, mal implementada no âmbito da sua origem. Refiro-me, concretamente, à rede que permite a confluência do saneamento com as águas pluviais, situação que se verifica em muitas áreas e zonas do nosso Concelho, conquanto não se verificasse o mesmo cenário há cerca de dois mil anos, no contexto das construções e evoluções da engenharia da Roma Antiga.

Estamos de acordo que os comportamentos desviantes devem ser rapidamente corrigidos. Os amarenses não têm razões para sorrirem no que respeita ao reaproveitamento dos resíduos, e, sobretudo, têm largas razões para ruborizarem com a deposição dos lixos inorgânicos, sem tratamento, enquadramentos facilmente verificáveis, a olho nu, carregados com um certo esgar de indisposição, num qualquer contentor da vila.

Porém, o reforço dos depósitos de resíduos sólidos reaproveitáveis, em grande quantidade, em várias áreas do Concelho, sobretudo em zonas com mais adesão comercial, talvez viesse a configurar-se como bom conselheiro. Ora, o reforço destes esforços não passará, obviamente, pela distribuição de pequenos baldes tri-coloridos, em iniciativas ligeiras e alegres, antes devendo recair na internalização sólida, por parte de todos os intervenientes, sobre a importância daqueles gestos e acções sociais.

Estamos, igualmente, de acordo no que respeita à falta de trabalhadores nos serviços de recolha dos resíduos sólidos da Câmara Municipal, que possibilitem uma maior eficiência das próprias equipas. Por conseguinte, sublinho as palavras do vereador do Ambiente, quando refere que «por mais que os funcionários de esforcem é impossível evitar, prever e colmatar as falhas que têm ocorrido». Assim, parece-me elementar e relevantíssimo apontar para um futuro mais sustentável, social e ambientalmente, com a introdução da possibilidade de se contratarem mais trabalhadores, agentes acertados, para que se conduzam os serviços exigidos, salvaguardando a precariedade de contratos a celebrar, bem como os já efectivados.

Orientando-nos, ainda mais, para o futuro, com base no que acima se propõe, seria do total interesse da edilidade amarense almejar o sucesso da “Pegada Ecológica dos Municípios Portugueses”, que envidará por mais três anos, considerando a “Pegada Ecológica” dos diversos residentes, transportes e alimentação. Este projecto é sério e consistente, coordenado pela associação ambientalista ZERO, pela Universidade de Aveiro e pela Global Footprint Network. Como, acertadamente, afirma Paulo Magalhães, um dos coordenadores, «mudar o financiamento dos municípios e criar novas políticas é uma questão de justiça territorial».

Posto isto, ficamos, na posse de tão poderosas ferramentas, com a inquestionável capacidade «de evitar, prever e colmatar as falhas que têm ocorrido».

Apontemos às estrelas!

Excelente 2019.

Talvez não compreendamos aquele aumento (II)

Na decorrência do que aqui foi escrito, no artigo do passado mês de Novembro, convém sublinhar que a essência do assunto em questão recai, sobretudo, na preocupante «aquisição de serviços de “outsourcing”», atribuídos a uma determinada e desconhecida empresa que «opera no sector». No âmbito desta perspectiva, talvez não compreendamos o aumento da tarifa do sanemamento que, por conseguinte, agrava o valor final da factura, assim como o valor da taxa do IVA, devidamente alocado.

De acordo com a entrevista concedida pelo Sr. vereador do Ambiente, o Executivo há terá elaborado o estudo de viabilidade económico-financeira, havendo a edilidade concluído que as projecções previstas se ajustam e conjugam na perfeição. Deste modo, na esteira da recomendação da ERSAR – entidade reguladora competente –, apresenta-se-nos em mãos mais um agravamento fiscal, situação recorrente que tem vindo a denegrir, acentuadamente, a fotografia de família do investimento no nosso País.

Aproveitando a alegoria utilizada por um dos jornalistas do jornal Expresso”, de 24 de Novembro, rubrico, inteiramente, a razão que nos coloca na posição de País que «não é “sexy” nos impostos», figurando, em consequência desta avaliação, no final da tabela da competitividade fiscal. Abaixo destes nossos valores só mesmo Polónia, Itália e França, nesta exata ordem de consequências.

No cerne desta ordem de ideias, a edilidade amarense, entre tantas outras, bem como o próprio Governo em funções, torna-se fiel contribuidora para o quadro supramencionado. Sugerem, estas acções, uma espécie de inercia mental conjunta, tradutora deste tipo de decisões, enfermidade para a qual as elites do nosso Portugal ainda não convergiram no sentido encontrar um antídoto capaz de fazer retroceder maleitas adjacentes.

Tento, consequentemente, para mim, que o discurso bem calçado, ainda que empedrado, do Sr. vereador do Ambiente, entronca, apenas e só, na tendência geral que, no meu entendimento, deveria, rapidamente, desinstitucionalizar-se, de uma vez por todas, visando maior transparência entre governantes e governados.

Parece-me, na mesma ordem de ideias, que algo totalmente distinto, e, profundamente progressista, poderá ser proposto e despertado, implicando a coragem e determinação dos que pelos amarenses foram eleitos, por forma a elevarem as condições de vida destes últimos, do mesmo modo que, nos parece elementar, se proponham a governar no conforme às soluções mais positivas para o futuro do nosso concelho.

Quer apostar, Sr. vereador do Ambiente?

Bom Natal!

Talvez não compreendamos aquele aumento

Estive, há dias, numa maravilhosa aldeia da região demarcada, Património Mundial da Humanidade, em pleno Alto Douro Vinhateiro. Nesta pequena aldeia de Barcos, freguesia da vila de Tabuaço, encontrei o nosso Povo humilde e trabalhador e sofredor com as consequências da interiorização e do despovoamento, ainda que não, neste caso, da desertificação fruto dos trabalhos executados nas extensas quintas e vinhedos que preenchem ambas as margens do Douro. Tive, por mera coincidência, a oportunidade de manter conversa com o presidente da Junta de Freguesia de Barcos, proprietário de um pequeno café, implementado à entrada da inesquecível localidade, local privilegiado para se observar as origens, natureza e personalização da gente tão característica deste Portugal rural. Na curta conversa, observada numa manhã de domingo, o autarca aludiu às extremas dificuldades com que aquelas terras cozinham o respectivo quotidiano, por via das mais profundas iniquidades sociais, profissionais, territoriais e administrativas. Porém, não obstante a realidade vertente, e os limitados instrumentos que aquele possui à sua disposição, pude observar os asseados arruamentos, perfeitamente empreendidos – cujas especificidades não esqueceram as dificuldades de quem envelheceu e/ou daqueles que, devido a um qualquer sortilégio, viram a sua mobilidade inteiramente reduzida –, o sistema de saneamento totalmente instalado e à disposição da população, as zonas destinadas ao escoamento de águas, bem como o empedrado das ruas, pormenores que diminuem os riscos meteorológicos, características que envergonhariam muitos dos responsáveis de autarquias, vilas e cidades, confortavelmente instaladas no litoral português.

Lembrei, a propósito, a entrevista concedida pelo vereador do Ambiente do executivo da edilidade amarense ao último número deste jornal. A conversa salientou o aumento da tarifa do lixo, respeitante aos consumidores domésticos. Vários pontos foram abordados: o problema levantado pela Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos, regulador competente; o alargamento da rede básica de saneamento; a sensibilização vertical do consumo e utilização da água, tentando que todos evitem o respectivo desperdício; a implementação da factura electrónica; as acções de muitos amarenses, no concernente à distribuição dos lixos; e, de extrema relevância, a entrega dos serviços de recolha dos resíduos a uma «empresa que opera no sector», no âmbito de “outsourcing”, terreno tão “disruptivo” – como agora se utiliza dizer –, eufemismo conjectural da privatização dos referidos serviços. Subsequentemente, após a implementação das opções do Executivo amarense que, não lembro nesta altura, talvez não estivessem inseridas nos cadernos de encargos prometidos à época de eleições, tenho para mim que, com base na experiência de outros casos e do que pudemos vivenciar em diferentes latitudes autárquicas, esta desresponsabilização dos edis desta terra, por via da privatização dos respectivos serviços de recolha dos resíduos sólidos, irá envolver, em diferentes gradações, o aumento do preço praticado nas facturas da água, por comparação com que até agora se verificava. Termino, prometendo voltar às matizes destas negociatas, não olvidando os mais imediatamente visados em todo este processo, designadamente os trabalhadores do sector. Exmo. Senhor vereador do Ambiente, infelizmente, as suas palavras não me convenceram!