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Caminho Braga-Santiago percorrido pela primeira vez por grupo dos Açores

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O Caminho Jacobeu da Geira e dos Arrieiros, que liga Braga a Santiago de Compostela numa distância de 240 quilómetros, passando por Amares e Terras de Bouro, está pela primeira vez a ser percorrido a pé por um grupo de peregrinos dos Açores, que integra o Centro de Atletismo da Escola Preparatória de Lagoa (CALAG).

O grupo é constituído por oito elementos, três homens e cinco mulheres, com idades entre os 13 e 64 anos – embora a maioria esteja na casa dos 40 anos – e profissões como professor, agente de execução ou coordenador de transportes públicos. Um deles reside em Ribeira Grande e os restantes em Ponta Delgada (ilha de São Miguel).

Uma das peregrinas é Rute Nunes e esta é a sua quinta peregrinação nos caminhos de Santiago. Escolheu o Caminho da Geira e dos Arrieiros pelo «facto de ser menos turístico e explorado que os anteriores, pela beleza natural e o cariz histórico», conforme explicou este domingo, à chegada a Lobios (Espanha).

«Está a corresponder inteiramente às minhas expectativas», adiantou a açoriana, que foi «infectada pelo vírus peregrino desde a primeira peregrinação».

Já Rui Machado explica que «as motivações de cada um são diferentes». Uns são peregrinos, outros, como é seu próprio caso, estão a fazer o caminho «um pouco por turismo».

Quem aconselhou o percurso foi Luís Guimarães, presidente do CALAG e natural de Vieira do Minho – cinco membros do grupo são naturais dos Açores e três migrantes do continente português.

A jornada começou no dia 12 de Abril – data em que o grupo foi recebido na União de Freguesias de Real, Dume e Semelhe – e o objectivo é chegarem a Santiago de Compostela no domingo de Páscoa.

Para Luís Guimarães, esta peregrinação, em que participam ainda Gracinda Martins, Maria Guedes, Andrea Soares, Jorge Lopes e Matilde Guimarães, «é um desafio, na medida em que se trata de um caminho duro, passando por zonas pouco habitadas», em que são utilizados o GPS e o Guia do Peregrino, escrito por Carlos de Barreira e Henrique Malheiro.

«A amplitude da riqueza natural e patrimonial do Caminho da Geira e dos Arrieiros transporta-nos aos tempos ancestrais dos romanos e da construção da Catedral de Santiago de Compostela, percorrendo florestas, bosques e vinhedos, atravessados por rios largos e pequenos ribeiros, onde a nossa presença ainda surpreende os animais no seu ambiente natural. É um itinerário de espiritualidade, descoberta e aventura, que convida os peregrinos a regressarem ao verdadeiro Caminho», escreve o jornalista Carlos Ferreira, no prefácio do guia.

A Câmara de Lagoa ofereceu aos peregrinos impermeáveis, t-shirts e cantis, apoio simbólico que, no entender de Nelson Santos, vereador com o pelouro do desporto e turismo, «é um reconhecimento por tudo o que o CALAG tem feito pelo concelho e pelo forte contributo que tem dado no desenvolvimento turístico com a divulgação e promoção dos trilhos lagoenses».

A Associação do Caminho Jacobeu da Geira Minhoto Ribeiro e a Associação Codeseda Viva coordenam a investigação histórica, patrimonial, do traçado e sobre outros recursos necessários à validação do caminho [ainda não possui albergues, nem está marcado, pelo que deve usar-se GPS], um trabalho iniciado em 2009 que pretendem ver reconhecido com a oficialização do traçado até ao Ano Santo Jacobeu de 2021.

Este itinerário, também conhecido por Caminho da Geira Minhoto Ribeiro, foi percorrido por pelo menos 300 pessoas desde Maio de 2017, estimando-se que o número cresça até 500 no corrente ano.

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