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DESPORTO - -
Equipas de Andebol da AAUMinho invictas e nas Fases Finais

As equipas de Andebol masculino e feminino da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUMinho) garantiram, de forma imaculada, a qualificação para as Fases Finais 2020, após somarem apenas vitórias na 2.ª Jornada Concentrada, realizada nas Caldas da Rainha. O conjunto masculino vai assim lutar pela revalidação do título, enquanto o feminino tenta conquistar o título que lhe fugiu no ano passado.

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OPINIÃO – -
Amamentar, até quando?

Por Raquel Cerqueira Gomes
Interna do 4º ano Medicina Geral e Familiar

 “Ainda sai leite?”, “Isso é vicio”, “Que matulão e ainda mama?”, estas são apenas algumas frases ouvidas pelas mães que optam por continuar a amamentar os seus filhos, mesmo quando eles não são tão bebés e já comem de tudo. Mas será que estas frase tem algum sentido? Há benefício em continuar a amamentar o bebé depois dos 6 meses? A resposta é sim.

Para além do vínculo entre mãe e filho mais reforçado, as evidências científicas demonstram que há benefícios da amamentação não só do ponto de vista nutricional, mas também imunológico, reforçando as defesas do seu filho e metabólico, reduzindo a probabilidade do seu filho ser obeso no futuro ou ter diabetes. Mas até quando o bebé deve mamar?

A Organização Mundial de Saúde recomenda até aos 2 anos pelo menos, sendo que depois dessa idade não há uma resposta exata sobre o momento certo para deixar de mamar. O leite materno nunca deixa de ser um alimento com alto valor nutricional para o bebé, por isso é errado pensar que ele fica fraco ou que é só água.

Em algumas culturas não-ocidentais, as mulheres amamentam seus filhos até 3 ou 4 anos de idade. O fim da amamentação deve ser visto como um processo e não como um evento isolado. A decisão do tempo de duração do aleitamento materno cabe à mãe e ao bebé e deve ser respeitado.

Por outro lado, caso não consiga amamentar ou prosseguir com amamentação não é considerada menos mãe por isso. Mas lembre-se que o melhor alimento que pode dar ao seu filho é o leite materno. Caso tenha alguma dúvida ou dificuldade com amamentação fale com o seu médico ou enfermeira de família.

OPINIÃO – -
Saúde Oral para todos

As doenças orais são um sério problema de saúde pública, uma vez que afetam grande parte da população e influenciam os seus níveis de saúde, bem-estar e qualidade de vida. As doenças orais podem afetar, ser afetadas ou contribuir para outras doenças, como é o caso da diabetes e das doenças cardiovasculares. A boa notícia é que elas são vulneráveis a estratégias de intervenção conhecidas, na sua maioria simples, e comprovadamente eficientes.

A saúde oral contribui positivamente para o bem-estar físico, mental e social permitindo o usufruto pleno das oportunidades que a vida proporciona, com destaque para o relacionamento com os outros, falar, comer, sem entraves causados pela dor, desconforto, constrangimentos ou embaraços. É possível e desejável manter dentes e gengivas saudáveis durante toda a vida. Para o conseguir, as medidas preventivas, incluindo os cuidados básicos de saúde oral, vão sendo implementadas ao longo da vida e estão ao alcance de todos porque são simples de concretizar, económicas e muito eficazes.

É fundamental, iniciar os cuidados adequados de saúde oral logo desde o nascimento. Quanto maior for o envolvimento dos pais, dos cuidadores, dos profissionais de saúde e de educação, no fundo, de todos os que possam acompanhar e, de alguma forma, interceder pela promoção da saúde oral, melhores e mais duradouros serão os resultados. A transmissão de informação, os conhecimentos e o exemplo, contribuem e incentivam o próprio a adotar comportamentos favorecedores da saúde e a responsabilizar-se por ela.

No idoso, é importante uma maior atenção às adaptações fisiológicas nas estruturas orais: a mucosa oral fica mais fina e frágil, há alterações na língua e na produção de saliva que levam à diminuição do paladar e aumento do limiar da sensibilidade dentária. Para além destas alterações fisiológicas há outros fatores: a polimedicação (que contribui para a redução da produção de saliva) e a utilização de próteses dentárias.

A estratégia para a saúde oral no Serviço Nacional de Saúde (SNS) orienta-se para o aumento e melhoria da sua cobertura ao nível dos cuidados de saúde primários, para o reforço da literacia e para o desenvolvimento de ações intersectoriais que envolvam as autarquias alinhadas com os planos locais de saúde. Estas ações intersectoriais permitem a obtenção de ganhos em saúde e qualidade, com maior proximidade à população, constituindo-se como um dos objetivos centrais a orientar a ação do SNS na área da saúde oral.

A intervenção e promoção da saúde oral pelos serviços de saúde já tem um longo histórico, e começa desde os bancos das escolas, promovendo a literacia em saúde, a escovagem dos dentes após a ingestão de alimentos, a escolha adequada de uma escova de dentes, o papel do fio dentário, a escolha de um dentífrico com flúor, etc.

As boas práticas na saúde oral recomendam uma escovagem dos dentes pelo menos duas vezes ao dia, uso de escova de dentes com filamentos de textura macia e uso de dentífrico com flúor (o flúor torna os dentes mais resistentes e previne a cárie dentária). Se usar prótese dentária, escovar a prótese diariamente, prestar atenção ao eventual desgaste da prótese e ao seu ajuste na boca, verificar regularmente os lábios, os dentes, as mucosas e a língua. Sempre que detetar alterações, fale, tão breve quanto possível, com o seu médico ou enfermeiro de família.

Envie as suas dúvidas e sugestões para [email protected].

OPINIÃO – -
Eutanásia ≠ Boa morte

Vocábulo grego, constituído de “eu” (boa) e “thanatos” (morte), textualmente, seria a boa morte, uma morte sem sofrimento (natural e serena), e não tinha o controverso conceito que hoje solicita. Atualmente a palavra refere-se a uma forma de morte assistida, realizada por um profissional de saúde que provoca a morte do doente em estado terminal, para aliviar de dor e sofrimento insuportável, por vontade do próprio doente.

Nos últimos dias, a questão da eutanásia levanta uma série de discussões e dúvidas perante a sociedade nomeadamente em questões éticas, religiosas, medicas e jurídicas, estas são algumas dessas questões:

As oito confissões religiosas existentes em Portugal, manifestam a sua posição contra a legalização da eutanásia em qualquer das sua formas, porque acreditam que a vida humana é inviolável ate à morte natural, defendem que cada ser humano é único e, como tal, insubstituível e necessário à sociedade que que faz parte, salvaguardando uma sociedade misericordiosa e compassiva e exigem o reforço dos cuidados paliativos.

No plano medico sobre a Eutanásia, coloco uma das grandes discussões diretamente relacionado com o profissional de saúde), que quando formaliza a sua licenciatura, procede ao juramento de Hipócrates de forma sagrada e afirma: “Não darei o veneno a ninguém, mesmo que mo peça, nem lhe sugerirei essa possibilidade.”.

Em contexto jurídico, se verificarmos a nossa constituição da república, deparamos com o artigo 24ª (Direito á vida) ponto 1. “A vida humana é inviolável.”.

Aprovados os cinco projetos, seguem agora para a comissão da especialidade para debate. Caso sejam aprovados na especialidade, volta ao plenário para votação final global. Se o “sim” na final global for vencedor, o diploma terá que passar mãos do Presidente da República, tem como opção promulgar a lei, de a vetar, devolvendo a lei ao Parlamento para reapreciação, ou enviar o diploma o Tribunal Constitucional.

Através de um referendo nacional, um instrumento de democracia direta, pelo qual os cidadãos eleitores são chamados a pronunciar-se, por sufrágio direto e secreto, que tenha por objeto questões de relevante interesse nacional que devam ser decididas pela Assembleia da República, pelo Governo ou através da iniciativa de cidadãos dirigida à assembleia da República, que será apresentada e apreciada nos termos e nos prazos fixados por lei. A decisão do referendo nacional é da exclusiva competência do Presidente da República.

O referendo só tem efeito vinculativo quando o número de votantes for superior a metade dos eleitores inscritos no recenseamento.

Em Portugal, realizou-se até hoje três referendos nacionais, dois sobre Interrupção Voluntária da Gravidez, e um sobre a regionalização, mas nenhum deles teve a participação de mais de 50% dos eleitores.

O primeiro referendo nacional realizado em 1998, colocava aos portugueses a seguinte pergunta: “Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas 10 primeiras semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?”. Apenas votaram 31,9% dos eleitores inscritos e o “não” ganhou com 50,9%.

Nove anos mais tarde, em 2007, os portugueses voltaram a responder à mesma pergunta. Desta vez, votaram 43,57% dos eleitores inscritos, tendo o “sim” vencido com 59,25% dos votos. Apesar do referendo não ser vinculativo, a lei da Interrupção Voluntária da Gravidez foi alterada no sentido aprovado em consulta popular.

No segundo e mais votado referendo sobre “a vida”, a taxa de afluência não chegou aos 44% inscritos, será que um referendo sobre “a morte”, expandia o eleitorado às urnas ou, simplesmente deixamos a decisão ao desvario?