O deputado do PS Luís Soares defendeu no debate da especialidade do Orçamento de Estado para 2021 um projecto que assegure a ligação rápida de Guimarães a Braga e à alta velocidade.
Dia: 8 de Novembro, 2020
OPINIÃO
De Madrasta a Mãe: uma história de vida
Artigo de Sara Diana Silva
Um dia, dei por mim, muito irritada, a corrigir o meu pai, dizendo-lhe, como se ele tivesse ofendido alguém: “Não lhe chames madrasta. Ela é uma ‘boadrasta’ e eu gosto muito dela.”
O substantivo “madrasta” consta do dicionário do diabo. Assemelha-se a um tabu, pois ninguém o quer usar e todos fingem não o conhecer. As crianças apelidam-nas “namoradas do pai”, mas não “madrasta”: ninguém se atreve a usar esse nome feio. A sua presença implica a ausência materna, seja por morte, abandono ou, até, pela dissolução da imagem de família idealizada, o que também dificulta o embelezamento do conceito de uma “substituta”. Quando é que elas se vão revoltar?
Existe uma inegável conotação negativa associada ao termo e prova disso é que, quando alguém diz “A vida foi muito madrasta para ele”, quer vincar o que está certo: a vida foi mesmo dura. Os dicionários da língua lusa explicam que este conceito, além de significar “mulher em relação aos filhos anteriores do companheiro”, pode também representar o adjetivo “cruel”.
Crueldade, porém, é o que nós fazemos com as madrastas, pobres coitadas. Os provérbios portugueses também não ficam atrás, quando dizem que “Sogra e madrasta, só o nome basta”. Alguns contos populares ensinam-nos que as madrastas são criaturas do mal e da maldade – A Branca de Neve quase viu o seu coração arrancado e A Gata Borralheira foi até escravizada. Destas histórias, o ensinamento mais certo é: fugir das madrastas a todo o custo.
No dia 3 de agosto de 2019, o jornal Expresso publicou uma notícia, afirmando que os “Portugueses são os europeus que mais se divorciam”, sendo esta a realidade para muitos jovens. As ideias pré-concebidas dos contos poderão dificultar uma relação saudável, pois os mais novos não se vão deixar iludir como a Gata Borralheira. É importante deixar trancada numa gaveta, a sete chaves, a ideia “quadrada” de que a madrasta tem a única função de substituir a mãe. Seria mais fácil se os enteados as incluíssem na sua lista de amigos. Na verdade, não nos podemos esquecer ainda de que a própria madrasta dos contos de fadas pode ter tido a sua própria madrasta cruel e apenas precisaria da ajuda de um bom psicólogo. Ninguém se lembrará disto, mas convém ensinar às crianças e aos jovens a ajudar o outro, em vez de o recriminar cegamente.
Se caracterizassem num conto a morte da madrasta bondosa como algo desolador e lamentável, em que o pai está triste e a casa num silêncio perturbador, talvez se aprendesse que as madrastas também fazem falta. Será que se quer incutir a ideia de que a mulher digna, viúva, não pode ter outro homem além do ex-marido, sendo logo rotulada de mulher de (má) vida?
A realidade presente é a que mais me importa agora: ver, no nosso sofá, o meu pai, em paz serena, nos braços da minha madrasta, não podendo eu estar mais feliz por sentir que ele também está realmente bem.
REGIÃO
Esposende combate violência contra mulheres com ‘Novembro Branco’
No âmbito do Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, que se assinala a 25 de Novembro, a Câmara Municipal de Esposende leva a efeito a campanha ‘Novembro Branco’.
EDIÇÃO IMPRESSA
Câmara de Amares com orçamento de 16,8 milhões para 2021
A Câmara de Amares aprovou o Orçamento Municipal para 2021, que tem um montante global de 16,8 milhões de euros, praticamente o mesmo do anterior. A proposta foi aprovada com os votos favoráveis da maioria PSD/CDS-PP e com a abstenção do Vereador do MAIS, Emanuel Magalhães. Pedro Costa, do PS, votou contra.
PAÍS
Presidenciais. Marisa Marias defende em Braga sistema nacional de referenciação de violência doméstica
Marisa Matias, candidata à Presidência da República, considerou este sábado, em Braga, “essencial” a implementação de “um sistema único de referenciação nacional” de violência doméstica, “o melhoramento, a articulação e o cruzamento de dados nos processos em tribuna criminal e no tribunal de Família e Menores”.
OPINIÃO
Amigos, amigos, covid à parte
É com uma certa consternação que volto ao tema da pandemia nesta coluna de opinião, mas enquanto enfermeiro não posso ignorar a responsabilidade especial que me cabe na promoção de comportamentos de saúde informados e responsáveis por parte dos meus estimados leitores.
Já ninguém ignora que estamos em plena segunda vaga de infeções por COVID-19 e que os números recentes ultrapassam já em larga medida os registados nos primeiros meses do ano. Temos mais novas infeções por dia, mais doentes em cuidados intensivos e mais mortes a lamentar.
O confinamento e as demais medidas implementadas no contexto do estado de emergência decretado em março, permitiram o tão desejado achatamento da curva, ou seja, que a evolução do número de infeções e a necessidade de camas hospitalares para o respetivo tratamento não ultrapassasse o número de camas disponíveis, o que redundaria num colapso do sistema nacional de saúde e na consequente perda de vidas. A resposta dos portugueses aos apelos lançados nessa fase foi extraordinária e os efeitos foram bastante positivos e encorajadores, ao ponto de termos sido dados como exemplo noutros países da Europa.
Sucede, porém, que o confinamento é uma dinâmica antinatural para os seres humanos, no geral, e para o povo português, em particular. Somos um povo de afetos, de partilha e de confraternização. Por tradição, juntamo-nos. Juntamo-nos para celebrar. E juntamo-nos para atenuar momentos de dor. E como “a sede de uma espera só se estanca na torrente”, fomos viscerais e gregários no nosso desconfinamento. Acreditámos (percebe-se hoje que cedo demais) que tudo tinha ficado bem, tal como tantas vezes e com tanta força tínhamos desejado. Ao mesmo tempo fomos descobrindo um pouco mais acerca do vírus e agarrámo-nos à parte melhor dessas evidências, por exemplo, à de que há uma grande franja de assintomáticos, pessoas que, sendo portadoras do vírus, pouco ou nada sofrem com ele. Fomos otimistas pensando que a sorte nos incluiria nessa categoria. Voltámos por isso a juntar-nos para partilhar alegrias e dores. E o resultado disso é o aumento exponencial de casos identificados de COVID que temos testemunhado.
No passado 14 de outubro regredimos ao estado de calamidade e a 31 de outubro novas medidas restritivas foram decretadas pelo Conselho de Ministros, estando em discussão a hipótese de um novo confinamento. Para que tal não aconteça, ou para que um novo estado de emergência seja o menos restritivo possível, o que nos é pedido, no imediato, é o cumprimento escrupuloso destas cinco regras simples:
- distanciamento físico de pelo menos 2 metros entre pessoas;
- uso obrigatório de máscara em espaços fechados e ao ar livre, sempre que não esteja assegurado o referido distanciamento;
- etiqueta respiratória, que passa por tossir ou espirrar para dentro do cotovelo, um cuidado que deve ter mesmo com máscara;
- lavagem e desinfeção frequente das mãos;
- instalação e utilização, nos telemóveis que o permitam, da aplicação StayAway COVID.
Algumas vozes críticas têm surgido face a estas medidas, nomeadamente considerando-as inconstitucionais e lesivas da liberdade individual, porém convém não esquecer que as medidas preconizadas surgem num contexto extremamente excecional, onde outros valores e direitos fundamentais, como o direito à saúde e à vida, estão igualmente ameaçados. É certo que durante mais algum tempo será necessário adiar as confraternizações e reinventar as relações familiares e de amizade, em prol da garantia de que estaremos cá todos, com os nossos, quando tudo isto passar.
Tal como preconiza a Direção-Geral de Saúde, devemos todos ser agentes de saúde pública, lembrando sempre que “Cuidar de Si é cuidar de Todos”.
REGIÃO
Esposende comparticipa em 50 euros aquisição de material didáctico a alunos com necessidades de saúde especiais
O executivo camarário de Esposende aprovou, por unanimidade, a comparticipação em 50 euros a aquisição de materiais didáctico-pedagógicos aos alunos com Necessidades de Saúde Especiais.
COVID-19
Mais 48 mortes e 5.784 infectados nas últimas 24 horas
Portugal registou, nas últimas 24 horas, mais 48 mortes e 5.784 novos casos confirmados de infecção por Covid-19.
OPINIÃO
Formula 1, ondas da Nazaré e proibição de direitos fundamentais…. Terá a incoerência danos?
Opinião de Mário Paula
É factual que a situação pandémica em Portugal avança negativamente de dia para dia.
Recentemente, fomos bombardeados, pelas redes sociais e imprensa, com imagens do grande prémio de Formula 1 no Algarve e das já mundialmente aclamadas ondas da Nazaré.
Ao mesmo tempo, faziam-se ouvir vozes críticas à controversa proibição de circulação entre concelhos de 30 de outubro a 3 de novembro, limitando liberdades individuais constitucionalmente consagradas. O que terão estes três acontecimentos em comum? A incoerência, pois está claro.
As imagens de aglomerados de multidões, sem o devido distanciamento, no Grande Prémio e no aclamado Canhão da Nazaré, causam enorme dano na opinião pública. Podem, consequentemente, levar a comportamentos de desvalorização da situação pandémica pelos menos resignados, sobretudo dada essa efetiva incoerência das mensagens transmitidas pelas autoridades competentes.
É sabido que, em condições normais, o Autódromo Internacional do Algarve poderia ter cerca de noventa mil espectadores. Dadas as medidas restritivas da atualidade, o limite seria de “APENAS” vinte e sete mil e quinhentas pessoas. Em suma, este evento foi autorizado com a lotação de quase trinta mil pessoas, para satisfação de interesses económicos e financeiros adjacentes ao evento de dimensão mundial. Seria algo perfeitamente normal e compreensível, se milhares de avós não estivessem privados de verem os seus netos e entes queridos, se os profissionais de saúde e demais profissionais da “linha da frente” não estivessem exaustos na luta contra este inimigo invisível, se o futebol de formação não estivesse arredado dos relvados desde Fevereiro, se os profissionais de espetáculos e divertimentos noturnos não estivessem abandonados e arredados de exercer a sua profissão, se um estádio de futebol com capacidade para 65 mil pessoas não estivesse proibido de receber um único adepto, se de 30 de Outubro a 3 de Novembro não nos tivesse sido “recomendada” a permanência na nossa residência e posteriormente o confinamento parcial de 121 concelhos, incluindo Amares. Seriam muitos outros “Se” …
Quem poderá julgar as multidões que espontaneamente se aglomeraram no canhão da Nazaré, não estaria presente a ideia de: “Se ainda no fim de semana anterior estavam vinte e sete mil na Formula 1 em Portimão…”
Sem querer defender o “certo e o “errado”, entre os quais atualmente se traça uma linha muito ténue, a única coisa que me cruza o pensamento é somente: incoerência.
REGIÃO
Câmara de Paredes de Coura promove ciclo ‘Aproximar’ para debater desafios da pandemia Covid-19
A Câmara Municipal de Paredes de Coura promove, todas as quartas-feiras ao longo deste mês, o ‘Aproximar’, um ciclo de conversas online com a presença de pediatras, neuro-pediatras e pedopsiquiatras que abordam os desafios decorrentes da situação pandémica.