Em Esposende, arrancou já a sexta edição da bienal Expoética, do artista e poeta esposendense Jorge Braga. O evento, denominado “A Conquista do Mundo em Três Tempos”, assenta em diferentes suportes – papel, tela e escultura, tendo como base a poesia associada ao grafismo, em que a principal temática é o ambiente.
Mês: Setembro 2021
OPINIÃO
A educação na proteção do lobo ibérico
Opinião de Sara Silva
A 13 de agosto de 1988, declarou-se o lobo ibérico como uma das espécies protegidas por lei em Portugal e em 2005 declarou-se como uma espécie Em Perigo pelo Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. No entanto, assiste-se, até aos dias de hoje, mesmo com a distância de três décadas, a notícias que reclamam da perseguição e morte destes lobos, em ambiente natural.
O lobo ibérico, predador de topo, tem sofrido na pele a perseguição humana ao longo de vários anos, sobre o qual constata-se tentativas de abate com tiros, envenenamentos e armadilhas. Além disto, o risco de extinção resulta da união de vários outros fatores, tais como a deterioração do habitat com a construção de infraestruturas, a competição com cães vadios e assilvestrados e a diminuição, em certas épocas, das suas presas silvestres.
Reconhece-se com facilidade os prejuízos dos lobos nas aldeias, principalmente nos ataques aos rebanhos, mas nem sempre são reconhecidos os benefícios da presença destes. Na verdade, o lobo permite o controlo de várias pragas. A título de exemplo, hoje não existe evidência da existência deste na zona do Alentejo e, como tal, assiste-se a notícias da proliferação preocupante da praga de javalis nesta zona, que tem causado prejuízos avultados.
Como tal, o caminho na proteção deste animal deve iniciar-se na educação, nos primeiros anos de vida, para que as novas gerações compreendam a beleza e importância desta espécie no meio ambiente. Na Escola Básica de Gualtar, a turma 5ºA desenvolveu o projeto intitulado Um uivo pela sobrevivência. Num primeiro momento, evidenciou-se que os alunos tinham conhecimentos superficiais sobre este animal, revelando a urgência e necessidade do alargamento deste projeto a outras turmas e outras escolas. Iniciou-se, então, um trabalho de pesquisa. No âmbito da disciplina de Português, procedeu-se a leitura de textos informativos, assim como a leitura da obra literária Quem tem medo do lobo minoritário? (Saldanha, 2012, pp. 33-43), que desmitifica a imagem do Lobo Mau dos Clássicos da Literatura Infantojuvenil, apresentando-nos um Lobo Mau mais próximo do lobo real, que tem medo dos humanos. A turma teve, ainda, a oportunidade de ter contacto com biólogos que cuidam desta espécie, presentes no Centro de Recuperação do Lobo Ibérico. Por fim, o grupo turma construiu uma exposição, presente na biblioteca da escola, que dá a conhecer ao público vários aspetos relacionados com o lobo ibérico. Esta exposição tem como objetivo sensibilizar para a importância da conservação de uma espécie emblemática da fauna portuguesa cujas populações se encontram ameaçadas.
Por fim, reitera-se a ideia de que uma das soluções para a proteção do lobo ibérico deve passar, obrigatoriamente, pela educação, pois as aprendizagens permitem que os alunos compreendam a importância de respeitar e preservar esta espécie, reconhecendo as várias formas possíveis de auxílio na proteção, mesmo quando os alunos moram no centro de uma cidade.
EDIÇÃO IMPRESSA
Negacionismo não impede êxito da vacinação em Amares e Terras de Bouro
A 30 de Agosto, Amares tinha quase 13 mil pessoas com a segunda dose da vacina contra a Covid-19, praticamente 70% da população, enquanto o Concelho vizinho de Terras de Bouro ultrapassava as 5.600.
AMARES
Chega visita Bombeiros e destaca importância do apoio das autarquias
A candidatura do Chega à Câmara de Amares, protagonizada por José Manuel Faria, visitou o quartel dos Bombeiros Voluntários, reunindo com o presidente da Direcção e com o comandante da corporação.
CULTURA
Amares voltou aos espectáculos culturais com “Sábado à Noite”
O Largo D. Gualdim Pais, no centro de Amares, recebeu a estreia nacional da comédia “Sábado à Noite”, protagonizada pelo actor Ricardo Mesquita de Oliveira.
REGIÃO
Viana de Castelo pede a Eduarda Cabrita novo posto da GNR em Lanheses
A Câmara de Viana do Castelo propôs ao ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, a construção de um novo posto da GNR na freguesia de Lanheses.
ECONOMIA
Empresa de Braga volta a oferecer kits escolares aos filhos dos colaboradores
O Grupo José Pimenta Marques, sediado em Braga, entregou mais de 70 kits compostos por material escolar aos trabalhadores com filhos até aos 17 anos.
ACTIVIDADE OPERACIONAL
GNR deteve 337 pessoas em flagrante na última semana
A GNR realizou um conjunto de operações em todo o território nacional, entre os dias 27 de Agosto e 2 de Setembro, que visaram, não só, a prevenção e o combate à criminalidade e à sinistralidade rodoviária, como também a fiscalização de diversas matérias de âmbito contra-ordenacional, tendo sido detidas 337 pessoas em flagrante no decorrer das mesmas.
TERRAS DE BOURO
Manuel Tibo (PSD) lança recandidatura. «Não contem comigo para fazer de conta»
O autarca de Terras de Bouro, Manuel Tibo, apresentou publicamente a sua recandidatura à presidência da autarquia, pelo PSD, garantindo «empenho, coragem e persistência» para resolver os «imensos problemas» do concelho.
OPINIÃO
Um terreno para consciencialização
Opinião de Marco Alves
Os lavadouros comunitários são locais simbólicos. Estes lugares de muita memória que hoje parecem estar tragicamente condenados ao abandono deveriam ser tidos em conta na promoção simbólica das muitas histórias ali ditas e que o silêncio hoje tenta contar.
Os lavadouros públicos, para além dos fins a que se destinavam, serviam de ponto de encontro das mulheres em momentos de convívio social, enquanto esfregavam lençóis e faziam o curioso exercício, de duplo significado, que era “lavar a roupa suja em público”. Aliás, este exercício ainda hoje é promovido, mas de outras formas.
Recordo-me da minha avó paterna na sua rotina, junto do tanque público do Largo da Fonte de Baixo, em Barcelos. Era pouco de “lavar roupa suja em público” no sentido figurado, mas naquele espaço comunitário lavava a roupa que a sua família sujava, enquanto eu me deliciava a escutar as conversas e observava a roupa a nadar nas águas límpidas que sustentavam o tanque.
Ao fim de 19 meses de pandemia em Portugal, os hábitos e as rotinas de grande maioria da população sofreram um embate e todos tiveram de se adaptar a uma nova realidade. As crianças foram obrigadas a trocar a sala de aula presencial por uma sala de aula virtual e os pais necessitaram de estar presentes, desempenhando o papel de professor.
As visitas à família e amigos foram trocadas por videochamadas, os abraços e os beijos perderam o lugar para as “cotoveladas” e passámos a não sair de casa sem a máscara, o novo acessório que nos cobre parte do rosto e esconde quase por completo as emoções. Grande parte dos portugueses esteve fechada em casa, sem conversar presencialmente com um amigo, sem viajar, sem ver uma peça de teatro, sem ir a um jogo de futebol ou ao cinema. Fomos obrigados a encontrar alternativas para ocupar a mente. Para nos mantermos saudáveis também a esse nível.
As hortas comunitárias são espaços de convívio, de lazer e de aprendizagem que melhoram a qualidade de vida e da alimentação das pessoas. São uma parte ecológica de uma região e, normalmente, estão localizadas em parques ou espaços verdes de lazer. A sua implementação permite a eliminação de terrenos desaproveitados e garante a produção de legumes, vegetais e ervas aromáticas ou medicinais para consumo, venda ou troca na sociedade, promovendo a economia circular. Atualmente, as pessoas estão cada vez mais viradas para a natureza e procuram estar em contacto com a natureza. Com a plantação de uma horta comunitária, pode conhecer-se como é que o lixo produzido pelo homem pode ser decomposto e servir de fertilizante orgânico. As hortas comunitárias são espaços de cultivo que oferecem inúmeros benefícios para uma determinada comunidade, dos mais importantes, destacam-se os seguintes:
-A requalificação e a renovação da paisagem urbana e a contribuição para os projetos de inclusão social.
-A possibilidade de contribuir para a beleza natural e desenvolvimento da biodiversidade da região.
-A importância de desenvolver uma atividade relaxante que liberte o desgaste mental.
-O cultivo de alimentos sempre frescos e sem esperar muito tempo para serem consumidos.
-A produção de legumes e vegetais para o consumo em famílias de baixos rendimentos.
-A melhoria da qualidade da alimentação, com o consumo de produtos frescos e naturais.
-A redução das despesas com a alimentação.
-Estes espaços são constituídos como locais de formação para jovens e crianças, pois vão fazer com que valorizem a produção regional e desenvolvam uma maior consciência ambiental.
A natureza é o único livro que oferece um conteúdo valioso em todas as folhas!