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OPINIÃO -
Tu consegues

Artigo de Marco Alves

 

No passado dia 23 julho, o imperador do Japão, Naruhito, declarou a abertura oficial dos Jogos Olímpicos (JO) de Tóquio 2020. Os JO são o maior evento desportivo à face da Terra e aquele que de 4 em 4 anos, coloca em competição mais de 11 mil atletas provenientes de 206 nações, em mais de três dezenas de diferentes desportos.

Os Jogos Olímpicos da era moderna foram idealizados e criados pelo francês Pierre de Coubertin. Motivado pelo ideal da educação através do desporto, queria utilizar os jogos como um instrumento de aproximação entre os povos, em benefício da paz. 

Os melhores dos melhores são consagrados com as muito desejadas medalhas. O metal mais precioso é o ouro, destinado ao primeiro classificado, segue-se a prata para aquele que ficar na segunda posição e o bronze como consolação para o terceiro lugar.

As medalhas são naturalmente aquelas que dão mais destaque e constroem as lendas olímpicas, mas também existe uma premiação para aqueles que ficam imediatamente abaixo das posições das medalhas até à oitava posição, o diploma olímpico. Documento que dá aos atletas um estatuto especial como consequência de um desempenho de hierarquia nas Olimpíadas. 

Poderia falar de Jesse Owens, Larissa Latynia, Nadia Comaneci, Paavo Nurmi, Carl Lewis, Mark Spitz, Michael Phelps, mas vou falar de Abebe Bikila. O etíope foi o primeiro atleta africano a conquistar uma medalha de ouro olímpica e também o primeiro bicampeão da maratona: Roma-1960 e Tóqio-1964. Em Roma, a prova da maratona foi realizada à noite, os atletas corriam entre a chama das tochas que os soldados italianos erguiam por todo o percurso onde Bikila venceu a prova descalço. Na época, surgiu um ditado: “Foi necessário 1 milhão de soldados italianos para invadir a Etiópia, mas apenas um soldado etíope para conquistar Roma”. 

Portugal está representado nos JO2020 de Tóquio com 91 atletas, 55 homens e 36 mulheres num total de 17 modalidades, entre elas a canoagem.

Portugal disfruta de magnificas condições para a prática desta modalidade, infelizmente há concelhos que não apostam por falta de vontade e iniciativa. 

Amares, com dois rios é um desses concelhos. Felizmente tem uma atleta olímpica, Joana Vasconcelos. Depois de atingir o 6º lugar em K4 500m nos JO Londres 2012, a atleta conseguiu a qualificação para as provas de K1 200m e K1 500m, naquela que será a segunda participação olímpica, em Tóquio.  

Os decisores políticos do concelho, entretanto, já devem estar a pensar: “O que será de nós com uma campeã olímpica e sem clube náutico?”.

Ganbatte Joana! Tu consegues.

OPINIÃO -
All grave

Por Marco Alves

Um trocadilho. A região portuguesa do sul do país, bastante conhecida pelos turistas ingleses, como Allgarve. Tornou-se desde o ano passado uma região totalmente abandonada e desprezada pelo governo e não podemos única e exclusivamente culpar a pandemia pela região estar como está. Há dias, após terminar uma reunião do senado do meu partido, e, como era dia de jogo da seleção nacional, fomos quase todos para o café.

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OPINIÃO -
Sós e sem desculpas

Expressão utilizada por Jean-Paul Sartre, considerado o pai da corrente filosófica, o Existencialismo. Existem diversos tipos de batalhas que o ser humano pode enfrentar, algumas delas com armas e fatalidades. Porém, poucas estimulam a inteligência das pessoas, como é o caso do xadrez, que é um dos jogos mais fascinantes do mundo.

Para além da inteligência, este jogo estimula a concentração, percepção, astúcia e técnica. Em primeiro lugar, o acaso não existe no xadrez: ninguém ganha uma partida porque “teve sorte”, ninguém perde porque “teve azar”. Trata-se de um jogo movido apenas pelo raciocínio dos dois jogadores, que são os únicos responsáveis pelo resultado. Daí utilizar-se a expressão de um jogo perfeitamente existencialista. 

Acredita-se que o xadrez possa ter surgido na Índia durante o século VI e posteriormente para a China. A forma atual do jogo chegou à Europa na segunda metade do século XV. A partir de 1730, passou a ser muito jogado em cafés, como o de la Régence, em Paris, um dos mais famosos pontos de encontro de todos os tempos, com frequentadores ilustres como Voltaire, Rosseau, Robespierre, Benjamin Franklin, Napoleão e Richelieu. O xadrez é um dos jogos mais populares do mundo, em 2001, foi reconhecido como desporto pelo COI (Comité Olímpico Internacional). 

Dei os primeiros passos no xadrez com 9 anos através de um jogador experiente, meu pai, no seu tabuleiro oferecido nos anos 60 por um amigo e conceituado artista plástico barcelense. Pintor, paisagista, caricaturista e retratista, Manuel Gonçalves Torres. Ainda hoje, guardo religiosamente esse tabuleiro.

Para jogar xadrez é necessário um tabuleiro composto por 8 colunas e 8 linhas, o que resulta 64 casas possíveis para a mobilidade das peças, alternadas entre brancas e pretas. Cada jogador tem 16 peças, brancas ou pretas. O objectivo é capturar o rei inimigo dando xeque-mate. As peças de cada jogador são compostas de oito peões, duas torres, dois cavalos, dois bispos, uma rainha e um rei.

Cada peça tem a sua particularidade de se movimentar no tabuleiro. O peão move-se em coluna vertical somente para a frente e uma casa, nunca para trás. A torre move-se nas linhas retas horizontais e verticais, quantas casas desejar. O cavalo move-se em “L”, ou seja, anda duas casas na horizontal ou vertical e depois uma casa na vertical ou horizontal, ou vice-versa. O cavalo pode saltar sobre qualquer peça sua ou do adversário. O bispo move-se nas direções diagonais e na mesma cor, quantas casas desejar. A Rainha é a peça mais poderosa, pode-se movimentar quantas casas quiser ou puder, na diagonal, vertical ou horizontal. O rei é a peça mais importante, mas também a mais fraca, pode-se mover uma só casa em qualquer direção. Além de outros movimentos existem também regras para o jogo.

Há dias propus-me a uma tentativa de renascer o xadrez no concelho de Amares, intitulado de “Xadrez na Praça”, destinado a todos que possam gostar ou aprender a jogar xadrez. 

A escolher entre Roque, En passant ou Promoção…

OPINIÃO -
Ser ou não ser, eis a questão

Opinião de Marco Alves

 

Sustentável é uma palavra que se usa cada vez mais no vocabulário português. Embora parte da população não entenda muito bem a sua definição, podemos referir que é uma forma de satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a capacidade da futuras gerações satisfazerem as suas próprias necessidades. O nosso planeta está a enfrentar enormes desafios económicos, sociais e ambientais. Em 2015 foi definido nas Nações Unidas a criação da Agenda 2030, constituída por 17 objectivos para transformar o nosso mundo:

1.Erradicar a pobreza – Em todas as suas formas, em todos os lugares; 2.Erradicar a fome – Alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável; 3.Saúde de qualidade; 4.Educação de qualidade – Garantir o acesso à educação, inclusiva de qualidade e equitativa e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos; 5.Igualdade de género; 6.Água potável e saneamento – Garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da água potável e do saneamento para todos; 7.Energias renováveis e acessíveis – Garantir o acesso a fontes de energias fiáveis, sustentáveis e modernas para todos; 8.Trabalho digno e crescimento económico – Promover o crescimento económico inclusivo e sustentável, o emprego pleno e produtivo e o trabalho digno para todos; 9.Industria, inovação e infraestruturas; 10.Reduzir as desigualdades – Reduzir as desigualdades no interior dos países e entre países; 11.Cidades e comunidades sustentáveis; 12.Produção e consumo sustentáveis; 13.Ação climática – Adotar medidas urgentes para combater as alterações climáticas e os seus impactos; 14.Proteger a vida marinha – Conservar e usar de forma sustentável os oceanos, mares e os recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável; 15.Proteger a vida terrestre – Proteger, restaurar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, travar e reverter a degradação dos solos e travar a perda da biodiversidade; 16.Paz, justiça e instituições eficazes – Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas a todos os níveis; 17.Parcerias para a implementação dos objetivos – Reforçar os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável. 

São objectivos de enorme complexidade para se concretizar 1 ano após pandemia ainda sem fim à vista. Teremos capacidade para “retomar” o início da prática na sustentabilidade? Ou será que ainda nos falta algo mais?

OPINIÃO -
All Together Amares 

Situado no Norte de Portugal Continental, a cerca de 50 km do litoral, o concelho de Amares insere-se no distrito de Braga. Com uma área aproximada de 82km2, divide-se atualmente em 16 freguesias. O concelho de Amares faz fronteira com os concelhos de Braga a sul, Vila Verde a noroeste, Terras de Bouro a norte, Povoa de Lanhoso e Vieira do Minho a sudoeste. O limite do concelho a norte é exercida pela altitude fruto da proximidade com a Serra do Gerês. As altitudes variam entre os 28 metros, junto à confluência do Cávado com o Homem, e os 901 metros, no vértice geodésico de Santa Isabel, freguesia de Santa Marta de Bouro. A sinalização dos percursos terrestres para São Bento da Porta Aberta e os caminhos para São Tiago de Compostela, deliciam-nos com deslumbrantes paisagens.

Pode-se considerar-se que o concelho de Amares tem uma boa exposição solar, já que a maior percentagem de vertentes do território são as encostas viradas para o sol. As freguesias que ocupam a metade sul do concelho têm assim um maior potencial agrícola, graças ao maior número de horas de sol.  Amares possui um clima de transição entre o temperado marítimo e o mediterrâneo com temperatura média anual de 14,2°C. 

O concelho de Amares encontra-se totalmente inserido na bacia hidrográfica do rio Cavado, que detém 1699 km2, dos quais 52 km2 encontram-se sobre o concelho. Quanto ao rio Homem, a sua bacia é composta por 256 km2, estando 28 km2 afetos a Amares. Aguarda-se, com esperança no horizonte, a concretização da utópica praia fluvial com bandeira azul.

Dentro das várias ocupações que se registam no concelho, a floresta (segundo o Decreto-Lei nº 17/2009, de 14 janeiro como os terrenos ocupados com floresta, matos e pastagens ou formações vegetais espontâneas, critérios definidos no Inventario Florestal Nacional), devido à importância que ocupa em termos de área, cerca de 55% da área total do concelho, merece uma referência particular. De lamentar que o concelho não tenha árvores registadas no registo nacional de arvoredo de interesse nacional (RNAIP).

A agricultura foi durante décadas a atividade mais expressiva do concelho, até 1940, 44% da população estava afeta ao setor primário. O turismo, atualmente, tem uma enorme importância estratégica para o concelho, devido ao fato de criar emprego e riqueza. O papel do turismo é muitas vezes visto somente como estando limitado à restauração, às quintas de turismo rural, às quintas de eventos como casamentos e batizados. No entanto, o impacto económico do turismo é muito maior, na medida em que a produção de serviços de turismo e de lazer tem muitos efeitos indiretos que são particularmente importantes para os produtos do concelho e residentes do concelho. O que vai ser agora do balneário termal de Caldelas?

O mercado municipal desempenha um papel importante no abastecimento de bens essenciais à população local, ao mesmo tempo que constitui um ponto de encontro de produtores, comerciantes e consumidores. A construção de uma infraestrutura pública comercial para o mercado, daria nova oportunidade para desenvolvimento de outras atividades fundamentais e essenciais para o crescimento económico do concelho. 

Em 1864, no primeiro recenseamento da população em Portugal, Amares tinha 12.431 habitantes. No recenseamento dm 2011, eram 18.889 habitantes. A partir do final da década de 1990, o crescimento sente pouca evolução. A realização de infraestruturas e de obras de primeira necessidade, continuam a ser importantes e tendem a ficar no esquecimento com amargo sabor de megalómanas promessas, ao longo das últimas duas décadas. 

Amares tem tudo para ser melhor, naturalmente todos juntos.

OPINIÃO -
Parabéns para a cidade de Braga, e Amares?

Sabendo que 2021 vai ser um ano de enormes dificuldades económicas e com inúmeras restrições para garantir a saúde pública, venho através deste artigo de opinião, manifestar o meu entusiasmo e tornar alto o distrito onde resido, laureado como melhor destino Europeu 2021. Localizada a cerca de 30 minutos do Porto, Braga é uma cidade jovem, cosmopolita e multicultural. Próxima dos grandes centros económicos da Europa, com uma educação de qualidade, segurança e um bom sistema de saúde.

Braga, cidade bimilenária, foi a grande vencedora, entre as vinte cidades escolhidas para o prémio, deixou para trás cidades como Roma, Paris, Florença ou Canárias. Braga foi o destino favorito dos turistas oriundos do Reino Unido, do Brasil e principal escolha dos turistas dos EUA e da França.

“É um resultado que nos enche de orgulho e que certamente terá reflexos extremamente positivos no turismo e na economia local, regional e nacional durante os próximos anos”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio.

Braga tem uma oferta turística capaz de responder a múltiplas exigências e interesses. É uma cidade com rica história, conhecida como cidade dos Arcebispos ou a Roma portuguesa. Nas celebrações da Semana Santa, Braga é invadida por milhares de crentes vindos de todo o território nacional e internacional. Embora exista muita incerteza quanto à evolução da pandemia, tudo indica que teremos uma Páscoa restritiva e sem a habitual invasão de turistas. Resta-nos a esperança que no início de Verão a normalidade regresse e tenhamos a azáfama que a cidade e distrito viviam anteriormente. 

Porém, sinto ineficiência do meu concelho, Amares, vizinho da prestigiada Bracara Augusta, em albergar e oferecer um cartaz digno aos turistas que optem por se deslocar ao nosso concelho. São notórias as sucessivas repavimentações nas vias de comunicação, falta de iluminação em pontos-chave, ausência de árvores e jardins num território próximo à Peneda do Gerês, inexistência de auditório e gimnodesportivo, carência de praias fluviais para brindar adultos e crianças em pleno verão, privação de água pública que enfurece alguns habitantes… 

“Ave Villa Amares, te salutant”- Vale-nos a glória dos nossos históricos monumentos, a fabulosa gastronomia, as verdejantes quintas vinícolas, o comércio local afável e uma povoação muito carinhosa.

É bom viver em Amares mas o concelho estagnou, há efetivamente uma necessidade de agir ao invés de reagir. Estaremos preparados para receber os turistas que visitam o melhor destino europeu 2021?

“Cada escolha, uma oportunidade. Cada queda, uma aprendizagem. Cada atitude, uma consequência”.

OPINIÃO -
Somos meio milhão de fascistas?

Nos últimos seis anos, a legislatura governativa anda ao sabor da esquerda e do PS, bastante refletido em episódios peculiares, controversos e omissos à verdade. Independentemente da crise sanitária, o PS utilizou uma velha estratégia para afastar os seus parceiros habituais e enfraquecer ainda mais as ideologias políticas de direita acetáveis, aproveitando e suscitando o “fascismo”. 

Nas legislativas de 2019, o PS venceu sem recorrer a um acordo à esquerda. Com o aparecimento de novos partidos, a direita ficou mais fragilizada e inicia-se a velha estratégia por parte dos socialistas, dar ênfase à extrema-direita. Coloca os parceiros no ataque cerrado ao inimigo, com intenção de inverter o eleitorado mais comum ao centro-direita. A mesma estratégia, que não é novidade, foi utilizada por Mitterrand em 1988 na França, que tudo fez ao seu alcance para ajudar a crescer a “Frente Nacional” de Jean-Marie Le Pen, para assim retirar votos à direita mais moderada de Chirac e ganhar as eleições. António Costa imita de forma grosseira a estratégia de Mitterrand, para alcançar a aprovação do próximo orçamento e garantir a legislatura até ao final. Embora o nosso Presidente deseja que a legislatura chegue até ao fim, com o apoio da esquerda, e, como se costuma dizer, vamos ver o que acontece neste mandato do Presidente da República.

O Chega procura ir ao encontro do mau agouro das pessoas, da frustração, indignação e irritação que se acumularam, é um partido da ira com modelo oportunista. André Ventura é um predador de irritações, onde avista um indignado ou revoltado, lá está ele: exaltando, gesticulando, ameaçando e gritando, sempre em altos decibéis e emoções, onde o circo assim exige.

 A propaganda do Chega consolidou-se em diversos impulsos. A escolha de temas fraturantes como o desrespeito pelas forças policiais, a etnia cigana, as questões constitucionais e a corrupção, fez com que Ventura proclama-se a sua indignação num discurso pouco político, onde os órgãos de comunicação manipulados pelo governo deram a estes discursos uma enorme cobertura. Os dirigentes do partido socialista, o primeiro ministro acusa Ventura de cobardia, o presidente da Assembleia da República censura-o pelo uso excessivo da palavra vergonha e a líder parlamentar fica enraivecida pelo fato do mesmo desrespeitar a constituição, dedicando tempo de antena e de debate político de um modo descomunal. O PS dedicou mais tempo a Ventura do que ao próprio PSD, na esperança de ver o CH crescer, roubando votos ao PSD e ao CDS, o que conseguiu. Os jornais enchem-se de artigos de opinião de condenação e até de censura a Ventura, alguns encomendados, outros autênticos. As redes sociais exageraram nas reações, Ventura ganhou destaque, tempo de antena e meio milhão de votos nas presidenciais.

Após a saída de Pedro Passos Coelho, a direita parlamentar portuguesa perdeu o rumo, por duas razões: uma, porque os partidos que ocupam o espaço deixaram de representar preocupações e aspirações do seu eleitorado, nomeadamente a classe baixa e média correspondente a de 57% da população, cavando nele frustração, acrescido às enormes dificuldades económicas e sérios problemas sociais, outra, porque as correntes de opinião que se exprimem dentro dos partidos querem autonomia e voz própria. 

Será necessário a construção de uma alternativa democrática com competência para garantir a confiança do eleitorado e reerguer o país. 

O fascismo convém à extrema-esquerda. Só os cidadãos informados tomam decisões acertadas.

“Deitar vinho novo em odre velho não inverterá o declínio.”

OPINIÃO -
Solidariedade

Espero que todos os amarenses e leitores do nosso jornal, tenham passado um Santo Natal e que tenham entrado no novo ano abraçados de esperança. 2021 será um ano difícil e exigente, além da grave crise económica e social, teremos, no mínimo dois atos eleitorais de elevada importância e podem ser a salvação para ultrapassar inúmeras dificuldades. 

Vai ser necessário seriedade visível e satisfatória solidariedade que há muito se desintegraram da nossa sociedade. Talvez por existir demasiada elite na classe política portuguesa, ou por falta de confiança em políticos que não querem pertencer a essa elite, ou por manipulação da comunicação social. Foram formalizadas, com as condições mínimas exigidas, sete candidaturas para as eleições presidenciais. Além do atual chefe de Estado, temos um deputado da assembleia da República, dois Eurodeputados, uma ex-Eurodeputada, um dirigente partidário e um ex-presidente de junta freguesia. 

Foi antidemocrático e inaceitável os principais canais de televisão não terem incluído o candidato Vitorino Silva. Retirar a possibilidade de participação nos debates a Vitorino Silva (conhecido como Tino de Rans) parece ultrapassar qualquer dignidade no entendimento da democracia. Não para ganhar, tenho o meu candidato (Tiago Mayan), mas desejo uma boa votação ao Tino. Não é um louco, nem necessita de ter doutoramento ou licenciatura para cumprir todos os requisitos, deve ser tratado em igualdade como todos os outros que se apresentam a esta eleição. Merece respeito!

Em 1978, João Paulo II é eleito Papa, um ano depois visita a Polónia, esse foi o momento crucial para que um ano depois se crie o movimento dos sindicatos (Solidariedade), a greve no estaleiro e a ascensão do cidadão e eletricista do estaleiro de Gdansk, Lech Walesa. LW defendia o livre comercio, os direitos dos trabalhadores e a democracia. Nos anos 80, a Polónia estava numa situação política e económica bastante tensa. Em dezembro de 81, os protestos contra a censura e a falta de informação do governo, levou o líder do regime polaco, general Jaruzelski, declarar a “lei marcial”, deixando a Polónia ao pé de uma guerra civil. Centenas de pessoas foram consideradas suspeitas e detidas, entre eles LW, presidente do Solidariedade. Para os polacos, o papa simbolizava a resistência, a igreja católica e a luta da liberdade. Em dezembro do mesmo ano e para surpresa de muitos, LW ganha o Premio Nobel da Paz. Em 1990 assistiu-se a uma reviravolta do destino, Lech Walesa passou de presidente do Solidariedade a presidente da Polónia. 

“O meu ideal político é a democracia, para que todo o homem seja respeitado como individuo e nenhum venerado.”

OPINIÃO -
Vou aguardar até que seja possível reciclar

Durante anos evitamos a sua existência e agora as alterações climáticas são uma inquietação global. Os ativistas ambientais e cidadãos pedem aos seus governos medidas concretas para combater a poluição e aumento da temperatura no planeta. Em 2015, na cidade de Paris, 195 países comprometeram-se com a redução das suas emissões de CO2, no final da conferência COP21 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas) foram estabelecidas as iniciativas da transferência para a nova energia – Acordo do Clima de Paris. A era do domínio do petróleo poderá ter chegado ao fim e as energias verdes são agora a revolução tecnológica mais entusiasta e inquieta da história.

“Voltaremos a tornar o nosso planeta grandioso”, referiu Emmanuel Macron.

Grande parte da população está convencida que com os carros elétricos vamos resolver todos os problemas existentes do CO2, quase todos pensam na energia solar e eólica como resolução do problema. Neste momento, não resolve. À medida que a transição energética nos afasta dos combustíveis fosseis, estão já a ser criados novos desastres ambientais.  Os carros elétricos são produzidos com metais específicos, e tem de ser extraído algures. Estamos a relocalizar a poluição, a sacrificar o território e a saúde dos habitantes.

As energias limpas não existem. Sempre que produzimos, criamos poluição. A transição ecológica é uma transição económica. Para ficarmos convencidos, basta-nos visitar uma das maiores exposições de automóveis. O elétrico está na moda, os veículos são apresentados como verdes, têm a simbologia ZE (zero emissão) e deu oportunidade aos grandes construtores de se reinventar. Os consumidores tornaram-se mais responsáveis e querem contribuir com a sua parte para um planeta menos poluído. Tal como é moda comprar comida biológica, comprar um carro elétrico também é moda.

Os metais utilizados para os automóveis elétricos, são na sua maioria raros por não se encontrarem com abundância na crosta terrestre.  O európio, o samário, o gadolínio, o cério, o germânio, o tungsténio, o magnésio, o ítrio, o neodímio, o lantânio, são alguns dos metais raros. A indústria automóvel e as produtoras de energias renováveis, tornam-se completamente pendente destas matérias primas desconhecidas. Neste momento as energias renováveis produzem cerca de 7% da energia mundial, com a transição energética em 2050, as energias eólicas e solar representarão quase 50% da energia produzida no planeta.

Os metais raros fundamentais para a tecnologia verde são extraídos fora dos grandes centros urbanos e longe da vista. O cobalto vem das minas da República Democrática do Congo, na Austrália, Bolívia e Chile estão os maiores depósitos de lítio, na China concentram-se os maiores depósitos de grafite, com milhares de quilómetros de paisagens ambientais destruídas. Muitas das nações das estão a extrair milhares de toneladas destes recursos e Portugal não é exceção. Mão de obra barata, deficiente tratamento das águas, dos gases e outros resíduos, pouca fiscalização dos governos, são alguns dos métodos que a grande maioria das empresas instaladas nos países mais pobres recorrem para baixar os custos de produção e obter grandes lucros.

A Alemanha, há 20 anos assumiu o desafio de produzir energia através do sol e do vento, e agora por terem chegado a um fim de vida útil, 360 toneladas de pás de aerogeradores estão a ser retiradas e muitas delas depositadas no solo, pois contêm alguns dos metais raros acima referidos. Alguns difíceis de reciclar e atualmente muitos desses metais são impossíveis de reciclar.

O lítio das baterias é um deles. Se vou adquirir um carro…

OPINIÃO -
Invasão de boys & girls

O governo chegou a um consenso junto das associações de municípios e de freguesias para avançar com um novo mecanismo para aumentar o número de freguesias, e, que iria em breve entregar uma proposta de lei no Parlamento. De acordo com as regras pensadas pelo Executivo socialista, este diploma pode resultar na criação de 600 novas freguesias, como retificação de pontuais incorreções efetuadas por Miguel Relvas durante o governo de Passos Coelho em 2013, onde se procedeu à extinção de 1168 freguesias. O governo pretendia avançar com as alterações ao mapa administrativo do país antes de outubro de 2021. O presidente da república, não aceita mexida nas freguesias em véspera de eleições, por considerar que uma reforma a menos de 8 meses da convocação de eleições locais é sempre visto como um gesto de campanha eleitoral. Tema que gerou inúmeras críticas, devido a uma potencial invasão de boys e girls partidários aos novos cargos e gerar dúvidas sobre os vencimentos dos ocupantes deste cargo.

Em 2012, Portugal era composto por 4260, atualmente existem 3091 freguesias (Na região autónoma dos Açores a freguesia de Corvo é considerada para efeitos estatísticos pelo INE, contudo ela não existe, legalmente, como órgão oficial). O distrito de Braga no plano de reforma da administração local de 2013 implicou a maior redução de freguesias, num total de 168. Em meados da década de 1830, o concelho de Amares englobava 12 freguesias, 1 com sede em Amares e 11 – Besteiros; Caires; Caldelas; Carrazedo; Dornelas; Ferreiros; Figueiredo; Fiscal; Prozelo; Sequeiros e Torre. Por decreto de 1895 foi extinto o concelho de Terras de Bouro, sendo 11 das freguesias que o compunham integradas no concelho de Amares. Por decreto de 1898 foi restaurado o concelho de Terras de Bouro e respetivas. 

No início de 2013, o concelho de Amares englobava 24 freguesias e Terras de Bouro 17. Pela Lei nº11-A/2013 de 28 de janeiro, o concelho de Amares passou a englobar 16 freguesias e Terras de Bouro 14 freguesias. Número de eleitores no concelho de Amares (17412) e Terras de Bouro (6774) em 31 dezembro de 2019 estavam distribuídos da seguinte forma:

Barreiros – 703; Bico – 712; Caires – 803; Carrazedo – 707; Dornelas – 506; Fiscal – 637; Goães – 548; Lago – 1744; Rendufe – 1026; Bouro (Santa Maria) – 718; Bouro (Santa Marta) – 463; UF Amares e Figueiredo – 2549; UF Caldelas, Sequeiros e Paranhos – 1063; UF Ferreiros, Prozelo e Besteiros – 4142; UF Torre e Portela – 554; UF Vilela, Seramil e Paredes Secas – 537.

Balança – 327; Campo do Geres – 172; Carvalheira – 332; Covide – 330; Gondoriz – 291; Moimenta – 723; Ribeira – 223; Rio Caldo – 822; Souto – 485; Valdosende – 578; Vilar da Veiga – 1139; UF Chamoim e Vilar – 418; UF Chorense e Monte – 582; UF Cibões e Brufe – 352.

O concelho de Amares em 2019 contava com 18129 habitantes sendo que a proporção de população com mais de 65 anos correspondia a 19,11%, Terras do Bouro com 6361 habitantes e uma proporção de 27,01% na população com mais de 65 anos. Entre 2011 e 2019 o peso da população com mais de 65 anos aumentou de 19,04% para 22,15%. Em 145 municípios (47,1% do total) um em cada quatro habitantes é idoso. Nos últimos anos registou-se um menor afluxo de imigrantes e um aumento da emigração, o número de concelhos em que mais de 25% dos residentes têm mais de 65 anos aumentou de 107 para 145.

Afinal para que quer o governo implementar mais freguesias se não cuidam da população, das localidades, permitem a desertificação e pretendem gastar mais dinheiro do Estado?!

“Para ser um partido de Poder, não é necessário ser partido de Governo – basta ser indispensável nas decisões de fundo.”