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OPINIÃO -
Santo Sudário

Opinião de Marco Alves

 

Fui batizado, logo sou católico. Apesar de não ser um praticante devoto, mantenho a fé e crença, tenho preferência em referi-Lo como Universo. Há dias, em viagem de lazer, consegui finalmente estar presente na catedral de Turim, onde se encontra um marco importante da religião católica. O Santo Sudário, peça de linho que terá envolvido Cristo após a crucifixão.

O Sudário foi levado como relíquia e pensa-se que, entre os anos 40 e 50 do século I, se encontrava em Urfa, Entre 525 e 544, terá sido levado para Constantinopla, por ordem do imperador romano Lecapeno. Desapareceu em 1204 durante uma cruzada, e voltou a aparecer em 1357 numa igreja nos arredores de Paris, pensando-se que terá pertencido à família de Godofredo de Charny, cavaleiro dos Templários. Confiscado em 1357 pela Casa de Saboia, foi aí danificado por um incêndio em 1532. A partir de 1694 este pano ficou guardado num relicário da Capela dos Duques da Saboia em Turim, até que em 1983, o exilado rei Humberto oferece-o ao Papa.

Peça de puro linho, foi confecionada em tear manual, com técnicas de fiação utlizadas na época de Cristo e apresenta gravado marcas de um corpo de homem. As primeiras fotografias do Sudário foram tiradas, em 1898, pelo fotógrafo Secondo Pia, que descobriu que nas respetivas chapas negativas, estava impressa uma imagem mais real e nítida do que aquela gravada no pano. Uma possível explicação para a formação da imagem é a reação pela qual os gases libertados pelo cadáver, reagem com a fina camada de celulose das fibras de tecido. Para as marcas não serem cobertas por outras manchas, seria preciso que o corpo fosse retirado do pano antes de começar a decompor-se, hipótese que se sustenta na ressurreição, relatada na Bíblia.

Nas pesquisas não foram detetados vestígios de tinta, mas sim de sangue, do tipo AB, considerado raro entre os europeus e comum entre os judeus. Além disso, as marcas estão presentes apenas numa camada superficial do pano, o que indica que nenhuma técnica de pintura medieval seria capaz de reproduzir.

Em 1988, o Sudário foi submetido ao teste com carbono 14 – um método para descobrir a data em que o material foi produzido. O resultado indicou para data entre 1260 e 1390, mas após novas pesquisas, chegaram à conclusão que resíduos do incêndio de 1532, foram causadores da possível falha na data.

Em 2009, arqueólogos descobriram, no cemitério de Jerusalém, uma tumba do seculo I com fragmentos de panos usados para cobrir os mortos da cabeça aos pés, como o Sudário. A descoberta apoia a tese, até então sem suporte arqueológico, de que isso fosse um costume judaico da época.

“Se o homem vive é porque acredita em alguma coisa.”

OPINIÃO -
A relevância do inbound marketing

Artigo de Manuel Sousa Pereira

 

O inbound marketing pode caracterizar-se por um conjunto de técnicas e atividades com o objetivo de atrair e envolver de forma criativa e dinâmica os seu público-alvo, ao contrário do outbound marketing cujo objetivo é definir campanhas de comunicação e publicidade, de forma tradicional, com capacidade de conquistar clientes.

Este conceito terá surgido inicialmente, em 1999 com o livro “Permission Marketing” de Seth Godin, e depois em 2009, nos EUA, com o livro de Brian Halligan e Dharmesh Shah com o título “Inbound marketing get found using google media and blogs”. A ideia central consiste na criação de ações concertadas para atrair potenciais clientes, surpreender, captar a sua atenção e conquistá-los como cliente e promotores da marca.

Alguns dos principais benefícios do inbound marketing são: aumentar a visibilidade da marca, gerar tráfico de qualidade e e leads qualificados, convertendo mais rapidamente contatos em clientes, reduzindo o custo de aquisição de cliente, gera um maior retorno de investimento, contribuindo desta forma, para um maior envolvimento entre a marca e o cliente.

O SEO (Search Engine Optimization) ou otimização de mecanismos de pesquisa (sites, blogues, redes sociais, e-mail marketing) constitui um ferramenta fundamental para proporcionar bons resultados orgânicos nos motores de busca e consequentemente, um melhor posicionamento (visitas, clientes e relevância digital) obtendo simultaneamente, maior interesse, maior proximidade e melhor visibilidade junto do público-alvo. 

Segundo estatísticas de hábitos e preferências de compra de clientes on-line, (marketing sherpa) podemos verificar algumas dados estatísticos, tais como: 68% dos compradores on-line gastarão um tempo considerável lendo o conteúdo publicado por uma marca na qual estão interessados; os clientes B2B realizam, em média, 12 pesquisas antes de verificar o site de uma marca específica; 80% dos tomadores de decisão de negócios preferem obter informações da marca por meio de uma série de artigos do que de anúncios; 83% dos compradores de tecnologia on-line encontraram seu fornecedor por meio da pesquisa do Google. 

Assim, é fundamental construir conteúdos interessantes, eficientes e capazes de captar a atenção, promovendo emoção e gerando valor aos clientes e simultaneamente à marca, através de benefícios concretos atuais e futuros, alcançando desta forma, credibilidade e confiança promotores do envolvimento e fidelização dos clientes.

OPINIÃO -
Dia Internacional da Proteção Civil

Opinião de João Ferreira

 

O Dia Internacional da Proteção Civil comemorou-se no dia 1 de março, efeméride instituída a nível mundial pela Organização Internacional de Proteção Civil (OIPC) e a nível nacional por despacho do Ministro da Administração Interna (Despacho 6915/2008).

Em Portugal e no Mundo, o principal objectivo desta comemoração é prestar tributo a todos os agentes de proteção civil. Pretende também promover anualmente uma jornada de reflexão e o diálogo em torno dos riscos a que territórios e populações estão sujeitos, comemorar e mobilizar os valores prosseguidos pela protecção civil, envolvendo toda a comunidade e os cidadãos.

A “Proteção Civil”, hoje chamada de Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), foi criada em 2019. Sucede à Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) criada em 2007 que veio a substituir o Serviço Nacional de Bombeiros e Proteção Civil (SNBPC) criado a partir do Decreto-Lei n.º 49/2003, de 25 de março. Este último foi uma junção do Serviço Nacional de Bombeiros (SNB), Serviço Nacional de Proteção Civil (SNPC) e a Comissão Nacional Especializada de Fogos Florestais (CNEFF).

E o que é ou quem são a Proteção Civil em Portugal?

Segundo a Lei de Bases da Proteção Civil (Lei 27/2006, de 03 de Julho), “a proteção civil é a actividade desenvolvida pelo Estado, regiões autónomas e autarquias locais, pelos cidadãos e por todas as entidades públicas e privadas com a finalidade de prevenir riscos coletivos inerentes a situações de acidente grave ou catástrofe, de atenuar os seus efeitos e proteger e socorrer as pessoas e bens em perigo quando aquelas situações ocorram…tem caráter permanente, multidisciplinar e plurissectorial… é desenvolvida em todo o território nacional”.

São Agentes de Proteção Civil (APC) os Corpos de Bombeiros, as Forças de Segurança, as Forças Armadas, órgãos da Autoridade Marítima Nacional, Autoridade Nacional de Aviação Civil, o INEM e demais entidades publicas prestadoras de cuidados de saúde e os Sapadores Florestais. A Cruz Vermelha Portuguesa exerce cooperação com os demais agentes em funções de proteção civil.

Mas o principal Agente de Proteção Civil é o cidadão, é você. Todos Somos Proteção Civil. Não só neste dia mas todo o ano devemos perceber qual o papel de cada um de nós, de cada APC, cidadãos, responsáveis políticos, entidades públicas ou privadas, no esforço colectivo de criação de comunidades resilientes. 

Em sequência da pandemia e eventos resultantes das alterações climáticas, graças às respostas criadas pelas comunidades com grupos de voluntários (população) e acreditando que dentro das comunidades esta proximidade com cultura de risco capacita maior resiliência, a OIPC elegeu para este ano, para celebração do dia internacional, o tema “Proteção Civil e Gestão de Populações Deslocadas em Caso de Catástrofe e Crise; O Papel dos Voluntários e a Luta Contra Pandemias”. 

“Em caso de emergência, a primeira a intervir é sempre a população e quanto melhor se formar e identificar mais como voluntários mais fácil será o trabalho dos profissionais e mais fortes serão as comunidades.” – Mensagem do Secretário Geral da OIPC, N. YAP Mariatou.

OPINIÃO -
O que é a depressão?

Hélder Neto, Psicólogo

 

 

A opinião que costumo deixar aqui tem, de algum modo, a intenção de munir o leitor com uma nova “lente” ou, pelo menos, com a “lente” que já possui, ainda que com capacidade de um maior “zoom”. Tento sempre, com a minha opinião, fazer com que olhemos uns para os outros com mais compaixão, com mais atenção, para sermos todos uma versão melhor de nós mesmos. Desta vez, quero falar da depressão, uma doença que afeta cerca de 10% dos portugueses A Organização Mundial da Saúde descreveu-a como sendo o problema de Saúde mais frequente em todo o mundo.

O que é a depressão? De uma forma simplista, nos seus vários tipos, pode caracterizar-se como uma patologia que proporciona a projeção de sentimentos de tristeza profunda e persistente no tempo. Provoca o aprofundamento da sensação de vazio, de cansaço e, de uma forma geral, de desinteresse por qualquer tipo de atividades.

Por ser uma doença que pode atingir vários níveis, no caso de uma pessoa com um episódio depressivo leve, terá, provavelmente, alguma dificuldade em manter a sua atividade profissional e social habitual, mas não ficará completamente incapaz de as exercer. 

Num outro nível, uma pessoa com uma depressão “major”, muito provavelmente, será incapaz de continuar a exercer a sua atividade profissional, bem assim como outras atividades sociais habituais. Esta incapacidade deve-se à falta de interesse e prazer em realizá-las, mas, também e, sobretudo, prende-se com a incapacidade cognitiva. Nestes casos, a vida deixa de fazer sentido, de ter um propósito, tornando-se penosa a simples existência, potenciando uma séria possibilidade de a pessoa com depressão pôr termo à vida.

Por isso, sendo um dos meus propósitos, ao escrever este texto, alertar para quem nos rodeia, relembre, reiterando que todas as pessoas que conhecemos – absolutamente todas – estão numa luta constante, numa espécie de purgatório com o inferno em perspetiva, com uma ilusão profunda. Ou seja, um sofrimento autoinfligido, que carece de elucidação premente, porquanto nem tudo o que parece, efetivamente, é.

Os exemplos que a seguir descrevo, de famosos terminaram com a própria vida – todos eles diagnosticados com depressão -, ilustram o que atrás mencionei, sendo que, por serem famosos, apresentam-se como caos mais impactantes na mensagem que desejo transmitir.

Michael Hutchence, vocalista da banda australiana INXS, era rico, famoso, e chegou a ser considerado o homem mais sexy do mundo; Chris Cornell, vocalista da banda Soundgarden, era um homem bem-sucedido e com uma voz invejável; Anthony Bourdain, famoso “Chef”; Robin Wiliamms, ator em premiado por Hollywood; Ernest Hemingway, escritor laureado com o Nobel; Marilyn Monroe, famosíssima atriz, ícone de beleza; Vincent Van Gogh, pintor; Robert Enke, guarda-redes de futebol de clubes como o Barcelona e Benfica. Estas individualidades, entre tantos outras, das mais variadas áreas, que aos olhos do mundo parecia terem tudo, cometeram suicídio devido à depressão.

Para terminar, sugiro ao leitor que olhe em volta, com olhos de ver (como sói dizer-se), que comece a pensar e falar da depressão da mesma forma que se pensa e se fala de qualquer outra condição médica. Em traços gerais, se alguém tiver partido uma perna, deve ir ao hospital. Se soubermos que alguém tem cancro, à partida, deve fazer quimioterapia ou radioterapia, se alguém se queima, deve imediatamente tratar a queimadura. Portanto, se abordarmos as doenças mentais, sob a mesma perspetiva, empreendemos, efetivamente, por encorajar alguém com depressão a procurar ajuda. A ajuda existe. A depressão tem tratamento.

REGIÃO -
Autarcas minhotos satisfeitos com esclarecimentos do ministro do Ambiente sobre exploração de lítio

Os presidentes das câmaras da área ‘Seixoso-Vieiros’, que integra Guimarães, Fafe e Celorico de Basto, acompanhados por homólogos de concelhos de Vila Real e Porto, consideraram, esta quarta-feira, “esclarecedores” os esclarecimentos sobre a prospecção de lítio dados pelo ministro do Ambiente numa reunião em Lisboa.

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OPINIÃO -
Metaverso, uma nova realidade…

Por Manuel Sousa Pereira

 

Metaverso consiste num conjunto de ambientes virtuais, imersivos em 3D onde os utilizadores se conectam entre si, numa realidade paralela, simulando o mundo físico, e no qual as pessoas podem comunicar através de avatares, representações digitais, num espaço tridimensional, por forma a experienciar uma conexão o mais aproximada do mundo real.

Trata-se de uma experiência totalmente virtual e onde podemos ser aquilo que projetamos ser, sem limitações, imergindo numa experiência nova e em crescimento. Neste sentido, é também um novo mercado com experiências à medida do potencial das marcas e dos seus consumidores, em busca de algo por descobrir.

Esta ideia, não sendo totalmente nova, pois o o conceito “Second Life” criado em 1999 e desenvolvido em 2003, sendo um jogo, cujo significado era uma “segunda vida” ou vida paralela, para além da vida real, continhas aspetos semelhantes a esta nova realidade. Assim, os utilizadores do “Second Life” cresceram de forma significativa até 2007. Com o surgimento do Facebook, grande parte destes utilizadores migraram para as redes sociais, como Facebook, Twitter e outras redes.

Assim, o Metaverso é em termos práticos uma realidade aumentada, englobando aspetos culturais, sociais, económicos incorporados numa imersão digital conectada, utilizando um avatar, podendo encontrar amigos, assistir a espetáculos, adquirir obras de arte, divertir-se, tal como se fosse num mundo real.

O Metaverso sendo um ambiente virtual, algumas das tecnologias utilizadas são: realidade virtual, aumentada, blockchain, inteligência artificial, Machine Learnig, Deep Learning, NFTs (non-fungible-tokens) itens vindos do digital, podendo ser adquiridos e vendidos em todo o planeta (cripto moedas)

Nesta perspetiva, este ambiente virtual onde podemos experienciar e reproduzir uma vida diferente, ampliando os horizontes, criando um novo universo e uma nova realidade, abrindo também novas de diferentes possibilidades em termos sociais, culturais, e organizacionais, imergindo na conectividade e interativa dos jogos e da infinidade de opções…

OPINÃO -
Por que não a Energia Nuclear?

Por Marco Alves

 

A Revolução Industrial causou uma das maiores, senão a maior mudança na vida social em toda a história da era Moderna. Uma transformação que deixou marcas profundas e irreversíveis nos recursos naturais do planeta. Muitos desses recursos não são renováveis e retirá-los da natureza está a provocar danos irreparáveis nos ecossistemas. Atualmente, a humanidade tenta correr atrás do prejuízo ambiental em busca de uma energia verde e limpa.

Continuam presentees nas nossas memórias os desastres Chernobil e Fukushima. O primeiro desencadeado em 1986 através de erros e falhas inerentes ao projeto. O segundo provocado por um Tsunami que devastou a costa na região do Japão.

 Segundo a UNECE (Comissão Económica da Nações Unidas para a Europa), a energia nuclear é uma das fontes de eletricidade com a menor emissão de carbono por unidade de energia produzida. É também a fonte de eletricidade com menor impacto ao nível da extração, utilização de área e impacto no meio ambiente circundante. Existem diversos receios associados a esta fonte de energia, Portugal tem optado ao longo do tempo me não investir nesta energia. As centrais nucleares modernas possuem uma taxa de fatalidades inferior a outra qualquer forma de produção de energia. Segundo o JRC (Centro de investigação científico e de conhecimento da União Europeia), demonstrou que a energia nuclear moderna é segura, verde e sustentável. No mesmo relatório mostra que as soluções atuais para lidar com resíduos nucleares são aceitáveis e seguros, mas que se deve investigar outras formas mais avançadas para o tratamento de resíduos.

A introdução de energia nuclear de nova geração em Portugal, na forma de Reatores Modulares Pequenos (SMR), traria diversas vertentes. Além de um elevadíssimo grau de segurança, incorporava-se uma energia com enorme grau de estabilidade, segurança e com zero emissões de gás com efeito de estufa. Vantajoso para uma produção de eletricidade descentralizada e produção de calor, o que possibilita uma enorme diminuição no consumo de gás natural em Portugal. A produção de energia nuclear não é tão cara quando comparada a outros tipos de produção, isto representaria uma redução significativa nas despesas do governo, e consequentemente chegaria energia mais barata à população.

Em 2018, a energia nuclear foi responsável por 10,4% da produção de energia, as centrais convencionais (carvão, combustíveis líquidos e gás natural) contribuíram com 65,1% da produção, as hidrelétricas com 16,6% e as renováveis com 5,6%. As fontes de urânio já identificadas são suficientes para produzir energia entre 60 a 100 anos…

Portugal necessita de uma central nuclear?

Não é possível responder afirmativamente ou negativamente. Seria necessário um levantamento aprofundado de todas as componentes do problema através do Plano Energético Nacional, montar uma estrutura legislativa adequada, retomar o ensino da Física e da Engenharia Nuclear nas Universidades, esclarecer a população, fazer um levantamento geológico, estudar o impacto de uma central na rede elétrica nacional e fazer um levantamento sério das necessidades energéticas a médio/longo prazo. A fusão nuclear é a tecnologia que apresenta melhores perspectivas de sucesso.

As fontes de energia renováveis a partir da água, sol e vento têm um grande inconveniente: estão sujeitas à imprevisibilidade da natureza provocadas pelas alterações climáticas e o risco da diminuição da produção de energia com estas fontes, pode comprometer o abastecimento da população.

 “A sabedoria só aparece com a experiencia. A experiencia só se constrói aprendendo com os erros.”

OPINIÃO -
Vespa Velutina

Por João Ferreira

 

A vespa velutina nigrithorax é originária do Sudoeste Asiático, chegou à Europa pela França num contentor entre 2003 e 2004. É considerada uma espécie invasora em quase todos os países da Europa e em Portugal, desde julho de 2016, devido à sua origem, passou a ser designada por Vespa Asiática. Confirmada em Portugal pela primeira vez em Viana do Castelo em 2011, nos dias de hoje já proliferaram ao vale do Tejo através do litoral, para o interior do país dá-se de forma mais lenta e através das linhas de água e suas bacias hidrográficas.

Como identificar? Com excepção da Vespa crabro, a Vespa velutina é facilmente diferenciada das demais vespas autóctones na Europa, as quais são mais pequenas.

A Vespa velutina, um pouco mais pequena que a Vespa crabro, pode atingir ainda assim os 3,5 cm (fecundadoras), possui o tórax preto, face da cabeça alaranjada, abdómen preto com 4º segmento alaranjado, listas finas alaranjadas nos restantes segmentos e patas amarelas. Os ninhos primários têm o tamanho de uma bola de golfe e são construídos pela vespa fecundadora e tem entrada pelo fundo. Já quando os ninhos são definitivos (grandes dimensões) estes diferenciam-se pela sua entrada ser na lateral enquanto o da Vespa cabro ser pelo fundo.

Têm um sério impacto negativo na biodiversidade pela forte predação a espécies polinizadoras. “Menos polinizadores é sinónimo de um declínio de várias espécies de plantas, que podem até desaparecer, por dependerem destes animais, directa ou indirectamente. Para além disto, a diminuição do número ou da diversidade das populações de polinizadores tem um impacto na segurança alimentar, com a quebra de rendimento de muitas culturas agrícolas” (Parlamento Europeu, 2019).

Para a população e saúde publica pode haver perigo pela sua agressividade. Embora longe do ninho as vespas não pareçam agressivas para os humanos, as obreiras defendem o ninho quando as pessoas se aproximam a menos de 5 m (Perrard et al.,2009; de Haro et al.,2010). Atendendo à sua adaptação e aproximação ao espaço urbano o contacto com humanos tem vindo a aumentar.

Como e quando combater esta invasora? Existem dois períodos estratégicos directamente relacionados com o ciclo de vida desta vespa, embora testemunhos e estudos refiram que devido às condições climáticas, sobretudo neste inverno, o ciclo possa ter sido “alterado”. Geralmente entre Fevereiro e Abril, as vespas fecundadoras saem da hibernação e procuram alimentação rica em açúcar. Nesta fase a melhor estratégia será criar uma “rede” de armadilhas artesanais ou comerciais ricas em açúcar com uma componente alcoólica (sangria é uma boa opção). Os ninhos desenvolvem-se mais no período de julho a outubro, período que vai coincidir com o maior impacto de predação de insectos, em particular das abelhas nos apiários, sendo utilizados para alimentar as larvas em desenvolvimento nos vespeiros. Neste período a colocação de armadilhas deverá ser mais perto dos apiários e para além de uma fonte adocicada e alcoólica deverá possuir também uma fonte de proteína como atractivo.

A destruição dos ninhos é da responsabilidade da câmara municipal da área onde se registe a sua ocorrência ou de outra entidade que seja por si autorizada.

O que fazer se avistar um ninho suspeito de Vespa velutina? Deve participar ao seu município ou da sua Junta de Freguesia ou ainda o pode fazer através do www.sosvespa.pt ou da linha SOS Ambiente 808 200 520.

Pode informar-se melhor sobre esta invasora consultando o “Guia de Boas Práticas na destruição de ninhos Vespa velutina” do projeto GESVESPA, o “Plano de Ação para a vigilância e Controlo da Vespa velutina” elaborado pela Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e páginas web como do ICNF, SPECO-invECO, GO-VESPA.

OPINIÃO -
São necessárias obras na Escola Secundária de Amares

Por Jéssica Sousa

Membro da Assembleia da União de Freguesias de Ferreiros, Prozelo e Besteiros eleita pela CDU

 

A CDU visitou, no passado dia 20 de janeiro, a Escola Secundária de Amares, a convite do presidente da Associação de Estudantes, Francisco Macedo.

O objetivo principal deste convite foi, acima de tudo, a procura de ajuda para que algo seja feito em prol da melhoria das condições a que estes estudantes, bem como pessoal docente e não docente, se encontram sujeitos no seu dia a dia.

Vários foram os problemas apresentados pelos membros da AE, que passo a enunciar: falta de isolamento, humidade e frio, mangueira de incêndio não funcional logo na entrada do bloco principal, material completamente degradado (desde mesas e cadeiras a persianas) e iluminação insuficiente. 

A sala destinada para as funcionárias exige que as mesmas tenham de se agachar para lá acederem e permanecerem, estando localizada debaixo das escadas de acesso às salas de aula do bloco 1.

No que diz respeito às casas de banho, numa escola com aproximadamente 750 alunos, apenas duas casas de banho masculinas se encontram em funcionamento. Uma delas sem qualquer tipo de condições, com completa degradação nos móveis sanitários, e a outra, localizada no pavilhão desportivo, e que se encontra, além de em semelhantes condições, sem porta que garanta a mínima privacidade que é, como todos sabemos, algo imprescindível.

Ainda no pavilhão, apesar de ter sido efetuada uma mudança na cobertura do mesmo, foi-nos relatado que, em dias de chuva, os alunos ficam impossibilitados de ter aulas de educação física uma vez que, devido à presença estonteante de humidade, o piso fica extremamente escorregadio.

Perante uma Associação de Estudantes que em muito valoriza a prática desportiva, vemos também uma significativa preocupação com a equipa de voleibol, equipa essa com diversas conquistas e bastante prestígio, sujeita às condições do pavilhão, e a quem foi feita a promessa da construção de um campo de voleibol de praia que, até hoje, não foi cumprida.

Também as turmas de robótica, apesar de ao longo dos últimos anos terem conquistado vários prémios, depara-se hoje com falta de incentivos aos alunos, bem como falta de investimento, o que não permite a sua continuidade.

Em diversas zonas exteriores encontramos, ao dia de hoje, a presença de amianto que, como já estamos fartos de saber, é bastante prejudicial para a saúde humana, sendo uma substância cancerígena quando exposta ao ar.

Ouvimos ainda algumas funcionárias que demonstram evidentes sinais de cansaço e frustração com as condições a que estão sujeitas. Os problemas são vários: falta de funcionários, idade avançada, demasiada carga de trabalho e falta de progressão na carreira. 

Assistimos ainda a um elevado grau de perigosidade nos acessos à escola, caracterizados por falta de iluminação pública e uma ausência quase total de passeios, o que faz os alunos sentirem-se inseguros em caminhos que têm frequentar no dia a dia.

Em 2018, a CDU já lutava no sentido da requalificação desta escola, tendo a deputada eleita pelo círculo de Braga apresentado uma proposta de requalificação da mesma.

Hoje, em 2022, os estudantes e trabalhadores da Escola Secundária de Amares podem contar com a CDU para continuar a fazer tudo o que está ao seu alcance para que se efetivem as obras nesta escola. O que também está em causa é o investimento na Escola Pública e os deputados eleitos pela CDU não faltarão à chamada, como nunca o fizeram, de lutar pela Escola Pública, gratuita, democrática e de qualidade para todos os alunos.

Garantimos que a CDU irá intervir neste sentido na Assembleia da República, porque não só os estudantes, mas todas as pessoas que depositarem o seu voto de confiança em nós, sabem com quem podem contar. 

OPINIÃO -
Bullying

Por Hélder Neto

Psicólogo

 

Este texto foi originado por duas notícias que li recentemente. Uma delas noticiava a agressão a um aluno de 12 anos, numa escola de Matosinhos, com direito a gravação de vídeo e a uma assistência impávida e serena. Dois dias depois, outra notícia, relacionada, referindo que a família do aluno agredido estaria a ser alvo de ameaças, por parte da família do agressor, por aqueles terem exigido justiça. 

Estas notícias impeliram-me a deixar aqui duas reflexões. A primeira – relacionada com o facto de os colegas terem assistido e nada terem feito – remete-me para uma reflexão do Bispo Desmond Tutu: “se formos neutros em situações de injustiça, estamos a escolher o lado do opressor”. A segunda reflexão prende-se com o facto de a família do agressor ameaçar a do agredido. Esta última ilustra bem uma das potenciais causas para o comportamento do agressor: o exemplo familiar.

Não consigo compreender a crença – de certo modo generalizada – que classifica as agressões em adultos como sendo agressão, crueldade em caso de animais, e educação no âmbito de uma criança. Quando um adulto – pai ou a mãe – bate numa criança, propaga a mensagem de que o mais forte pode bater no mais fraco. A criança internaliza esta mensagem, mimetizando-a, reproduzindo esse comportamento com os colegas.

Constatei esta realidade quando trabalhei, como psicólogo, numa comunidade terapêutica que acolhia jovens, rapazes, com problemas de consumos de drogas e que foram colocados naquela instituição para cumprirem medidas de promoção e proteção ou medidas tutelares educativas. Os jovens que acompanhei e que tinham, na sua história de vida, lidado com ambientes de bastante violência, na sua maior parte, eram os agressores, os bullyiers. Era esta a linguagem que conheciam devido à “educação” que tiveram. 

Por sua vez, vi as vítimas tornarem-se agressores, quando com colegas mais novos, precisamente pelo mesmo motivo. Passavam, desta forma, a uma linguagem por aprendizagem. A instituição pouco podia fazer para quebrar este ciclo, existindo, contudo, medidas educativas que eram interiorizadas como castigos, sendo pouco efetivas. Eram rapazes que estavam ali contrariados, que foram lá colocados por ordem de um juiz e que, praticamente, a única emoção que conseguiam exprimir era a raiva.

Este problema é muito complexo, muito difícil de combater. É necessário o empenho de todos e, mesmo assim, demoraria algumas gerações a mudar a mentalidade. Poderá parecer utópico, ainda que não devamos baixar os braços. Existem alguns projetos para combater o bullying, poucos, mas de louvar. Refiro três, como exemplo: 

  • Projeto Violentómetro”, desenvolvido pelo Aggression Lab da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), com adolescentes entre os 12 e os 18 anos como público-alvo. 
  • O “Plano Escola Sem Bullying. Escola Sem Violência”, do Ministério da Educação.
  • Projeto Stop Bullying”, da Amnistia Internacional Portugal.

Quero só deixar aqui uma nota em relação ao cyberbullying; não o referi, intencionalmente, porque, embora tenha comunalidades com o bullying “mais tradicional”, apresenta também bastantes diferenças que darão um futuro artigo de opinião.