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OPINIÃO -
Parabéns para a cidade de Braga, e Amares?

Sabendo que 2021 vai ser um ano de enormes dificuldades económicas e com inúmeras restrições para garantir a saúde pública, venho através deste artigo de opinião, manifestar o meu entusiasmo e tornar alto o distrito onde resido, laureado como melhor destino Europeu 2021. Localizada a cerca de 30 minutos do Porto, Braga é uma cidade jovem, cosmopolita e multicultural. Próxima dos grandes centros económicos da Europa, com uma educação de qualidade, segurança e um bom sistema de saúde.

Braga, cidade bimilenária, foi a grande vencedora, entre as vinte cidades escolhidas para o prémio, deixou para trás cidades como Roma, Paris, Florença ou Canárias. Braga foi o destino favorito dos turistas oriundos do Reino Unido, do Brasil e principal escolha dos turistas dos EUA e da França.

“É um resultado que nos enche de orgulho e que certamente terá reflexos extremamente positivos no turismo e na economia local, regional e nacional durante os próximos anos”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio.

Braga tem uma oferta turística capaz de responder a múltiplas exigências e interesses. É uma cidade com rica história, conhecida como cidade dos Arcebispos ou a Roma portuguesa. Nas celebrações da Semana Santa, Braga é invadida por milhares de crentes vindos de todo o território nacional e internacional. Embora exista muita incerteza quanto à evolução da pandemia, tudo indica que teremos uma Páscoa restritiva e sem a habitual invasão de turistas. Resta-nos a esperança que no início de Verão a normalidade regresse e tenhamos a azáfama que a cidade e distrito viviam anteriormente. 

Porém, sinto ineficiência do meu concelho, Amares, vizinho da prestigiada Bracara Augusta, em albergar e oferecer um cartaz digno aos turistas que optem por se deslocar ao nosso concelho. São notórias as sucessivas repavimentações nas vias de comunicação, falta de iluminação em pontos-chave, ausência de árvores e jardins num território próximo à Peneda do Gerês, inexistência de auditório e gimnodesportivo, carência de praias fluviais para brindar adultos e crianças em pleno verão, privação de água pública que enfurece alguns habitantes… 

“Ave Villa Amares, te salutant”- Vale-nos a glória dos nossos históricos monumentos, a fabulosa gastronomia, as verdejantes quintas vinícolas, o comércio local afável e uma povoação muito carinhosa.

É bom viver em Amares mas o concelho estagnou, há efetivamente uma necessidade de agir ao invés de reagir. Estaremos preparados para receber os turistas que visitam o melhor destino europeu 2021?

“Cada escolha, uma oportunidade. Cada queda, uma aprendizagem. Cada atitude, uma consequência”.

OPINIÃO -
Inovação como um PRESENTE para o futuro

Precisamos de inspiração, disrupção e resiliência para pensar diferente, procurando resolver problemas cada vez mais complexos, novos e que exigem ação coerente e conjunta, onde as palavras chave são: cocriação, criatividade, inovação, partilha, equidade, gestão de talentos, ética, responsabilização, digitalização, ecologia, ambiente e o futuro comum.

É tempo de preparar o futuro através de algumas ideias relevantes para transformar a crise em oportunidade, imaginando, criando e construindo novos produtos e serviços, novas dinâmicas de comunicação capazes de causar impacto nos consumidores e conseguir um duplo benefício, a sustentabilidade económica em simultâneo com o ambiente, ecologia e o respeito pela natureza.

Um dos aspetos capazes de acelerar a dinâmica digital consiste na capacitação as pessoas, desenvolver competências e habilidades, promovendo a proatividade e reconhecendo o mérito, valorizando o empenho e a dedicação, fomentar a excelência e envolvendo os colaboradores nas decisões das empresas e organizações.

Para dinamizar as economias locais é necessário promover a educação para o consumo consciente, procurando comprar produtos locais, regionais, biológicos e amigos do ambiente, contribuindo para uma diminuição da poluição, através da utilização eficiente dos transportes de mercadorias entre regiões e países.

Face às necessidades e desejos dos clientes as empresas precisam de inovar, envolvendo os clientes, partilhando experiências, conquistando a sua confiança através de uma ligação mais próxima numa integração phygital (física e digital) e simultaneamente, pôr em prática uma agricultura regenerativa, partilhando com os consumidores, os custos de produção, benefícios ambientais, formas de produção amigas do ambiente diferenciando-se da concorrência.

Para uma uma modernização sustentada é útil incentivar a interatividade digital ao nível da partilha do conhecimento, comércio e distribuição de bens, produtos e serviços, procurando fomentar a partilha equitativa os bens e recursos comuns, contribuindo também, para uma sociedade mais justa e equilibrada.

À medida em que a longevidade aumenta, precisamos de conciliar o conhecimento dos mais experientes, com a irreverência e juventude, procurando incentivar a partilha de experiências e contribuindo para uma incorporação de conhecimento contínua durante toda a vida.

Face aos novos desafios, é fundamental pensar diferente, criar, partilhar, cooperar, incentivar o mérito, pragmatismo e a ética numa dialética exigente e em constante mutação e resiliência, onde é fundamental conciliar a procura da satisfação individual (desejos dos consumidores e utilizadores) com a manutenção, regeneração e respeito pela nossa “aldeia global”.

OPINIÃO -
Sabia que a legítima defesa “tem que se lhe diga”?

É muito comum, e até mesmo uma espécie de crença popular, afirmar “ele deu-me e eu também lhe dei” ou “tinha de me defender”. Porém, o nosso Código do Penal deixa bem claro o que é considerado legítima defesa e até mesmo excesso de legitima defesa. Com efeito, no sentido de ajudar o leitor do jornal O Amarense a melhor interpretar esta matéria, venho este mês deixar dicas.

Em Portugal, quando a vítima mata o agressor pode nem ser julgada. Tudo depende se agiu em legítima defesa ou não. E como se prova se foi legítima defesa e se esta foi adequada ou excessiva? A questão que se levanta muitas vezes em torno destes casos prende-se com a ideia de excesso de legítima defesa. O que a lei diz é que o meio de defesa tem de ser adequado e proporcional para afastar o ato violento. Há casos em que isto é muito fácil: não me posso defender de uma chapada dando um tiro numa pessoa, não me posso defender de um insulto verbal com uma agressão física, não me posso defender de uma agressão, com outra agressão quando já fui agredido. Por exemplo, uma pessoa que mata alguém para se defender de uma tentativa de homicídio nem sequer é acusada do crime se se considerar que não poderia ter-se defendido de forma menos gravosa para o atacante. Quando este juízo é feito – por um juiz -, estamos perante todos os requisitos para aplicar a legítima defesa, sendo a pessoa absolvida. Se o juiz considera que houve desproporcionalidade da defesa, fala-se em excesso de legítima defesa e aí a pessoa, se não existirem outras condições para ser absolvida, será acusada – e eventualmente condenada. Isto não se aplica apenas em casos de violação, é a lei geral para todos os crimes. Na iminência de uma violação ou durante a ocorrência de um crime de violação, o juiz terá que perceber em concreto o que é que aquela vítima poderia ter feito diferente ou não para se defender da agressão.

Em síntese, para que a minha ação seja considerada legítima defesa têm de se reunir inúmeros pressupostos, começando mesmo logo pelo que refere a Constituição da Republica Portuguesa no seu Art.º 21, que “todos têm o direito de resistir a qualquer ordem que ofenda os seus direitos, liberdades e garantias e de repelir pela força, qualquer agressão, quando não seja possível recorrer à autoridade pública”. A seguir a este direito é necessário que se verifique cumulativamente uma agressão que seja atual e ilícita e a minha defesa seja necessária, defensiva, proporcional e haja impossibilidade de recorrer à autoridade pública. Deixo especial atenção ao “atual”, que marca aqui toda a diferença, isto é, tem de estar em curso, pois a legítima defesa só pode legitimar-se depois de ter começado e antes de ter terminado a agressão, ou seja, enquanto há possibilidade de se repelir a ofensa. Está subjacente à legítima defesa uma instantaneidade, depois de passar este momento instantâneo, deixa de estar sobre a alçada da legítima defesa.

Assim desejo a todos vós, que sempre que tenham de se defender, o saibam fazer pois isto tem mesmo que se lhe diga.

OPINIÃO -
Nem tudo mudou com a pandemia

Opinião de João Ferreira

 

A protecção civil é a actividade desenvolvida pelo Estado, Regiões Autónomas e autarquias locais, pelos cidadãos e por todas as entidades públicas e privadas com a finalidade de prevenir riscos colectivos inerentes a situações de acidente grave ou catástrofe, de atenuar os seus efeitos e proteger e socorrer as pessoas e bens em perigo quando aquelas situações ocorram.

 

A pandemia saltou na sua maioria para 1º plano no que concerne à nossa vida pessoal, social e profissional.

Mas os riscos, independentemente de serem de origem antrópica, natural ou tecnológica, existem e é dever e um direito de cada cidadão conhecê-los. A cultura de risco não está enraizada na nossa sociedade, existem sempre as dúvidas sobre quem é a responsabilidade a quem comunicar, como o fazer. São exemplos a obrigatoriedade de participar as queimas e queimadas, executar como e até quando limpeza de terrenos, entre outros. 

Já vai estando intrinsecamente associado o ligar 112 em caso de acidente, doença súbita ou incêndio, mas há mais riscos.

Existem páginas electrónicas/plataformas, locais e entidades competentes para resolução e esclarecimento dessas dúvidas. Páginas como do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), entidades como o Serviço e Proteção da Natureza e Ambiente (SEPNA-GNR) são exemplos.

Há uma necessidade crescente de proximidade entre a população e a Proteção Civil e seus agentes. Têm sido dados passos nesse sentido com a emissão de avisos via SMS desde 2018 pela ANEPC. 

O Aviso à População contém informação relacionada com a emergência em causa, nomeadamente a descrição da situação, os efeitos expectáveis e as medidas preventivas destinadas a acautelar ou fazer face ao acontecimento em causa. Os Avisos à População podem ser emitidos para todo o território nacional ou apenas para uma parte do mesmo.

Por exemplo a nível local, as juntas de freguesia têm o dever de colaborar com o Serviço Municipal de Proteção Civil (SMPC) entre outras transferências de competências dos municípios para os órgãos de freguesia (DL 57/2019), a nível municipal é o município a entidade responsável sendo o presidente da câmara a autoridade municipal de protecção civil. 

Aproxima-se mais um verão, e Portugal lá terá que combater duas frentes, a Pandemia e os Incêndios Rurais.

Não se esqueça: até 15 de Março os proprietários, arrendatários, usufrutuários ou entidades que, a qualquer título, detenham terrenos confinantes a edifícios inseridos em espaços rurais, são obrigados a proceder à gestão de combustível.

Até 31 de maio de 2021, os municípios garantem a realização de todos os trabalhos de gestão de combustível, devendo substituir-se aos proprietários e outros produtores florestais em incumprimento, procedendo à gestão de combustível prevista na lei, mediante comunicação e, na falta de resposta em cinco dias, por aviso a afixar no local dos trabalhos.

Os proprietários e outros produtores florestais são obrigados a permitir o acesso aos seus terrenos e a ressarcir a câmara municipal das despesas efectuadas com a gestão de combustível. 

E segundo o OE 2021 as multas duplicaram.

Cuide-se, cuidando dos outros. Seja o primeiro agente de Proteção Civil.

OPINIÃO -
A Saúde para além da pandemia: uma responsabilidade individual

A pandemia Covid-19 dura há já um ano e é inevitável refletir sobre as mudanças que nos impôs e em que medida algumas delas vieram para ficar.

Está em curso a tão esperada vacinação, mas não abriu ainda o sinal verde que desejámos para voltar à “normalidade”. Com efeito, a vacinação devolve-nos alguma esperança, no entanto é um processo que pela sua natureza e complexidade acabará por se prolongar no tempo.

Já aqui neste espaço, em artigo prévio, tive oportunidade de apelar a que os meus leitores aderissem à vacinação para a Covid-19 com confiança. Hoje renovo esse apelo e reforço-o, apelando também à compreensão de que não podemos ser todos vacinados em simultâneo e é imperativo que observemos as orientações da Direção-Geral de Saúde relativamente aos grupos prioritários e ao momento em que cada um de nós, atenta a sua especificidade, será chamado para receber a vacina.

No último ano, as nossas vidas mudaram substancialmente. Estamos todos desertos por abraçar os nossos, conviver com os nossos, ir aos bares, cafés e restaurantes, assistir a concertos e peças de teatro, levar as crianças ao circo. Cortar o cabelo – algo tão rotineiro e que tomávamos por adquirido, é hoje uma necessidade urgente, pelo menos para quem continua a exercer a sua profissão em pleno e a lidar com colegas, clientes e fornecedores, vendo-se a braços com uma farta cabeleira que nos tira se não toda, alguma credibilidade. Brinco, de facto, mas não deixa de ser mais um fator, entre tantos, em que nos vemos limitados nas nossas ações e escolhas. E a nossa autoimagem não é uma questão de somenos. É sabido como o descuido com a mesma está muitas vezes associado a problemas do foro depressivo, seja enquanto sintoma, seja como fator precipitante.

Fala-se já da “fadiga da pandemia”, fenómeno que se considera ter levado à violência dos números da segunda vaga de infeções por Covid-19 que se registou no nosso país em janeiro deste ano e obrigou a um novo confinamento e ao regresso de muitas das restrições do primeiro estado de emergência decretado em março de 2020. A “fadiga da pandemia” refere-se a um sentimento de sobrecarga, por nos mantermos constantemente vigilantes, e de cansaço, por obedecermos a restrições e alterações na nossa vida. Trata-se do momento perigoso em que o medo (que dominou a nossa reação inicial ao vírus), é substituído pela indiferença (onde a nossa percepção de risco diminui, levando-nos a relaxar os cuidados que a situação ainda exige).

Muitas têm sido as vozes de protesto relativamente aos cuidados de saúde não-covid. Ouvimos dizer que outros doentes ficaram esquecidos, que há mais doença para além da Covid-19 e que o adiamento e cancelamento de consultas, cirurgias e outros atos médicos e de diagnóstico deixam muitos doentes não-covid à sua sorte. A questão é que qualquer pandemia, enquanto momento de crise e catástrofe, assume inevitável caráter prioritário. E os equipamentos e profissionais de saúde não se multiplicam, não ao ritmo que este desafio hercúleo exigiria.

É por isso essencial que cada um de nós faça o “trabalho de casa”. Não apenas no que à erradicação do contágio por Covid-19 respeita, observando sempre as orientações específicas a este respeito – distanciamento, etiqueta respiratória, higiene das mãos, uso de máscara – mas adotando comportamentos de saúde no geral. Alimentação saudável, atividade física, descanso, hidratação, abstinência face a consumos nocivos, são conselhos que desde sempre ouvimos por parte do nosso médico e enfermeiro de família, mas nem sempre observamos. A saúde está muito mais nas nossas mãos do que por vezes pensamos. Façamos, então, a nossa parte!

OPINIÃO -
Que as Termas de Caldelas não sejam um “bluff” eleitoral!

Recentemente, o Presidente da Câmara de Amares anunciou na comunicação social que ia comprar o património imobiliário das Termas de Caldelas, por 1,1 milhões de euros. Na verdade, este é mais um exemplo em que se comprova que o carro anda à frente dos bois, no que toca à gestão municipal dos últimos 8 anos.

Se bem se recorda, tomei sempre posições públicas – tal como o PS Amares – para que se salvasse as nossas Termas do estado agonizante em que se encontravam há muitos anos. E entretanto, por iniciativa dos legítimos proprietários, chegou à Câmara uma proposta no sentido desta adquirir o património e salvar a nossa estância termal e a atenção despertou nos responsáveis municipais. 

Diga-se em abono da verdade que inicialmente, numa atitude de sã convivência, o Presidente em privado perguntou à oposição – a mim inclusive – o que achávamos deste caminho. Desde o primeiro minuto estivemos de acordo nas preocupações que tal processo acarretaria, pois é uma decisão histórica e estruturante, com enormes responsabilidades que daí advém. O que eu estranho é que desde aí, nunca mais nos tenha sido informado do decorrer do processo, bem como os contornos com que o “negócio” iria ser realizado. Zero, até à famosa entrevista nos jornais!

Agora… lembro que o Presidente anunciou na imprensa uma aquisição que nem a Assembleia Municipal tinha discutido e aprovado, numa atitude presunçosa de quem se sente o “Dono Disto Tudo”!

Ninguém tem dúvidas que é urgente salvar as Termas de Caldelas e salvar aquela comunidade, que desde sempre viveu ancorada na atividade termal. Ninguém duvida da importância estratégica que a estância termal assume para o nosso concelho.

No entanto, não podemos pura e simplesmente avançar de cabeça numa decisão como esta, sem que o executivo explique convenientemente as condições desta aposta, que jamais poderá ser usada como trunfo eleitoral.

É deveras muito estranho todo o secretismo que de repente rodeou  todo o processo, que acabou por ser aprovado recentemente na Assembleia Municipal. A não ser que esconda mais uma decisão errática, sem trabalho detalhado, baseada na intuição política, como tantas vezes tem acontecido neste mandato. O problema é que nesta decisão, dificilmente se pode voltar atrás, como noutros tropeções que este executivo PSD/CDS já protagonizou.

O que o Presidente da Câmara pediu na Assembleia Municipal foi um “cheque em branco”, que nem todos aceitaram passar, pois há ainda muita informação que não é dada a conhecer, por exemplo:

  • Que intervenções e qual o valor necessário para recuperar todo aquele património, que todos sabemos está em adiantado estado de degradação? 
  • Quanto custará anualmente ter as termas a cargo do Município? Há algum número apurado deste encargo?
  • Terá sido realizado algum plano de viabilidade económica? Se sim, quando prevê esse plano, por exemplo, reabrir as termas? 
  • Que modelo de negócio vai ser implementado? 
  • A Câmara vai explorar diretamente as termas, ou já há algum “interessado” em usar a barriga de aluguer? 
  • E a fisioterapia, que não pode ser explorada pelo Município, como vai ser reativada?
  • Que vai acontecer aos atuais 26 trabalhadores da empresa das termas?
  • Irá o Tribunal de Contas aprovar um negócio desta envergadura sem mais explicações? Porque se anuncia precipitadamente esta compra e assina um contrato, se nem sabemos se esta entidade o vai aprovar?

São muitos enigmas e tanta sede de ir ao pote!

Para salvar as Termas de Caldelas não basta anunciar a compra dos edifícios, pois é necessário saber como recuperar o património e reabilitar todo conceito e atividade termal.

Duvido, por isso, que assinar já este contrato de aquisição seja um passo seguro.

Esta operação deve estar no plano de investimentos do Município, por tudo o que referi, mas merecia outro respeito e não servir de mero panfleto eleitoral.

OPINIÃO -
Autárquicas este ano com Big Brother?!

Mudámos de ano e já entrámos em 2021!

Todos desejamos que este seja um ano melhor que o último, pois 2020 foi um ano mau demais para todos nós. Toda a nossa realidade mudou devido à pandemia e não há, nos dias de hoje, um paralelo de algo semelhante que nos tenha acontecido, no pós-25 Abril.

A verdade é que o novo ano traz também eleições Autárquicas. Nunca se entrou numa fase de política local igual a esta, com tão calmo ambiente político e, diga-se, tão pouco entusiasmo para com os poderes instalados. 

Tudo normal, pois à preocupação reinante quanto à saúde de todos nós, alia-se um desencanto natural de um povo que em Amares se sente mal governado.

Amares não está como estava e a as suas mudanças são inequívocas: Estamos bem pior!

Nas nossas ruas os depósitos de lixo envergonham; nas nossas estradas abundam buracos, lombas e depressões; no nosso comércio e nas nossas empresas luta-se para honrar compromissos; nas nossas casas a água chega aos soluços; nas nossas famílias desespera-se por empregos seguros; no nosso património continuamos a chorar as perdas; no nosso associativismo temos mais reféns do Município que nunca… e poderia continuar a citar a lista da desgraçada governação municipal.

A realidade é dura: Há pessoas a desesperar em Amares, sem que a Rede Social lhes dê respostas. Há famílias que passam fome! Há casas onde entram pingos da chuva sem serem “convidados”!

Entretanto, tivemos a felicidade de um grupo de Amarenses  terem conseguido criar um movimento civil que foi brilhante na solidariedade e convocou o que Amares tem de melhor: a sua gente! 

Foram heróis, que minimizaram a preguiça daqueles que têm obrigação de gerir os milhões da coisa pública com mais competência e responsabilidade.

E agora as Autárquicas!
É verdade que em Amares a “montanha pariu um rato”!

Aqueles que outrora anunciavam que iam combater os “barões”, hoje provam que afinal não passaram de personagens “quixotescas”, nos primeiros ensaios populistas na nossa terra.

Sim… algum desse populismo que está estudado e que a democracia precisa urgentemente de combater. Esse populismo que mente, destrói, engana e constrói realidades paralelas. Um populismo que, ao contrário do que se diga, não está “próximo das pessoas”, mas faz de conta que quer cuidar delas.

Uma das armas do populista é o convocar das hostes com muita festa, folclore e “comezainas”. A receita da política romana “Pão e Circo” continua a ter seguidores nos novos tempos, com o mesmo fim: que o povo distraia a mente e se esqueça da política e de quem tem a obrigação de o governar.

Mas os tempos pandémicos não permitem festas e arraiais, desses que sorveram no passado centenas de milhares de euros aos cofres da autarquia.

O mundo não pára, os tempos são outros e as pessoas precisam de mais governo e menos manobras de diversão. Assim, o modelo populista precisou adaptar-se a uma espécie de Big Brother político. Mas agora, um cartaz à beira da estrada afigura-se muito pouco para convencer quem sente que merece mais… muito mais.

Honra seja feita àqueles que lutam de verdade! E é verdade que esta terra também tem autarcas dos bons! Muito bons!

Quanto aos outros… Lincoln, que foi Presidente dos EUA, disse um dia: “Podes enganar o povo por algum tempo, mas não enganarás todos para sempre.”

OPINIÃO -
Somos meio milhão de fascistas?

Nos últimos seis anos, a legislatura governativa anda ao sabor da esquerda e do PS, bastante refletido em episódios peculiares, controversos e omissos à verdade. Independentemente da crise sanitária, o PS utilizou uma velha estratégia para afastar os seus parceiros habituais e enfraquecer ainda mais as ideologias políticas de direita acetáveis, aproveitando e suscitando o “fascismo”. 

Nas legislativas de 2019, o PS venceu sem recorrer a um acordo à esquerda. Com o aparecimento de novos partidos, a direita ficou mais fragilizada e inicia-se a velha estratégia por parte dos socialistas, dar ênfase à extrema-direita. Coloca os parceiros no ataque cerrado ao inimigo, com intenção de inverter o eleitorado mais comum ao centro-direita. A mesma estratégia, que não é novidade, foi utilizada por Mitterrand em 1988 na França, que tudo fez ao seu alcance para ajudar a crescer a “Frente Nacional” de Jean-Marie Le Pen, para assim retirar votos à direita mais moderada de Chirac e ganhar as eleições. António Costa imita de forma grosseira a estratégia de Mitterrand, para alcançar a aprovação do próximo orçamento e garantir a legislatura até ao final. Embora o nosso Presidente deseja que a legislatura chegue até ao fim, com o apoio da esquerda, e, como se costuma dizer, vamos ver o que acontece neste mandato do Presidente da República.

O Chega procura ir ao encontro do mau agouro das pessoas, da frustração, indignação e irritação que se acumularam, é um partido da ira com modelo oportunista. André Ventura é um predador de irritações, onde avista um indignado ou revoltado, lá está ele: exaltando, gesticulando, ameaçando e gritando, sempre em altos decibéis e emoções, onde o circo assim exige.

 A propaganda do Chega consolidou-se em diversos impulsos. A escolha de temas fraturantes como o desrespeito pelas forças policiais, a etnia cigana, as questões constitucionais e a corrupção, fez com que Ventura proclama-se a sua indignação num discurso pouco político, onde os órgãos de comunicação manipulados pelo governo deram a estes discursos uma enorme cobertura. Os dirigentes do partido socialista, o primeiro ministro acusa Ventura de cobardia, o presidente da Assembleia da República censura-o pelo uso excessivo da palavra vergonha e a líder parlamentar fica enraivecida pelo fato do mesmo desrespeitar a constituição, dedicando tempo de antena e de debate político de um modo descomunal. O PS dedicou mais tempo a Ventura do que ao próprio PSD, na esperança de ver o CH crescer, roubando votos ao PSD e ao CDS, o que conseguiu. Os jornais enchem-se de artigos de opinião de condenação e até de censura a Ventura, alguns encomendados, outros autênticos. As redes sociais exageraram nas reações, Ventura ganhou destaque, tempo de antena e meio milhão de votos nas presidenciais.

Após a saída de Pedro Passos Coelho, a direita parlamentar portuguesa perdeu o rumo, por duas razões: uma, porque os partidos que ocupam o espaço deixaram de representar preocupações e aspirações do seu eleitorado, nomeadamente a classe baixa e média correspondente a de 57% da população, cavando nele frustração, acrescido às enormes dificuldades económicas e sérios problemas sociais, outra, porque as correntes de opinião que se exprimem dentro dos partidos querem autonomia e voz própria. 

Será necessário a construção de uma alternativa democrática com competência para garantir a confiança do eleitorado e reerguer o país. 

O fascismo convém à extrema-esquerda. Só os cidadãos informados tomam decisões acertadas.

“Deitar vinho novo em odre velho não inverterá o declínio.”

OPINIÃO -
O propósito das marcas…

Segundo American Marketing Association a marca pode ser definida como sendo “um nome, termo, sinal, símbolo, desenho ou a combinação destes elementos com a intenção de identificar os bens ou serviços de um vendedor ou grupo de vendedores e de os distinguir dos da concorrência…”

A essência das marcas tem por propósito sistematizar e comunicar um conjunto de aspetos e conceitos capazes de as identificar, caracterizar, memorizar, lembrar, inspirando confiança em todos os stakeholders e permanecendo ativos e relevantes no tempo. Neste sentido as marcas são um conceito multidimensional conjugando valores práticos e funcionais e emocionais como: instrumento de proteção legal, identidade visual, redução de risco, sistema valor, evolução constante, reconhecimento, identificação, diferenciação, memorização, relacionamento, organização, personalidade, imagem e reputação na mente do consumidor.

O propósito das marcas consiste em ter uma razão de existir como organização, acrescentado valor aos clientes, proporcionar experiências marcantes no serviço ao cliente, melhorar a sua qualidade de vida ao nível funcional, emocional e espiritual, procurando simultaneamente, contribuir para um mundo melhor.

A experiência do cliente (toda a jornada, contacto físico ou digital) constitui o fator de fidelização crucial para o sucesso das organizações. Dessa experiência fazem parte, toda a comunicação e publicidade procurando atrair, despertar o interesse, desejando comprar o produto ou serviço, bem como, a experimentação, uso, utilização ou consumo do produto e serviços, ambiente no local de venda e fundamentalmente o pós-venda.

Para uma boa gestão da marca é fundamental o cumprimento constante das suas promessas, procurando corresponder, de forma personalizada, atual e em sintonizada com os desejos dos consumidores descobrindo o que ele valoriza, fornecendo conteúdo partilhável procurando criar laços emocionais e envolvimento com os clientes. Neste sentido, podemos referir um estudo da Global Marketing Trends 2021 da Deloitte refere que “58% dos inquiridos consegue citar uma marca que respondeu positivamente ao período que vivemos, enquanto mais de 25% abandonou o consumo de produtos e/ou serviços quando uma marca agiu exclusivamente em interesse próprio. 

As sete tendências relevantes para 2021, segundo o mesmo estudo são: o propósito, agilidade, experiência humana, a confiança, participação, fusão e talento. Estas tendências pretendem consolidar confiança e humanização em tempos difíceis e atípicos, respondendo de forma global e autêntica às necessidades dos clientes.

As marcas existem para serem significativas, apelativas, relevantes, impactantes (fisicamente e visualmente) transportando e comunicando traços distintivos nos seus produtos e serviços atualizáveis e desejados para um número crescente de apreciadores e “amantes da marca” procurando serem lembradas, reconhecidas e memoráveis, pois se os produtos são facilmente ultrapassados através dos tempos, as marcas têm por propósito dar vida aos produtos, procurando a eternidade.

OPINIÃO -
Sabia que já vigoram as alterações dos dísticos visíveis nas viaturas?

No meu contacto diário com amigo, familiares e cidadãos, verifico que ainda persiste uma ou outra dúvida sobre as novas alterações legislativas que regulam o uso ou não dos dísticos no para brisas frontal das viaturas. Com efeito, cumpre-me este mês trazer a todos os leitores do Amarense, uma clarificação desta temática.

O Dístico do Seguro automóvel deixa de ser verde e passa a ser o único de afixação obrigatória no vidro do carro.

portaria publicada em Diário da República também elimina os dísticos comprovativos de inspeções periódicas obrigatórias. O condutor tem que ter consigo a ficha de inspeção do veículo que serve de comprovativo.

Quase há 20 anos, desde 1995, que a vinheta relativa ao seguro obrigatório de responsabilidade civil automóvel, emitida pelas seguradoras e entregue ao tomador do seguro juntamente com o certificado internacional de seguro (carta verde), devia ser de cor verde e segundo um certo modelo.

O modelo mantém-se, mas o dístico, que tem a forma de vinheta, deixa de ter requisito de cor, na sequência de o Serviço Nacional de Seguros Português (o gabinete português de Carta Verde) ter autorizado, a partir de 1 de julho passado, as empresas de seguros a emitir o certificado internacional de seguro de responsabilidade civil automóvel em papel branco, o que motivou a publicação em portaria que elimina o requisito da cor.

No mesmo diploma, o executivo explica que, pela primeira vez, não vai regulamentar as características relativas aos dísticos comprovativos da certificação da realização das inspeções periódicas obrigatórias, dado que a regra legal que estabelecia a sua obrigatoriedade foi revogada, em 2012, com as alterações ao regime de inspeções técnicas de veículos, passando a ser a ficha de inspeção do veículo que serve de comprovativo.

O Governo, na portaria, explica que a razão da alteração da cor do papel no qual é impresso o Certificado Internacional de Seguro Automóvel é a simplificação de processos, podendo agora o documento ser enviado por correio eletrónico (e-mail) a preto e branco, e ser impresso pelo tomador do seguro, permitindo ainda contornar situações de extravio da carta verde nos correios ou de atraso na sua entrega.

Na minha humilde opinião estamos perante uma boa medida, uma medida de progresso que vem indubitavelmente simplificar o processo de obtenção do certificado de seguro. Por sua vez, deixo nota que agora não existe obrigatoriedade de afixar o selo de inspeção no para-brisas da sua viatura, apenas a Ficha de Inspeção Periódica, no ato de fiscalização servirá de comprovativo.

Votos de saúde a todos e protejam-se, protegendo os outros!