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OPINIÃO -
Dia Mundial da Saúde em Tempo de Pandemia

No passado dia 7 de abril, assinalou-se o Dia Mundial da Saúde. Uma data que se assinala globalmente desde 1950, por iniciativa da OMS, com o intuito de despertar a reflexão para temas relevantes de e para a saúde, e também assim aumentar os níveis de literária em saúde das populações, bem como promover hábitos de vida saudáveis. 

Em Portugal, todos os anos, o Conselho Nacional de Saúde sugere um tema de reflexão e o Dia Mundial da Saúde é assinalado um pouco por todo o país com inúmeras iniciativas públicas, como exposições, debates, palestras, congressos e programas televisivos. 

Para o Dia Mundial da Saúde 2020, decorria já a iniciativa “Uma Agenda da Juventude para a Saúde na próxima década”, em parceria com o Conselho Nacional da Juventude, a Direcção Geral de Educação e outras entidades e parceiros, com o objetivo de promover o envolvimento das crianças e jovens na reflexão sobre a sua saúde e bem-estar físico e mental. Uma aposta a meu ver certeira, porque o que entendemos hoje por saúde é muito mais do que apenas combater doenças, é um conjunto de hábitos e atitudes a implementar desde a mais tenra idade, numa lógica de prevenção da doença e, perdoem-me a redundância, promoção da saúde. 

Sucede que o Dia Mundial da Saúde em 2020 acabou irremediavelmente marcado pela pandemia COVID-19. De forma irónica, mas não menos pertinente, não assinalámos a data com congressos, debates ou programas televisivos ao vivo. Fomos antes convidados a ficar em nossas casas, protegendo-nos e aos que nos rodeiam da ameaça deste vírus. Mas talvez de forma mais consciente e consistente do que nunca, neste Dia Mundial da Saúde, pensámos em saúde e adotámos as posturas que tantas vezes nos recomendavam as entidades de saúde e, por força da correria do dia-a-dia, das prioridades do trabalho, acabávamos por negligenciar. 

No combate à Pandemia, os portugueses têm sido, na generalidade, exemplares no cumprimento do que lhes foi sendo pedido pelas entidades competentes, almejando- se o tão desejado “achatamento da curva”, ou seja, uma atenuação do número de casos de pessoas infetadas no mesmo momento, salvaguardando assim a capacidade de resposta do Sistema Nacional de Saúde. Um sinal de esperança, sem dúvida, mas de longe uma garantia de que o problema está sanado. Pelo contrário, parece-me bastante oportuna a expressão popular de que “a procissão [neste caso a pandemia e os seus efeitos] ainda vai no adro”. Por isso, num momento em que já se fala de desconfinamento, não posso deixar de apelar à serenidade e consciência de todos: 

– mantenha redobrados cuidados de higienização;
– guarde a necessária distância física dos outros;
– utilize sempre máscara e promova o seu uso por quem o rodeia;
mantenha o confinamento, ou seja, “fique em casa”, saindo apenas para o estritamente necessário;
– evite espaços fechados e aglomerados de pessoas, que, aliás, ainda não estão permitidos;
– antes de se deslocar ao centro de saúde, contacte o seu médico ou enfermeiro de família por telefone ou correio electrónico.

Em caso de sintomas (como febre, tosse ou dificuldade respiratória), contacte imediatamente o seu centro de saúde ou a Linha Saúde 24, evitando sair de casa ou deslocar-se ao centro de saúde ou hospital, sem que para tal tenha uma orientação clara dos serviços.
Envie as suas dúvidas e [email protected]. 

OPINIÃO -
A todos aqueles que estão em casa 

Opinião de Bruna Silva

 

Não há dúvidas de que a pandemia tem trazido alterações significativas a todas as pessoas. Falo para os pais que se dividem entre teletrabalho e crianças em aulas virtuais; para os avós, a quem lhes é negada a visita dos netos e filhos; aos atletas, que alteraram a sua rotina para um treino em casa. Há fases difíceis e esta é, com certeza, uma delas, e pode conduzir a desmotivação, isolamento e exclusão social. Aguardamos, (im)pacientemente, o instante em que nos liberam as saídas, mas é importante não esquecermos que o que vivenciamos agora poderá ter consequências para a nossa vida futura. Considero que temos vindo a percorrer um caminho que, embora lento, nos impulsiona para a perceção da saúde mental. Mas há sempre mais a fazer. E é sobre algumas dessas ações, e para os jovens e os seus pais, que dirijo as próximas palavras. 

Às vezes parece-nos que qualquer pessoa no mundo está a tirar melhor proveito deste momento do que nós próprios: está a aprender receitas novas, o trabalho está a ter mais rendimento, já leu um número incontável de livros, etc. Bem, é importante não nos esquecermos que os momentos de bloqueio, de nostalgia, de zanga, não são os que são transmitidos nas redes sociais. A utilização destas plataformas está, precisamente, associada a sentimentos de solidão e redução de bem-estar. Não estou a dizer para nos abstermos destas redes, apenas para reduzirmos o tempo de ecrã e darmos preferência a formas ativas de comunicação à distância. De preferência, partilha a tua experiência com amigos, com certeza encontrarás compreensão. Às vezes, também pode acontecer dares por ti a sentires-te só: tenta perceber se isso não se deverá ao facto de que estamos, realmente, em isolamento, ou se é uma sensação que já existia antes. Pode ajudar começares um diário, escreveres coisas positivas tuas, das pessoas que te rodeiam e do mundo, iniciares uma lista de desejos ou do que gostavas de empreender na próxima semana. Isto irá ajudar-te a organizares melhor o teu tempo, a reduzir o tal tempo de ecrã e, cereja no topo do bolo, a monitorizares o teu estado emocional, que é tão importante! Por outro lado, tenta diversificar as tuas atividades ao longo do dia. Um dia passado em frente à televisão é prejudicial na medida em que todos os dias se assemelham idênticos e intermináveis. Atividades de lazer são imprescindíveis e, na realidade, têm até um impacto positivo no teu desenvolvimento, por isso, quanto mais e diferentes, melhor! É natural que te pareça que a criatividade te foge (a ansiedade é fator preponderante), mas tenta dizer a ti mesmo que não há problema e concentra-te naquilo que está ao teu alcance. Há dias melhores e piores. Lembra-te de todas aquelas vezes que parecia não haver nada a fazer e, ainda assim, conseguiste pensar numa solução. 

OPINIÃO -
A importância dos testes à Covid-19 

Artigo de Alice Magalhães

 

Quem deve fazer o teste da CO- VID-19?

As pessoas com suspeita de COVID-19 devem ser submetidos a teste laboratorial, segundo a orientação da Direção-Geral da Saúde. A decisão da realização do teste só é válida após a avaliação clínica dos profissionais de saúde que estão habilitados para a fazer. 

Por que é importante fazer o teste?

O teste permite que as pessoas possam ter a confirmação se estão, ou não, infetadas. Isto pode ajudá-las a receber os cuidados que necessitam, mas também a tomar as medidas para não infetarem outras pessoas, ou seja colocarem-se em isolamento. 

Os testes são seguros e fiáveis? 

Sim. Os testes utilizados em Portugal são os recomendados pelas autoridades de saúde internacionais, quer pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC), quer pela Organização Mundial de Saúde (OMS). 

Que tipo de testes existem? 

No mercado existem essencialmente dois tipos de testes:
– Teste rápido (PCR): teste diagnóstico que usa material biológico das secreções nasais da orafaringe profunda; 

– Teste serológico (anticorpos), para avaliar a resposta imunitária, mediante uma colheita de sangue, após a fase de contágio em comunidade e com a diminuição da curva do surto. 

Teste diagnóstico de COVID-19, realizado através de colheita de amostras do nariz e garganta (trato respiratório superior). 

É recolhida uma amostra de produto (exsudado) nasal (nasofaringe) ou da parte posterior da garganta (orofaringe), ou ambas, usando uma “espécie de cotonete” (zaragatoa). 

O teste permite que as pessoas possam ter a confirmação se estão, ou não, infetadas. Isto pode ajudá-las a receber os cuidados que necessitam, mas também a tomar as medidas para não infetarem outras pessoas, tomando medidas de isolamento. 

O teste diagnóstico de COVID-19 pode ser realizado nos seguintes locais:

– laboratório de referência nacional – Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA)

– laboratórios hospitalares capacitados para o efeito

– rede de laboratórios privados creditados e outros postos de colheita (como o Drive Thru) 

Testes Serológicos são feitos no sangue e não identificam o vírus em si, mas a resposta imunitária que o nosso sistema imunitário instalou contra o vírus. Ou seja, as pessoas que já foram infetadas e foram consideradas curadas vão ficar com a memória do vírus dentro de si porque o sistema imunitário criou anticorpos para lutar contra a infeção e memorizou essa “batalha”. Manuel Santos Rosa, imunologista e professor catedrático da Faculdade de Medicina de Coimbra salienta que “Estes testes só examinam dois tipos de anticorpos. Só é possível saber se a pessoa teve contacto com o vírus e se foi há muito ou pouco tempo, não é mais do que isto.” Lembra ainda que “não se pode dizer que a pessoa ficou imunizada” ou não, porque ainda não se sabe a quantidade de anticorpos necessários para isso. Assim como também ainda se desconhece se uma pessoa fica imune e porque quanto tempo e se a carga viral que tem “pode ou não infetar outra pessoa”. Daí, não ser oportuna a realização deste tipo de testes, no atual momento. 

Para mais informações consulte https://www.sns24.gov.pt/guia/ teste-covid-19/ 

OPINIÃO -
A relevância da imaginação em tempos difíceis 

Podemos definir imaginação como a capacidade de pensar de outro modo, noutra perspetiva, de outra forma, projetar conceitos e “construtos” mentais capazes de refletir a diferença e operacionalizar essa diferença na prática. Segundo Albert Einstein “A imaginação é mais importante que o conhecimento. O conhecimento é limitado. A imaginação circunda o mundo.” Assim, podemos facilmente compreender que o conhecimento, sendo a capacidade de resolver problemas através da transformação da informação conhecida e compreendida em habilidade de fazer coisas, já a imaginação é a co- criação de perspetivas, de ideias e de projeções que nunca foram testadas previamente e neste sentido é pensar “fora da caixa” ou melhor ainda “pensar como se nem caixa exista” e portanto, totalmente “liberto” daquilo que se tem pensado e refletido. 

Numa perspetiva diferente e segundo Dale Carnegie afirma “A melhor maneira de nos prepararmos para o futuro é concentrar toda a imaginação e entusiasmo na execução perfeita do trabalho de hoje”. Neste sentido, o futuro faz-se da projeção da imaginação e entusiasmo em tudo o que fazemos no momento presente, ou dito de outro modo, pondo toda a nossa energia e a nossa alma, em tudo o que fazemos. 

Vivendo nós, numa altura difícil em termos pessoais, em que a exigência, a capacitação, a aprendizagem, a resiliência, a adaptação à mudança ao nível do comportamento correcto do ser humano, na preservação dos valores humanos, ética e respeito pela natureza e simultâneamente, em termos organizacionais, em que é fundamental uma preparação para uma constante transformação digital, onde novas organizações do trabalho surgirão, novas profissões, nova gestão do tempo, num mundo em constante mutação. Assim, algumas das considerações para descobrirmos novas soluções e resolvermos problemas, cada vez mais complexos, temos muitas vezes que sair “fora do problema” de forma imaginária e com uma “mente aberta” olhar o problema de uma perspectiva diferente, sendo que para isso é fundamental fazer um “brainstorm” cerebral comigo mesmo ou alternativamente, juntando um grupo de pessoas, provocando o contraditório, procurando, descobrir novas “pistas” ideias, e aspectos diferentes que possam mudar o rumo das coisas. 

Neste prisma, temos que relativizar o problema, procurando observá-lo de fora, “refrescar o pensamento” retomar as ideias mais tarde, deixar “assentar a poeira” dar tempo ao tempo, observar as potenciais soluções, resistir, ponderar, re-projetar, ganhar consistência e liderar o nosso propósito, sem nunca desistir de seguir em frente, cada vez mais fortes e mais conscientes do que queremos e valorizar para nós e para a sociedade em que vivemos. 

OPINIÃO -
Sabia que o fim do estado de Emergência continua a impor restrições? 

A 18 de março do corrente ano, a Resolução do Conselho de Ministros n.o 33-C/2020 decretou o estado de emergência em Portugal, através do Decreto do Presidente da República n.o 14-A, o qual reconheceu a imprescibilidade de adoção de medidas para assegurar o tratamento da COVID-19. Desde ai até ao momento, tenho estado na linha da frente, na qualidade de órgão de polícia criminal. Uns com mais bom senso, outros com menos bom senso, é possivel nesta fase, fazer um balanço relativamente positivo no que diz respeito ao estreito cumprimento dos normativos impostos pelo diploma legal supra referido. Mas, sabia que não é porque o estado de emergência foi levantado, que voltaremos a um estado igual ao viviamos antes do 18 de março? Pois enganem-se aqueles que começam já a sair às ruas como se tudo estivesse bem, pois a Resolução do Conselho de Ministros n.o 33-A/2020 datada de 30 de abril, decretou situação de calamidade em todo o território nacional até às 23:59 h do dia 17 de maio de 2020, sem prejuízo de prorrogação ou modificação na medida em que a evolução da situação epidemiológica o justificar. Fixação de regras de proteção da saúde individual e coletiva dos cidadãos as quais estendem-se por este diploma o qual recomendo ao leitor do “Oamarense” que o consulte e possa ler na integra. Fica claro que a recomendação do dever cívico de recolhimento domiciliário mantém-se. Por seu turno o confinamento obrigatório, em estabelecimento de saúde, no respetivo domicílio ou noutro local definido pelas autoridades de saúde, também se mantém, o mesmo para doentes com COVID-19 bem como para os infetados com SARS-Cov2. Quanto aos cidadãos relativamente a quem a autoridade de saúde ou outros profissionais de saúde tenham determinado a vigilância ativa, o confinamento obrigatório é também uma imposição. 

Caros leitores do “OAmarense”, faço votos para que esta informação, se possa revelar produtiva e consequente, servindo também como um reforço de esclarecimento sobre os comportamentos que irá adotar, bem como aqueles que o rodeiam nos próximos tempos. Muito honestamente, a mim parece-me que se está a criar uma onda positiva de que já está tudo bem e a partir de dia 04 de maio tudo pode voltar ao normal. Desenganem-se os que assim pensam, sejam prudentes e cautelosos, sejamos todos agentes de saúde pública, pois para quem aguentou cerca de 48 dias em confinamento, também agora superará certamente uns tantos dias. Não posso gozar férias, não posso gozar folgas compensatórias, e confesso que não me importo pois por todos nós valerá a pena. Por isso faço o apelo, façam valer a pena a entrega e desgaste de todos aqueles profissionais que nos últimos 48 dias têm estado na linha da frente, dando de si o possivel e imposssivel. Continuemos por casa, afinal de contas o estado de emergência só terminou na palavra, a vida real continuará a impor-nos restrições. Fiquem em Casa! 

OPINIÃO -
Freguesias, autarcas e as lições do COVID!

Sou daqueles que pensam que, com mais ou menos dificuldade, lá para o final de 2021 o mundo vai olhar para este COVID-19 como um pesadelo que vencemos com galhardia. Fica claro que estamos longe de ter o problema resolvido, mas é verdade que o país e os governantes têm sabido levar esta crise com perseverança, lucidez, pragmatismo e um humanismo que se assinala, numa sociedade que tende a ter os desempenhos económicos sempre no horizonte. 

Contudo, em plena crise, há cinco lições que já podemos retirar desta tempestade.

Primeira lição: Os Presidentes de Junta e os autarcas locais têm sido dos mais importantes aliados para uma atuação eficaz no terreno, pois são eles que garantem que ninguém fica para trás, nesta avalanche de trabalho que caiu nas mãos das autoridades públicas. São o cimento de toda a estratégia desencadeada no terreno. Também por isso, venha de lá rapidamente a reversão da agregação de freguesias fabricada pelo Ministro Relvas, porque essa só prejudicou o povo. 

Segunda lição: Em Portugal e em Amares, os autarcas têm que priorizar definitivamente as políticas públicas, orientadas para o bem estar social, para a proteção dos desfavorecidos, para o apetrechamento de respostas públicas. Fica demonstrado que Câmaras que só lançam eventos e festas não beneficiam o planeamento dos territórios e isso fragiliza, principalmente cidadãos desprotegidos, cada vez mais à mercê destas crises- surpresa. 

Terceira lição: No advento da globalização, para Amares, para o país, para a Europa, para o mundo ocidental tal como o conhecemos, fica claro que já não é só o turista que chega cá. A Ásia é já ali ao lado. A fome lancinante que se vive na África, é já aqui abaixo. Os fenómenos de insegurança social mais vividos nas “América’s”, são ali do outro lado. Ou seja, é tudo aqui perto. Não é de ninguém. É de todos! 

Quarta lição: Percebemos da pior forma que Bolsonaro’s e Trump’s – e também Ventura’s – não servem para governar. Estes populistas não passam de espertalhões que exploram o descontentamento social, em contextos favoráveis, mas quando a “terra treme” não passam de imbecis que se acobardam para não caírem da cadeira.

Quinta lição: Hoje, o mundo está muito mais consciente que as ameaças são invisíveis a olho nu. Já não são só os drones milionários, ou a energia nuclear, que tanto nos atormentam. Não é o domínio pela força do dinheiro, os lobby’s de instituições mais ou menos secretas, que mais ordenam no destino dos mundos. Hoje, num tempo em que os direitos humanos e as democracias são ameaçadas, basta um “bicho”, um ser biológico ínfimo, que não escolhe status, raça ou cor, para destruir qualquer estratégia e qualquer organização do mundo. 

E o futuro?
No advento da atual globalização, uma civilização inteira fica à mercê de um qualquer coronavírus, ainda mais letal, mais contagiante, mais avassalador que possa surgir nas próximas décadas.
O mundo tem que refletir. Temos que preparar-nos para uma nova forma de viver.
Os autarcas eleitos (onde me incluo), na pequena escala da nossa terra, têm responsabilidades acrescidas.
Depois da tempestade, vamos avaliar danos. Os eleitos pelo povo, nomeadamente nos Municípios, estão obrigados a olhar mais para o seu povo em vez de fazer de conta. À falta de festivais, ocupe-se o tempo a planear uma terra de gente que vai sobreviver, mas que precisa de autarcas que sejam capazes de reinventar a sua forma de atuação. A bem de todos.

Menos comunicação e mais ação!
Desejo a todos saúde.
Não se intimide perante o que lhe surgir no futuro.
Proteja-se, exija e atue! 

OPINIÃO - -
O que fazer para combater a ansiedade em tempos de isolamento

Opinião de Bruna Silva

 

Vivemos tempos inéditos. As notícias entram-nos pelas nossas casas com novidades difíceis de assimilar. Ouvimos e lemos tantas informações e, ainda assim, sentimo-nos perante o desconhecido. É natural que estas sensações que experimentamos possam acarretar consequências no que diz respeito a ansiedade e stress. O que foge ao nosso controlo tem efeitos adversos na nossa mente. É de extrema relevância avaliarmos o que está à nossa volta passível de controlo, para que possamos aí concentrar a nossa energia. A Ordem dos Psicólogos Portugueses tem lançado uma série de documentos imprescindíveis, disponíveis para consulta no seu site.

O que podemos fazer para diminuir estes efeitos adversos?

Sem dúvida que é importante mantermo-nos atualizados. Mas é fácil deixarmo-nos envolver por informações que nos podem conduzir a erros de compreensão. Tente cingir-se a fontes oficiais de informação. No entanto, é importante controlar o tempo investido a esta tarefa, pois o excesso pode aumentar os seus níveis de ansiedade.

Ainda que mais limitado, tente manter o contacto social, principalmente com pessoas em quem confiamos. Faça-se valer do telefone, redes sociais, mensagens, videochamadas.

Consegue contabilizar as vezes em que pensou “quem me dera poder ficar em casa hoje”? Aproveite este momento para fazer coisas para as quais normalmente não tem tempo. Cabe-lhe a si ser criativo! Tente manter-se ocupado com atividades que lhe deem prazer.

Por outro lado, não se esqueça que estes dias terão fim próximo. Mantenha-se positivo! Por isso, e também para auxiliar este pensamento, tente manter a sua rotina diária. Isto inclui as horas de sono e de refeição, tal como o vestir-se, ainda que com roupas mais confortáveis.

Pratique exercício físico. Estar em casa é, por si só, uma forma de estar mais sedentária, por isso tente contornar esta condição. Existem inúmeras formas de exercício que podemos realizar em casa. Por exemplo, o UrbanAcademy tem publicado na sua página de Facebook todos os dias aulas virtuais, desafios e receitas saudáveis, que se encontram disponíveis para toda a população. Poderá parecer-lhe difícil iniciar esta prática, mas a sensação de controlo que experienciará de seguida será valioso. “Corpo são, mente sã”!

Alimentação equilibrada. Está comprovado que este é dos fatores mais relevantes para manter a sua saúde física e mental. Se sentir dificuldade em resistir àquelas tentações proibidas, existem algumas coisas que o poderão ajudar. Aproveite também este tempo para aprender dicas neste sentido.

Todos estes fatores o ajudarão a confiar nas suas capacidades e a manter-se positivo. E se precisar de ajuda, peça-a. O importante é concentrar-se nas suas necessidades!

OPINIÃO - -
Superação em tempos difíceis…

Podemos encarar a vida humana como uma corrida de obstáculos e de longo curso, começando na luta por um lugar ao sol, iniciando a nosso percurso, no interior da barriga da nossa mãe, numa luta pela conquista para a fecundação, ultrapassando variadíssimos obstáculos, sem desanimar nem perder o entusiasmo.

Após a fecundação, e após nove meses, nasceu um novo ser, que nascendo pequeno, frágil, vai crescer, aprender, lutar, persistir, numa luta constante para continuar a conquistar o seu lugar na sociedade, cooperando num sistema capaz de fazer a diferença e acrescentar valor à sua vida e à vida em sociedade.

Assim, a vida é feita de aprendizagem, na medida em que estamos sempre a começar quase do zero, quando iniciamos um novo curso, um novo emprego, uma nova posição de trabalho, uma nova função, uma nova realidade ou novas circunstâncias, tal como nas palavras de Abraham Lincoln “O êxito da vida não se mede pelo caminho que você conquistou, mas sim pelas dificuldades que superou no caminho.” Já Fernando Savater afirmou que “Cada escolha livre determina decisivamente a orientação das nossas escolhas futuras e isso não é argumento contra a liberdade mas sim motivo para tomá-la a sério e ser responsável.”

Vivendo nós, numa fase difícil para toda a humanidade, nova e nunca vista anteriormente, colocando à prova a nossa capacidade de nos proteger, de nos reinventar, de refletirmos sobre o modo de viver em sociedade e tal como afirmou Fernando Pessoa “Pedras no meu caminho? Guardo-as todas, um dia vou construir um castelo.”

Estamos num tempo de reflexão, de auto-conhecimento, de aprendizagem individual e de crescimento humano, precisamos de encontrar novas formas lidar com os novos desafios ao nível da saúde individual e coletiva, ao nível das novas formas de trabalho, na reorganização da conciliação da atividade laboral, vida pessoal e vida em coletividade, na procura constante do bem estar pessoal e social, na procura da equidade entre a vida em sociedade e o equilíbrio ambiental. Precisamos de compreender o pensamento de Lao-Tsé “Quem conhece os outros é sábio; / Quem conhece a si mesmo é iluminado.”

Neste sentido, a iluminação consiste em conhecer-se a si mesmo, pois somos um mundo em nós mesmos, na medida em que “somos o resultado do nosso pensamento”, e nos nossos pensamentos transportamos todo o nosso ser, toda a nossa existência. E tendo em consideração os obstáculos, as dificuldades, os desafios que encontramos e à medida em que crescemos, aprendemos e evoluímos, precisamos de “reprogramar a nossa mente” repensar aquilo que fazemos plantando um novo, pensamento, adquirir um novo hábito, obter um carácter relevante, para poder encontrar um novo destino, ou como afirmou Sócrates“Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses.”

OPINIÃO - -
Que medidas adotar durante o isolamento Social Profilático

Artigo de Marina Mesquita

Em Dezembro de 2019 foi identificado um novo vírus da família coronavírus (SARS-CoV-2) em Wuhan, cuja infeção ainda não tinha sido identificada em seres humanos até então. Assim, a infeção pelo vírus SARS-CoV-2, apelidada posteriormente pela Organização Mundial de Saúde de COVID-19 tornou-se um desafio diário para a comunidade científica.

Ainda não foi possível determinar, com certeza, a origem do vírus nem a sua capacidade total de transmissão mas, para já, sabe-se que o SARS-CoV-2é transmitido pessoa a pessoa, através do contato próximo com indivíduos infetados, superfícies ou objetos contaminados. A transmissão através da via respiratória parece ser a mais usual, quando o vírus é expelido através de gotículas que se libertam quando uma pessoa infetada tosse ou espirra e estas gotículas contactam com o nariz, boca ou olhos de quem está na proximidade.

Estima-se que o período de incubação da doença (isto é, o espaço de tempo entre uma pessoa ser infetada e começar a ter sintomas) seja entre 2 a 14 dias, pelo que é possível que uma pessoa infetada não manifeste ainda tosse, febre ou dificuldade respiratória mas esteja a transmitir o vírus aos que a rodeiam. Assim, a PREVENÇÃO é a melhor atitude para quebrar a cadeia de transmissão do vírus e proteger a saúde de toda a população, desde familiares, amigos, colegas de trabalho aos desconhecidos com quem nos cruzamos no dia-a-dia. Para que a prevenção seja eficaz, nunca se esqueça das medidas divulgadas pela Direção Geral da Saúde: evite o contacto físico com pessoas (ex: cumprimentar, apertos de mão); quando tossir ou espirrar tape a boca e o nariz com o braço; lave frequentemente as mãos com água e sabão ou, à falta destes, com uma solução à base de álcool.

No caso de ter tido contacto com um caso CONFIRMADO de COVID-19 ou se lhe foi recomendado isolamento social profilático pela Autoridade de Saúde, cumpra todas as medidas abaixo recomendadas no cartaz.

No caso de não viver sozinho, deve ficar numa divisória arejada separada dos restantes conviventes, com porta fechada. Preferencialmente, use um quarto de banho próprio; se não for possível, reforce a limpeza da casa de banho após a sua utilização, com água e lixivia.

Não se esqueça de medir a temperatura diariamente de manha e à noite e esteja atento ao aparecimento de sintomas como febre, tosse, falta de ar, dificuldade respiratória, mialgias (dores musculares) e artralgias (dores nas articulações). Se manifestar sintomas, contacte a Autoridade de Saúde que lhe recomendou o isolamento social profilático para orientação.

OPINIÃO - -
COVID-19, AMOR-20

Opinião de Jacinta Marta Fernandes

 

O COVID-19 surgiu em 2019, depressa se propagou para 2020 e se disseminou pelo mundo inteiro. Este vírus, que partiu de uma pessoa, apenas uma, rapidamente propagou-se a mais de cem mil, em cerca de três meses (este artigo foi escrito a início de Março). De facto, uma contaminação galopante… Com ele, veio o pânico, o medo, o caos, mas também a desinformação, alguns alarmismos e comportamentos infundados e inconsequências daqueles que se julgam imunes ou que a desgraça é sempre alheia.

Toda esta situação poderá ser vislumbrada, noutra dimensão, como uma espécie de «ensaio sobre a cegueira»!

Não é altura para inconsciências! Aliás, esta será a melhor altura, para a maioria de nós, ter a oportunidade de praticar ou despertar a consciência! Vivemos numa era de globalização: não só económica ou de mobilidade, mas de inter-relações. Não estamos isolados! São quase inexistentes as barreiras físicas e, cada vez mais, o que acontece de um lado do mundo, rapidamente, terá efeito no outro.

Talvez esta tenha sido uma forma de mostrar como estamos todos ligados! E que uma nova era de humanização é necessária.

Por graça, do caos surge a ordem: medidas de contingência vão sendo implementadas e acções tomadas. Será entendível, portanto, que o isolamento seja uma medida óbvia, para parar algo transmissível e contagiante, em prole dos mais vulneráveis e de todos nós.

O afastamento físico que se requer no momento, será também uma forma de nos fazer parar um pouco. Que este abrandamento e recolhimento seja uma oportunidade de introspecção, de um olhar para dentro. Uma oportunidade de reflexões e questões. Como vivo a minha vida? Como me nutro, como trato o meu corpo e a minha alma? Que tipo de barreiras crio, constantemente, a mim e aos outros? De que forma trato ou afecto os outros? Que tipo de comportamentos e hábitos posso alterar para melhorar a natureza e o planeta onde vivo?

Afinal, o que é ser-se responsável? Cada gesto, cada palavra, cada pensamento, quando criados, possuem um determinado impacto, vibraram numa determinada energia e afectarão alguém…

Na verdade, sempre temos forma de cocriar empatia, responsabilidade, solidariedade, entre-ajuda e compaixão. E todas estas acções, como muitas outras, não serão mais do que formas “víricas”, ou de contágio, de amor…

Façamos este exercício metafórico ou paralelismo: tal como o COVID, o AMOR pode ser espalhado feito vírus, a partir de cada um de nós.

E que neste ano 2020 a humanidade possa disseminar o AMOR-20!