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OPINIÃO -
A Telessaúde veio para ficar?

Opinião de Gonçalo Alves

 

A Telessaúde é um serviço inovador no atual contexto da pandemia e um progresso no setor da saúde, ao permitir uma maior proximidade com os doentes. Se dúvidas houvesse quanto à sua utilidade e à capacidade de resposta da Telessaúde, estas têm vindo a dissipar-se ao longo do último ano. A pandemia deu um impulso adicional à Telessaúde e permitiu entender que esta é um instrumento funcional e capaz de complementar ou mesmo intersubstituir, de forma adequada e dentro das limitações que conhecemos, consultas e outros atos presenciais, aliviando a pressão nos serviços de saúde.

Em plena pandemia, este serviço assumiu um papel fundamental na prestação de cuidados médicos e de enfermagem aos utentes (na idade adulta e pediátrica), tendo como principal vantagem a flexibilidade e facilidade de acesso a consultas, sem necessidade de se deslocar a uma unidade de saúde, diminuindo o risco de contágio de infeção pelo novo coronavírus. Através de uma teleconsulta, seja por voz ou vídeo, em pouco tempo é possível um profissional de saúde avaliar situações de doença aguda, permitindo, igualmente, manter o acompanhamento dos doentes crónicos, de forma continuada, seja por rotina ou devido a agravamento da doença. Por outro lado, a disponibilidade de videochamadas é uma mais-valia, dado permitirem fazer uma avaliação mais global do estado geral do doente e realizar parte do exame objetivo como, por exemplo, a observação da pele e das mucosas, permitindo fazer o diagnóstico de patologias que antes não era possível realizar à distância. Desta forma, a Telessaúde permite realizar aconselhamento e triagem, encaminhando para avaliação presencial apenas os doentes que realmente necessitam e reduzindo a carga nos serviços de saúde a nível dos cuidados de saúde primários e a nível dos hospitais.

Neste sentido, foi criado também o Balcão SNS 24 que é um espaço gerido por entidades externas ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) que aderiram ao protocolo entre a Administração Regional de Saúde (ARS) e a Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) para acesso e prestação de serviços digitais e de Telessaúde aos cidadãos.

O objetivo destes espaços é de facilitar e promover o acesso aos serviços digitais e de Telessaúde entre os cidadãos e os profissionais de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS), através de criação de condições de maior proximidade e redução de barreiras em lidar com os meios técnicos ou mesmo pela sua inexistência.

Existem várias situações em que os doentes podem recorrer à Telessaúde, nomeadamente em situações de doença aguda, que podem ser rapidamente resolvidas, como por exemplo infeções respiratórias agudas (ex. amigdalites agudas, bronquites, sinusites), infeções do trato urinário, patologia do foro dermatológico, entre muitas outras. Por outro lado, também podem recorrer a este serviço os doentes que necessitem do acompanhamento de rotina, da realização dos rastreios adequados ao seu grupo etário, género ou situação clínica. Por último, os doentes crónicos que necessitem de realizar pedidos de exames complementares de diagnóstico de rotina ou de medicação crónica.

Durante este período pandémico, a Telessaúde teve um papel fundamental no acompanhamento de doentes, uma vez que houve períodos de grande congestionamento nos serviços de saúde, e em que havia dificuldade no acesso a consultas médicas/enfermagem e no acompanhamento presencial. Este serviço conseguiu colmatar algumas destas falhas e tornar a saúde acessível a todos. A Telessaúde é, assim, uma solução que, certamente, veio para ficar. 

OPINIÃO -
Vacinação – uma atitude de cuidado perante o outro

Ana Rodrigues

Enfermeira no Hospital de Braga

A pandemia que se vive tem sido das batalhas mais difíceis de se combater. Até hoje, registam-se, pelo menos 4,19 milhões de mortes no mundo, desde dezembro de 2019.

Resultado do esforço concentrado de vários investigadores, a vacinação surge como uma esperança no combate a um dos maiores flagelos da nossa história. No entanto, é alarmante o número de pessoas que têm recusado a vacinação.

Cabe, em parte, aos profissionais de saúde trabalhar a informação, educação e comunicação para uma maior adesão por parte da população.

Os factos têm vindo a comprovar o sucesso da vacinação ao longo do tempo. Houve uma queda drástica na incidência de doenças que provocam a morte de milhares de pessoas todos os anos até à metade do século passado.

A vacinação surgiu em 1796, quando um médico inglês, Edward Jenner, estabeleceu as primeiras bases científicas do processo. O trabalho de Edward Jenner, com a vacinação da varíola bovina, foi a primeira tentativa científica para controlar uma doença infecciosa através de uma inoculação deliberada e sistemática. Iniciou uma nova era da medicina, há mais de 200 anos. Atualmente existem mais de 50 vacinas em todo o mundo. 

Portugal acompanhou a história da vacinação. O Plano Nacional de Vacinação tem sido actualizado ao longo dos anos com a inclusão de mais vacinas adaptando-se à evolução da ocorrência de diversas doenças na população portuguesa e reconhecendo o inestimável benefício das vacinas.

Aderir à vacinação é defender uma atitude de prevenção.

As doenças infecciosas são doenças por norma transmissíveis, provocadas por um agente externo como um vírus, uma bactéria ou um parasita. Por outro lado, as vacinas são medicamentos que previnem as doenças infecciosas. Este medicamento é constituído por uma substância quimicamente semelhante ou derivada de um agente infeccioso causador de uma doença específica. Isto é, as vacinas são responsáveis por preparar o organismo para lutar contra doenças infecciosas, estimulando o sistema imunitário depois de reconhecer o agente invasor, produzindo anticorpos e proporcionando a eliminação do agente patogénico. 

A COVID-19 tem uma mortalidade de cerca de 2%, segundo dados da Universidade Johns Hopkins. Portanto, a alternativa é uma vacina que seja capaz de imunizar a maioria da população.

É importante entender que as vacinas são a forma mais efetiva de prevenir milhões de casos de doenças, deficiências ou mortes. Por coincidência ou não, no ano em que se procurava a aprovação da vacina contra a COVID-19, comemorou-se o 40º aniversário da erradicação da varíola, graças à vacinação.

A vacina gera imunidade, sendo segura, eficiente e uma importante aliada no controlo, combate e eliminação do vírus SARS-CoV-2 e protege não só quem a recebe, mas também a comunidade como um todo.

Cada pessoa que não se vacina contra a Covid-19 dá ao vírus uma hipótese melhor de sobrevivência.

Todos sabemos que a imunidade de grupo é essencial e que o ser humano não é a única espécie a utilizar o método de imunização coletiva.

Importa, acima de tudo, compreender que ao aceitares ser vacinado, estás a proteger quem está ao teu lado. A vacinação é um direito, mas também um dever! É fundamental para cada um de nós e para toda a sociedade.

OPINIÃO -
Combate ao cancro do ovário 

Artigo de Maria do Céu Morais

Enfermeira Especialista de Saúde Pública

Unidade de Saúde Pública do ACeS Cavado II Gerês Cabreira

 

Sabia que o cancro do ovário é a neoplasia do aparelho genital feminino que apresenta maior taxa de mortalidade? É a 7ª causa de morte feminina no mundo, segundo a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC). O cancro do ovário é raro, mas é dos mais perigosos. Um estudo apurou que a maioria das mulheres sabe pouco sobre a doença. 

 Atingindo, sobretudo, mulheres no período peri e pós menopausa (a idade média é de 54 anos), apresenta uma taxa de mortalidade de cerca de 70%, de acordo com um estudo da Liga Portuguesa Contra o Cancro. Em Portugal, são diagnosticados, todos os anos, mais de 350 novos casos de cancro do ovário.

Os ovários fazem parte do aparelho reprodutor feminino e estão localizados na pélvis. Cada ovário é mais ou menos do tamanho de uma amêndoa. Os ovários produzem as hormonas femininas – estrogénio e progesterona e libertam óvulos que se deslocam a partir de cada ovário, através da trompa de Falópio em direcção ao útero. Quando a mulher está na menopausa, os ovários deixam de libertar óvulos e produzem níveis hormonais muito inferiores. Ao contrário do que acontece com outros tipos de cancros, que permitem um diagnóstico em fase inicial, o cancro do ovário constitui uma doença silenciosa, tendendo a dar sintomas em fases mais avançadas. O diagnóstico do cancro do ovário não é fácil, pelo que na maioria dos casos, quando o problema existe, o grau de compromisso do organismo é bastante elevado, o que condiciona a possibilidade do tratamento.

Quem Está em Risco?

Nem sempre é possível explicar o porquê de algumas mulheres sofrerem de cancro do ovário e outras não. Contudo, sabe-se que uma mulher com determinados factores de risco está mais predisposta a ter cancro do ovário. 

Estudos realizados determinaram os seguintes factores de risco para o cancro do ovário:

  • Antecedentes familiares de cancro: as mulheres cuja mãe, filha (s) ou irmã (s) têm ou tiveram cancro do ovário apresentam um risco acrescido de desenvolver a doença. As mulheres com antecedentes familiares de cancro da mama, útero, cólon ou do recto podem, de igual modo, apresentar um risco acrescido para desenvolver cancro do ovário. 
  • Antecedentes pessoais de cancro: as mulheres que já tiveram cancro da mama, útero, cólon ou recto apresentam um risco acrescido de vir a desenvolver cancro do ovário.
  • Idade superior a 55 anos: a maioria das mulheres diagnosticadas com cancro do ovário tem mais de 55 anos.
  • Nunca ter engravidado: as mulheres com idade avançada e que nunca tenham engravidado, apresentam um risco acrescido de desenvolver cancro do ovário.
  • Terapêutica hormonal na menopausa: alguns estudos sugerem que as mulheres que fazem terapêutica hormonal apenas com estrogénio (sem progesterona), durante 10 ou mais anos, podem apresentar um risco acrescido de desenvolver cancro do ovário.

O facto de apresentar um factor de risco não significa que a mulher sofra, ou venha a sofrer de cancro do ovário. A maioria das mulheres que apresenta factores de risco não desenvolve cancro do ovário.

Combater o silêncio do cancro

Contornar a forma assintomática do cancro do ovário implica assim, o cumprimento de plano regular de visita ao seu médico família e a realização de exames de diagnóstico que permitam a deteção atempada da doença. As mulheres acima dos 55 anos e mulheres que apresentem fatores de risco associados ao cancro do ovário, deverão ser especialmente cuidadosas em relação à vigilância.

Sintomas de Alerta

O cancro do ovário em fase inicial não causa sintomas óbvios. Porém, à medida que o cancro evolui, podem surgir os seguintes sintomas:

  • Pressão ou dor no abdómen, pélvis, costas ou pernas;
  • Dor de estômago, abdómen inchado ou sensação de “empanturrado”;
  • Náuseas, indigestão, gases, obstipação (prisão de ventre) ou diarreia;
  • Sensação constante de grande cansaço;
  • Alguns sintomas menos frequentes são:
  • Falta de ar;
  • Vontade constante de urinar
  • Hemorragias vaginais invulgares (períodos de grande fluxo ou hemorragia, após a menopausa)
  • Dor durante a relação sexual.

Na maioria dos casos, estes sintomas podem não ser indicadores de cancro, embora apenas o médico possa afirmá-lo com exatidão. 

Ficar atenta a quaisquer alterações e procurar um médico rapidamente é imperativo! A vigilância é a principal arma no combate ao cancro do ovário, uma patologia que é a 7ª causa de morte feminina em todo o mundo. A prevenção é sempre a melhor arma! 

 

Fonte: Liga Portuguesa Contra o Cancro –  https://www.ligacontracancro.pt/

 

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