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OPINIÃO - -
A relevância do empowerment pessoal

O termo empowerment deriva do verbo empower que significa, em tradução livre do dicionário Cambridge, dar a alguém a autoridade oficial ou a liberdade de fazer algo. Quando aplicado na gestão pode ser definido como capacitação pessoal envolvendo reflexões sobre os princípios, valores, habilidades e competências capazes de delegar responsabilidades e transformar objetivos em realidade.

Segundo Pinto (2001) pode ser definido como “…um processo de reconhecimento, criação e utilização de recursos e de instrumentos pelos indivíduos, grupos e comunidades, em si mesmos e no meio envolvente, que se traduz num acréscimo de poder – psicológico, sócio-cultural, político e económico – que permite a estes sujeitos aumentar a eficácia do exercício da sua cidadania.”

Nas palavras de Lee e Koh (2001) “…pode ser considerado como sinónimo de delegar autoridade, motivação, autoeficácia, enriquecimento do trabalho, participação dos trabalhadores, autoliderança, autonomia, autodeterminação, autogestão, autocontrole, autoinfluência, nem de elevado envolvimento ou gestão participativa, embora na generalidade da literatura sejam usados como palavras relacionadas.

O empowerment pessoal envolve também o desenvolvimento da competência, da confiança para definir metas realistas, ambiciosas e com potencial. Neste sentido, o processo de empowerment envolve a tomada de consciência, identificando competências dos outros indivíduos em situação semelhante, agregando recursos e habilidades necessários para orientar e controlar, decidir e agir em áreas relevantes para cada pessoa.

A capacitação pessoal significa também que haja envolvimento, confiança, co-criação e participação conjunta de várias pessoas de diferentes visões, sensibilidades, competências e habilidades capazes de em conjunto obter diferenciação e de valor acrescentado.

Cada pessoa tem em si, um enorme potencial de força, resiliência, habilidade e talento que precisa de ser colocada em prática, desenvolvendo a auto-consciência, conhecendo os seus pontos fortes, as suas limitações, bem como, as oportunidades e ameaças.

Um dos fatores fundamentais para promover a capacitação pessoal reside no auto-conhecimento, fortalecendo a sua motivação, a sua determinação, o seu empenho. Neste sentido, e nas palavras de Herzberg “a verdadeira motivação vem do trabalho em si, e não dos prémios dados, pela sua execução.

Outro aspeto relevante para a capacitação pessoal consiste em desafiar as suas próprias limites, crenças e debilidades, no sentido de pôr em ação todo o potencial humano, desafiando de forma continuada os nossos próprios limites e transformar o mindset saindo da zona de conforto.

O mindset ou mentalidade é a forma como todos nós organizamos os nossos pensamentos, mostrando otimismo ou pessimismo na ação continuada do quotidiano, agregação de aspetos como: o nosso comportamento, a ação, performance, atitude e os resultados, na certeza que que os resultados são sempre, consequência de ações tomadas diariamente.

OPINIÃO - -
Encarregados incoerentes de educação

A educação é um direito, esta altera e transforma a sociedade, e por conseguinte, o indivíduo. Não podemos considerar a educação meramente como transformadora das sociedades, esta é um contínuo processo de desenvolvimento das capacidades físicas, intelectuais, sociais, económicos e culturais.

Vamos imaginar o seguinte cenário: um miúdo numa escola, chamemo-la de mais rural, magoa-se e, por devoção e zelo, a direcção da escola chama o encarregado de educação. Este chega à escola e a primeira reacção que tem é ‘desancar’ em tudo e em todos. Ameaça tirar o filho de lá. Uma ameaça que concretiza no ano escolar seguinte.

Na nova escola, mais urbana, o miúdo não conhece ninguém, quando se magoa ninguém quer saber e o encarregado de educação só sabe quando chega a casa. “Não é nada”, diz-lhe. Até porque “onde estão muitos miúdos é normal haver situações dessas”. E lá continua o filho.

Dias depois, uma manifestação ruidosa tenta não fechar a escola mais rural porque a falta de crianças levou à decisão salomónica das entidades superioras.

Na linha da frente, a falar para todos os órgãos de comunicação está o encarregado de educação desta história. Indigna-se com todos e acusa as autoridades de querem acabar com o mundo rural e com a boa vida do campo. Um verdadeiro “Frei Tomás”. Trocou o carinho, a atenção e o zelo da escola rural pela frieza, impessoalidade e o não quer saber. E só porque o filho se magoou como poderia acontecer noutra escola e noutra circunstância qualquer.

Os pais de hoje na escola são isto: de uma incoerência atroz. Deixam-nos lá das 07h30 às 19h30 e esperam que sejam felizes. Se não são, a culpa é da escola.

São os professores e educadores, e se não forem eles sabe Deus, que guiam estas crianças mas são, também, eles os primeiros a serem responsabilizados pela falta de educação.

No fim-de-semana, onde teoricamente teriam mais tempo, deixam as crianças nos avós e nos familiares e vão tratar da sua vidinha.

Já sei, a vida profissional, os horários massacrantes, os turnos, a exploração laboral são as desculpas. Sim, pode ser verdade. Para quando uma tomada de posição, coerente, para reverter isto?

Não são as manifestações para melhores salários, melhores reformas e menos impostos que deveriam estar na linha da frente. Para exigir mais tempo com os filhos não é preciso mais dinheiro, melhores reformas ou menos impostos. É preciso deixar de ser incoerente e passar a ser exemplar.

Sair para a rua e gritar “queremos mais tempo com os nossos filhos” é que era de valor.

Há um sábio provérbio africano que diz que, para educar uma criança, é preciso toda uma aldeia. Sobre isso, o Papa Francisco é enfático: “Chegou a hora de os pais e as mães voltarem do seu exílio – porque se autoexilaram da educação dos próprios filhos – e recuperarem as suas funções educativas, reapropriando-se dos seus papéis insubstituíveis”. O tempo é único e não volta.

Portanto, pais façam a sua parte, educando, acompanhando a vida escolar e exigindo mais tempo com os vossos filhos.

OPINIÃO - -
Economia Circular – não estraguem tudo, pá!

É quase inspiradora a citação do famoso e controverso escritor do séc. XIX, Oscar Wilde, quando pressagiava que o tempo permitia a realização de utopias. Infelizmente, comunicação e criação de verdades estão, nos dias de hoje, cada vez mais de mãos dadas e a utopia é vendida ao desbarato sem pudor nem constrangimento.

O tema Economia Circular merece esta reflexão, na medida em que se tornou célebre – e até sexy – usar o conceito para merecer atenção e aplauso. Temo que não tarde muito para que esta interessante concepção se torne banal e descredibilizada, por entre as festas e as feiras.

Quando falamos de Economia Circular, do que estamos a falar? É sabido que o mérito desta corrente emerge de um problema global. A crescente escassez dos recursos naturais no mundo, o aumento dos índices de poluição nos rios e nos mares, dos resíduos que se acumulam nos aterros sanitários, não são mais do que fruto do modelo económico linear, que não cuida dos limites ambientais do planeta. Ou seja, tudo é produzido a partir das matérias primas, para ser consumido rapidamente e jogado no lixo.

Nos dias de hoje quase tudo o que é extraído da natureza acaba transformado em lixo e é continuamente substituído por mais produção, com cada vez menos sustentabilidade e possibilidade dos ecossistemas recuperarem o seu equilíbrio.

Mas não terá a natureza do planeta outro sentido? Desde criança que oiço: “na natureza, nada se perde, tudo se transforma”. Na verdade, o que nasce, depois de morrer transforma-se em energia devolvida ao ambiente. Então como ficamos?

O que a Economia Circular propõe é deveras desafiante. O conceito desafia quem produz a projetar mais do que um ciclo de vida para os seus produtos, por forma a que estes reentrem na cadeia de valor depois de consumidos. O propósito visa diminuir drasticamente os resíduos, recuperar os ecossistemas e rentabilizar os recursos e materiais. É dentro deste conceito que entram as energias limpas, ou fontes de energia renováveis.

Ou seja, a causa é nobre, primordial… e é por isso que o seu uso propagandístico é redutor e irresponsável!

Há hoje uma grande falta de noção e despudor quando se usa e abusa de um conceito – que é fundamental para a educação das próximas gerações -, sem que sejamos capazes de dar um bom exemplo nas atitudes e prioridades enquanto gestores.

É muito importante introduzir os valores ambientais, a defesa dos recursos naturais, a rentabilização das energias, de uma forma pedagógica, continuada, coerente e consistente. Vamos ser sérios e construir desde hoje – com mais atitudes e menos propaganda – hábitos, processos e normas que nos conduzam amanhã ao tal futuro mais sustentável.

OPINIÃO - -
Violência no namoro! Prova de Amor? Não, Prova de desamor!

Artigo de Alice Magalhães

 

“A violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota.”

Jean-Paul Sartre

O estudo nacional sobre a Violência no Namoro 2019, que a União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) tem vindo a realizar nos últimos anos, refere dados preocupantes:

-o número de jovens, que namoram ou já namoraram, e diz ter sofrido pelo menos uma forma de violência por parte do companheiro ou ex-companheiro é de 58% (valor superior ao estudo de 2018, 56%), e

-a quantidade de jovens que entendem as práticas violentas como naturais são 67% no inquérito deste ano, quando no ano passado eram 68,5%.

A violência no namoro, enquanto forma de violência no contexto da intimidade, não difere substantivamente daquela que pode acontecer no decurso das relações conjugais, e como tal, é punida enquanto crime de violência doméstica (artigo 152.º do Código Penal).

A Violência Doméstica representa uma grave violação dos direitos humanos. A Organização Mundial de Saúde (OMS/ 2005), encara a Violência Doméstica como um problema de saúde pública, pelas consequências graves, imediatas ou não, que origina ao longo da vida. Portugal, a partir de 2000, considera a Violência Doméstica um crime público (Lei 7/2000).  No entanto, Já Agudelo (1990), afirma que embora a violência não seja um problema específico da área da saúde, afeta a saúde, pois “representa um risco maior para a realização do processo vital humano: ameaça a vida, altera a saúde, produz enfermidade e provoca a morte como realidade ou como possibilidade próxima”.

COMO SE PODEM MANIFESTAR AS FORMAS DE VIOLÊNCIA NO NAMORO?

Violência Física. Por exemplo, quando o/a teu/tua namorado/a te empurra, te agarra ou prende, te atira objetos, te dá bofetadas, pontapés e/ou murros, ameaça usar a força física ou a agressão.

Violência Sexual. Quando o/a teu/tua namorado/a te obriga a praticar atos sexuais (sexo anal, sexo oral e/ou vaginal), mesmo quando não queres, te acaricia (ou força carícias), sem que queiras, entre outras.

Violência verbal. Por exemplo, quando o/a teu/tua namorado/a te chama nomes e/ou grita,

te humilha, através de críticas e comentários negativos (ex.: “Não vales nada.”), te intimida e ameaça.

Violência psicológica. Quando o/a teu/tua namorado/a parte ou estraga os teus objetos ou roupa, controla a tua maneira de vestir, controla o que fazes nos tempos livres e ao longo do dia, te liga constantemente ou envia mensagens, ameaça terminar a relação como estratégia de manipulação, por exemplo.

Violência Social. Quando o/a teu/tua namorado/a, te humilha, envergonha ou tenta denegrir a tua imagem em público, especialmente junto dos teus familiares e amigos, mexe, sem o teu consentimento, no teu telemóvel, nas tuas contas de correio eletrónico ou na tua conta do Facebook, te proíbe de conviver com os teus amigos e/ou com a tua família, entre outras.

OPINIÃO - -
Sabia que cada vez há maior registo de Burlas MBWAY?

Nesta edição do O amarense, trago-vos um assunto que merece destaque por estar a ser detetado um volume anormal de denúncias registadas nas forças de segurança de burlas efetuadas através da aplicação informática de pagamentos e serviços “MBWAY”.

A atuação dos suspeitos passa por aproveitar o desconhecimento das pessoas relativamente às novas tecnologias de pagamentos e serviços, neste caso em concreto a aplicação “MBWAY”, e assim de forma ardilosa conseguir associar os cartões bancários das vítimas aos números de telemóvel utilizados pelos suspeitos ficando com o seu controlo através da aplicação.

O “MBWAY” é uma aplicação da SIBS (empresa que gere a rede Multibanco) que oferece uma solução interbancária para compras e transferências imediatas através de um telemóvel smartphone ou de um tablet.

Os burlões através de um contacto telefónico ou mensagem, fazem-se interessados na compra de um artigo ou prestação de serviço, questionando a vítima se aceita o pagamento pelo MBWAY, caso a resposta seja de que desconhece a aplicação ou este método de pagamento, os suspeitos prontificam-se a explicar passo a passo o procedimento a adotar.

Solicitam aos ofendidos que se desloquem a uma ATM e introduzam o seu cartão multibanco, selecionem a opção “MB WAY”, introduzam o número de telemóvel e um código indicado pelo suspeito, convencendo assim os ofendidos que desta forma vão receber o dinheiro da transação na sua conta bancária.

Sem se aperceberem, estão desta forma a associar o número de telemóvel do suspeito aos seus cartões bancários, permitindo o controlo do mesmo através da aplicação. A partir deste momento, são efetuadas transferências bancárias e levantamentos em numerário nas ATM até que o saldo o permita.

As vítimas apenas se apercebem que foram burladas quando vão consultar o saldo ou são

contactados pela sua entidade bancária. Como atuam estes meliantes? Estes burlões atuam sobretudo nas compras e vendas de artigos no OLX, em prestação de serviços como serviços de táxis entre outros. Em estabelecimentos comerciais mediante promessa, por parte do burlão, que paga antecipadamente por este meio de pagamento. Falso funcionário, onde o burlão se faz passar por funcionário de serviços EDP e convence o ofendido de que este tem dinheiro a receber de acertos prontificando-se a fazer as transferências via MBWAY.

É nas redes sociais que surgem os denominados angariadora de clientes. Através da criação de perfis falsos no Instagram e Facebook, (perfis femininos) os suspeitos tentam ganhar a confiança das vítimas ou fazem-se passar por angariadoras de clientes para a plataforma MBWAY, solicitando a adesão à plataforma ou pequenos empréstimos de dinheiro, levando as vítimas a associar/pagar através da aplicação.

É caso para dizer quem te avisa teu amigo é e, portanto, divulgue esta informação e proteja-se!

OPINIÃO - -
Tonito, António e Variações – géneses de um horizonte

Texto de Fabíola Lopes

 

Tonito caminhava entre verdes e miragens

todos os dias numa conquista diferente.

A professora exigia verbos, contas e História

e o rapaz enredava-se em paisagens.

 

Nessa dança de intenções

nada ficava por fazer.

Tonito cumpria as obrigações

com distinção e alto prazer.

 

Sério, tímido e inseguro,

com sedes por acontecer,

o seu olhar era puro,

com mãe Deolinda a acolher.

 

Mãe-terra, mãe-ninho, mãe-colo,

a saúde dos filhos fez prevalecer.

Sacrifícios enchem os rosários,

não foram tantos os que ficaram por ocorrer.

 

Ansias de estradas, de cores e horizontes,

recheadas pelas partilhas dos irmãos distantes.

Entre Fiscal e Lisboa foram muitas as pontes

que alimentaram sonhos radiantes.

 

Ainda experimentou trabalhos

forçados contra o desejo

crescente e sem atalhos

de respirar à beira Tejo.

 

Aos 11 anos, de mala aviada,

vai Tonito de alma alada.

 

A pequena aldeia que o viu florescer

acena-lhe a miragem de adolescer.

 

De trabalho em trabalho, cresce a confiança, a andança e a vontade.

Homem limpo, disciplinado e honesto, que ao povo encanta na sua jornada

unária.

Procura saciar a sede

de diferente, de maior, de música.

Sempre música num António que

vai de Londres a Amesterdão

para vir para Lisboa e abrir um salão.

É o barbeiro que todos querem e que passa pelas melhores casas

até abrir a sua, única e esplendorosa,

a que cria como quer, numa afirmação de saber e vontade,

gosto e caridade.

 

Nesta jornada tão esfaimada,

de cores, de seres, de amores e música,

as melodias pulsam desejos, rufam tambores, perfeições a amanhecer.

Convívios, partilhas e crescimentos,

aprendizagens vertiginosas num sopro de vida,

uma firmeza esbaforida, uma sede por acalmar,

o tempo que escorre as existências, numa luta desigual.

Variações a variar, a criar, a inovar:

Minho, Rock e Fado, com o folclore a festejar

esta voz sem quadratura,

este ser sem formatura.

Livre como a água, o vento, o raio e o trovão.

Livre como se quer a vida vivida

antes, muito antes, de se conseguir compreender

o turbilhão que nos deixou marcas de identidade,

de portugalidade,

de uma interioridade que carregamos sem quê nem porquê.

 

Variações, aqui, entre nós e o tempo.

OPINIÃO - -
Ano Novo: vamos por a atividade física no calendário?

Janeiro é o momento ideal para as ditas resoluções de ano novo, onde nos propomos mudar velhos hábitos e adotar um estilo de vida mais saudável. Em edições anteriores falámos da importância da alimentação neste desígnio. Hoje, deter-nos-emos sobre algo que tem de andar de mão dada com uma boa alimentação: o exercício físico.

A inatividade física é um dos principais fatores de risco para doenças como diabetes, obesidade ou hipertensão arterial, entre outras. No mesmo sentido, doenças cérebro-cardiovasculares, ansiedade e depressão, demência, dor crónica, cancros do cólon e mama, osteoporose e fraturas dos ossos podem ser prevenidas e diminuídos os seus efeitos nefastos, aliando a atividade física às demais terapêuticas.

A atividade beneficia a sua saúde de várias formas: permite uma melhor gestão do peso e composição corporal, menor fadiga na realização de tarefas diárias, melhores níveis de açúcar no sangue, ossos e articulações fortalecidos, reduzindo o risco de queda, melhor trânsito intestinal, menos dores de costas e de cabeça, aumento da flexibilidade, coordenação, equilíbrio e força, diminuição da tensão muscular e maior facilidade na gestão da disfunção eréctil. A atividade física é ainda positiva para a saúde do seu coração, com maiores hipóteses de sobrevivência em caso de ataque cardíaco. Melhorará ainda o seu bem-estar, terá mais energia, produtividade e qualidade de vida, lidará melhor com situações de stress, o seu sono terá maior qualidade, o apetite estará mais controlado, terá mais confiança, autoestima e emoções positivas e a sua memória e funcionamento cognitivo melhorarão. Sem esquecer que quem o rodeia também beneficia da sua saúde e do seu bom-exemplo!

Atendendo à relevância da relação entre atividade física e saúde, a OMS recomenda a prática de, pelo menos, 150 minutos por semana de uma atividade aeróbia de intensidade moderada (ex. marcha rápida) ou vigorosa (ex. corrida). Caso não consiga atingir esta meta, lembre-se que pouco é melhor do que nada e que, no dia a dia, existem imensas oportunidades para se exercitar: ande mais a pé, saindo do autocarro algumas paragens antes ou estacionando o carro mais longe do destino; use as escadas o mais possível, em vez do elevador; use a bicicleta nos seus percursos diários ou passeios; crie um grupo de caminhada com os seus colegas.

Saiba ainda que mesmo sem aumentar a atividade física, beneficia a sua saúde simplesmente reduzindo comportamentos sedentários: não passe mais de 1 hora seguida sentado, use a impressora ou o WC mais distantes, realize alongamentos e exercícios de fortalecimento muscular simples (espreguiçar-se, esticar e encolher braços e pernas, levantar-se e sentar-se); em casa, levante-se para mudar o canal ou som da TV; substitua pausas para café por breves caminhadas, permaneça de pé enquanto fala ao telefone ou conversa e, quem sabe, vá longe adaptando a sua secretária de modo a trabalhar algum tempo em pé.

Neste arranque do novo ano, ponha a atividade física na sua lista de prioridades!

Envie as suas dúvidas e sugestões para [email protected].

OPINIÃO - -
36 cruzes

Artigo de Jorge Oliveira

 

Chave na ignição, cinto de segurança e pé no acelerador. A melhor forma de conhecer alguém é durante a condução.

No automóvel retiramos as máscaras e a verdadeira personalidade revela-se. Quem nunca assistiu um automobilista a cantar a plenos pulmões dentro do seu carro ou mesmo a tirar “macacos” do nariz? O automobilista comporta-se como se ninguém o observasse ou reconhecesse.

Não retiro qualquer prazer nem da condução nem da posse do automóvel e associo-o, talvez erradamente, à soberba humana, e admito a existência de um viés de confirmação.

O cidadão responsável fará uma condução atenta, prudente, dentro dos limites de velocidade e sem manobras perigosas. Inversamente, o cidadão imprudente ignorará os peões, limites de velocidade, linhas contínuas e restantes automobilistas. Este comportamento não depende do automóvel, apenas do condutor.

De acordo com a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) até 21 de dezembro de 2019 morreram, no distrito de Braga, devido a acidentes rodoviários, 36 cidadãos. Em Portugal foram 462. Estes números são ainda mais trágicos se considerarmos que, em 2016, no distrito de Braga, morreram 28 e, em Portugal, 430. Este indicador da sinistralidade rodoviária claramente piorou.

São 17 e 19 os quilómetros que separam a cidade de Braga de Vila Verde e Amares, respetivamente. Os trágicos números que a ANSR nos apresenta tornam-se ainda mais reveladores se imaginarmos uma cruz, por cada vítima, ao longo das estradas nacionais que ligam os concelhos. A cada 500 metros uma cruz seria colocada para lembrar os mortos e suas famílias.

Há uma desresponsabilização generalizada do automobilista perante este cenário nas estradas nacionais. Não é o automobilista que conduz em excesso de velocidade, com excesso de álcool ou drogas, a enviar mensagens ou a falar ao telemóvel e nunca é o automobilista que recorre a manobras perigosas. É sempre o veículo que se despista, o piso que não está nas melhores condições ou ainda, as condições meteorológicas que provocaram o acidente.

É óbvio que as nossas estradas necessitam de uma melhor manutenção e que o crescimento e execução de muitas delas foram tudo menos adequadamente planeados, mas não tenhamos dúvidas de que a quase totalidade dos acidentes mortais nas estradas se devem aos automobilistas. Aqui, a vítima é, muitas vezes, o culpado.

Está nas nossas mãos corrigir urgentemente os comportamentos que causaram, em 2019, 462 mortos. Desejo-vos a todos uma estrada segura em 2020.

OPINIÃO - -
Novo ano, novas reflexões…

Podemos definir sucesso como algo que se idealiza, projeta, trabalha e visualiza como fundamental para a procura constante da auto realização pessoal e profissional. Neste sentido, sucesso é “hoje, melhor que ontem e amanhã melhor que hoje” tal como se aplica em contexto organizacional na melhoria contínua, sendo o propósito central, o crescimento do ser humano, procurando crescer de forma global e humana, buscando melhorar o auto conhecimento, na interação com o ecossistema e sempre caminhando no percurso, daquilo a que chamamos a “busca da felicidade”.

Existem aspetos que merecem profundas reflexões, algumas passam por mudar o nosso foco, deixando de olhar para o TER, que são os resultados, a riqueza, a ostentação, os aspectos mais visíveis, mais facilmente identificados como critérios de sucesso para uma grande parte das pessoas, e passar a incorporação o SER Pessoa, os valores, a ética, o respeito, a responsabilidade, a resiliência, a auto motivação, a persistência, a definição de objetivos claros, mensuráveis, definidos no tempo, alcançáveis e ambiciosos, como fatores diferenciadores e distintivos, tal como disse Albert Einstein “procure ser um homem de valor, em vez de ser um homem de sucesso”.

Seguidamente é fundamental FAZER, agir e concretizar com criatividade, vontade e atitude, procurando abrir novos caminhos, novos desafios, novas etapas, novas oportunidades novas conquistas, procurando potenciar os nossos talentos, alianhado os nossos desejos com a prática constante, persistente e continuada com o objectivo de descobrir o “novo” a nossa paixão, seguindo o nosso coração e a nossa alma.

Como consequência e fruto do nosso trabalho, dedicação e esforço aparecerá, mais cedo ou mais tarde o TER, os resultados, o furto do nosso trabalho, que será o fruto daquilo que se tem projetado e implementado na prática e furto de muita resistência, paciência, dedicação esforço e resiliência.

Assim, os três pilares da obtenção do sucesso são, de forma sequencial, SER, FAZER e TER, sendo fundamental analisar de forma continuada os resultados verificar aquilo que podemos melhorar, afinando e redefinido a estratégia, o foco e a atenção para a obtenção de melhores resultados e que estejam em sintonia com os nossos sonhos, desejos e aspirações. Tal como afirmou Henry Ford “o insucesso é apenas uma oportunidade para recomeçar com mais inteligência” .

Em síntese, e tal como afirmou Sócrates “conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses”, e neste sentido é fundamental uma reflexão sobre o estado atual das nossas vidas, comparar com aquilo que gostaríamos de ter, pois se não gostarmos daquilo que a vida nos dá, temos que redefinir o nosso pensamento, a nossa atitude e a nossa perspetiva perante as circunstâncias e preparando no presente, o futuro.

OPINIÃO - -
Podem falar mais alto?

A minha primeira crónica do ano tem como mote o relatório do Conselho Nacional de Educação, sobre o estado da Educação. Muitas das ideias lá vertidas devem merecer uma profunda reflexão, um contributo que, modestamente, espero fazer ao longo de 2020.

A primeira ideia diz que as crianças passam quase quarenta horas por semana nos infantários ou creches. Isto é, mais do que algumas profissões dos pais trabalham por semana! Uma situação que deveria merecer profunda análise por parte dos encarregados de educação. Se deixam para a escola a tarefa de educar os filhos, com que moral vão depois exigir e ‘tomar de esforço’ junto da escola? Um contrassenso ‘vergonhoso’ que os pais fingem não saber.

O estado deplorável do material informático, com computadores antigos, recauchutados, muitos deles sem ligação à internet é outro dos problemas apontados pelo relatório. Já aqui chamei a atenção para este problema, considerado pelas instâncias superiores como menor, mas crucial para uma escola moderna, competitiva e atrativa. Depois do Magalhães, vive-se um autêntico naufrágio informático.

O desinvestimento na educação, visível para quem anda ‘enfarinhado’ no meio escolar, é uma realidade. São menos 700 milhões de euros em relação há dez anos atrás. Então o ensino profissional, para quando pensar nele seriamente?, sofreu um corte como não se via há dez anos.

Lá está, forma-se para a incompetência, para os rankings. Que sentido é que faz, falar-se em retorno da aprendizagem na vida social e profissional, se o que se está a desenvolver é uma escola acrítica, pouco preparada para as realidades e com alunos sem qualquer tipo de interesse naquilo que estão a aprender?

Que retorno é que se quer? Não haverá aqui mais um contrassenso? Mais um atirar areia para os olhos?

O relatório do Conselho Nacional de Educação também apresenta casos de sucesso, curiosamente, quase todos na região da Grande Lisboa.

Finalizo com mais dois aspetos explorados no documento que nos deveriam fazer pensar a todos. A maior percentagem de alunos beneficiários da Acção Social Escolar está concentrada nos percursos curriculares alternativos e nos cursos de vertente profissionalizante ou vocacional (os tais que sofreram um desinvestimento nunca visto). É a famosa expressão de uma escola para ricos e outra para pobres no ensino público? E já agora, onde estão os paladinos do ‘público, público’, do combate às desigualdades sociais, de uma escola para todos? Não os ouço! Podem falar mais alto?

E usando outro chavão de que nunca é tarde para aprender, saliento o aumento do número de universidades da terceira idade, no nosso país. Passaram de 113 para 307. Afinal, há ou não interesse em aprender? Quem de direito já parou para pensar no que está a fazer à educação em Portugal?