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OPINIÃO - -
Abrandar! Abrandar, sempre! (III)

Há dias em que conseguimos observar automobilistas a descerem a Rua 25 de Abril, impantes nos seus bólides, a alta velocidade, muito acima dos limites legais, desfazerem a curva da Câmara Municipal sem abrandarem, reduzindo apenas junto da lomba do Largo D. Gualdim Pais. Ora, isto acontece por duas razões: primeira, porque existem demasiados imbecis a conduzir; em segundo lugar, porque foram removidas todas as lombas que, ao longo de todo este percurso, tão bem, foram implantadas.

Noutros dias, apercebemo-nos da violência com que alguns automobilistas aproveitam toda a Rua de Cintura para limparem os filtros de partículas dos respectivos carros, bem como para sacarem umas palpitações. Não fosse a presença das rotundas, junto da discoteca e no topo da profunda descida da zona de Santa Luzia, a acrescentar às duas lombas instaladas na íngreme depressão – em frente da capela da referida santa e junto do hipermercado –, talvez os cemitérios se tornassem demasiado pequenos para tantas casualidades. Perdoem-me a frieza de tom com que aludo ao assunto, ainda que seja com a mais profunda das franquezas com que o faço.

No âmbito do mesmo balanço, desde a rotunda alusiva às freguesias, em Figueiredo, até ao Largo D. Gualdim Pais, nada mais interessante, para os operacionais da Cruz Vermelha, bem como para os que desfrutam de tempo de lazer nas esplanadas de alguns cafés, do que os acéfalos aceleras que procuram percorrer todo aquele espaço no mínimo tempo possível.

Finalmente, de entre tantas outras situações, por que não mencionar a “fabulosa” rampa de Caires – a envergonhar, liminar e literalmente, a rampa da Falperra –, uma perfeita combinação de ratoeiras, curvas contra curvas, com um pavimento imaculado, sempre com linha descontínua a separar vias, sem que haja um mínimo dissuasor de, como direi, intrepidez; ousadia; bravura; estupidez – definitivamente, este último –; dos que não se motivam, de forma alguma, com a segurança alheia. A subir ou a descer, a rampa de Caires tornou-se a pista perfeita para que alguns dos melhores pilotos profissionais possam testar os respectivos protótipos.

Tamanha tristeza!

Há tanto por fazer: estradas por recuperar; estradas por pintar; semáforos por repor; ecovias por construir; margens de rios por melhorar; iluminação pública por completar; saneamento e pluvial a separar; passeios por construir; mentalidades por transformar. O mais importante: mentalidades por transformar! Há muito trabalho pela frente. De facto, pegando num tema já discutido publicamente, entre “festas e festinhas” e a segurança de todos os amarenses, venha daí a segurança de todos nós. Façamos assim: apontemos às estrelas e sejamos uma vila “smart” e “slow”.

E, já agora, preenchendo as costumeiras e pérfidas jogadas dos políticos, nos mais variados quadrantes, e, no que concerne às futuras eleições autárquicas, reivindiquemos que os mesmos resolvam, de uma vez para sempre, o vergonhoso estado em que se tornam as estradas após as mais variadas intervenções nas mesmas. Por favor, não culpemos as toupeiras, sim?

Já agora, em mês de enchente de visitantes e amigos emigrantes, com o advento do Natal, nada melhor do que promover um estilo de condução saudável, seguro, respeitador, aliado a um estilo de vida que se deseja completamente transformador, com vista a alterar drasticamente a nossa relação com o planeta, rocha viva que nos tem oferecido tantos sinais de que está a esgotar-se.

Apesar do tão importante abrandar, sempre, convém adicionar-se um eloquente informar, sempre, e, sobretudo, o famigerado «aprender, sempre»!

Este esforço pertence-nos. É de todos nós.

Bom Natal!

OPINIÃO - -
Vai um chumbo?

O novo governo está aí e, em termos de educação nada mudou ao que a caras diz respeito. O ministro é o mesmo logo as políticas serão, praticamente, as mesmas. No entanto, uma das ‘novidades’ apresentadas prende-se com o plano governamental para acabar com os chumbos do ensino básico, isto é até ao 9º ano.

Não percebi o que isto quer dizer até porque a realidade e a prática demonstram que esta é uma realidade já evidente nas escolas portuguesas, como facilmente se comprova. Mas já lá vamos.

Portugal é um dos países onde os alunos do ensino básico mais reprovam. Uma análise realizada em 2015 pela OCDE no estudo PISA mostrou que até aos 15 anos 31,2% dos alunos portugueses já tinham chumbado. Pior que Portugal só a Bélgica e a vizinha Espanha.

Já escrevi nestas crónicas, a minha relutância, enquanto pai, da inexistência de retenções nos diferentes níveis de ensino. É a minha opinião, vale o que vale, mas serei sempre pela promoção da excelência em detrimento da mediocridade. Serei sempre pela valorização de quem se esforça a trabalhar e pela penalização de quem encara a escola como uma obrigatoriedade, lugar de ócio e onde professores e funcionários estão ao dispôs destes calaceiros.

Ora, como é bom de ver, não partilho, na generalidade, da posição assumida pela Confederação Nacional de Associações de Pais (Confap) que afirma “não se está a dizer que os alunos vão passar mesmo que não saibam, vamos é encontrar instrumentos para eles não ficarem para trás. O princípio parece-nos correto e não faz sentido manter tudo como está”, acrescentando que “se há alunos que não conseguem acompanhar a corrida, é preciso um plano de trabalho diferenciado, que é o que as famílias fazem, quando optam, por exemplo, por explicações”.

A minha discordância começa logo nesta ideia, muito portuguesa, de que se “se arranjarem instrumentos” para resolver um problema, como se este fosse um problema novo e ninguém tivesse pensado nele.

Porque não reforçar em meios humanos e lectivos a disciplina de estudo acompanhado que poderia funcionar como “explicações” dentro da escola? Criar, dentro desta disciplina, ‘turmas mais pequenas’ em funções das necessidades e dificuldades específicas dos alunos, até ‘misturando’ alunos de diferentes turmas, se tal fosse necessário?

Trago à colação, um elemento da Associação Nacional Diretores, Filinto Lima, que, sobre esta matéria referiu em declarações públicas: “as escolas precisam de mais recursos para baixar o insucesso: mais professores, mais técnicos especializados, mais docentes em coadjuvação. Reduzir as retenções é possível e acabar com elas seria o ideal, um sonho, mas raramente se atinge o ideal. Deviam atribuir a cada escola um número de turmas e nós comporíamos de acordo com os nossos alunos. Poderia fazer turmas de 30 ou de 15 alunos e ambas funcionariam bem, porque eu é que conheço a minha realidade”.

Finalizo lembrando que nada disto é novo. Uma notícia de 2016 saída no jornal Público referia que havia escolas do ensino básico em que os alunos chumbam quando têm negativa a três ou mais disciplinas e outras em que estes podem passar de ano mesmo que tenham sete “negas”.

Há matéria legislativa, há mais de uma década que refere a retenção “como medida excepcional” nos anos não terminais de ciclo. Para finalizar, posso concluir que a ideia do Governo é ir ainda mais longe do que está na lei, acabando, como qualquer regime de excepcionalidade? É governando para rankings e não para a criação de competências, espírito crítico e raciocínio lógico? É para nivelar por baixo?

Como alguém costuma dizer: “agora aturem-nos”.

OPINIÃO - -
Diabetes e insulina: Mitos e realidades

A Diabetes é, atualmente, a mais comum das doenças não transmissíveis, com elevada prevalência e incidência crescente, atingindo cerca de 415 milhões de pessoas em todo o mundo, continuando a aumentar em todos os países. Estima-se que em 2040 haja um aumento para 642 milhões de pessoas atingidas pela doença. Na Europa, Portugal posiciona-se entre os países que registam uma das mais elevadas taxas de prevalência da Diabetes, estimada em 13,3% da população com idades compreendidas entre os 20 e os 79 anos, correspondendo a mais de um milhão de indivíduos, de acordo com os últimos dados do Observatório Nacional da Diabetes.

No dia 14 de novembro comemora-se o Dia Mundial da Diabetes, com o objetivo de sensibilizar para a problemática desta doença e para travar o crescimento imparável desta pandemia.

A diabetes é uma doença metabólica crónica caraterizada pelo aumento dos níveis de açúcar no sangue. Em muitos casos, a insulina é o melhor tratamento para a diabetes, permitindo normalizar os níveis de açúcar no sangue e, assim, prevenir complicações. Não obstante, muitas pessoas com diabetes têm ainda receio de iniciar insulinoterapia por desconhecimento da realidade, competindo às equipas de saúde desmontar os falsos mitos e crenças, que geram receios injustificados.

Se é um doente com diabetes e os seus níveis de açúcar estão a aumentar apesar de todos esforços realizados, a insulina poderá ser o melhor passo para tratar a sua diabetes. Vamos desmistificar…

Mito: Iniciar insulina significa que a diabetes se está a agravar, que não a soube controlar e que estou ser castigado

Realidade: Não. A diabetes é uma doença progressiva que ocorre quando o organismo não produz insulina em quantidade suficiente. Assim, é expectável que mais cedo ou mais tarde possa vir a precisar deste tipo de tratamento. A insulina é uma substância natural que o corpo saudável produz e que permite que os alimentos possam fornecer energia ao organismo. Se não se consegue controlar a sua diabetes com comprimidos, a insulina poderá ser a melhor opção.

Mito: As injeções de insulina são dolorosas e vão interferir com o meu dia a dia

Realidade: Muitos doentes ficam surpreendidos quando finalmente se apercebem do tamanho reduzido da agulha e que após algum tempo a administração de insulina se torna uma rotina como lavar os dentes.

Mito: A insulina causa dependência

Realidade: A insulina é uma substância natural de que o organismo necessita e não causa dependência. Nos diabéticos, o facto de iniciar insulina não significa que se vá iniciar uma dependência, nem que este tratamento seja necessário para sempre.

Mito: A insulina causa aumento de peso

Realidade: A insulina permite que o organismo utilize melhor a energia fornecida nos alimentos podendo causar ligeiro aumento de peso, aumento este sobretudo dependente do tipo de alimentação que tiver. Com a adoção de um plano alimentar adequado às suas necessidades e a prática regular de exercício físico, a quantidade de insulina necessária é menor, o ganho de peso é menor e pode ainda surpreender-se com a perda ponderal e a reversão da necessidade deste tipo de tratamento.

Sempre que surgir alguma dúvida ou receio, não hesite em contactar com o seu enfermeiro de família. Envie as suas dúvidas e sugestões para [email protected].

OPINIÃO - -
A gestão eficiente do tempo

Todos os colaboradores numa organização devem contribuir para executar a estratégia implementada, através de tarefas e procedimentos diários com o propósito de contribuir para uma melhoria contínua de todo o organismo devendo a estratégia ser eficiente e simultaneamente capaz de constituir uma mais valia para todos os seus membros.

Nas palavras de Dalai Lama “Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.”

A gestão eficiente do tempo é também um dos requisitos para uma eficaz aplicação das técnicas de desenvolvimento pessoal, pois todos dispomos das mesmas horas por dia contudo nem todos as gerimos da melhor maneira sendo a ausência de uma gestão correcta do tempo e das prioridades um factor de desestabilização da aplicação das regras do marketing pessoal.

Definir de forma correcta as tarefas diárias a implementar, escritas se necessário for, pode constituir per si um guia para as actividades e tarefas verdadeiramente necessárias e prementes separando o acessório do essencial sendo que o objectivo é que sejam cumpridos os prazos, os compromissos assumidos no tempo oportuno constituindo assim uma contínua melhoria da concretização dos objectivos a curto, médio e longo prazo.

Segundo Pitágoras “Com organização e tempo, acha-se o segredo de fazer tudo e bem feito.” Já Sêneca “Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida. Neste sentido, a organização diaria, bem como, o seu registo escrito são fatores importantes na gestão eficiente do tempo.

Podemos dizer que através da expressão escrita fica naturalmente um registo daquilo que cada um reflecte, pensa e supõe ser o mais apropriado para o momento presente e o futuro, podendo sempre medir a performance, a evolução e crescimento de cada um.

Tal como afirmou Arthur Schopenhauer “As pessoas comuns pensam apenas como passar o tempo. Uma pessoa inteligente tenta usar o tempo”. Assim, devemos usar o tempo para pensar, registar e implementar ações congruentes com os sonhos, as metas e objetivos previamente definidos.

OPINIÃO - -
Intoxicação por monóxido de carbono – um perigo invisível

Artigo de Magda Durães

Todos os anos são noticiados vários casos de intoxicação por monóxido de carbono. Em outubro passado, a inalação de monóxido de carbono foi a causa de morte de três pessoas no Fundão. Foi noticiado também o episódio de uma senhora que, em Vieira do Minho, caiu sobre a lareira e sofreu queimaduras graves no rosto e tronco. Apesar de não terem sido dados mais pormenores sobre o caso, este também poderá estar relacionado com a inalação de monóxido de carbono.

Quando se faz uma fogueira em local devidamente ventilado, a combustão é completa e produz dióxido de carbono e água. Pelo contrário, quando se liga um aparelho de aquecimento ou de um motor de combustão, seja qual for o combustível (carvão, madeira, petróleo, gasolina, gasóleo, gás natural, butano, propano) num local mal ventilado, o oxigénio do ar vai-se consumindo na combustão, vai ficando insuficiente para assegurar a combustão completa e, por isso, surgem outros produtos, entre os quais o monóxido de carbono, que é altamente tóxico.

Muitos dos acidentes domésticos estão relacionados com a utilização de lareiras, braseiras, salamandras ou outros equipamentos de aquecimento mantidos em espaços fechados e sem ventilação. A Direção-Geral da Saúde recomenda “a correta ventilação das divisões de forma a evitar a acumulação de gases nocivos à saúde, evitando os acidentes por monóxido de carbono que podem causar intoxicação ou morte”.

Ao contrário do gás que tem um cheiro caraterístico que permite detetar rapidamente uma fuga, o monóxido de carbono não tem cheiro nem cor e é difícil de detetar. A inalação de mais de 100ppm (partes por milhão), equivalente a 0,01% do ar respirado, já é suficiente para causar sintomas. Os sintomas iniciais da intoxicação por monóxido de carbono incluem dor de cabeça, náuseas e tonturas. Se a exposição ao monóxido de carbono se mantiver, a pessoa começa a apresentar alterações do comportamento, perda de consciência e, em seguida, entra em coma e morre. Se a pessoa estiver a dormir, os sintomas de alerta não são sentidos, pelo que facilmente a intoxicação por monóxido de carbono causa a morte.

Em Amares (Censos, 2011), em 41,1% das habitações que possuem aquecimento, esse aquecimento é feito através de uma lareira aberta. Considerando que este número é relativamente alto, todos os amarenses devem estar alerta para o perigo da inalação de fumos ou substâncias irritantes químicas que podem provocar danos nas vias respiratórias. As crianças, as mulheres grávidas, as pessoas com doenças das vias respiratórias e os idosos são os mais vulneráveis.

Recomendações:

  • Anualmente, quando o Inverno estiver a chegar, verifique todos os seus aparelhos de aquecimento por combustão: caldeiras e esquentadores de água, fogões, fornos, lareiras, aquecimento central, aquecedores, entre outros. Verifique e solicite ajuda técnica especializada para a limpeza da sua chaminé e exaustor;
  • Não utilize equipamentos de aquecimento de exterior em espaços interiores. Nomeadamente, os equipamentos cujo motor é de combustão (geradores, bombas de calor, entre outros) deverão ser sempre instalados no exterior;
  • Evite dormir/descansar muito perto da fonte de calor;
  • Apague a lareira ou desligue os sistemas de aquecimento antes de se deitar ou sair de casa;
  • Promova uma boa circulação de ar. Não feche completamente as divisões de casa mas, ao mesmo tempo, evite as correntes de ar frio;
  • Nunca obstrua as entradas e saídas de ar (grelhas de ventilação, cozinha, casa de banho ou janelas);
  • Nunca faça queimadas num local fechado e muito menos fique por perto a ver a fogueira arder;
  • Os carros com motor de combustão também libertam monóxido de carbono, portanto, nunca deve deixar o carro ligado numa garagem fechada. Se trabalhar numa oficina e tiver necessidade de ter carros ligados dentro de um espaço fechado, uma solução poderá ser instalar um detetor de monóxido de carbono.

Em caso de intoxicação por monóxido de carbono:

  • Areje o local, abrindo portas e janelas;
  • Desligue todos os aparelhos que possam estar na origem do acidente;
  • Retire a vítima do local e leve-a para um sítio arejado ou mesmo para a rua. Procure ajuda médica. Nos casos mais graves (por exemplo, perda de consciência) ligue 112.

Perante uma suspeita de intoxicação contacte o Centro de Informação Antivenenos (808 250 250) e siga as instruções dadas.

OPINIÃO - -
Amares e o Turismo: Uma oportunidade a perder-se!

No âmbito da discussão do Orçamento 2020, na última reunião de Câmara ouvi da boca dos responsáveis do executivo, pela “enésima” vez, que o turismo é uma grande aposta em Amares. Discordei, expliquei e, não creio que tenha sido ouvido. Preocupa-me que continuemos a apregoar uma “verdade de vidro”, que não nos leva no sentido de crescermos nalgumas das poucas atividades económicas que nos podem pôr no mapa de Portugal.

Continuamos a apregoar que o alojamento local tem temporadas esgotadas, que os nossos restaurantes faturam e isso é verdade, mas sabemos que este é um “castelo de areia”. Todos nós sabemos que uma coisa é o copo cheio, outra bem diferente é a garrafa vazia!

Em primeiro lugar, está bom de ver que este sucesso das nossas unidades de alojamento e dos restaurantes se deve a um grande esforço empresarial e muita mestria para subsistir num contexto muito competitivo. Convenhamos que, trabalhar em Amares estas atividades económicas relacionadas com o turismo é tremendamente difícil e num contexto de clara desvantagem para outros concelhos vizinhos.

Em segundo lugar, fruto destas dificuldades, não podemos esconder que não temos uma quantidade de oferta comparável com outros concelhos, logo o facto evidente é que o mercado vai beneficiando de uma boa oferta em Amares, mas escassa.

Outro facto que destroça esta teoria da aposta estratégica vai para o facto de Portugal ser hoje um destino turístico que está na moda. Uma situação conjuntural que, por exemplo, leva milhares de turistas, todos os dias às vizinhas cidades de Braga e Guimarães. Destes, poucos ou nenhuns se veem por Amares, pois pensam que não há nada cá que mereça ser visto.

O problema está na base. Os orçamentos da Câmara denunciam isso mesmo, pois não considero os muitos milhares de euros gastos em eventos internos, uma aposta na promoção turística de Amares. E não são umas aparições televisivas e uns outdoors que vão mudar esta realidade.

O que tem investido o nosso orçamento municipal numa efetiva estratégia para a promoção do território de Amares enquanto destino?

É um grande “zero” na recuperação das margens dos nossos belíssimos rios, acompanhada por um adiar permanente de intervenções estratégicas em património como o Monte de S. Pedro de Fins, Solar de Vasconcelos, Ponte do Porto, Monte da Santinha, entre outros. Um grande “zero” de investimento na recuperação de vias e estradas, que deem bons acessos às nossas terras, acompanhado pela grande incompetência na manutenção e limpeza dos espaços públicos, nada convidativos, principalmente nos feriados e fins de semana. Já para não falar dos ex-libris a definhar, como a laranja de Amares e a estância termal, com os responsáveis políticos mais uma vez a anestesiar o problema com “festivais”.

Não há comunicação, integração e vias abertas com a oferta da região Norte. Não há estratégia com os “vizinhos”. O site da Câmara é um exemplo desta ausência de tudo.

Quase tudo o que de bom existe tem cunho da iniciativa privada. No património, o Mosteiro de Rendufe parece estar para sair do abandono, com investimento do Estado, mas tem uma associação que “teima” em defender a sua recuperação. A Abadia – destino de excelência – beneficia de uma Confraria dinâmica e com visão estratégica. A nossa boa gastronomia promove-se por si própria, pois a Câmara “estacionou” no Festival das Papas de Sarrabulho vai para largos anos, assim como os nossos produtores de vinho há muito vão dando o exemplo de como se faz para vencer fora de portas.

Pede-se mais a quem governa o nosso território. É lá fora que estão aqueles que queremos que tragam riqueza, para que Amares se desenvolva.

Não trazem votos, mas transportam uma oportunidade que está a passar-nos ao lado!

OPINIÃO - -
Sabia que o melhor Polícia é cada um de Nós?

O ditado popular diz que “prevenir é melhor que remediar”, e numa conjuntura atual de escassez de recursos humanos nas forças de segurança e consequentemente uma transformação de paradigma no que diz respeito ao policiamento de proximidade e de prevenção, o melhor mesmo é cada um de nós atuar proactivamente na salvaguarda dos nossos bens patrimoniais.

Nem sempre, ou diria mesmo, muitas poucas vezes as nossas polícias conseguem estar no local do crime, no momento em que ele acontece, ou porque como referi, devido à escassez de recursos premente, ou porque por outro lado porque os “amigos do alheio” também apresentam comportamentos mais perspicazes.

Com efeito, urge que cada um de nós seja um verdadeiro Polícia na proteção do que é seu. Nesta “cena”, está qualquer cidadão, com principal destaque na população idosa que mais desprotegida em razão da idade, aparece como o “alvo” mais fácil e apetecível.

São inúmeras as medidas de autoproteção a recomendar no cenário da presença em casa. As palavras de ordem são Desconfiar, Não permitir, Não permitir, Não abrir a porta, Anotar e Denunciar. É evidente que a população mais idosa, pertence a uma geração onde imperava a ditado “palavra dada, palavra empenhada”, e portanto a confiança nas pessoas era quase absoluta. Surgem então aqui os burlões, que aproveitando-se desses princípios e outras debilidades, conseguem facilmente ludibriar esta população quase “indefesa”.

Deixo assim, algumas recomendações comportamentais para esta população:

Desconfie de pessoas desconhecidas que toquem à campainha do seu domicílio mencionado que conhecem pessoas em comum ou que se trata de familiares afastados;

Desconfie de pessoas desconhecidas que toquem à campainha da sua residência, solicitando um copo de água ou um balde com água, alegando má disposição; desconfie de pessoas desconhecidas que toquem à campainha da sua residência, solicitando acesso ao interior de domicílio alegando pretenderem alugar um imóvel; desconfie de pessoas desconhecidas acompanhadas por crianças que toquem à campainha da sua residência, solicitando comida ou um copo de água para o menor. Não permitir a entrada de estranhos em casa, mesmo que se identifiquem como vendedores, funcionários de empresas de eletricidade ou de operadoras telefónicas e/ou de televisão; Não comentar com ninguém relativamente a bens valiosos existentes em casa e não comentar hábitos ou rotinas da família com outras pessoas; Ter o número de telefone do Posto GNR ou Esquadra PSP em local sempre acessível; Não abrir a porta imediatamente quando a campainha toca, perguntando antes e verificando quem é; Não ter em casa grandes quantias de dinheiro e manter joias guardadas em cofres; Dividir e guardar o dinheiro existente em casa em locais diferentes; Sempre que tiver qualquer suspeita ou pressentimento que alguém poderá a forçar a entrada no seu domicílio, ligar imediatamente 112; Anote dados sobre pessoas ou veículos suspeitos que detete na sua rua e transmita essas informações às autoridades policiais.

A prevenção é a melhor proteção e portanto, cada cidadão agindo proativamente, aumenta as suas hipóteses de segurança e pode revelar-se efetivamente o melhor Polícia na proteção dos seus bens patrimoniais e integridade!

OPINIÃO - -
Abrandar! Abrandar, sempre! (II)

Na edição do jornal “Público”, de 29 de Outubro de 2018, o jornalista Abel Coentrão redigiu um artigo sobre as «novas políticas de planeamento urbano e de mobilidade». Estas novas práticas alocam a si uma importante «redução da velocidade de circulação» de veículos, pelo que, de acordo com experiências bem-sucedidas, impedem – e, não estou equivocado – um maior «gasto de tempo». O mais relevante, no entanto, é revelar que estas mesmas experiências concluíram que existe, pelo contrário, uma redução, por completo – a um total de o% –, o número de casualidades originadas em atropelamentos.

Confesso que desconheço o número de atropelamentos ocorridos em Amares. Suponho que serão poucos. Talvez nenhum em 2018. Talvez nenhum neste decorrente 2019. Quanto ao número de casualidades, não as irei referir, porquanto não possuo qualquer quantificação, ainda que deva acreditar que, provavelmente, sejam residuais. Porém, a nossa vizinha cidade de Braga é uma autêntica caixa repleta de acontecimentos, e, infelizmente, subsequentes mortes.

Ora, o supramencionado artigo demonstra-nos como a cidade do Porto «conseguiu um ano sem mortes por atropelamentos», apontando o respectivo Executivo, aliado às restantes forças de segurança, a medidas que circunscrevem a liberdade de acção dos automobilistas. Muito mais impressivo é o exemplo da cidade galega de Pontevedra, designada como «exemplo europeu, por ter retirado todos os carros do casco antigo e limitado a trinta quilómetros, por hora, a velocidade no interior de toda a cidade em volta de uma generosa área pedonal». E, no que concerne a este último caso, devo acrescentar que o que a notícia relata é totalmente verdade, uma vez que por lá passei, no passado mês de Setembro, havendo testemunhado pessoalmente todo aquele envolvimento. Considero que, quer a cidade do Porto, quer a cidade de Pontevedra alcançaram resultados mais do que impressionantes; maravilhosos, mesmo!

Posto isto, devo dizer que a nossa vila de Amares necessita, ainda, de percorrer um longo caminho, no que diz respeito as estas políticas de planeamento e de mobilidade. Convém acrescentar que o trabalho não é árduo – deve ser encarado como insinuante –, conquanto se deva prever que o emprego mental seja extenso.

Assim, através de uma avaliação superficial, pode concluir-se que as estradas do nosso concelho são perigosas. Para além de o actual Executivo ter ordenado a remoção da maioria das lombas da Rua 25 de Abril – ideia tão peregrina quanto insensata –, havendo oferecido, de bandeja, uma pista desportiva, gratuita, para o deleite dos primatas do volante, ainda não foram pensadas soluções para o, cada vez maior, número de peões que circulam por sobre as guias das faixas de rodagem. A insegurança aumenta quando as empresas de construção não são obrigadas a repor o estado inicial do pavimento, após determinadas obras – colocação e reposição de saneamento ou outros –, e, sobretudo, quando as mesmas estradas não se encontram convenientemente – ou, de forma alguma – pintadas.

Finalmente, os semáforos. Que vergonha! Pergunto-me, a cada dia que passa, como é possível que a situação degradante dos semáforos, junto do Centro Escolar de Ferreiros, às portas dos Bombeiros Voluntários, se mantenha inalterada há longos anos. Completamente decapitados. Sinalização tão importante, conquanto, ao mesmo tempo, completamente inútil.

Uma vergonha! Mas, há mais…

OPINIÃO - -
Somos o que comemos?

Opinião de Gonçalo Alves

 

A alimentação é determinante para a saúde física e mental, por isso considerei pertinente abordar aqui algumas questões ligadas à nutrição.

“Somos o que comemos!” é uma afirmação comum que traduz uma verdade inquestionável que deveria estar presente na nossa rotina quotidiana. Todavia, não raras vezes, esquecemo-nos desta realidade. É que somos de facto o que comemos, para o bem e para o mal, ou seja, comer bem é bom para a saúde e comer mal, é prejudicial. E quando falamos em comer bem não falamos em comer muito, bem pelo contrário! Comer bem e de forma saudável passa, inevitavelmente, por uma série de pontos importantes, que abordaremos em seguida.

Os nossos antepassados alimentavam-se essencialmente daquilo que a natureza lhes dava: animais e vegetais que ingeriam, na sua maioria, crus. Ao longo da história a cozinha veio enriquecer a alimentação, em variedade e quantidade, potenciando o surgimento de modelos de dieta cada vez mais diversificados. Mas até a cozinha pode trazer inconvenientes e tornar-se numa forma de agressão para o organismo, se não forem observados certos princípios, nomeadamente o tempo e temperatura ideal para a cozedura dos diferentes tipos de alimentos. Os legumes, por exemplo, perdem parte importante do seu valor nutricional quando excessivamente cozinhados.

Sempre que um povo ou grupo social passa a dispor de maiores rendimentos, isso reflete-se num maior investimento na alimentação. As pessoas passam a comer mais. Um erro que favorece o excesso de peso e, consequentemente, o surgimento da maior parte dos problemas de saúde que atualmente nos preocupam, como sejam as doenças cardiovasculares, diabetes e vários tipos de cancro. Comer “bem”, em vez de “mais” é imperioso para uma vida saudável. Excessos, desequilíbrios e carências serão sempre prejudiciais à saúde.

De acordo com a OMS, comer “bem” respeita as seguintes regras:

– Começar o dia com um pequeno-almoço equilibrado e saudável;

– Fazer 5 a 6 refeições por dia, evitando intervalos superiores a 3 horas;

– Comer 5 alimentos de origem vegetal por dia;

– Diversificar a alimentação;

– Consumir peixe gordo pelo menos duas vezes por semana;

– Ingerir lacticínios diariamente;

– Preferir pão de mistura ou integral;

– Moderar o consumo de sal, optando pelas ervas aromáticas e especiarias;

– Evitar doces;

– Moderar o consumo de carnes vermelhas e evitar as processadas (charcutaria e salsicharia);

– Evitar as gorduras, óleos e molhos, preferindo o azeite;

– Evitar o consumo de refrigerantes e bebidas alcoólicas;

– Beber pelo menos 1,5L de água por dia.

Sendo estas regras destinadas à população em geral, determinados grupos etários ou condições médicas específicas podem implicar outras orientações, que o seu Enfermeiro de Família poderá esclarecer.

E porque “nem só de pão vive o Homem”, é importante associar a uma boa alimentação, outros hábitos de vida saudável, como a prática regular de exercício físico, cujos benefícios refletiremos num futuro texto.

Envie as suas dúvidas e sugestões para [email protected].

OPINIÃO - -
«Todo o mundo é composto de mudança»

Opinião de Jorge Oliveira

 

Se, tal como a Whitney Houston, acreditarmos que as crianças são o nosso futuro, não teremos qualquer problema em aceitar, ou mesmo incentivar, que estas tenham uma voz e um palco onde partilhar a sua visão para o futuro.

Não há melhor forma de chegar ao coração e mente de um adulto que através de uma criança. Em questões ambientais, a mudança de comportamentos de adultos foi já muito bem sucedida recorrendo a crianças como instrumento de sensibilização.

O exemplo que para mim é paradigmático disto na nossa sociedade é a reciclagem. Apesar de os 3R’s, como aprendi na escola, se referirem em primeiro lugar a Reduzir e só em terceiro a Reciclar, o foco sempre foi o último. Foi nas escolas ensinado às crianças a importância da reciclagem, o porquê da reciclagem e como reciclar. Por sua vez, estas crianças ensinaram aos pais a importância da reciclagem, o porquê da reciclagem e como reciclar. E, mesmo que os pais não atribuíssem valor ao ato de reciclar, começaram a fazê-lo porque os filhos pediam e fiscalizavam. Assim se instituiu um hábito na nossa sociedade. Não sei se ganhamos consciência ambiental mas o hábito, em 20 anos, instalou-se.

Atualmente, a luta ambiental mais visível é outra e denomina-se “alterações climáticas” e, novamente as crianças, uma criança em particular, são o rosto de um movimento que pretende alterar comportamentos a nível global.

“Todo o mundo é composto de mudança”. Não sei se Camões era um estudioso da geologia mas parece que já sabia que as alterações climáticas são um facto cristalizado na melhor máquina do tempo, as rochas. Nos últimos dois milhões de anos foram registadas seis grandes glaciações intercaladas por períodos de aquecimento. A mais recente terminou há mais de 10 000 anos. De momento estamos num período de aquecimento e daqui a uns milhares de anos é previsível que ocorra uma nova glaciação.

Não vou aqui debater os efeitos da ação do Homem no clima da Terra mas, com ou sem o Homem, estes períodos de aquecimento e arrefecimento não deixariam de ocorrer.

Em 2016, de acordo com a Organização Mundial de Saúde 4,2 milhões de humanos morreram devido à poluição do ar e 829 000 devido a diarreias provocadas pelo consumo de água contaminada. Que este debate à volta da influência do Homem nas alterações climáticas não nos distraia daquilo que é realmente importante combater: a poluição do ar, da água e do solo. Haverá alterações climáticas mesmo sem o Homem mas só há poluição por causa do Homem.