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OPINIÃO - -
Sabia que? O consumo de drogas nas populações escolares é uma realidade!

Na próxima semana será dado o pontapé de saída para ano escolar 2019/20, e nunca é demais abordar o tema das drogas junto da população juvenil, pois afinal de contas, quer os Encarregados de Educação queiram, quer não queiram ela existe.

O consumo de drogas transformou-se numa preocupação mundial, particularmente nos países industrializados, em função da sua grande prevalência e dos riscos que pode acarretar. A adolescência é uma etapa do desenvolvimento que suscita grandes preocupações quanto ao consumo de drogas pois constitui uma época de exposição e vulnerabilidade às mesmas.

Um Inquérito Nacional em Meio Escolar, revelou um consumo de cannabis de 10% dos alunos do 3.o ciclo e de 32% dos alunos do ensino secundário da Região Autónoma dos Açores, superior à prevalência de qualquer outra região do país para os mesmos grupos etários. Um estudo realizado nas escolas do terceiro ciclo da região Autónoma dos Açores, por médicos de medicina geral e familiar, incluíram 602 adolescentes, 307 do sexo  feminino , com uma média etária de 15,2 anos (14-18) anos, todos os inquiridos afirmaram já ter ouvido falar de drogas (76,4% na escola e 47% em casa), 62,3% já viram amigos consumir, a 38% já foi oferecida droga e 25,6% já experimentaram (55,8% dos rapazes e 44,2% das raparigas). A idade média de início de utilização foi de 14,4 anos, a droga mais utilizada foi a cannabis, o principal local de consumo foi em bar/discoteca mas 41% já viram consumir na escola e 46,8% dos consumidores já o fizeram neste local. Quase 43% dos alunos experimentaram uma ou duas vezes, 44,2% consomem ao fim-de-semana, 9,7% duas a três vezes por semana e 3,2% todos os dias.

Conforme refere esse mesmo estudo, o local de consumo preferencial, repetindo-me, é um bar/discoteca, referido por 78,6% dos alunos que afirmaram já ter consumido drogas. Quanto ao consumo de drogas na escola, 249 (41,2%) dos inquiridos já viram consumir neste local e 72 (11,9%) já o fizeram, correspondendo a 46,8% dos alunos que já consumiram droga. Todos estes já experimentaram droga fumada, 8 também a consumiram por via nasal, 13 por via oral e 3 por via endovenosa.

Quanto à frequência de consumo, é de notar que 42,9% corresponde a uma ou duas experiências na vida, mas 44,2% já apresentava um consumo regular ao fim-de-semana. Cinco estudantes do sexo masculino já consumiam diariamente, sendo que destes 3 tinham 15 anos, um 16 anos e outro 18 anos.

Os motivos de início de consumo mais referidos pelos estudantes foram a curiosidade (80,5%), a oferta de um amigo (27,3%) e a diversão (31,4% dos rapazes e 17,6% das raparigas). Estas razões foram escolhidas pelos estudantes a partir de sete opções, incluindo «outras». Vários motivos podiam ser apontados. Dois estudantes afirmaram ter consumido em momentos de solidão.

Os resultados alertam para a necessidade de informação e formação adequadas, sensibilizando os jovens para os efeitos nocivos do consumo de estupefacientes e promovendo estilos de vida saudáveis.

Enquanto Encarregado de Educação de dois menores e órgão de polícia criminal, deixo nota aos pais leitores do Amarense, para que reflitam sobre estes dados e se mostrem atentos a qualquer sinal indiciador, pois afinal de contas o consumo de drogas no ambiente escolar existe e é uma realidade tentadora a qualquer um.

OPINIÃO - -
De Cruz Ao Peito

Ponto prévio primeiro: Encontrarte. Mais uma edição. Mais um sucesso. Um evento que colocará Amares no mapa dos acontecimentos culturais e artísticos! Encorajo a organização, o Clube Desportivo, Recreativo e Cultural Amarense, bem como as centenas de voluntários que têm enformado este evento muito querido.

Ponto prévio segundo: António Variações. Estreou no passado dia 22 o filme Variações que, a seu tempo, mais tarde do que nunca, haveria de acontecer. É um filme que retracta uma fase da vida do músico amarense, artista dotado de horizontes inalcançáveis para qualquer um, e que, em vida, nunca foi devidamente, reconhecido. Permitam-me a ousadia de propor – numa altura em que a Praça do Comércio avançará para obras de reabilitação – a renomeação do local mais central de toda a vila amarense; Praça António Variações. Julgo que é digno.

Posto isto.

Quando me perguntam, respondo: «sou do Belenenses, do Clube de Futebol “Os Belenenses”». O único Belenenses. O meu clube tem, portanto, a sua equipa sénior do futebol, a disputar a quinta divisão nacional, logo, inscrita no campeonato da Associação de Futebol de Lisboa. Muitos sabem o que aconteceu: a SAD não cumpriu com o regulamentado, não cumpriu as suas obrigações, abandonou o nosso muito querido Clube, pelo que a direcção do Belenenses, no âmbito de uma acção baseada numa decisão unânime dos sócios, quebrou a ligação que existia àquela SAD, havendo começado do zero. Não obstante o impedimento absoluto – decidido em tribunal de Primeira Instância, tribunal da Relação e tribunal da Propriedade Intelectual – que aquela gente que compete ma Primeira Liga, tem de usar a marca, o símbolo, e o nome do Belenenses, a afronta vai fazendo caminho, sobretudo, na Liga de Clubes, na F.P.F. e na comunicação social, ainda que se tenha registado, de modo nominativo, como B SAD. Aquele “B”, que ostentam nas respectivas camisolas.

Esta é a verdade. Não há outra! A verdade de que existe, apenas, um Belenenses, que este ano completa 100 ano de história, de glória, e, sobretudo, de muito respeito pelo desporto e pela formação de seres humanos.

Assim, na minha opinião, é aqui que reside a paixão de um adepto, e, no meu caso, de um sócio, pelo seu Clube. O amor que não tem divisão.

Umas das paixões da minha vida é o meu Clube; o Clube de Futebol “Os Belenenses”. Por conseguinte, qual a razão de tanto pasmo? Compreendo a pergunta e o substrato do desassossego. A justificação do interpelante centra-se no facto de eu ter nascido em Braga e viver no distrito de Braga, e, que, por maioria de razão, deveria ser de uma qualquer equipa de Braga, sobretudo, do Sporting Clube de Braga.

Como se torna óbvio, o argumento não colhe. No âmbito de uma sociedade cada vez mais elitista, na qual só alguns podem sobreviver, ser-se adepto de um clube que resiste contra o “futebol negócio”, que compete nas últimas divisões em Portugal, e, que, por sinal – convém não esquecer – já foi campeão nacional e, de entre tantos outros títulos, conquistou três Taças de Portugal, configura uma espécie de “malformação”. Pois, não é malformação. É amor! É paixão! E, essa paixão não tem divisão.

Ora, esta “malformação” tem origem na forma profunda e respeitosa com que o meu pai me falava do Senhor António Feliciano, uma das “Torres de Belém”, campeão nacional em 1946, defesa central da Selecção Nacional, que foi seu professor, em Chaves. Retenho, também, na memória, um homem de idade provecta, com o qual me cruzava na Rua de S. Marcos, em Braga, de cigarro na boca, trôpego, munido de um boné puído, ainda que, sempre, sempre, com o símbolo do Belenenses na lapela. Descobri, mais tarde, que era o símbolo do Belenenses. Portanto, cresci com aquela imagem e com os elogios que o meu pai ia deixando à história do clube.

Este percurso, de grande dignidade social e desportiva, estende-se a todas as modalidades. Em todas elas, o Clube conseguiu alcançar os maiores feitos e apresentar, orgulhosamente, a sua flâmula. Assim, naturalmente, visto de azul nos dias dos jogos. É uma honra para qualquer um de nós, adeptos e sócios deste Clube, olhar a entrada da equipa em campo. Vestida de azul, «consagrado e popular», envergando a cruz ao peito, a mesma que «foi o tema das conquistas de além-mar», e, sempre, «com a certeza de vencer», debatendo-se, com aquele brio centenário, honrando o seu passado, alcançando as vitórias ou encaixando as derrotas. «Nada tendo a temer», estamos com os nossos. Durante os 90 minutos, a nossa vida é o Belenenses. Após o jogo, a nossa vida continua a ser sonhar com o Belenenses.

Ora, contra todas as probabilidades, aprendi a viver no belíssimo Estádio do Restelo. Habituei-me a apoiar a equipa desde longe. Consegui compreender as suas fragilidades. Permito-me compadecer-me com as enormes contingências, ainda que a desistência não se encontra ao nosso alcance. Ser-se adepto do Belenenses é, por conseguinte, neste mês de centenário, uma vitória linda de se apreciar. Continuarei azul e, para sempre, pastel.

«Somos do Restelo, e vamos reerguê-lo. Belém! Belém! Belém!»

OPINIÃO - -
Enfermeiro de família

Opinião de Gonçalo Alves

A reforma dos cuidados de saúde primários introduziu algumas alterações nos últimos anos e, apesar da mudança implicar um tempo de adaptação, quer para os profissionais, quer para os utentes, a verdade é que os benefícios são evidentes quanto à maior acessibilidade, qualidade e responsabilização dos cuidados prestados.

O modelo organizativo das Unidades de Saúde Familiares (USF) permitiu um maior comprometimento, autonomia, coesão e responsabilização das equipas multidisciplinares. A visibilidade de todo o trabalho desenvolvido pelas unidades, a quantificação das atividades, bem como a avaliação do seu desempenho, que até então eram impercetíveis, podem agora ser monitorizadas e acompanhadas por todos os utentes através do portal BI-CSP. Com modelo das USF’s surgiu a figura do Enfermeiro de Família.

A enfermagem centra os seus cuidados na pessoa com toda a sua individualidade, assim como na família, numa visão integral, maximizando as forças, recursos e competências da família, sendo o Enfermeiro de Família o garante da proximidade nos cuidados de saúde primários.

A prática profissional do Enfermeiro de Família baseia-se, fundamentalmente, no relacionamento interpessoal entre um enfermeiro e uma pessoa ou um grupo de pessoas, desenvolvendo-se por meio de atitudes humanizantes. Cuidar é, acima de tudo, o comprometimento pela manutenção da dignidade e integridade da pessoa alvo de cuidados.

A intervenção na família, enquanto unidade de cuidados, e com o objetivo de colmatar aquelas que são as suas necessidades ou de um dos seus elementos, precisa de intervenções de enfermagem, com vista à promoção da efetividade do funcionamento do seio familiar.

O Enfermeiro de Família, como parte integrante de uma equipa multidisciplinar de saúde, avoca a responsabilidade pela prestação de cuidados de enfermagem globais, numa visão holística, nos diferentes momentos do processo vital, desde o nascimento à morte, com preponderância na promoção da saúde, na prevenção da doença, no processo de reabilitação e na prestação de cuidados gerais e de especialidade.

O seu papel de agente facilitador do desenvolvimento de competências, permite uma cada vez maior autorresponsabilização dos utentes e família pelo seu estado de saúde, com o consequente aumento da literacia em saúde, da autonomia e da qualidade de vida. A capacitação de utentes, pelo Enfermeiro de Família, permite uma maximização dos ganhos em saúde, promovendo a colaboração de todos, tornando-se mais pró-ativos na manutenção da sua saúde e tratamento da doença.

É neste contexto de informação e partilha que, neste espaço de opinião “Enfermeiro de Família”, quero esclarecer as dúvidas dos leitores e receber propostas de temas a abordar! Doenças, estilos de vida saudáveis, qualidade de vida, formas de prevenção e tratamentos, tudo será abordado neste espaço de opinião. Envie as suas sugestões para [email protected].

OPINIÃO - -
A relevância do nosso pensamento

Segundo Sigmund Freud “O pensamento é o ensaio da ação“ neste sentido, tudo o que imaginamos, idealizamos e projetamos no nosso pensamento será como um que um ensaio, encenação ou uma iluminação daquilo que poderá ser a ação, atitude ou a prática da sua realização. Neste sentido, podemos e devemos reprogramar a mente, plantando ideias, cenários, mapas mentais positivos, catalisadores e impulsionadores de atitudes, hábitos e comportamentos congruentes com o pensamento e geradores de satisfação e realização pessoal.

Do pensamento de Walt Disney podemos extrair a seguinte frase “se você consegue sonhar algo, consegue realizá-lo!”. Assim, podemos por em causa este pensamento e dizer, se assim fosse, seria facilmente alcançado tudo o que penso, todavia, existe algo extremamente importante, a prática congruente com o pensamento e com uma dose de atitude, resiliência, desejo, persistência e compromisso com nós mesmos, pois, teoria sem prática será como entrar num restaurante e satisfazer-se apenas lendo e saboreando o menu, com a descrição pormenorizada dos pratos, mas sem saborear, sentir e de gostar os alimentos.

Podemos dizer, por outro lado que tudo isto são teorias, são ideias sem conexão com a realidade e que o sistema, a sociedade, o meio envolvente, os outros ou o sistema e que somos mais o fruto das circunstâncias, tal como afirma, José Ortega y Gasset “o homem é o homem e suas circunstâncias”. Neste sentido, podemos refletir sobre a relevância das circunstâncias e sobre as quais, temos que nos adaptar às mesmas, procurando transformar, ameaças em oportunidades, e isso depende de nós, depende do nosso pensamento e da nossa capacidade de pensar, planear, implementar e comunicar tudo isto por forma, a levar os outros a pensar como nós e a juntarem-se aos nossos ideais e projetos.

Segundo Confúcio “você não pode mudar o vento, mas pode ajustar as velas do barco para chegar onde quer”. Nesta perspetiva, não podendo mudar as circunstâncias, as adversidades, as contrariedades e os obstáculos que de forma mais ou menos inesperada ou até descontrolada nos surgem por vezes, de forma mais leve outras mais forte, sem que estejamos preparados para estes “embates”, todavia, podemos sempre, com calma, serenidade, habilidade e sabedoria, alinhar, redefinir e reprojetar o nosso pensamento, pois no momento ou circunstância em que nada temos, temos sempre algo verdadeiramente importante e estruturalmente relevante que é o nosso pensamento.

OPINIÃO - -
Podem pensar um bocadinho, por favor?

Um estudo saído na revista lusófona de educação dá conta da alta dependência dos professores em relação ao manual escolar, o que supõe que os professores tenham por hábito deixar as decisões sobre os materiais curriculares nas mãos das editoras.

A análise dos processos e das estratégias editoriais, dos processos de distribuição, das caraterísticas e análise dos materiais produzidos no contexto educativo não formal, do impacto das novas tecnologias nos processos de planeamento, do uso e avaliação dos materiais curriculares impressos e dos materiais curriculares digitais são assuntos estratégicos mas deixados nas mãos de entidades ‘sinistras’, sem rosto.

Os livros escolares assumem, por este dia, o protagonismo da discussão escolar por causa do seu uso, da sua função e da responsabilidade do aluno, logo das famílias, perante esses mesmos livros. A verdade é que este processo está inquinado desde o início: o governo que lava as mãos como Pilatos, as editoras que assobiam para o lado na questão da funcionalidade dos livros, os professores, assoberbados de tantas coisas, usam o livro como ferramenta principal e as famílias andam muito ‘à nora’ com estas novas regras.

Dizem os responsáveis que os livros são emprestados e não dados e que por isso têm que ser utilizados com cuidado. O pensamento dos alunos deve ser que os vão entregar no final do ano, acrescentam, tratando-os como se fossem passar para um familiar. Até aqui pacífico.

Mas se os livros são para manusear com cuidado, são para entregar no final, que sentido é que faz terem exercícios para serem resolvidos no próprio livro? Não deveriam estar em fichas separadas, passíveis de serem fotocopiadas? (Já sei que me vão falar da treta dos direitos de autor).

Não estará isto a acontecer para que o negócio das editoras não definhe? É que um livro apenas de consulta, sem exercícios tem, com certeza, um desgaste mais lento e isso não é bom para o negócio.

Manuais com espaços para escrever? Editoras têm de garantir que dá para apagar, dizem. Mas interessa-lhes?

Recordo que o Tribunal de Contas já alertou precisamente para a fragilidade da sustentabilidade do programa de gratuitidade dos manuais escolares, tendo em conta que a percentagem de manuais reutilizados estes ano lectivo foi inferior a 4%.

Este ano, a medida chegou a 528 mil alunos do 1.º e 2.º ciclo do ensino básico, tendo custado quase 40 milhões de euros (29,8 milhões com os manuais e 9,5 milhões com licenças digitais).

No próximo ano lectivo, o programa será alargado a todos os estudantes do ensino obrigatório das escolas públicas e estima-se que custará cerca de 145 milhões de euros. Podem pensar um bocadinho, por favor?

OPINIÃO - -
Abater árvores porquê? Comecem por limpar as bermas!

De há uns tempos para cá, quiçá ao abrigo dos ventos do progresso, parece ter virado uma moda abater árvores indiscriminadamente.

Basta que uma intervenção num espaço público esteja para acontecer, tememos logo que se comece a riscar a régua e esquadro algumas árvores frondosas que levaram décadas a ganhar corpo.

Recentemente, a Câmara Municipal de Amares – a meu ver numa decisão  claramente precipitada – decidiu abater uns cedros no estádio de futebol do concelho, com o argumento que um cabo elétrico passava no meio e estavam a acontecer demasiadas avarias. Ou seja, curou-se o mal, com doença maior!

Entretanto, em breve iniciarão as obras na Praça do Comércio e, no meio das muitas alterações ao que inicialmente foi “desenhado”, espero que as árvores que aí habitam desde a última requalificação, não sejam, também elas, sacrificadas só porque ao lápis do desenhador “parece melhor assim”.

À Câmara Municipal de Amares deixo o exemplo de um Município exemplar neste capitulo. Em Lisboa, devido à requalificação da Praça de Espanha – que vai receber dezenas de novas espécies arbóreas -, as árvores que aí existiam foram recentemente transplantadas para outros pontos da cidade. Um investimento perfeitamente justificado e que revela uma visão estratégica rara de ver!

Mas Amares nem tem os piores exemplos, apesar de tudo.

Na verdade, nos últimos meses – ao que se sabe por indicação da Infraestruturas de Portugal – os concelhos da região viram ser abatidas, incompreensivelmente e sem aviso, dezenas de árvores saudáveis nas bermas das estradas nacionais. Num concelho vizinho, durante vários dias consecutivos, vi dezenas delas serem arrancadas por gruas e transformadas em lenha.

No concelho de Amares, também lamentamos a perda das árvores em frente ao centro escolar da freguesia de Lago, que durante décadas forneceram resfrescantes sombras, tanto às crianças como àqueles que aguardam a passagem do autocarro na paragem. Até hoje ninguém explicou o que aconteceu, ou porque foram abatidas árvores saudáveis e o que plantarão neste lugar – se é que o vão fazer –, agora despido do verde que nos habituamos a ver.

À Estradas de Portugal deixo uma pergunta que me intriga: Porquê abater árvores com tanta determinação e ligeireza, quando as bermas das estradas passam os meses de verão cheias de vegetação nociva, que coloca em risco a segurança das pessoas? Não consigo compreender!

Caro leitor, aproveito para lhe desejar ótimas férias.

OPINIÃO - -
Afogamento – Uma questão de saúde pública

Opinião de Rosa Gândara

O afogamento é uma grave e negligenciada ameaça à saúde pública que tira a vida a 372.000 pessoas por ano em todo o mundo (Organização Mundial da Saúde 2012).

Em Portugal, no ano de 2018 registaram-se 117 mortes por afogamento, e até ao dia 20 de junho do corrente ano já 34 pessoas perderam a vida por causa afogamento, segundo dados da Federação Portuguesa de Nadadores-Salvadores.

A prevenção é sempre o melhor procedimento.

Desde que alguém começa a afogar-se, o resultado é muitas vezes fatal. Ao contrário de outras lesões, a sobrevivência é determinada quase que exclusivamente no local do incidente e depende de dois fatores altamente variáveis: da rapidez com que a pessoa é retirada da água e de quão prontamente é aplicada uma reanimação adequada. É importante que haja pessoas com competências em matéria de salvamento e reanimação de vítimas de afogamento.

Sabia que o afogamento está entre as 10 principais causas de morte de crianças e jovens em todas as regiões do mundo?

As taxas de afogamento são mais altas entre as crianças de 1-4 anos de idade, seguidas de crianças de 5-9 anos de idade.

A AMEAÇA DE AFOGAMENTO EXISTE ONDE QUER QUE EXISTA ÁGUA, SEJA ELA NUM BALDE, NA BANHEIRA, LAGOA OU PISCINA…

AÇÕES PARA PREVENIR AFOGAMENTOS

Instalar barreiras de limitar o acesso à água

A colocação estratégica de barreiras para limitar o acesso a perigos ligados à água para um controlo mais rigoroso, de modo a reduzir a exposição e o risco de afogamento. Como o exemplo da vedação nas piscinas (nos quatro lados com um fecho à prova de crianças e cancelas de fecho automático com fechos de segurança), este tipo de segurança podia prevenir 75% de mortes por afogamento de crianças pequenas em piscinas.

Providenciar locais seguros para crianças em idade pré-escolar, onde podem ser vigiadas adequadamente

A assistência à infância de crianças com idade pré-escolar com vigilância ao nível comunitário pode reduzir o risco de afogamento.

Ensinar às crianças com idade escolar as competências básicas da natação, de segurança aquática e de salvamento seguro

O número de afogamentos diminui quando se ensina às crianças as bases da natação, as regras de segurança aquática e os princípios de salvamento seguro.

Ensinar a potenciais testemunhas as manobras de salvamento e de reanimação seguras

Socorrismo seguro. Algumas tentativas de salvamento terminam com o salvador a afogar-se fatalmente, ou porque não sabiam nadar bem ou não estavam cientes de técnicas simples e seguras de socorrismo que evitam a entrada na água, tais como, pela utilização de uma vara ou pau, atirar uma corda, uma boia ou uma corda de salvamento improvisada, por exemplo, uma mangueira de jardim.

Ressuscitação. Existe uma forte evidência de que a RCP (reanimação cardiopulmonar) – ou seja, a combinação de compressões torácicas (para fazer o sangue circular) e a ventilação boca a boca (para fornecer oxigénio para os pulmões) ajudam na ressuscitação – é a única maneira de evitar a morte, quando a vítima de afogamento não tem pulso e não está a respirar. A sobrevivência melhora quando é realizada uma reanimação adequada, assim que a submersão tenha terminado, embora os sobreviventes possam ficar com graves danos neurológicos, se tiver havido uma paragem cardiorrespiratória prolongada.

ESTÁ NA ALTURA DE LUTAR CONTRA UMA CAUSA DE MORTE EVITÁVEL!

O AFOGAMENTO É UMA DAS PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTE NO MUNDO, SOBRETUDO ENTRE AS CRIANÇAS E JOVENS ADULTOS. APESAR DE SER EVITÁVEL, É NEGLIGENCIADA EM RELAÇÃO ÀS SUAS REPERCUSSÕES NAS FAMÍLIAS, NAS COMUNIDADES E NOS MEIOS DE SUSTENTO

OPINIÃO - -
SABIA QUE: Há regras a cumprir para fazer queimadas em segurança?

Numa altura do ano em que os incêndios continuam a ser uma das grandes problemáticas socioecónomicas do nosso país em geral, entendi trazer até ao leitor do Amarense algumas dicas de como fazer uma queimada, queima ou fogueira em segurança. Deixo referência ao Decreto de Lei 14/2019 o qual legisla a matéria aqui em discussão e que deixa nota de que a realização de queimadas depende de autorização da autarquia local, com exceção das queimadas realizadas por técnicos credenciados em fogo controlado, que apenas estão sujeitas a comunicação prévia à mesma entidade. Este pedido de autorização ou comunicação prévia é feito por via telefónica, através de aplicação informática, disponibilizada no sítio da Internet do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Posteriormente, a decisão é comunicada através de correio eletrónico ou SMS. A realização de queimadas é sempre acompanhada por técnico credenciado em fogo controlado ou operacional de queima, ou, na sua ausência, por equipa de bombeiros ou de sapadores florestais. A infração a estas regras constitui contraordenação.

Relativamente às fogueiras, estas não são permitidas se as mesmas tiverem fins de recreio ou lazer durante o período crítico (definido pela lei com base nas condições meteorológicas esperadas) ou quando o risco de incêndio é de níveis muito elevado ou máximo. Só é permitida a utilização do fogo para confeção de alimentos e de equipamentos de queima para iluminação e confeção de alimentos (por exemplo, grelhador) nos locais previstos (por exemplo, nos parques de lazer e parques de campismo). Aqui, a infração a estas regras também constitui contraordenação.

Quando estamos a falar de Queimas de matos cortados e amontoados e sobrantes de exploração, e a que resulte de cortes obrigatórios por motivo de pragas ou doenças só é possível, durante o período crítico ou quando o índice de risco de incêndio é de níveis muito elevado ou máximo, após autorização da autarquia local. Fora desses períodos, é apenas necessário comunicar previamente à mesma entidade. Mais uma vez, aqui também a infração a estas regras constitui contraordenação.

No momento que decide fazer uma queima, ligue para o Corpo de Bombeiros do local ou para o Serviço da Proteção Civil. Lembre-se que é proibido fazer queimas durante o Período Critico e nos dias de risco muito elevado ou máximo. Para saber o risco consulte o IPMA através do endereço www.impma.pt. Não queime com tempo quente e seco ou com vento. Escolha dias nublados e húmidos. Leve telemóvel consigo para dar alerta em caso de incêndio. Faça a Queima acompanhado. Afaste o amontoado de sobrantes a queimar de pastos, silvados, matos ou árvores. Abra uma faixa de limpeza sem vegetação à volta dos sobrantes a queimar. Molhe a faixa de limpeza antes de iniciar a queima. Tenha um recipiente com água ou uma mangueira junto ao local. Faça vários montes de pequenas dimensões em vez de amontoados grandes. Queime pouco os sobrantes pouco a pouco. Mantenha-se vigilante, e se saltar alguma faúlha apague de imediato. Se a queima ficar descontrolada, mantenha-se em segurança e ligue 112. Queime tudo até ficar em cinzas. Revire os sobrantes queimados para ver se ainda existem pequenas chamas. Apague molhando o local ou atirando terra para cima. Antes de abandonar o local assegure-se que não existe fumo a sair das cinzas.

Portugal sem fogos depende de todos!

OPINIÃO - -
Contra as alterações climáticas, marchar, marchar! (II)

Ponto prévio primeiro: Kiltër. No passado dia 22 de Junho fiquei a conhecer uma fantástica banda de Amares: os Kiltër. São jovens, têm um EP e bastante talento. Apresentaram-se ao público no Auditório Conde de Ferreira. Assim, pergunto-me: quantas mais bandas talentosas existirão em Amares? Quantas destas bandas gostariam de contar com o apoio das instituições públicas da nossa vila? Quantas bandas amarenses podem contar com infraestruturas, em Amares, que as recebam, e lhes proporcionem oportunidades semelhantes? Eu desejava que a resposta fosse determinantemente positiva. Sei que a Junta de Freguesia de Amares está a trabalhar nesse sentido. E, não apenas no que se refere à divulgação de projectos musicais. O caminho a seguir deve ser este, indubitavelmente. Foi a primeira vez que entrei no Auditório Conde de Ferreira. Gostei do espaço. Perdoem-me a displicência; já terei perdido mais eventos do que os que devia. Neste caso, quanto ao Kiltër, têm um futuro risonho. Vai uma aposta?

Ponto prévio segundo: Mosteiro de Santo André de Rendufe. O Partido Comunista Português tem sido a força política mais presente no que concerne aos problemas que o monumento evidencia. De entre essas insuficiências, convém realçar as graves fissuras na capela-mor, na sala do recibo e na hospedaria. Ora, empurrar a resolução destes problemas para o programa REVIVE é procurar não os resolver, desresponsabilizando-se toda e qualquer instituição pública de solucionar os problemas que se encontram relacionados com esta edificação pública. Desta forma, espero que o PCP – bem como todos nós – continue atento aos problemas do mosteiro, bem como a tantos outros que respeitam ao edificado histórico amarense.

Ponto prévio terceiro: não obstante conhecermos magotes de idiotas espalhados pelas governanças de vários países, convém lembrar que temos Trump na Casa Branca, Bolsonaro no Planalto, e, agora, Boris Johnson no 10 de Downing Street. Eu fico apavorado!

Ora, no mês passado abordei o tema das alterações climáticas, havendo lembrado o programa – previsto para a década 2020/2030 –, que visa reduzir a vulnerabilidade do País a secas, inundações, ondas de calor, incêndios rurais ou erosão costeira. Afirmei na última crónica que este esforço teria que contar com a colaboração de todos nós, sob pena de o mesmo resultar num estrondoso falhanço.

Assim, o mais grave é que este suposto falhanço, complementado com a falta de interesse de algumas das potências mundiais – designadamente, Estados Unidos e China, Rússia, Índia, e todos os restantes em “vias de desenvolvimento” – resultará na ruptura total do planeta que, inevitavelmente, tornar-se-á desastroso. Nessa altura, passaremos a testemunhar fenómenos tais, sem que, para isso, necessitemos de comprar bilhete de cinema.

Refere o titular das pastas do Ambiente e da Transição Energética, João Matos Fernandes, que o Governo aponta como meta, para a próxima década, a redução das emissões nacionais de gases com efeito de estufa em 50%, e, até 2050, a mesma redução até 85%. Para isto, apostam no contributo dos sectores electrocultor e dos transportes.

Neste ponto, convém abordar a problemática com seriedade, identificando, no âmbito do sector dos transportes, quais as modalidades mais poluentes, com foco principal nos sectores da aviação e da náutica.

Outra decisão do Governo passa pela reutilização, até 2050, de 10% das águas de esgoto para regas de jardins, campos agrícolas ou de golfe, e lavagens de ruas. Aquela percentagem duplicará em 2030, ficando abrangidas 52 grandes ETAR.

A acrescentar a tudo isto, ainda que muito haja, no final, para se concretizar, os municípios encontram papel imprescindível em todo este processo. Neste sentido, ficam as autarquias com a tarefa de partilhar a gestão de 34 áreas protegidas, de âmbito nacional, tuteladas pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas. A aprovação do respectivo decreto-lei passará pela discussão parlamentar, na qual, possivelmente, poderá conhecer alteração e/ou evoluções, finalizando com a promulgação presidencial.

Existe, com este desígnio, a ideia de descentralizar competências, conquanto seja, esta alínea, um mero pormenor no conjunto de tudo o que é necessário alterar-se, para se evitar a implosão da vida no planeta.

Uns e outros – nações; partidos políticos; associações ambientais; investigadores; empresas – reclamam para si o protagonismo das soluções a empreender. Porém, estou plenamente convencido de que se as populações não internalizarem a gravidade e importância dos actos de cada um, nada haverá a fazer-se.

OPINIÃO - -
Dores de costas: como prevenir?

Autor: Raquel Cerqueira Gomes

As raquialgias ou vulgarmente conhecida como “dores nas costas” são das queixas dolorosas mais frequentes do ser humano. As dores nas costas resultam frequentemente de dores na coluna vertebral e podem ter várias origens, sendo a causa degenerativa (envelhecimento) a mais comum.

A cervicalgia (dores na zona do pescoço) e as lombalgias (dores no fundo das costas) são as zonas da coluna mais comum de causar dor na população ativa. Cerca de 72,4% dos portugueses sofrem ou já sofreram de dores de costas. Por ano, cerca de 400 mil portugueses faltam ao trabalho por causa das lombalgias, que são responsáveis por 50% dos casos de incapacidade física na população adulta. A cervicalgia e a lombalgia devem-se, na maioria dos casos, à deterioração degenerativa ou à alteração funcional das estruturas musculoligamentares.

As más posturas no trabalho, nas atividades domésticas ou em momentos de lazer são causa frequente de dores na coluna. Para além das más posturas, fatores de risco como: sedentarismo, obesidade, tabaco, stress e as profissões que exigem esforços importantes ou posturas prolongadas com a coluna em inclinação para frente ou para trás ou em rotação contribuem para as raquialgias.

Como se pode afinal prevenir as raquialgias? Devemos evitar carregar pesos de forma desequilibrada no nosso corpo, como por exemplo malas pesadas num dos ombros; devemos sentarmos de forma a que a nossa coluna fique reta; fazer exercício regularmente; não fumar; controlar o peso do seu corpo; levantar os pesos do chão com as pernas em posição de agachamento e não com as costas inclinadas para a frente; ter atenção ao colchão que tem em casa para dormir.

Se sofre de dores nas costas deve ser observado pelo seu Médico de Família de forma a identificar corretamente a origem dessa dor, especialmente se para além da dor tem menos de 20 anos ou mais de 65 anos, apresenta dor no peito, se a dor o acorda de noite, se tem perda de peso recente, se tem febre e arrepios e se já teve ou tem um cancro. O seu Médico de Família propõe o tratamento orientado para origem da dor e ajuda-o a identificar os fatores que propiciam essa dor.