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OPINIÃO - -
Saúde mental: prevenção ou medicalização?

Opinião de Daniela Gomes, Psicóloga Médicamares

A Psicologia é uma especialidade que avalia, diagnostica e intervém nas doenças mentais, alterações cognitivas, comportamentais e emocionais. No entanto, apesar de ser pouco comum em Portugal, a Psicologia deve intervir numa perspetiva de prevenção e promoção da saúde mental.

Atualmente, Portugal é o segundo país da Europa com maior prevalência de doenças mentais entre a população. Um em cada quatro portugueses sofre de um problema de saúde mental. Segundo dados fornecidos pela Ordem dos Psicólogos, perto de metade dos cidadãos — 43% — já teve uma perturbação mental em algum momento da sua vida. A título de exemplo e por ser a perturbação mais frequente nos adultos, vejamos o caso da depressão. Se, em 2011, a percentagem de portugueses com depressões era de 6,85%, em 2017 tinha subido para 9,8%. O número de embalagens de psicofármacos prescritas duplicou. Só no ano de 2016 foram prescritas perto de 30 milhões de embalagens de psicofármacos, sendo os antidepressivos os mais comuns. A prescrição de medicação em detrimento da psicoterapia é, na maior parte dos casos, a forma simples de adiar a resolução em vez de garantir estabilidade no tratamento e reduzindo a saúde mental a psicofármacos.

Se a depressão é um bom exemplo nos adultos, a hiperatividade e défice de atenção (PHDA) nas crianças e adolescentes é uma problemática que tem vindo a tomar enormes dimensões tanto no nosso país, como noutros países da Europa e da América. Estima-se que 70 000 crianças portuguesas possam estar diagnosticadas com esta perturbação e que uma parte considerável esteja a ser sujeita a abordagens terapêuticas com psicoestimulantes – comercializados com o nome de Ritalina e Concerta. Consultórios, escolas, famílias, confrontam-se diariamente com estas “novas crianças e jovens”. No entanto, se noutros países temos assistido a um amplo debate acerca desta problemática por profissionais da Saúde Mental e da Educação, que apresentam posições firmes contra os abusos do diagnóstico e da medicalização generalizada, no nosso país são poucos os que têm tomado voz, embora sejam muitos os que o critiquem e afrontem na sua prática profissional diária. Um perigoso silêncio que tem deixado caminho aberto para a medicalização da educação na infância e na juventude.

Na ausência de apoio para as suas dificuldades, muitas famílias e também educadores/professores aderem a estas soluções. No imediato as dificuldades são quase que milagrosamente “aliviadas”, mas a problemática está sempre pronta a ressurgir na ausência de uma verdadeira compreensão das suas causas, para além de se pagar caro a curto, médio ou longo prazo devido aos efeitos adversos já bem identificados.

Talvez seja mais que a altura de refletirmos acerca daquilo que queremos para bem da saúde mental de um país cada vez mais “doente”. Talvez esteja na altura de apostarmos em intervenções compreensivas, continuadas e estruturadas de forma a garantir a estabilidade dos tratamentos.

OPINIÃO - -
Febre em Idade Pediátrica

Opinião de Manuela Araújo, Médica no ACeS Cávado II – Gerês/Cabreira, USF Pró-Saúde 

A febre é um dos sinais de doença mais comuns na criança/adolescente, sendo motivo frequente de procura de cuidados de saúde em idade pediátrica.

A maioria dos episódios febris agudos devem-se a infeções benignas, víricas ou bacterianas, que apresentam um curso autolimitado, não requerendo um tratamento específico.

A PARTIR DE QUE VALORES SE CONSIDERA FEBRE?

Ocorre febre quando existe uma elevação da temperatura corporal ≥ 1ºC acima da média diária individual, conforme o local de medição. Quando se desconhece a temperatura média diária individual, é aceitável considerar-se como febre qualquer dos seguintes valores da temperatura:

  1. a) Retal ≥ 38ºC (medição de referência da temperatura corporal);
  2. b) Axilar ≥ 37,6ºC;
  3. c) Timpânica ≥ 37,8ºC;
  4. d) Oral ≥ 37,6ºC.

De notar, que ao longo do dia a temperatura varia entre os 36 e os 37ºC pela manhã e pode chegar aos 38ºC ao fim da tarde (temperatura retal). Abaixo dos 4 anos é recomendado medir a temperatura retal.

O QUE FAZER QUANDO SURGE FEBRE NA CRIANÇA?

  • Vigiar o aparecimento de sinais de alerta;
  • Despir ou diminuir a quantidade de roupa;
  • Arrefecimento com recurso a banho (a uma temperatura de 37ºC por um período máximo de 10 minutos);
  • Oferecer líquidos com regularidade;
  • Com temperatura superior a 38ºC axilar e desconforto associado, administrar um antipirético, utilizando de preferência só um medicamento – idealmente o paracetamol;
  • Se a criança tem menos de 3 meses, procurar assistência médica imediata;
  • Nas crianças mais velhas, se não aparecerem outras queixas, pode-se aguardar 3 a 5 dias antes da avaliação médica.

QUANDO LEVAR UMA CRIANÇA COM FEBRE AO MÉDICO?

Mais do que o valor da temperatura, é o aspeto e comportamento da criança que mais importa. De salientar (sinais de alerta):

  • Prostração (criança “murcha), gemido;
  • Dificuldade respiratória;
  • Vómitos e dores de cabeça intensas, que se mantêm ou que se agravam;
  • Lesões cutâneas (pintinhas), que não desaparecem com a pressão local;
  • Convulsões, alteração do estado de consciência ou do comportamento (irritabilidade, agitação, sonolência);
  • Extremidades do corpo sempre frias ou cianosadas (arroxeadas);
  • Temperatura retal de 40ºC ou superior (ou axilar de 39.4º ou superior);
  • Febres recorrentes (mesmo que durem poucas horas);
  • Febre e um problema clínico crónico (como doenças do coração);

OPINIÃO - -
Never stop dreaming

A propósito dos sonhos podemos dizer tudo o que pensamos, imaginamos, podemos projectar para o futuro, reinventando um novo ser, pois estes são a essência da nossa alma, são a luz do nosso caminho, são o nosso propósito e por essa razão funcionam como o ar que respiramos e tal como afirmou Fernando Pessoa “Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso”.

Na essência do nosso ser temos todos os pensamentos, todos os caminhos, todas as trajectórias que à medida que caminhamos, por vezes nos parecem fáceis, outras vezes difíceis, e paralelamente, temos todo o mundo à nossa volta, no qual existimos e para o qual temos de participar, cooperar e contribuir, pois só dessa forma, coexistimos.

Desde cedo, todos os nossos sonhos são realmente nossos, sem filtros, sem limites, sem interferências e com todo o entusiasmo, descoberta e beleza natural na procura constante da razão da nossa existência, todavia, com a idade verificamos que nos vão tentando “roubar” a nossa essência, os nossos sonhos.

No entanto, no decorrer do nosso caminho, surgem obstáculos, uns procuram indicar caminhos que não os nossos, percursos alheios, sonhos sonhados, que nem sempre foram realizados, procurando ensinar-nos a ter medo, a desistir, a deixar de acreditar, a seguir percursos percorridos, retirando-nos o brilho, indicando-nos passos alheios, sítios já visitados.

Assim, temos temos que tomar uma das seguintes atitudes, a de aceitação e resignação, deixando-nos de ser nós mesmos, para sermos o reflexo, o desejo ou a tentativa dos outros ou em alternativa, visarmos o nosso EU interior, numa procura constante de auto descoberta, auto fortalecendo e rejuvenescimento crescente, ganhando novamente a nossa alma, a nossa essência, os nossos sonhos, pois esses sim, são aquilo que somos realmente e aquilo que fazemos.

OPINIÃO - -
O dedo na ferida. E não é saudosismo

Tenho ouvido, nos últimos tempos, muitas pessoas a compararem o ensino “do seu tempo” com a escola actual. Curiosamente, as comparações são feitas por pais mais preocupados com a vida escolar dos seus filhos do que os seus pais tiveram no “tempo deles”.

O que escrevo a seguir não é a apologia do saudosismo, apenas factual.

A verdade é que quem viveu com a realidade da educação portuguesa até meados dos anos 80 e acompanha a escola de hoje, nota uma mudança radical e, em alguns casos, catastrófica, sobretudo, no comportamento dentro das salas de aulas.

Até aos 80’s, atrevo-me a dizer que a escola formava e incutia valores criando verdadeiros profissionais fosse qual fosse a profissão escolhida. O respeito para com os próprios colegas e principalmente com os professores eram procedimentos considerados essenciais dentro da escola pública.

O poder de concentração e principalmente a importância que se dava aos conteúdos expostos pelos professores, era algo tido como necessário para o seu futuro enquanto ‘animal social’.

Os pais, mesmo com pouca formação ou com um nível cultural mais baixo, incentivavam os seus filhos para que aproveitassem essa oportunidade acumulando conhecimentos e aproveitando as oportunidades profissionais que melhor remuneravam naquela altura.

Ora o trabalho dos docentes ficava mais facilitado e principalmente mais produtivo.

Hoje, o paradigma é totalmente inverso a começar pelos valores. A falta de interesse dos alunos pelos conteúdos na escola pública é cada vez mais crescente. Alunos desrespeitam professores, praticam constantemente bullying contra seus colegas, utilizam de forma desrespeitosa os telemóveis, fazem a apologia e utilizam drogas dentro da escola.

O maior desafio passa, na minha opinião, por ensinar algo àqueles que não dão a menor importância aos conteúdos trabalhados ou expostos pelo professor. E já não falo de um sistema de ensino que aprova, de forma arbitrária, alunos irresponsáveis, impreparados e desinteressados.

Fora do recinto escolar, o maior desafio está na casa de cada um, nas famílias, portanto. O incentivo constante para a importância da escola, a mudança dos hábitos que prejudicam a concentração e o interesse dos filhos são premissas base que as famílias, independentemente do seu estrato social, condição social e estado civil, deveriam incutir a partir de casa.

A mudança de comportamentos sociais não se faz só na e com a escola. Faz-se com as famílias, cada um ocupando o seu lugar e o seu espaço. Sem interferências e em absoluta cooperação. Uns e outros podem aprender e ensinar. Haja vontade, humildade e bom senso para perceber o papel de cada um.

Uma palavra final para os sucessos recentes do Agrupamento de Escolas de Amares, nomeadamente, com a feira do livro e o primeiro lugar num concurso sobre poupança.

OPINIÃO - -
Incoerência: Ainda a recolha do lixo!

Recentemente foi proposto pelo Presidente da Câmara que fosse aprovada a criação de uma empresa intermunicipal com o objetivo exclusivo de proceder à triagem, recolha seletiva, valorização e tratamento de resíduos sólidos urbanos (lixo), nos municípios de Braga, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Amares, Vila Verde e Terras de Bouro. Nesta empresa, que virá substituir nesta função a BRAVAL, o Município de Amares assumirá também uma participação de 3,70% do capital.

É importante referir que o contrato com a BRAVAL foi assinado em 1986 e, sendo válido por 25 anos termina em 2020. Por recomendação e porque os Municípios assim o entenderam, foi deliberado que a gestão desta estrutura intermunicipal fosse de gestão exclusiva dos Municípios, sem intervenção de privados, como acontece atualmente da BRAVAL que tem 49% de capital privado.

Compreendo e aplaudo esta decisão, pois por princípio entendo que a intervenção de privados – que visam legitimamente o lucro – nos serviços públicos só se justifica quando as parcerias são claramente benéficas para esse mesmo serviço às populações. Quando os privados com o seu know how trazem mais valia ou investimento que o sector público por natureza não permite.  Não é este o caso!

Contudo este decisão unânime dos municípios, com a envolvência do Município de Amares em particular, torna definitivamente incoerente e incompreensível a decisão recente de atribuir a recolha de lixo no concelho de Amares a um privado.

É sabido que o Município de Amares prepara-se para abrir um concurso para a aquisição de serviços privados para a recolha do lixo em Amares, um serviço que desde sempre o Município desempenhou, mas que só se degradou na qualidade do serviço prestado porque o Município deixou de investir nele.

É uma decisão contranatura que, digam o que disserem, vai custar mais dinheiro aos cofres públicos. Isto se até lá não decidirem aumentar de novo as taxas aos contribuintes munícipes.

Se entendo e aprovo a primeira decisão, da segunda continuo muito desconfiado.

Mas o tempo vai acabar por mostrar-me seguramente a que se deve esta incoerência e que eventuais motivos inconfessáveis nos trouxeram até aqui.

OPINIÃO - -
Não dá para vacilar, deve vacinar!

Por José Marafona
Médico da Unidade de Saúde Pública ACeS Cávado II – Gerês/ Cabreira 

A vacinação é uma estratégia inteligente que aproveita as capacidades do nosso organismo, que é ativado durante uma infeção causada por um agente patogénico, como por exemplo um vírus ou uma bactéria. O sistema imunitário produz anticorpos específicos sempre que entra em contacto com um microorganismo patogénico, mas não há desenvolvimento de doença, portanto as vacinas ajudam-nos a aumentar as nossas possibilidades de impedir com êxito o aparecimento de determinada doença. O nosso organismo é estimulado e ao mesmo tempo, diminui a frequência e gravidade das consequências e complicações que se associam a uma infeção, portanto que quem está vacinado tem maior capacidade de resistência na eventualidade da doença surgir. A vacinação, além da proteção pessoal, traz também benefícios para toda a comunidade, pois quando a maior parte da população está vacinada interrompe-se a transmissão da doença. Não basta vacinar-se uma vez para ficar devidamente protegido, é necessário receber várias doses da mesma vacina para que esta seja eficaz, sendo por vezes necessário fazer doses de reforço, nalguns casos ao longo de toda a vida e de acordo com um programa de vacinação.

O Programa Nacional de Vacinação é um programa universal, gratuito e acessível a todas as pessoas presentes em Portugal, sendo gerido, a nível Nacional, pela Direcção Geral de Saúde (Ministério da Saúde) e integra as vacinas consideradas mais importantes para defender a saúde da população portuguesa. O objectivo do PNV é reduzir o número de casos de doença, a circulação do agente, o risco de infeção, número de indivíduos suscetíveis e vacinar um elevado número da população de forma a atingir a imunidade de grupo, sendo este o efeito indireto de proteção causada pela vacinação. O programa tem sido atualizado regularmente e desde 2017, inclui recomendações para o conjunto de 12 vacinas estrategicamente distribuídas de forma a maximizar a proteção conferida na idade mais adequada e o mais precocemente possível – tuberculose; hepatite B; difteria; tétano; tosse convulsa; poliomielite; doença invasiva por Haemophilus influenza do serotipo B; sarampo; rubéola; parotidite epidémica; doença invasiva por Neisseria meningitidis do serogrupo C; vírus do papiloma humano (HPV).

As elevadas coberturas vacinais obtidas resultam do empenho mantido dos profissionais envolvidos e da confiança da população no PNV. O atual desafio centra-se em manter ou elevar as taxas de cobertura vacinal na infância superiores a 95%, sendo uma realidade Nacional, Regional e do ACeS Cávado II – Gerês/Cabreira. A cobertura vacinal elevada de muitas vacinas permite um benefício extra ao induzir imunidade de grupo, protegendo não só os indivíduos vacinados, mas também a comunidade que beneficia com a interrupção da circulação do agente infecioso. Somente taxas de cobertura vacinal muito elevadas permitem obter imunidade de grupo por redução da circulação do agente e da transmissão da infeção.

Pode vacinar-se no centro de saúde, da sua área de residência e levar consigo o Boletim de Vacinas. A melhor forma de ficar protegido contra determinadas doenças é cumprir o calendário de vacinação recomendado pelo PNV. As crianças são as principais destinatárias, mas também abrange os adultos. As crianças devem ser vacinadas assim que nascem e pouco depois dos 6 meses de idade já estarão protegidas contra sete doenças de infância e aos 15 meses contra dez doenças. Se a criança não iniciou a vacinação durante o primeiro ano de vida, dirija-se o mais cedo possível a um centro de saúde. Nunca é tarde demais para se vacinar a si e aos seus filhos e existem esquemas vacinais recomendados para estes casos.

Em síntese, as vacinas para integrar o PNV são selecionadas com base na epidemiologia das doenças, na evidência científica do seu impacto, na sua relação custo-efetividade e na sua disponibilidade no mercado. A vacinação deve ser entendida como um direito e um dever dos cidadãos, participando ativamente na decisão de se vacinarem com a consciência que estão a defender a sua saúde, a saúde pública e a praticar um ato de cidadania.

OPINIÃO - -
Sabia que? A Detenção de Cães e Gatos tem requisitos legais!

Ainda sou do tempo em que no nosso meio rural, a posse e detenção de cães e gatos era regida por pouco ou nada, ou seja, possuíamos e geríamos como queríamos a nosso belo prazer estes animais Os tempos são outros, os paradigmas alteraram-se e no presente o Decreto de Lei n.º 314/2003 de 17 de Dezembro, vem regular, prever e sancionar toda esta matéria.

O alojamento de cães e gatos em prédios urbanos, rústicos ou mistos, fica sempre condicionado à existência de boas condições do mesmo e ausência de riscos hígio-sanitários relativamente à conspurcação ambiental e doenças transmissíveis ao homem.

Nos prédios urbanos podem ser alojados até três (3) cães ou quatro (4) gatos adultos por cada fogo, não podendo no total ser excedido o número de quatro animais, exceto se, a pedido do detentor, e mediante parecer vinculativo do médico veterinário municipal e do delegado de saúde, for autorizado alojamento até ao máximo de seis animais adultos, desde que se verifiquem todos os requisitos hígio-sanitários e de bem-estar animal legalmente exigidos.

A falta de Licença de detenção, posse e circulação de cães constitui contra-ordenação, punível pelo presidente da junta de freguesia da área da prática da infração, com coima cujo montante mínimo é de € 25 e máximo de € 3740 ou € 44 890, consoante o agente seja pessoa singular ou coletiva.

No que concerne à permanência de cães e gatos em habitações e terrenos anexos,  onde não se verifiquem todos os requisitos de bem-estar animal constitui contra-ordenação, punível pelo diretor geral de veterinária, com coima cujo montante mínimo é de € 50 e máximo de € 3740 ou € 44 890, consoante o agente seja pessoa singular ou coletiva.

Relativamente à obrigatoriedade de uso de coleira ou peitoral e açaimo ou trela, é obrigatório o uso por todos os cães e gatos que circulem na via ou lugar públicos de coleira ou peitoral, no qual deve estar colocada, por qualquer forma, o nome e morada ou telefone do detentor.

É proibida a presença na via ou lugar públicos de cães sem estarem acompanhados pelo detentor, e sem açaimo funcional, exceto quando conduzidos à trela, em provas e treinos ou, tratando-se de animais utilizados na caça, durante os atos venatórios

No caso de cães perigosos ou potencialmente perigosos para além do açaime, os animais devem ainda circular com os meios de contenção que forem determinados por legislação especial.

Os detentores dos cães e gatos têm assim obrigações, entre as quais devem proceder ao registo dos animais de que são detentores na junta de freguesia da área da residência ou sede, assim como no prazo de cinco dias, à mesma entidade a morte ou extravio do animal, e no prazo de 30 dias, qualquer mudança de residência ou extravio do boletim sanitário.

Os detentores de cães devem renovar a licença todos os anos, sob pena de caducidade da licença.

No que diz respeito à identificação de cães e gatos, estes devem ser identificados por método electrónico e registados entre os 3 e os 6 meses de idade, nos termos do Regulamento de Registo, Classificação e Licenciamento de Cães e Gatos.

A falta de açaimo funcional ou trela, constitui contra-ordenação, punível pelo presidente da junta de freguesia da área da prática da infracção, com coima cujo montante mínimo é de € 25. Por sua vez a circulação de cães e gatos na via pública ou outros locais públicos sem coleira ou peitoral, constitui contra-ordenação, punível pelo presidente da junta de freguesia da área da prática da infracção, com coima cujo montante mínimo é de € 25.

Depois convém ainda referir que quanto às responsabilidades civis emergentes de danos causados por animais, são sempre da responsabilidade de quem tem o encargo da vigilância dos mesmos, respondendo pelos danos, salvo se provar que nenhuma culpa houve da sua parte ou que os danos se teriam igualmente produzido ainda que não houvesse culpa sua. (cfr. artigo 493.º, n.º 1, do Código Civil).

OPINIÃO - -
25 de Abril, agora, mais do que nunca!

No número anterior de “O Amarense” procurei e prometi aludir a um tema concernente ao interesse de todos os amarenses, neste mês de Abril. No entanto, como Abril é o mês da Revolução, e, Maio o mês do Dia Internacional do Trabalhador, terei que protelar o importante tema para a publicação de Junho.

Posto isto, alertado que me sinto com o alardeamento do fim da Democracia, ponto de vista tão pródigo a reaccionários e liberais de centro-direita, inicio por citar uma frase deliciosa do sociólogo norte-americano Charles Derber: «A democracia corre o maior risco, já que dinheiro é poder e as fortunas herdadas são poder reforçado com esteróides». No seu mais recente livro, “A Maioria Deserdada”, o autor lança perspectivas pertinentes para o debate, a partir de uma análise que elabora em torno de “O Capital” do economista francês Thomas Piketty. Derber acrescenta que à fórmula, tão actual, da luta das classes de Karl Marx deve adicionar-se o reaparecimento de castas no cerne da própria luta das classes.

A páginas tantas, lê-se: «(…) os indivíduos com riqueza herdada só têm de poupar uma parte dos seus rendimentos sobre o capital para verem esse capital crescer mas rapidamente do que a economia toda. Nestas condições, é quase inevitável que a riqueza herdade se sobreponha, por uma grande margem, à riqueza conseguida com uma vida de trabalho, e a concentração de capital chega a níveis extremamente elevados(…)».

Derber argumenta que «a riqueza herdada já representa (…), pelo menos, valores na ordem dos 70% a 80% da riqueza em toda a Europa», assim como no resto do mundo, sobretudo, nos Estados Unidos. Ora, se à medida que as fortunas crescem, e as heranças se tornam um factor de ainda mais peso – porquanto, quanto maior a fortuna, maior a rentabilidade do capital –, as desigualdades aprofundam-se, cavando-se, cada vez mais, o fosso entre classes, e a resistência das ultra-bacteriológicas castas, impondo-se, assim, um cenário aterrorizador e totalmente medievalista.

Desta forma, a Democracia corre a possibilidade de atravessar um acontecimento futuro e incerto, podendo resvalar para o regaço dos tantos que cobiçam a sua destruição. Porém, este panorama desolador não é inevitável. A força da Democracia respalda-se na força da intervenção do seu Povo. O Povo interveniente, concertado, atento, reforça, determinantemente, as auto-defesas da Democracia. Aliás, o Povo é o único “sistema imunitário” da própria Democracia.

Portanto, os valores do 25 de Abril, nestes dias, mais do que nunca, «são valores revolucionários que significam a ruptura com o passado fascista – bem como com um presente eivado de laivos e protuberâncias fascizantes –, e, exprimem um conjunto de desejos e de aspirações populares», como nos ensina o escritor Manuel Gusmão, e que devem prosperar.

O 25 de Abril, acontecimento maior da história de Portugal no século XX, 45 anos após o seu advento, deve prevalecer bem vivo dentro de todos nós, para que o possamos defender, literalmente, com unhas e dentes.

25 de Abril sempre, agora, mais do que nunca!

OPINIÃO - -
O sorriso é o espelho da alma

Autor: Marta Melo

O sorriso é o espelho da alma. Dados científicos provam que sorrir faz bem ao corpo e à mente, melhora o estado emocional e a qualidade de vida. Sorrir é um veículo de comunicação não verbal, melhorando as relações entre as pessoas e é sem dúvida um recurso de humanização.

Adaptando a citação de Martin Luther King “pouca coisa é necessária para transformar inteiramente uma vida: um sorriso nos lábios e Médicamares no coração”.

Reconhecendo a importância do sorriso, falaremos agora de como adquiri-lo, de como mantê-lo ao longo da vida e ainda de como o recuperar.

Os cuidados com a nossa saúde oral começam logo que nos formamos no ventre materno. A grávida deve procurar os cuidados médico-dentários para cuidar de si própria e do seu bebé. Existe um Programa Nacional de Promoção da Saúde                           Oral – Cheque Dentista a que todas as grávidas podem ter acesso. Assim que nascemos começamos a sorrir, mesmo sem dentes. É logo aí que os cuidados com a saúde oral devem começar. Quando nascem os primeiros dentes começamos a construir o sorriso. Este é o momento em que o bebé deve ter a sua primeira consulta de Medicina Dentária. Pequenas coisas como o uso de chupeta, a sucção dos dedos, a obstrução nasal com a concomitante respiração oral são pequenos exemplos de como aquilo que achamos que é normal pode comprometer para sempre o nosso sorriso, levando a alterações do esqueleto facial difíceis de solucionar.

A alimentação mole e açucarada do nosso tempo é outro problema que leva ao aparecimento de cárie e perda precoce dos dentes de leite. Hoje em dia, com a ajuda dos tratamentos dentários, dos aparelhos de correção, da otorrinolaringologia, da terapia da fala, da nutrição e da psicologia, temos jovens e adolescentes com sorrisos fantásticos.

Na idade adulta, os principais problemas relacionam-se com as perdas dentárias, com a doença periodontal e com as parafunções, como é o caso do bruxismo (ranger dos dentes). A estes problemas juntam-se a baixa autoestima, as dificuldades de comunicação e o aspeto envelhecido. As restaurações estéticas (coroas, facetas, etc.), os aparelhos dentários, as próteses removíveis e os implantes assumem atualmente um papel fundamental na recuperação e manutenção de um sorriso bonito e saudável.

Tão importante como tudo isto é saber manter o nosso sorriso visitando o médico dentista de seis em seis meses, usando uma escova de dentes macia, uma pasta de dentes adequada, uma boa técnica de escovagem e o fio dentário.

A forma de manter o seu sorriso é a prevenção.

OPINIÃO - -
Os talentos do futuro…

Vivemos tempos de mudança, de aprendizagem, de transformação acelerada onde o novo está cada vez mais presente, onde a criatividade a inovação, a aprendizagem e o conhecimento é fundamental para sobreviver.

Tal como aconteceu na nossa história colectiva em que assistimos a três revoluções industriais, sendo que a primeira (1780 a 1830) veio com a invenção da maquina a vapor (industria textil, algodão, o trabalho assalariado, os caminhos de ferro, etc..) a segunda impulsionada pelo desenvolvimento industrial, a produção em série no início do século XX com o Henry Ford (produção em série) e Taylor e após a segunda guerra mundial com a metalurgia, indústria e novos métodos de produção e a terceira revolução surgiu a partir da década de 70 com o surgimento da tecnologia (computação, biotecnologia, electrónica, informática) e a uma crescente especialização dos trabalho com a sub-contratação dos serviços, cooperação cada vez mais presentes.

Hoje assistimos na actualidade a uma 4ª revolução uma transformação constante e continuada ao nível da indústria 4.0, a um conjunto de transformações tecnológicas relevantes como: robotização, inteligência artificial, realidade aumentada, Big data, nanotecnologia, impressão 3D, biologia sintética, Internet das coisas, etc…

De acordo com a PwC (Berriman, R. (2017) as previsões indicam que cerca de 30% dos empregos no Reino Unido será substituído por trabalho robotizado ou automatizado até 2030, isto é, dentro de uma década. A transformação será mais acentuada nos EUA (38%) e a Alemanha (35%) e menos no Japão (21%) e mais nas indústrias assentes em mão-de-obra intensiva, como os transportes (56%), produção (46%) e comércio grossista e a retalho (44%) e menos naquelas baseadas em mente-de-obra, como a saúde e o trabalho social (17% cada).

…as profissões ligadas aos diversos ramos da engenharia e tecnologia estão naturalmente entre as que vão crescer ou, pelo menos, manter a sua saliência (World Economic Forum (2016)

Um relatório publicado pela plataforma LinkedIn (Linkedin’s 2017) mostra a prevalência de empregos ligados às novas tecnologias (A): machine learning engineer (crescimento de 9,8 vezes), data scientist (6,5x), sales development representative (5,7x), customer success manager (5,6x) e big data developer (5,5x).

Em síntese, verificamos que os colaboradores do futuro terão muitos e novos desafios como, adaptabilidade, flexibilidade cultural, colaboração, liderança, potencial de crescimento e evolução, resiliência, criatividade e inovação constantes, pois num estudo da Dell Technologies, 85% das profissões em 2030 ainda não foram inventadas.