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OPINIÃO -
A relevância da resiliência em tempos de incerteza

A resiliência é um conceito extraído da física que podemos definir como a capacidade intra-psíquica e pessoal de lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir, de lutar, de agir ativamente face às adversidades vividas, atualmente, quer em termos pessoais, quer em termos profissionais. 

Segundo (McLuhan, 1962, p. 38) Essa situação [a de uma sociedade oral onde a interdependência resulta da interação necessária às causas e aos efeitos na totalidade da estrutura] é típica de uma aldeia e, desde o advento dos meios eletrónicos de comunicação, da aldeia global. 

Tendo o autor escrito na década de 60 no século passado uma interdependência ao nível da comunicação, verificamos hoje, uma pandemia ao nível global e planetária, um novo desafio, uma nova realidade, com novos e diferentes preocupações, sendo importante pensar, planear e agir diferente e de forma correta, para superar a atual e futura realidade.

Assim precisamos de ser resiliêntes, de melhorar a nossa capacidade de resistir, de persistir, controlando as emoções, promovendo comportamentos congruentes e assertivos entre as pessoas, ser positivo, analisar o meio ambiente, procurando identificar as soluções para os problemas, empatia com o próximo, e com capacidade de potenciar sinergias com outras pessoas, em busca constante de soluções conjuntas.

Num tempo de turbulências, incertezas, instabilidade ao nível pessoal e profissional, com desafios constantes ao nível da saúde, (individual e coletiva) económico, social e da nossa própria sustentabilidade sendo necessário e urgente um equilíbrio continuado, relativamente à nossa própria sobrevivência humana.

Neste sentido, a percepção da realidade, é para nós, a nossa realidade e assim é fundamental alterar ou fortalecer o nosso “mind set”, ou seja, os nossos pensamentos e neste sentido, devemos fazer com que o nosso sorriso mude o nosso mundo e não deixar que o mundo mude o nosso sorriso.

Nunca como hoje, foi tão necessária e fundamental atributos como: a reinvenção de nós próprios, uma reflexão sobre os verdadeiros valores humanos, no respeito pelo outro, no respeito pela natureza, na procura do autêntico, do natural, daquilo que realmente importa, procurando valorizar a ética, a transparência, a honestidade, a integridade, a retidão e projetar estes valores e princípios em toda a dimensão humana, procurando uma transformação pessoal, em primeiro lugar o “nosso pensamento”, construir um “novo mundo interior” para que este seja o refletido no nosso comportamento diário e continuado.

Por último, mas não menos importante, devemos ter sempre a capacidade de nos mantermos originais e não repetitivos, criativos e não cópias, dinâmicos e proativos e em constante aprendizagem em busca de um melhor amanhã.

OPINIÃO -
Sabia que ainda persistem alguns mitos sobre o Código da Estrada?

Por muito que procuremos evitar, enquanto policia vejo-me confrontado diariamente, ao nivel familiar e ao nivel social com temáticas que abranjem esta mesma atividade profissional. Normalmente, onde está um polícia, quer seja à mesa quer seja naquele encontro ocasional, o tema multas e código da estrada acaba sempre por vir para cima da mesa. Em visita ao Restaurante Carias em Goães – Amares, foi o ilustre conterrânio, Agostinho Carias que veio ao encontro da minha mesa colocar questões sobre alguns mitos que ainda perduram, entre a nossa comunidade sobre o Código da Estrada. A palavra de ordem é “ouvi dizer!”. Com efeito, procurarei esta semana contribuir um pouco para o esclarecimento de alguns temas que vão gerando dúvidas. Ao longo dos últimos anos têm existido várias mudanças na legislação e portanto é normal existirem algumas dúvidas relativamente à obrigatoriedade de afixar selos no pára-brisas. Afinal quais os selos que deve colocar no para-brisas do seu carro? Nos dias de hoje só é o obrigatório ter afixado no para-brisas do seu carro o Seguro de Responsabilidade Civil. É este o selo que apenas necessita de estar visível, caso não o tenha pode ser autuado com uma contraordenação no valor de 125€. Relativamente ao selo da Inspeção periódica do veículo, este não necessita de ser afixado de acordo com o decreto-lei n.º 144/2012, de 11 de julho, no entanto é sempre necessário ter em posse a ficha de inspeção do respetivo veiculo. O comprovativo de Imposto Único de Circulação também não necessita de ser afixado.

Com o Verão ai a chegar, há ainda mais mitos que se apresentam nas conversas sociais,  entre alguns deles, é a proibição de conduzir ou não de chinelos de praia. Quando se fala em condução segura , o Código da Estrada é extenso e nesse sentido é comum acreditarmos no que se vai ouvindo por ai. Certamente que já ouviu falar que consuzir com chinelos de praia, em tronco nu e até descalço dá diraito a multa. É verdade que, no caso dos chinelos, este tipo de calçado não é propriamente o mais aconselhado para conduzir, mas o Código da Estrada não tem qualquer referência ao tipo de roupa ou calçado que pode usar enquanto conduz. A verdade é que no seguimento do que é referido no Código da Estrada, pode-se conduzir efetivamente de chinelos, mas deve existir bom senso. Os consutores não devem conduzir com calçado que não garanta a segurança no pedal, como por exemplo, um chinelo mal acalçado ou então danificado. O mesmo principio aplica-se à condução em tronco nu. Com os pressupostos apresentados, espero ter contribuido para a desmistificação do “diz que disse” comunitário sobre alguns mitos associados ao Código da Estrada.

Faço votos de boas conduções e para os que vão de férias que conduzam com bom senso e prudência.

OPINIÃO -
Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil. Sabe o que é?

O mês de junho arranca com a efeméride do Dia Mundial da Criança, pelo que decidi dedicar este texto a um tema que me é muito caro enquanto enfermeiro de família: a saúde infantil.

Já noutras edições desta coluna de opinião defendi a importância da educação para a saúde e do foco nas crianças e adolescentes como pedra basilar para a alteração de hábitos e estilos de vida, no sentido da criação de gerações cada vez mais saudáveis e conscientes da sua responsabilidade enquanto agentes da própria saúde, caminhando para uma cada vez maior redução e erradicação de comportamentos de risco e para uma adoção cada vez mais expressiva e eficaz dos chamados hábitos de vida saudáveis.

“De pequenino se torce o pepino” é uma expressão popular bem conhecida por todos nós e que usamos amiúde, sempre que se trata de defender que os bons hábitos se adquirem desde tenra idade, tal e qual como os pepinos carecem de uma poda específica, numa fase inicial do seu desenvolvimento, de modo a que cresçam saborosos e com todo o valor nutricional!

De acordo com a Direção Geral da Saúde, os ganhos em saúde da população residente em Portugal têm vindo a aumentar nos últimos anos, nomeadamente os que se referem à infância e juventude.

Em indicadores como a mortalidade infantil, nomeadamente, atingimos já em Portugal dos melhores valores a nível mundial. A nossa taxa de mortalidade, que em 1960 se aproximava dos 90 por mil habitantes, está hoje em 2,7 por mil, abaixo da média europeia de 3,6%.

Vários fatores de múltipla ordem – cultural, política, socioeconómica, comunitária e individual – explicam estes resultados animadores, mas o acesso aos serviços de saúde e a cuidados de qualidade foram indubitavelmente constituindo um elemento basilar para que tal evolução acontecesse. Portugal tem também das mais elevadas taxas de cobertura vacinal em todo o mundo! 

Os profissionais de saúde, com especial destaque para as Equipas de Saúde Familiar, têm o mérito de manter a população informada e, assim, desmistificar crenças contra as vacinas, agora tão na moda. E as famílias portuguesas, por seu turno, sobretudo as que têm crianças, têm o mérito de serem responsáveis enquanto pais/cuidadores e cidadãos no que à saúde de todos diz respeito. Estudos da Comissão Europeia, mostram que Portugal tem a proporção mais elevada (acima de 95%) de pessoas que acreditam na segurança, efetividade e importância das vacinas.

Para que tais ganhos se alcançassem, ilustrados aqui em números relativos à diminuição das taxas de mortalidade infantil e ao aumento da cobertura vacinal, apenas para mencionar alguns exemplos, um longo caminho de melhoria e aperfeiçoamento dos cuidados de saúde tem sido levado a cabo, desde a criação do Programa-tipo de Atuação em Saúde Infantil e Juvenil, em 1992, pela então Direcção-Geral dos Cuidados de Saúde Primários, bem como pelas atualizações sofridas ao longo do tempo, para o que hoje conhecemos como Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil. A aplicação sistemática deste programa de vigilância de saúde tem vindo a revelar-se, nos diferentes tipos de instituições em que ocorre, um garante de cuidados de saúde adequados e eficazes, com a contribuição e o empenho de todos os que nela participam.

Este Programa tem sofrido modificações ao longo dos anos, no sentido da melhoria dos padrões de qualidade e da harmonização dos conteúdos das ações de saúde com as novas evidências científicas e com novas morbilidades, bem como uma maior relevância de problemas de saúde preexistentes.

Num momento em que Portugal se confronta ainda com aquele que é já considerado o maior desafio de saúde de sempre à escala mundial (a pandemia covid19), dados como os que aqui hoje deixo aumentam o nosso sentido de confiança no nosso sistema nacional de saúde.

Sem esquecer também, a propósito do Dia da Criança, que o direito à saúde é um direito constitucional irrefutável e uma realidade no nosso país.