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OPINIÃO -
Migração e Saúde – Que direitos e deveres?

Artigo de Alice Magalhães, ACeS Cávado II – Gerês / Cabreira

 

Qualquer cidadão tem o direito à saúde e o dever de a proteger. Se é imigrante e está doente, ou precisa de qualquer tipo de cuidados de saúde, tem direito a ser assistido num Centro de Saúde ou num Hospital (em caso de urgência). Esses serviços não podem recusar-se a assisti-lo com base em quaisquer razões ligadas à nacionalidade, falta de meios económicos, falta de legalização ou outra.

Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM,2013), vive-se hoje a maior mobilidade humana registada na história. Há mais pessoas em movimento do que nunca, com o número total de migrantes internacionais atualmente estimado em 214 milhões. 

Sendo a migração reconhecida internacionalmente como um dos desafios para a saúde pública, alguns governos e instituições governamentais e não governamentais têm mostrado uma crescente preocupação com a necessidade de formular políticas e programas que abordem as desigualdades de acesso a cuidados de saúde e que eliminem barreiras de acesso a tais cuidados (OIM, 2013). Mas, apesar destes esforços, os imigrantes continuam a ser negligenciados em muitos países, onde o acesso aos cuidados de saúde, muitas vezes, ainda é limitado e condicional. 

As razões apontadas para os fluxos migratórios incluem conflitos, desastres naturais ou degradação ambiental, perseguição política, pobreza, discriminação e falta de acesso a serviços básicos e a procura de novas oportunidades, nomeadamente em termos de trabalho e/ou educação (OIM, 2013), o que torna esta população muito vulnerável.

Dúvidas frequentes

Tenho processo pendente no SEF. Posso obter o número de utente do SNS?

Sim. De acordo com o Despacho n.º 4473-A/2021 de 30 de abril, que procedeu ao alargamento do âmbito do Despacho n.º 3863-B/2020 de 27 de março e do Despacho n.º 10944/2020 de 8 de novembro, todos os cidadãos estrangeiros com processos pendentes no SEF (pedidos ao abrigo do regime jurídico da entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional ou da Lei que estabelece as condições e procedimentos de concessão de asilo ou proteção subsidiária e os estatutos de requerente de asilo, de refugiado e de proteção subsidiária) à data de 30 de abril de 2021, encontram-se em situação de permanência regular em Portugal. 

Estes cidadãos gozam dos mesmos direitos de acesso à saúde que os beneficiários do SNS e em condições de igualdade, relativamente à prestação de cuidados de saúde em instituições e serviços oficiais e à assistência medicamentosa, estando sujeitos aos mesmos princípios e normas em matéria de pagamento e de isenções de taxas moderadoras.

Reúno as condições indicadas no Despacho n.º 4473-A/2021 de 30 de abril. Como posso obter o número de utente?

Os imigrantes com situação de permanência regular em Portugal podem efetuar a sua inscrição junto do centro de saúde da área da residência, exibindo para tal a documentação que comprove a sua situação junto do SEF.

Qual a documentação necessária para obter o número de utente?

O cidadão estrangeiro (que reúna as condições acima expostas) apresentar perante os serviços de saúde o:

  • Documento de manifestação de interesse ou pedido emitido pelas plataformas de registo em uso no SEF, OU
  • Documento comprovativo do agendamento no SEF ou de recibo comprovativo de pedido efetuado.

A minha autorização de residência expirou. Posso obter, nas mesmas condições, o número de utente?

Sim. Os documentos e vistos relativos à permanência em território nacional, bem como as licenças e autorizações, cuja validade expire a partir de 30/04/2021 ou nos 15 dias imediatamente anteriores, são aceites, nos mesmos termos, até 31/12/2021 e, após esta data, desde que o seu titular faça prova de que já procedeu ao agendamento da respetiva renovação.

Como proceder, caso os meus direitos como cidadão imigrante, relativamente ao acesso à prestação de cuidados de saúde no Serviço Nacional de Saúde, não estiverem a ser respeitados?

Se, por algum motivo, o cidadão imigrante encontrar dificuldades em exercer os seus direitos, estando a ser limitado o seu acesso à prestação de cuidados de saúde, deverá:

  • Num primeiro momento, obter esclarecimentos junto do estabelecimento prestador de cuidados de saúde em causa, nomeadamente junto do respetivo gabinete do cidadão.
  • Se, ainda assim persistir alguma dúvida, poderá efetuar um pedido de informação à ERS, nomeadamente através do formulário online.
  • Caso não obtenha a resolução pretendida, poderá apresentar uma reclamação à ERS, através do seu livro de reclamações online.

Estas e outras informações:

https://www.acm.gov.pt/pt/-/se-estiver-doente-quais-os-meus-direitos-e-deveres-

https://www.ers.pt/

OPINIÃO -
A Inovação como ferramenta para a sobrevivência

Opinião de Rui Ferreira

 

É por demais evidente que a crise pandémica arruinou milhares de empresas e continua a ter um grande impacto na economia do nosso país.

O momento continua a ser bastante sensível e as empresas sentem um receio real de não conseguir sobreviver.

Mas a realidade é que já nada voltará ao dito normal. O momento é de mudança, de inovação, de diferenciação.

Inovar significa criar algo novo. Mas criar algo novo não exige necessariamente a criação de um produto ou de um serviço que não exista no mercado. Inovação é também a melhoria significativa de um produto ou serviço já existente no nosso leque de oferta. Uma simples alteração da estratégia empresarial em prol da melhoria significativa dos seus produtos ou serviços, ou até do seu modelo de negócio, pode representar uma grande inovação para uma PME.

E os últimos números publicados pela Agência Nacional de Inovação deixam algumas indicações e conclusões bem definidas, no que respeita ao investimento efetuado pelas empresas em atividades de investigação e desenvolvimento (I&D) e de inovação.

As candidaturas a incentivos fiscais à investigação e desenvolvimento empresarial (SIFIDE), bateram em 2020 um novo recorde, somando 3.283 candidaturas e um investimento superior a 1.500 milhões de euros.

Face período homólogo anterior, registou-se um aumento de 38% no número de candidaturas, de 27% nos investimentos declarados pelas empresas e de 24% no total de projetos, que ultrapassaram os 8.000.

Cerca de 400 milhões de euros foram investidos em fundos de capital de risco para projetos de investigação e desenvolvimento (I&D).

O crédito fiscal solicitado pelas empresas no âmbito do SIFIDE – Sistema de Incentivos Fiscais à Investigação & Desenvolvimento Empresarial rondou os 745 milhões de euros, mais 36% do que no ano anterior.

No ano de 2020, a região Norte apresentou 41% das candidaturas ao SIFIDE e isso representa bem a necessidade de criação de valor pelas empresas da nossa tão competitiva região.

Numa altura onde o mais fácil é justificar tudo o que de mal nos acontece com a crise pandémica, ainda existem milhares de empresas que apostam na inovação e na investigação e desenvolvimento como a principal ferramenta de criação de valor e de diferenciação nos mercados.

A inovação, quando cria aumento de competitividade, é considerada um fator decisivo no crescimento económico.

Apenas aqueles que tenham capacidade de adaptação e abertura à mudança irão singrar.

OPINIÃO -
A educação na proteção do lobo ibérico

Opinião de Sara Silva

 

A 13 de agosto de 1988, declarou-se o lobo ibérico como uma das espécies protegidas por lei em Portugal e em 2005 declarou-se como uma espécie Em Perigo pelo Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. No entanto, assiste-se, até aos dias de hoje, mesmo com a distância de três décadas, a notícias que reclamam da perseguição e morte destes lobos, em ambiente natural.

O lobo ibérico, predador de topo, tem sofrido na pele a perseguição humana ao longo de vários anos, sobre o qual constata-se tentativas de abate com tiros, envenenamentos e armadilhas. Além disto, o risco de extinção resulta da união de vários outros fatores, tais como a deterioração do habitat com a construção de infraestruturas, a competição com cães vadios e assilvestrados e a diminuição, em certas épocas, das suas presas silvestres.

Reconhece-se com facilidade os prejuízos dos lobos nas aldeias, principalmente nos ataques aos rebanhos, mas nem sempre são reconhecidos os benefícios da presença destes. Na verdade, o lobo permite o controlo de várias pragas. A título de exemplo, hoje não existe evidência da existência deste na zona do Alentejo e, como tal, assiste-se a notícias da proliferação preocupante da praga de javalis nesta zona, que tem causado prejuízos avultados.

Como tal, o caminho na proteção deste animal deve iniciar-se na educação, nos primeiros anos de vida, para que as novas gerações compreendam a beleza e importância desta espécie no meio ambiente. Na Escola Básica de Gualtar, a turma 5ºA desenvolveu o projeto intitulado Um uivo pela sobrevivência. Num primeiro momento, evidenciou-se que os alunos tinham conhecimentos superficiais sobre este animal, revelando a urgência e necessidade do alargamento deste projeto a outras turmas e outras escolas. Iniciou-se, então, um trabalho de pesquisa. No âmbito da disciplina de Português, procedeu-se a leitura de textos informativos, assim como a leitura da obra literária Quem tem medo do lobo minoritário? (Saldanha, 2012, pp. 33-43), que desmitifica a imagem do Lobo Mau dos Clássicos da Literatura Infantojuvenil, apresentando-nos um Lobo Mau mais próximo do lobo real, que tem medo dos humanos. A turma teve, ainda, a oportunidade de ter contacto com biólogos que cuidam desta espécie, presentes no Centro de Recuperação do Lobo Ibérico. Por fim, o grupo turma construiu uma exposição, presente na biblioteca da escola, que dá a conhecer ao público vários aspetos relacionados com o lobo ibérico. Esta exposição tem como objetivo sensibilizar para a importância da conservação de uma espécie emblemática da fauna portuguesa cujas populações se encontram ameaçadas.

 Por fim, reitera-se a ideia de que uma das soluções para a proteção do lobo ibérico deve passar, obrigatoriamente, pela educação, pois as aprendizagens permitem que os alunos compreendam a importância de respeitar e preservar esta espécie, reconhecendo as várias formas possíveis de auxílio na proteção, mesmo quando os alunos moram no centro de uma cidade.

OPINIÃO -
Um terreno para consciencialização

Opinião de Marco Alves

 

Os lavadouros comunitários são locais simbólicos. Estes lugares de muita memória que hoje parecem estar tragicamente condenados ao abandono deveriam ser tidos em conta na promoção simbólica das muitas histórias ali ditas e que o silêncio hoje tenta contar.

Os lavadouros públicos, para além dos fins a que se destinavam, serviam de ponto de encontro das mulheres em momentos de convívio social, enquanto esfregavam lençóis e faziam o curioso exercício, de duplo significado, que era “lavar a roupa suja em público”. Aliás, este exercício ainda hoje é promovido, mas de outras formas.

Recordo-me da minha avó paterna na sua rotina, junto do tanque público do Largo da Fonte de Baixo, em Barcelos. Era pouco de “lavar roupa suja em público” no sentido figurado, mas naquele espaço comunitário lavava a roupa que a sua família sujava, enquanto eu me deliciava a escutar as conversas e observava a roupa a nadar nas águas límpidas que sustentavam o tanque.

Ao fim de 19 meses de pandemia em Portugal, os hábitos e as rotinas de grande maioria da população sofreram um embate e todos tiveram de se adaptar a uma nova realidade. As crianças foram obrigadas a trocar a sala de aula presencial por uma sala de aula virtual e os pais necessitaram de estar presentes, desempenhando o papel de professor.

As visitas à família e amigos foram trocadas por videochamadas, os abraços e os beijos perderam o lugar para as “cotoveladas” e passámos a não sair de casa sem a máscara, o novo acessório que nos cobre parte do rosto e esconde quase por completo as emoções. Grande parte dos portugueses esteve fechada em casa, sem conversar presencialmente com um amigo, sem viajar, sem ver uma peça de teatro, sem ir a um jogo de futebol ou ao cinema. Fomos obrigados a encontrar alternativas para ocupar a mente. Para nos mantermos saudáveis também a esse nível.

As hortas comunitárias são espaços de convívio, de lazer e de aprendizagem que melhoram a qualidade de vida e da alimentação das pessoas. São uma parte ecológica de uma região e, normalmente, estão localizadas em parques ou espaços verdes de lazer. A sua implementação permite a eliminação de terrenos desaproveitados e garante a produção de legumes, vegetais e ervas aromáticas ou medicinais para consumo, venda ou troca na sociedade, promovendo a economia circular. Atualmente, as pessoas estão cada vez mais viradas para a natureza e procuram estar em contacto com a natureza. Com a plantação de uma horta comunitária, pode conhecer-se como é que o lixo produzido pelo homem pode ser decomposto e servir de fertilizante orgânico. As hortas comunitárias são espaços de cultivo que oferecem inúmeros benefícios para uma determinada comunidade, dos mais importantes, destacam-se os seguintes:

-A requalificação e a renovação da paisagem urbana e a contribuição para os projetos de inclusão social.

-A possibilidade de contribuir para a beleza natural e desenvolvimento da biodiversidade da região. 

-A importância de desenvolver uma atividade relaxante que liberte o desgaste mental.

-O cultivo de alimentos sempre frescos e sem esperar muito tempo para serem consumidos.

-A produção de legumes e vegetais para o consumo em famílias de baixos rendimentos.

-A melhoria da qualidade da alimentação, com o consumo de produtos frescos e naturais.

-A redução das despesas com a alimentação.

-Estes espaços são constituídos como locais de formação para jovens e crianças, pois vão fazer com que valorizem a produção regional e desenvolvam uma maior consciência ambiental.

A natureza é o único livro que oferece um conteúdo valioso em todas as folhas!

OPINIÃO -
A relevância da sustentabilidade…

Cada vez mais a sustentabilidade assume uma necessidade, preocupação e um compromisso das empresas e organizações, procurando influenciar os consumidores, alterar comportamentos e práticas de sustentabilidade a caminho da poluição zero.

As práticas sustentáveis são também fatores de diferenciação das marcas, contribuindo para a sua diferenciação, imagem e reputação, na medida em que contribuem para uma mudança fundamental de comportamentos responsáveis e relevantes para um equilíbrio necessário entre os recursos do nosso planeta e as necessidades de todo o consumo humano.

Um dos desafios atuais consiste em disponibilizar produtos a preços acessíveis, procurando assegurar a performance exigida pelos consumidores, assegurando simultaneamente, a sustentabilidade dos materiais, das matérias-primas e produtos, tal como se pode verificar nas empresas de distribuição alimentar, através das suas marcas próprias.

Verificamos também que as marcas próprias, querendo resolver este problema, assumem o controlo de toda a cadeia logística, desde a produção, armazenamento, distribuição e disponibilização nos locais de venda. 

Os consumidores estão cada vez mais sensibilizados para a obtenção de melhor informação, consciencialização, capacitação e continuidade nas práticas sustentáveis pelas empresas, observando a sua conformidade para as preocupações ambientais e sustentáveis.

A marcas precisam de cumprir a sua promessa, de agir em conformidade com as preocupações ambientais e ecológicas, exemplo disso são: a sensibilização nas escolas para uma alimentação saudável, a diminuição do desperdício alimentar, a procura crescente do consumo de produtos bio e ecológicos, reutilização das sobras evitando o desperdício de alimentos, informações sobre receitas nos produtos alimentares, utilização de influenciadores digitais. 

Neste sentido, é fundamental encontrar o equilíbrio entre a promoção de hábitos alimentares saudáveis com menos sal, menos gorduras, com mais legumes e frutas, se possível sem produtos químicos, alinhados com a prática de exercício físico e uma gestão eficiente do stress.  

No setor não alimentar, algumas práticas correntes são: a redução e substituição do plástico pelo vidro, reciclagem, reutilização do lixo eletrónico através de incentivos de entrega de equipamento elétrico e eletrónico através de trocas de telemóveis, eletrodomésticos, prolongamento da vida útil das máquinas e equipamentos, reutilização de livros escolares, entre outros.

Assim, é fundamental alinhar a produção, distribuição e venda de produtos e serviços às necessidades, desejos dos consumidores, com criatividade e inovação, sempre com o propósito de sensibilizar e implementar práticas de sustentabilidade e respeito pelo ambiente e os recursos naturais do nosso planeta.

OPINIÃO -
Municipalização da Proteção Civil

Opinião de João Ferreira

 

Em mês de eleições autárquicas nunca será demais relembrar as responsabilidades dos nossos candidatos.

A Proteção Civil tem dado passos importantes na proximidade com o cidadão. Uma dessas medidas foi a transferência de competências e estruturação da Proteção Civil nas Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia (DL nº 44/2019).

Embora estas entidades sejam responsáveis não podemos esquecer que o cidadão é o principal ator.

De uma forma simplista, a protecção civil a nível municipal é da responsabilidade do presidente de câmara, sendo este a autoridade municipal de proteção civil, e é composta pelo Serviço Municipal de Proteção Civil (SMPC) dirigido pelo Coordenador Municipal de Proteção Civil, pela Comissão Municipal de Proteção Civil (CMPC) onde podem ser criadas subcomissões e pelo Centro de Coordenação Operacional Municipal (CCOM).

A proteção civil municipal tem como objetivo planear soluções de emergência para diversas situações, tais como: salvamento, evacuação, alojamento e abastecimento das populações, incluindo a realização de simulacros.

Em cada município tem de existir um plano municipal de emergência de proteção civil para enfrentar as situações de emergência de cada território, este actualizado de 5 em 5 anos.

Quais as principais mudanças com a entrada desta lei? Basicamente há um reforço das competências dos órgãos municipais nesta área. Os municípios e as freguesias ganham mais poder de intervenção na área da proteção civil.

Para esclarecer melhor, o SMPC tem responsabilidade em 4 importantes áreas: prevenção e avaliação de riscos e vulnerabilidades; planeamento e apoio às operações; logística e comunicações; sensibilização e informação pública.

A CMPC tem competência para: diligenciar a elaboração dos Planos Municipais de Emergência de Proteção Civil (PMEPC); promover e difundir comunicados e avisos à população; acompanhar as políticas diretamente ligadas ao sistema de proteção civil.

A câmara municipal tem competências para: Elaborar o PMEPC e acompanhar a sua execução; dar pareceres quanto ao estabelecimento de medidas preventivas; ativar e desactivar o PMEPC ou Planos Especiais de Emergência de Proteção Civil (PEEPC). Esta competência é exclusiva do Presidente da Câmara.

A Junta de Freguesia tem competências para: prever e avaliar riscos; sensibilizar e informar a população; apoiar quando existirem ocorrências. As juntas de freguesia podem deliberar a existência de Unidades Locais de Proteção Civil (ULPC).

O Coordenador Municipal de Proteção Civil atua exclusivamente na sua área geográfica, dirige o SMPC, acompanha as operações de protecção e socorro de PC no concelho, promove reuniões de trabalho sobre matérias de protecção e socorro, elabora planos, convoca e coordena o CCOM.

Ainda existe nos municípios uma Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (CMDFCI) que pode é apoiada pelo Gabinete Técnico Florestal (GTF).

São Agentes de Proteção Civil: Corpos de Bombeiros; Forças de Segurança; Forças Armadas; órgãos da Autoridade Marítima Nacional; Autoridade Nacional da Aviação Civil; INEM,I.P., e demais entidades públicas prestadoras de serviços de saúde; Sapadores Florestais. A CVP exerce, em cooperação com os demais agentes e de harmonia com o seu estatuto próprio funções de protecção civil nos domínios da intervenção, apoio, socorro e assistência sanitária e social.

Como dizia Dalai Lama, “a responsabilidade de todos é o único caminho para a sobrevivência humana”.

OPINIÃO -
Amares, um verão de reencontros em véspera de eleições autárquicas

Por Rui Ribeiro Barata

Conselheiro das Comunidades Portuguesas em Estrasburgo

Caras e caros conterrâneos, as férias de verão estão à porta. Este é sempre um período em que milhares de portugueses e turistas se deslocam até ao nosso Concelho. Para uns será o reencontrar seus entes queridos, que para muitos, já não se encontravam desde o verão 2019. Para outros, será o momento escolhido para visitar e descobrir a cultura e os atractivos turisticos do nosso território. Este verão será sem dúvida um momento de reencontros, de proximidade e de afectos, mas sempre consciente que a situação pandémica ainda é frágil.  Devemos todos em conjunto, continuar a aplicar os gestos “barreira”, no sentido de preservar a saúde do colectivo. 

Reforço a ideia de que os portugueses residentes no estrangeiro para se deslocarem a Portugal terão de apresentar o certificado digital Covid ou na impossibilidade, um teste PCR ou antigénico negativo. Estas são medidas importantes para restabeler a confiança e amenizar preconceitos que se possam ter em relação às pessoas que chegam do exterior ao nosso território. 

Este ano 2021 ficará também ele marcado pela realização das eleições autárquicas no dia 26 de setembro. Neste contexto gostaria de reafirmar enquanto amarense residente no estrangeiro e à semelhança de muitos milhares, continuamos impedidos de ter voz na escolha dos destinos do nosso Concelho. Não nos sendo possível eleger os nossos representantes autárquicos. Já em 2017 escrevi um artigo de opinião a este propósito. 

Portugal possuí mais de 2,5 milhões de portugueses residentes no estrangeiro com direitos cívicos e políticos activos. Ou seja, cerca de 25% da população portuguesa reside no estrangeiro. Pelo peso, importância e laços de afectividade das comunidades portuguesas da diáspora na nossa sociedade, devemos ter uma atenção particular para com este universo de eleitores. 

Como em 2017, continuo a achar que a grande maioria dos territórios ainda não percebeu o potencial e a mais valia que todo este aglomerado humano pode proporcionar ao desenvolvimento dos territórios. Já nem evoco as remessas que são enviadas, os impostos locais que são cobrados, os investimentos empresariais que são efectuados por ou através da diáspora portuguesa, o contributo ao nível do consumo, do turismo, da hotelaria, do comércio, dos eventos, que estas centenas de milhares de portugueses dão à economia local e da revitalização dos territórios rurais portugueses, essencialmente durante os meses de verão.

Por estas e outras razões e após 47 anos da reposição da Democracia em Portugal, continuamos convictos que os direitos mais fundamentais não estão a ser salvaguardados para todos. Os portugueses residentes no estrangeiro continuam a sofrer duma tremenda injustiça. Não nos devemos esquecer que Portugal foi, é e será uma nação de emigração, repartida pelo mundo.  

Apelo a que as forças políticas e os diferentes candidatos às próximas eleições autárquicas integrem nas suas listas compatriotas residentes no estrangeiro, e que nos seus programas incluam propostas, ideias e projectos com esta visão exterior, desinteressada e ambiciosa para o Concelho. Este trabalho ao ser realizado em conjunto, será certamente mais proficuo para todos.  

Lanço um apelo à maior participação cívica possível no próximo escrutinio autárquico. Para bem de Amares e para bem da Democracia. Se estiver recenseado, vote no dia 26 de setembro. 

OPINIÃO -
Tu consegues

Artigo de Marco Alves

 

No passado dia 23 julho, o imperador do Japão, Naruhito, declarou a abertura oficial dos Jogos Olímpicos (JO) de Tóquio 2020. Os JO são o maior evento desportivo à face da Terra e aquele que de 4 em 4 anos, coloca em competição mais de 11 mil atletas provenientes de 206 nações, em mais de três dezenas de diferentes desportos.

Os Jogos Olímpicos da era moderna foram idealizados e criados pelo francês Pierre de Coubertin. Motivado pelo ideal da educação através do desporto, queria utilizar os jogos como um instrumento de aproximação entre os povos, em benefício da paz. 

Os melhores dos melhores são consagrados com as muito desejadas medalhas. O metal mais precioso é o ouro, destinado ao primeiro classificado, segue-se a prata para aquele que ficar na segunda posição e o bronze como consolação para o terceiro lugar.

As medalhas são naturalmente aquelas que dão mais destaque e constroem as lendas olímpicas, mas também existe uma premiação para aqueles que ficam imediatamente abaixo das posições das medalhas até à oitava posição, o diploma olímpico. Documento que dá aos atletas um estatuto especial como consequência de um desempenho de hierarquia nas Olimpíadas. 

Poderia falar de Jesse Owens, Larissa Latynia, Nadia Comaneci, Paavo Nurmi, Carl Lewis, Mark Spitz, Michael Phelps, mas vou falar de Abebe Bikila. O etíope foi o primeiro atleta africano a conquistar uma medalha de ouro olímpica e também o primeiro bicampeão da maratona: Roma-1960 e Tóqio-1964. Em Roma, a prova da maratona foi realizada à noite, os atletas corriam entre a chama das tochas que os soldados italianos erguiam por todo o percurso onde Bikila venceu a prova descalço. Na época, surgiu um ditado: “Foi necessário 1 milhão de soldados italianos para invadir a Etiópia, mas apenas um soldado etíope para conquistar Roma”. 

Portugal está representado nos JO2020 de Tóquio com 91 atletas, 55 homens e 36 mulheres num total de 17 modalidades, entre elas a canoagem.

Portugal disfruta de magnificas condições para a prática desta modalidade, infelizmente há concelhos que não apostam por falta de vontade e iniciativa. 

Amares, com dois rios é um desses concelhos. Felizmente tem uma atleta olímpica, Joana Vasconcelos. Depois de atingir o 6º lugar em K4 500m nos JO Londres 2012, a atleta conseguiu a qualificação para as provas de K1 200m e K1 500m, naquela que será a segunda participação olímpica, em Tóquio.  

Os decisores políticos do concelho, entretanto, já devem estar a pensar: “O que será de nós com uma campeã olímpica e sem clube náutico?”.

Ganbatte Joana! Tu consegues.

OPINIÃO -
À procura de um novo normal…

Opinião de Manuel Sousa Pereira

 

Estamos, mais do que nunca, com muita vontade de virar a página, de voltar ao normal, sem máscaras, sem limitações, sem distanciamento, sem restrições no local de trabalho, nas ruas, nos espaços públicos e privados, voltando a uma nova “vida normal” dos abraços, dos afetos, da proximidade e da humanização, no relacionamento “natural” entre as pessoas.

Esta pandemia trouxe-nos novos desafios, ao nível da transição digital, ao nível pessoal, familiar e organizacional, ao nível do trabalho remoto, provocando uma necessidade de adaptação rápida e em tempo real a uma nova realidade. Neste sentido, esta nova realidade tem contribuído para uma necessidade constante de imaginar, experimentar, testar e aplicar novas experiências e métodos que acrescentam valor às atividades do nosso quotidiano.

Todavia, esta pandemia trouxe alguns aspetos que também podem ser positivos, como por exemplo, o teletrabalho, segundo a Remote Portugal 85% num estudo efetuado, as pessoas responderam que se encontravam satisfeitos e muito satisfeitos com este modelo de trabalho, mesmo quando 44% das pessoas nunca tinha experienciado o trabalho à distância. Outro aspeto verificado foi o facto de 52% dos inquiridos sentiram que a sua saúde mental e bem-estar melhoraram trabalhando à distância.

Todavia, precisamos de repensar e transformar o futuro, com criatividade e engenho, com estratégia, com emoção, ao nível das relações humanas, pois precisamos de conexão, de “gestão emocional”, de socializar, de voltar a estar juntos, de comemorar, de conviver, de promover empatia, de voltar a estar presente na vida de todos nós.

Nas organizações, os consumidores são cada vez mais o centro de todas as decisões, procurando conquistar a sua atenção e o seu interesse, através da conexão, da interação, utilizando simultaneamente, os meios digitais e a presença física como fatores de diferenciação e valor acrescentado. Algumas das tendências, ferramentas e técnicas digitais utilizadas cada vez mais são: mobile marketing, conteúdo áudio visual, big data, automação, relacionamento via bots, entre outros.

Assistimos também a verdadeiras mudanças ao nível da cultura do consumo, que tendencialmente, deverá assumir um papel cada vez mais relevante, quer em termos ambientais e ecológicos, com uma nova perspetiva face à utilização de matérias biodegradáveis e amigas do ambiente, ao consumo de produtos biológicos, ecológicos, à produção e venda de produtos autóctones, com relevantes benefícios para a sociedade, como por exemplo, a promoção da economia local, diminuição da poluição, preservação e dinamização das áreas rurais, promoção das relações de confiança entre produtores e consumidores, bem como, da criação de condições para o estabelecimento do comercio justo e sustentável.

Vivendo tempos difíceis, momentos de reflexão, de reformulação, criatividade, de inovação, na procura constante da resolução de grandes e complexos problemas, procurando responder a um mundo em mudança e que no meio da adversidade, queremos encontrar um novo querer e construir desta forma, um novo futuro. 

OPINIÃO -
O Planeta não pára, os Riscos também não

Opinião de João Ferreira

 

Independentemente da época do ano ou do local geográfico onde nos encontramos ou para onde vamos viajar, existe uma variedade enorme de riscos, ambientais, tecnológicos ou mistos. 

O Planeta está em constante mudança – segundo os peritos, mudança acelerada pela mão humana. Poderemos hoje em dia não ser objectivos quanto às estações, não fazer jus a alguns ditados populares como por exemplo em “Abril águas mil” ou“ Setembro molhado, figo estragado”. O “Borda de água” já não é tão fiel assim.

As alterações climáticas são uma incógnita. Não há dúvidas que elas existem e que nos próximos anos vamos sentir fenómenos meteorológicos não tão comuns de forma mais frequente.

Olhamos para o nosso território nacional e, tal como um pouco por toda a Europa e Mundo, não importando se somos um país de 1ª ou 3ª vemos que a preparação, a resiliência e percepção que por vezes pequenos gestos, pequenas mudanças fazem a diferença quanto à perda de vidas, bens ou ambiente. Vimos recentemente grandes potências a sofrerem perdas irreversíveis devido a alguns fenómenos meteorológicos. Estariam menos preparados, adaptados, o serviço de alerta funcionou correctamente, ou “só acontece aos outros”?

Mesmo com muitas mudanças climáticas entramos num mês tendencialmente quente e seco. Um período que nos faz crescer dois grandes riscos, claro sem nunca esquecer os Incêndios Rurais, mas lidamos agora com potenciais Secas e Ondas de Calor.

Como já partilhado aqui por profissionais de saúde, para lidar com as ondas de calor, acima de tudo hidrate-se, tenha atenção aos mais vulneráveis como crianças e idosos e proteja-se do sol. 

Relativamente à Seca, uma catástrofe natural caracterizada pela escassez de água. Pode ser distinguido entre secas meteorológicas (climáticas e hidrológicas), agrícolas e urbanas. Na perspectiva da Proteção Civil, a seca caracteriza-se pelo défice entre as disponibilidades hídricas do País e as necessidades de água para assegurar o normal abastecimento público. Pode acompanhar a Monitorização da Seca e outros índices de agravamento no site do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), sendo que cabe à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) a responsabilidade pela previsão e detecção de secas.

Como conselhos úteis para evitar/superar períodos de escassez de água, as acções passam pelo comportamento a adoptar no uso e consumo de água. 

São alguns pequenos gestos que podem mitigar a escassez de água como: nos momentos de higiene (lavar dentes, banho), não mantenha sempre a torneira aberta; reduza a capacidade do seu autoclismo para pequenas descargas; regue em momentos mais frescos para manter a água no solo e nem todas as plantas precisam de iguais quantidades; reutilize água para o autoclismo; reserve águas da chuva para regas; mantenha a piscina coberta de um ano para o outro.

Aproveite o bom tempo para limpar os caleiros, sarjetas e preparar-se desta forma para os dias chuvosos, tomando uma atitude proactiva e não reactiva. E lembre-se somos todos Proteção Civil e o cidadão é o principal agente.