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OPINIÃO -
Trilogia (petróleo, agricultura e farmácia) viciada

Somos dependentes do petróleo. E desta forma grandes empresas petrolíferas obtêm lucros impressionante, elas possuem enormes recursos para manipular toda e qualquer forma de energia alternativa, controlam as reservas petrolíferas mundiais e mantém o elevado valor do “ouro negro” nos mercados financeiros. Impedem tudo que coloque em perigo o monopólio.

Quem esta por trás destas grandes empresas petrolíferas?

Tudo começou em 1870, quando John Davison Rockefeller e seu irmão William Rockefeller fundam a Standard Oil, tornando-se uma das famílias mais ricas e influentes dos EUA. Desde então, a Standard Oil deu origem à gigantesca indústria petrolífera e, que sobrevivem até hoje, a Exxon, a Chevron, a Mobil e BP. Foram também os primeiros responsáveis pela mudança global da agricultura em larga escala. Em 1960, surge a “revolução verde”, com intuito de ser benéfica para todos. Baseada em enormes quantidades de fertilizantes, herbicidas e pesticidas produzidos à base do petróleo, para a plantação de enormes áreas com solo fértil. Originou novos e elevados lucros para a indústria petrolífera. 

Mas, nunca cumpriram as promessas de terminar com a fome e promover a saúde. A revolução verde, no início, aumentou a produtividade, porque todo solo cultivável podia ser utilizado para produção. Podemos agora determinar que grande parte das propriedades particulares e familiares estão a desaparecer, a biodiversidade está a ser destruída por químicos que contaminam o solo e as águas, colocando um risco à saúde de todos. Em 2010, 1 em cada 7 pessoas no mundo não tinha alimento suficiente. 

Foram introduzidos 3 instrumentos para consolidar a cadeia alimentar. O primeiro, utilizar a engenharia genética como medida de controlo. O segundo, patentear as sementes originadas pela genética e declarar as sementes naturais como um crime. O terceiro, implementar tratados do livre comércio que deixaria as pessoas comuns e agricultores sem a sua liberdade, para escolher semente natural. 

Quem controla a produção de alimentos, controla as pessoas. Quem controla a produção energética, controla nações inteiras. Quem controla o dinheiro, pode controlar o mundo.

Energia e alimentação, são duas áreas fundamentais para a sobrevivência, conseguimos verificar que a mesma elite controla tudo, que mais podem influenciar?

De novo os Rockefeller, que criaram a Associação Nacional de Educação, com a ajuda da fundação Carnegie e depois com a fundação Ford. Tal como a educação, a saúde é outra área dominada pelas grandes instituições financeiras. A Associação Médica Americana (AMA), é em grande parte financiada pelos Rockefeller, que utilizam fundos para influenciar algumas decisões e investigações. De alguma forma, o estudo da medicina é financiado pelas grandes indústrias farmacêuticas. 

Porque não aparecem curas para as doenças?

Nos anos de 1920, Dr. Royal Rife, inventou um dos microcopio mais avançado do seu tempo, desenvolveu também uma nova técnica, que aparentemente destruía células cancerígenos. Em 1934, juntamente com a Universidade do Sul da Califórnia foram efetuados testes clínicos em 16 doentes com cancro terminal ao fim de 3 meses, todos foram curados. Pouco tempo depois, o laboratório de Rife, sofreu um incêndio e os arquivos perderam-se. Rife foi suspenso e o seu trabalho esquecido. Rene Caisse, Harry Hauksy e Max Gerson são outros nomes na área da medicina que descobriram outros métodos de cura que funcionavam. Se investigarmos sobre isso, alguém tenta fazê-los passar por completos charlatães. 

Teremos cura para o Covid-19 ou fomos enganados?

OPINIÃO -
Os talentos do futuro…

Vivemos num tempo de novos desafios, novas realidades e também novas oportunidades para o trabalho do futuro, neste sentido, assistimos a uma confluência cada vez maior entre o digital e o físico ou por outras palavras “onelife”, como podemos verificar através de sistemas como: a inteligência artificial, machine learning, realidade virtual e aumentada, blockchain, entre muitos outros, e por outro lado, a necessidade de uma adaptação do colaborador a uma exigente realidade, através de aspetos como: co-criação crowdsourcing, inteligência emocional, adaptabilidade, flexibilidade, criatividade, empatia, resiliência e melhoria contínua, entre outros…

A Inteligência artificial segundo Murphy, K. (2012) é “o conjunto de métodos capazes de detectar padrões automaticamente num conjunto de dados e usá-los para fazer previsões sobre dados futuros, ou para tomar outro tipo de decisões num ambiente de incerteza”.

Nas palavras de Bengio, Y. e outros (2015) “Machine learning são no aspecto mais básico, um sistema de probabilidades que permite que modelos computacionais, que estão compostos por múltiplas camadas de processamento, aprendam sobre dados com múltiplos níveis de abstração.”

A realidade virtual consiste genericamente, numa experiência imersiva, inserindo o utilizador num ambiente diferente do que o rodeia, proporcionando uma nova experiência. Já a realidade aumentada mantém-se no mundo real, mas introduz objetos virtuais, com os quais o utilizador, pode interagir, tendo o propósito melhorar a conectividade com o mundo real.

O blockchain tem como essência, a estruturação de dados, registando forma encriptada todas as operações realizadas e previamente validadas por uma rede de interligações independentes através de um algoritmo consensual entre os seus membros.

Os benefícios da co-criação são fundamentalmente, métodos de resolução de problemas, incorporando maior estratégia, criatividade e colaboração em co-autoria e co-responsabilização, promovendo um maior envolvimento dos colaboradores e a inovação.

O crowdsourcing consiste sinteticamente, num modelo coletivo de colaboração com o propósito de agregar os vários talentos, procurando uma solução relevante para um problema, promovendo a criatividade e inovação.

A inteligência emocional constitui um verdadeiro fator de diferenciação nas organizações, na mediada em que os colaboradores devem encontrar um equilíbrio emocional individualmente e o seu alinhamento com a cultura organizacional e vice-versa.

A adaptabilidade e flexibilidade são necessidades constantes, pois os colaboradores precisam de encontrar soluções adaptadas às novas necessidades de satisfação de todos stakeholders, na procura constante e inovadora de produtos e serviços mais atuais e amigos do ambiente.

A empatia, resiliência e melhoria contínua, são também fundamentais para comunicar com sentido e significado, ultrapassando os obstáculos e as dificuldades sem nunca desistir, bem como, contribuir sistematicamente, para que o dia de amanhã seja melhor que o de hoje.

OPINIÃO -
É bom viver em Amares?

A resposta para mim é, SIM. 

Ainda é bom usufruir da nossa terra, que tem gente boa, paisagens e lugares maravilhosos e fatores múltiplos, que fazem valer a pena desfrutar destas terras de entre Homem e Cávado.

No entanto, nos últimos tempos temos percebido que temos perdido anos de desenvolvimento que estão a colocar Amares na cauda dos concelhos da região. 

Não vale a pena esconder: Viver em Amares significa não ter garantido um conjunto de recursos – muitos deles básicos – que a esmagadora maioria dos concelhos da região tem como adquiridos.

Três linhas de reflexão simples que merecem uma atenção dos responsáveis políticos e dos Amarenses em geral.

Primeiro, os Amarenses ganham pouco. Soubemos recentemente num estudo sobre o rendimento dos portugueses que o concelho de Amares está no 213º lugar dos Municípios portugueses, no que diz respeito a rendimentos líquidos. Em média, cada Amarense com emprego recebe 564€/mês limpos (7.897€/ano). Amares tem uma taxa de desemprego mais alta que a média nacional e da região e uma alta percentagem de emprego precário. Não temos uma economia próspera e um concelho competitivo e empregador. Não há no nosso território um planeamento que facilite a laboração e o sucesso das nossas empresas, que promova a criação de novo emprego e que atraia investimento para o concelho.

Em segundo lugar estamos longe de ter satisfeitas necessidades básicas. Se no saneamento vamos agora chegar a taxas de cobertura pelo menos aceitáveis, a verdade é que num concelho banhado por dois fartos e abundantes rios continua a faltar água nas torneiras sempre que chegamos ao verão. A rede de abastecimento que temos conta 30 anos! Inaceitável um facto que só resulta da inabilidade e irresponsabilidade política de quem gere os investimentos do Município.

Por último, num concelho que se diz de atração turística e onde se anuncia taxas de ocupação esgotadas – como se um copo cheio significasse o mesmo que meia garrafa – continuamos a desprezar as condições mínimas de atratividade, com estradas municipais esburacadas, jardins e espaços verdes públicos abandonados e, pior de tudo – um serviço de recolha de lixo insuficiente que tem sido alvo de permanente desinvestimento de há uns anos a esta parte.

Pelo meio, os responsáveis sacodem a água do capote, acusando os Amarenses de falta de civismo, gastos de água desmesurados, colocação de lixo fora dos (cheios) contentores, quando todos sabemos que quando os recursos faltam é mais fácil apontar o dedo que encontrar soluções.

Continua a ser muito bom viver em Amares. Temos um potencial imenso a explorar, que só está ensombrado por uma gestão que fecha os olhos ao essencial: a qualidade de vida dos Amarenses.

Quando se perceber que Amares tem que desinvestir nos eventos, para planear mais e apostar na qualidade de vida na nossa terra (e não porque um vírus assim o forçou), viveremos definitivamente num pequeno, mas fantástico concelho.

Talvez trabalhemos mais nele e não nos concelhos vizinhos. Talvez tenhamos tudo o que precisamos nele. Talvez vivamos muito mais nele.

Desejo-lhe umas boas férias!

OPINIÃO -
Beber? Sim, mas com moderação!

Opinião de Magda Durães

 

O consumo de bebidas alcoólicas sempre foi socialmente aceite em Portugal, em particular na Região Demarcada dos Vinhos Verdes, da qual Amares faz parte. O vinho é tão importante na cultura amarense que até faz parte da bandeira do município. Acontece que os portugueses não sabem beber com moderação e, com frequência, ignoram as consequências adversas do consumo do álcool.

Até à data, foram identificadas 25 doenças crónicas e outras patologias inteiramente atribuíveis ao consumo de bebidas alcoólicas, ou seja, doenças nas quais o consumo de álcool é a principal e única causa, sendo suficiente para que a doença se desenvolva. Existem ainda muitas outras doenças para os quais o álcool é fator de risco, isto é, condições em que o consumo de bebidas alcóolicas, por si só, não é suficiente para ser responsável pela doença, precisando da conjugação com outros fatores como, por exemplo, os fatores genéticos.

Segundo o Perfil Local de Saúde 2018 do ACeS Gerês/Cabreira, no triénio 2012-2014, a taxa de mortalidade era consideravelmente superior nos cinco concelhos do ACeS (Amares, Terras de Bouro, Vila Verde, Póvoa de Lanhoso e Vieira do Minho) em comparação com a zona norte no que diz respeito aos acidentes de viação e quedas acidentais, ao tumor maligno do cólon (intestino grosso) e às doenças crónicas do fígado, incluindo cirrose. O consumo de álcool poderá ser apontado como denominador comum de todas estas causas de mortalidade.

Se é evidente que a intoxicação alcoólica aguda propicia os acidentes de viação e as quedas acidentais, já não é tão evidente que o consumo de álcool pode trazer consequências que demoram anos ou, até mesmo décadas, a manifestarem-se. É sobre essas consequências que versa este artigo.

A longo prazo, o consumo de álcool é inteiramente responsável pelas perturbações da memória, alterações cardíacas (cardiomiopatia alcoólica), do estômago (gastrite alcoólica) e do fígado (em vários graus – desde o vulgar “fígado gordo” até à cirrose). É também responsável pela pancreatite aguda/crónica induzida pelo álcool e por alterações irreversíveis no feto devido ao consumo de álcool durante a gravidez (síndrome fetal alcoólico).

O consumo crónico de álcool é fator de risco para cancro em vários órgãos do corpo humano – boca, nasofaringe, esófago, cólon e reto, fígado, laringe, mama – e para doenças como a depressão, epilepsia e hipertensão arterial.

Apesar do consumo moderado poder ter um efeito protetor quanto aos eventos cardiovasculares, Enfarte Agudo do Miocárdio (EAM) e Acidente Vascular Cerebral (AVC), os riscos começam quando o seu consumo é excessivo. E quando é que o consumo é excessivo? Talvez fique surpreendido com o que vai ler a seguir…

 Considera-se consumo excessivo de álcool:

Mais de uma bebida padrão (10g de álcool), por dia, nas mulheres de qualquer idade;

Mais de duas bebidas padrão (20g de álcool), por dia, nos homens com menos de 65 anos;

Mais de uma bebida padrão (10g de álcool), por dia, nos homens com 65 ou mais anos.

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Figura 1 – Bebida padrão consoante tipo de bebida e sua graduação alcoólica.

É também considerado excessivo o consumo esporádico, numa única ocasião, de mais de 40g de álcool na mulher e 50g no homem (equivalente a 4 e 5 copos de vinho, respetivamente).  O binge drinking corresponde a um padrão de consumo superior a esta quantidade e mais de 2 vezes por mês e, em Portugal, tem particular incidência nos jovens.

Existem situações em que o consumo de bebidas alcoólicas é totalmente desaconselhado, como no caso de: crianças e adolescentes; grávidas; dependência de outras substâncias; algumas doenças nomeadamente do fígado e do coração; juntamente com alguns medicamentos; nos condutores ou trabalhadores que operam máquinas.

E agora é tempo de responder a algumas questões: no seu caso, sabe que tipo e quantidade de bebidas alcoólicas pode consumir diariamente sem estar a ter consumos excessivos? Preocupa-se com as consequências do consumo excessivo de álcool que poderão manifestar-se daqui a 20-30 anos?

A partilha de informação dá-nos a capacidade de fazer escolhas esclarecidas. Hoje em dia, estamos cada vez mais e melhor informados. Mas é tempo de mudar. As escolhas que fizer hoje, certamente, terão o seu impacto no futuro. Por isso, escolha beber com moderação.

Se tem consumos excessivos de álcool ou tem algum familiar/amigo com consumo excessivo, procure ajuda. Consulte o seu Médico e/ou Enfermeiro de Família.

OPINIÃO -
Sabia que dá multa se não passar na passadeira?

Nos meus vinte anos de carreira ao serviço da Polícia de Segurança Pública, no que concerne aos comportamentos e atitudes dos peões, fica e permanece a percepção de que os mesmos vivem um conceito de “quero, posso e mando” no que à sua circulação diz respeito na via pública. Porém, o Código da Estrada apresenta restrições e consequentes penalizações.

Além dos condutores, os peões também têm as suas responsabilidades na estrada. É muito comum vermos peões a atravessarem as faixas de rodagem e às vezes sem qualquer cuidado.

Vamos ver então o que refere o Código da Estrada:

Quem circula a pé também está abrangido pelo Código da Estrada. É preciso respeitar a sinalização, os condutores e toda a lei.

O artigo 99, do CE, revela quais os Lugares em que podem transitar (os peões):

  • 1 – Os peões devem transitar pelos passeios, pistas ou passagens a eles destinados ou, na sua falta, pelas bermas.
  • 2 – Os peões podem, no entanto, transitar pela faixa de rodagem, com prudência e por forma a não prejudicar o trânsito de veículos, nos seguintes casos:
    • a) Quando efetuem o seu atravessamento;
    • b) Na falta dos locais referidos no n.º 1 ou na impossibilidade de os utilizar;
    • c) Quando transportem objetos que, pelas suas dimensões ou natureza, possam constituir perigo para o trânsito dos outros peões;
    • d) Nas vias públicas em que esteja proibido o trânsito de veículos;
    • e) Quando sigam em formação organizada sob a orientação de um monitor ou em cortejo.
  • 6 – Quem, com violação dos deveres de cuidado e de proteção, não impedir que os menores de 16 anos que, por qualquer título, se encontrem a seu cargo brinquem nas faixas de rodagem das vias públicas é sancionado com coima de (euro) 30 a (euro) 150.

O maior dilema, em minha opinião é mais importante a saber é a questão das passadeiras.

“Os peões só podem atravessar a faixa de rodagem nas passagens especialmente sinalizadas para esse efeito ou, quando nenhuma exista a uma distância inferior a 50 m, perpendicularmente ao eixo da via.” Caso não cumpram a coima vai dos 10 aos 50 euros. É também fundamental que o atravessamento da faixa de rodagem deve fazer-se o mais rapidamente possível. Os peões em norma interpretam que a passadeira é uma travessia garantida onde circulam a “passear” e com entrada na mesma de forma rápida e repentina. Mais que a contra-ordenação inerente, passar na passadeira tem regras, porque importa mais a nossa integridade física e vida.

Boas Férias!

OPINIÃO -
A enfermagem como profissão de risco

Em Portugal, como internacionalmente, a pandemia que vivemos está a condicionar o nosso dia-a-dia, paralisando o mundo e centrando as atenções, e bem, na saúde das populações, na saúde pública, ou seja, na proteção deste que é o bem mais essencial de todos e do qual, normalmente, só nos lembramos quando é colocado em causa, e deixa de ser um dado adquirido. Já diz o velho ditado que só nos lembramos de Santa Bárbara quando troveja. Assim, todos os esforços foram direcionados para o combate à pandemia COVID-19, constituindo um enorme desafio para os serviços de saúde.

A preocupação e o olhar sempre estiveram muito direcionados para aqueles que são o alvo dos cuidados, aqueles por quem o compromisso é assumido na defesa dos seus interesses, numa onda altruísta, solidária e profissional. É chegado o momento de assinalar o que está bem e ao mesmo tempo criar oportunidades de melhorar o que não está, numa relação estreita com a pandemia que a todos consome, e que está relacionado com o alto risco a que estão expostos todos os profissionais de saúde, e permitam-me a particularização pelas razões óbvias, os enfermeiros. Ao longo de todo este tempo, têm surgido muitos movimentos em honra aos profissionais de saúde, com palmas e reconhecimento de valor, que muito acalentam o nosso coração e o nosso dia-a-dia, mas o risco, esse, permanece lá, e os profissionais de saúde, continuam inabaláveis na sua missão e defesa do compromisso e dedicação que assumiram para o desenvolvimento da sua profissão. Mas tal não deve implicar que se ignore o outro lado da moeda, que é o risco profissional.

Um fator de risco profissional é um agente suscetível de provocar efeito adverso (dano) na saúde do trabalhador (ex. acidente de trabalho, doença profissional ou outra doença ligada ao trabalho). Para os profissionais de saúde, o risco está inerente à sua atividade, de uma forma muito simples, decorre de os enfermeiros exercerem a prestação de cuidados em contacto direto e permanente com pessoas e as condições de saúde que as levaram a recorrer aos serviços, podendo a todo o tempo e muitas vezes de forma inesperável, colocar em causa a sua condição de saúde pela exposição a diferentes fatores. Com isto, o meio da prestação de cuidados é propício ao risco, mesmo com todo o conhecimento e precauções sobre as medidas e equipamentos mais adequados a utilizar nas diferentes situações.

O risco de um profissional de saúde contrair doenças relacionadas com o trabalho é cerca de 1,5 vezes maior do que o risco de todos os demais trabalhadores. A necessidade de prevenir os riscos profissionais associados ao manuseamento de equipamentos perigosos, à exposição a agentes infeciosos, a fatores de natureza física, entre outros, é a razão determinante para que sejam desenvolvidos todos os esforços com vista a garantir ambientes mais seguros nos estabelecimentos de saúde e assegurar que o trabalho possa ser desenvolvido em condições mais saudáveis e mais seguras.

Acredito que nem tudo acontece por acaso, e uma prova significativa disso, e com alguma curiosidade à mistura, é o simbolismo e o enorme significado com que o ano de 2020 ficará marcado na memória de todos os enfermeiros. 2020 não será apenas relembrado por toda a reorganização dos serviços e profissionais para a resposta à pandemia COVID-19, mais sim como o ano em que se comemora o bicentenário do nascimento daquela que foi a pioneira da enfermagem, Florence Nightingale, pelo que a Organização Mundial de Saúde consagrou 2020 como o Ano Internacional do Enfermeiro. E este ano, que poderia ser comemorado com palestras e eventos comemorativos, fomos antes convidados, nós comunidade em geral e nós comunidade de saúde a refletir e a consciencializarmo-nos sobre a saúde pública, sobre os nossos comportamentos, mas também sobre a preponderância dos profissionais de saúde e a forma como se tornou visível o seu saber, saber-estar, saber-ser e o saber-fazer perante as inúmeras de técnicas e riscos. Que todos os enfermeiros possam continuar a merecer o aplauso das populações a quem cuidam, mas acima de tudo possam trabalhar em condições de segurança e minimização do risco.

OPINIÃO -
A LIBERDADE vale mais que os padrões

Segundo Voltaire “Quando não há, entre os homens, liberdade de pensamento, não há liberdade”. 

No dia 14 de julho é comemorado mundialmente o “Dia da Liberdade de Pensamento”. A data celebra a importância deste direito conquistado ao longo dos séculos. De acordo com registos históricos, a primeira definição dos direitos fundamentais e da liberdade do homem foi por meio da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, aprovada pela Assembleia Constituinte da França em agosto de 1789. Nesta mesma data, ocorreu a queda da Bastilha, evento que marcou o início da Revolução Francesa.  Esta declaração serviu de inspiração para a declaração universal dos direitos humanos, criada pela Organização das Nações Unidas em dezembro de 1948.

O artigo 18 e artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) dizem:

“Todo os seres humanos têm direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular”.  

“Todo o ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras”.

O ato de pensar é totalmente livre, no entanto, somente cada pessoa pode controlar aquilo que vai exteriorizar. Apesar de livre, a manifestação de pensamento é passível de exame pela justiça, podendo haver responsabilidade civil e penal dos autores. O “Dia da Liberdade de Pensamento” tornou-se uma data comemorativa devido às grandes conquistas do ser humano ao longo dos anos. A sociedade que sempre foi condicionada e limitada aos padrões estabelecidos, onde muitas pessoas eram castigadas e punidas por suas opiniões, a partir de 1978 até aos dias atuais, passam a ter seus direitos declarados e garantidos, ainda que necessite de melhoria e progresso constantes. 

O primeiro filme da trilogia Regresso ao Futuro estreou em julho de 1985 há precisamente 30 anos. Apesar do filme ter um intuito cómico, as previsões revelaram-se acertadas: as televisões de ecrã plano (smart tv), a vídeo conferencia, o hoverboard, as casas inteligentes onde no filme verifica-se a porta a abrir com a impressão digital, as luzes a acenderem com o com o comando de voz, os jogos do vídeo sem mãos tal como a Wii da Nintendo, os óculos VR, as sapatilhas Nike com aperto automático de cordões automáticos que apareceram em 2009 à venda, a parecença da personagem Biff Tannen, com o atual presidente dos Estados Unidos da América, Donal Trump. Loiro, Biff é um multimilionário grosseiro que investe num casino de 27 andares, numa mistura que Trump teve ou tem em Atlantic City e em Las Vegas.

Por vezes, gostaria de entrar num DeLorean, o automóvel do filme Regresso ao Futuro que protagoniza as viagens temporais e imaginar o que seria se em 2004 se Jorge Sampaio não procedia à dissolução da Assembleia da República. 

Certamente teríamos evitado a bancarrota de 2008 conduzida pelo famoso prisioneiro 44, Sócrates.

“O futuro ainda não foi escrito e pode ser facilmente alterado”.

OPINIÃO -
Férias em tempo de pandemia 

Com os dias de calor a aproximarem-se, as dúvidas sobre as férias em tempo de pandemia começam a aumentar. O apelo ao cumprimento das regras de proteção contra a COVID-19, como o distanciamento físico, a higienização das mãos e a etiqueta respiratória, ganham um maior relevo atendendo à época de férias que se aproxima.

É, pois, chegado o momento tão esperado, para restabelecimento de energias, mas serão férias e fins de semana diferentes, com outras regras, em que nos podemos descontrair, divertir, sair do nosso sítio habitual, mas com cuidado, muito cuidado. A pedra de toque será consciencializarmo-nos de que este ano vamos poder fazer férias, sim, mas de forma diferente. Teremos que manter o distanciamento físico em relação a outras pessoas que não aquelas com quem habitualmente convivemos, ressalvando que apenas quem faz parte do mesmo agregado pode manter-se junto.

Em relação a outras pessoas, amigos, familiares, conhecidos e aqueles que nos vão prestar serviços nos locais para onde formos de férias, devem manter-se medidas de distância física, utilizar máscara quando for necessário, não partilhar objetos, manter a higiene frequente das mãos e superfícies.

Apela-se, assim, a que não haja uma descontração excessiva, pois o vírus não desapareceu. Todos queremos sair da pandemia o mais depressa possível, mas isso depende acima de tudo, de cada um de nós, dos nossos comportamentos e atitudes. Teremos de fazer um último esforço de contenção e de um comportamento afetivo à mesma, divertido à mesma, mas com regra da distância física. A lógica é que as pessoas não se juntem se não pertencem ao mesmo agregado familiar e mais do que sair para Algarve, Alentejo ou qualquer zona do país, é sair com regras.

Ao invés, se está doente, em isolamento profilático, tem teste positivo, trabalha ou mora num sítio onde há surtos ativos neste momento, deve abster-se, sempre que possível e para o mínimo indispensável, de sair do seu domicílio e cumprir as orientações das autoridades de saúde.

Como se prevenir em férias?

A infeção por SARS-COV-2 ainda não tem cura nem vacina, mas pode ser prevenida através de medidas higieno-sanitárias dirigidas ao controlo das vias de transmissão, nomeadamente:

  1. Evitar o contacto com pessoas doentes e, se possível, promover o distanciamento social permanecendo o maior período de tempo diário possível em casa;
  2. Usar máscara, sempre que sair de casa ou se deslocar a locais públicos;
  3. Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com mãos não lavadas;
  4. Lavar as mãos com frequência com água e sabão, durante pelo menos 20 segundos, ou usar um desinfetante à base de álcool;
  5. Espirrar ou tossir para um lenço descartável deitado imediatamente ao lixo, ou alternativamente para o cotovelo, se não tiver lenços, e lavar em seguida as mãos;
  6. Evite aglomerações e ambientes fechados, procurando manter os ambientes ventilados;
  7. Não compartilhe objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
  8. Se se sentir doente, fique em casa.
  9. Se tiver febre, tosse e dificuldade respiratória, procure assistência médica. Ligue antes de sair.
  10. Ligar à linha de Saúde 808 24 24 24 se nos 14 dias após regressar de um país afetado sentir tosse, falta de ar ou febre igual ou superior a 37,8ºC.
  11. Siga as indicações da sua autoridade de saúde local.

Se vai viajar, mas continua com dúvidas, o melhor que tem a fazer para se tranquilizar é descobrir se o hotel, a localidade ou a companhia aérea com a qual vai voar têm algum tipo de restrição. Também é aconselhável consultar o site do Ministério dos Negócios Estrangeiros para saber se deve ou não viajar para um determinado país neste preciso momento.

OPINIÃO -
A relevância da retenção de talentos nas organizações

A retenção de talentos nas organizações é, na atualidade, um factor de diferenciação e distinção positiva, na medida em que as pessoas sendo a “alma das organizações” contribuem para o fortalecimento das relações humanas ao nível do envolvimento, entrega e empowerment pessoal na cultura organizacional e no sucesso das organizações.

As organizações sendo sistemas abertos, dinâmicos e em constante adaptação, superação face às tendências do mercado, têm por objetivo atrair e reter os melhores talentos, com predisposição para a aprendizagem, criatividade e inovação constantes, em ambientes de crescimento pessoal e organizacional, sempre com o propósito de acrescentar valor para todos os stakeholders. 

Assim, existem duas grandes perspetivas cujo propósito é conseguir o alinhamento harmónico e funcional dos talentos que procuram espaço de desenvolvimento de competências pessoais, capazes de obter satisfação, conforto e condições de trabalho de acordo com as suas expectativas, sonhos e propósitos de vida e por outro, a dinâmica da organização que procura construir uma cultura de sucesso com a agregação das esforços individuais em torno da vontade coletiva da organização.

A cultura organizacional de sucesso implica desenvolver modelos de aprendizagem válidos e coerentes nos colaboradores atuais, incorporando nos novos membros, motivação e resiliência, capaz de estar alinhada com os padrões eticamente responsáveis, de credibilidade, confiança, formas de pensar e sentir coerentes com a essência da organização, procurando estar orientada para um crescimento sustentado e de acordo a missão, visão e valores humanos.

Cada colaborador constitui uma parte integrante da co-criação de valor, da criatividade, do talento, aspetos relevantes e fundamentais para encontrar novas ideias, perspetivas, competências e habilidades que devem ser consideradas para a construção do “novo” na procura de soluções, na busca de alternativas e na construção diária, sistematizada e consistente do futuro da organização.

Outro grande desafio das organizações consiste em acompanhar e evolução dos tempos, das exigências dos consumidores, procurando superar as suas expectativas, obtendo vantagens competitivas, face aos concorrentes, definir estratégias de crescimento sustentado, implementar atitudes diferenciadoras ao nível tecnológico e ambiental.

Os grandes desafios passam por sistematizar uma liderança transformadora, procurando integrar, aglutinar e sistematizar, competências ao nível do saber ser, saber estar e saber fazer, capazes de construir uma vontade coletiva de competências comportamentais relevantes para desenhar e construir uma verdadeira história de sucesso.

OPINIÃO -
Plano de Contingência Especifico Saúde Sazonal 2020 – Módulo Verão – 1 de maio a 30 de setembro 

Opinião de Alice Magalhães, da Unidade de Saúde Pública ACeS Cávado II – Gerês/Cabreira

 

Desde o inicio do seculo XX, a temperatura media da atmosfera à superfície aumentou aproximadamente 0,8°C à escala mundial, enquanto na Europa atingiu os 0,95°C (EEA, 2008).

Segundo um estudo da Agencia Europeia do Ambiente (2015), a Europa esta a aquecer mais rapidamente do que a media global, criando condições propicias para que a região Mediterrânica se torne mais seca e o Norte mais húmido. Decorrente da sua localização geográfica, Portugal é um dos países europeus mais vulneráveis às alterações climáticas e aos fenómenos climáticos externos. 

Para minimizar os efeitos negativos dos períodos de calor intenso na saúde da população, desde 2004 que a Direção Geral de Saúde, promove a implementação de Planos de Contingência. 

O Plano de Contingência Especifico Saúde Sazonal (PCESS) 2020 – Módulo Verão, para o ACeS Cávado II – Gerês/Cabreira como instrumento estratégico, reforça a intervenção dos serviços de saúde em estreita articulação com as autarquias, proteção civil, segurança social, instituições particulares de apoio social e saúde e outros parceiros locais capazes de contribuir para o bem-estar dos cidadãos.

O PCESS 2020 – Módulo Verão tem como objetivo:

  • Prevenir e minimizar os efeitos negativos dos períodos de calor intenso na saúde da população em geral e dos grupos de vulneráveis em particular, através de uma eficaz avaliação de risco e do desenvolvimento de respostas apropriadas;
  • Minimizar a ocorrência de outros acontecimentos, com impacto na saúde cuja frequência pode aumentar no verão, como afogamentos, acidentes, toxinfeções alimentares e, doenças transmitidas por vetores (mosquitos e carraças);
  • Promover a avaliação, gestão e comunicação do risco.

A Organização Mundial da Saúde define “onda de calor” como um período que se caracteriza por temperaturas anormalmente elevadas ou uma invasão de ar muito quente: temperaturas máximas muito elevadas para a época do ano, persistentes e com temperaturas mínimas elevadas. 

A exposição ao calor intenso, em especial durante vários dias consecutivos, pode obrigar a cuidados médicos de emergência, decorrentes de diversas perturbações no organismo, designadamente: golpes de calor, esgotamento devido ao calor; caibras; aumento da sobrecarga cardiovascular; agravamento de doenças cronicas, lesões da pele (erupção, eritema, queimaduras solares), problemas psicossomáticos, problemas psicológicos (incomodo, mal-estar, irritabilidade). Situações estas, que se não forem devidamente acauteladas e/ou tratadas podem provocar danos irreversíveis na saúde, ou inclusive levar à morte. 

São mais vulneráveis ao calor: idosos, crianças nos primeiros anos de vida, grávidas, doentes crónicos (cardiovasculares, respiratórias, renais, diabetes e alcoolismo), sem abrigo, trabalhadores de exterior, desportistas, obesos, acamados/dependentes e pessoas com problemas de saúde mental.

Individualmente, cada cidadão deve cumprir as orientações emanadas pelas entidades competentes, quando são emitidos alertas sobre onda de calor. Socialmente, também é da responsabilidade de cada cidadão, sinalizar para as respetivas entidades, pessoas vulneráveis ao calor (grupo de risco), em especial, pessoas dependentes em 1º ou 2º Grau que vivem sozinhas, e/ ou que não possuem condições de habitabilidade que garantam proteção, em caso de onda de calor.

Os meios de comunicação social colaboram na divulgação de informação sobre os procedimentos a adotar em caso de onda de calor e na emissão do Nível de Risco 2 ou Nível de Risco 3, assim como das alterações subsequentes destes dois níveis. Esteja atento a esta informação.

Em caso de necessidade, foram identificados diversos locais de abrigo nos vários concelhos que integram o ACeS Geres/ Cabreira, para serem utilizados durante uma onda de calor, sob a coordenação da Proteção Civil e Delegado de Saúde Coordenador da Unidade de Saúde Pública.

 

 Para mais informações, queira consultar

http://www.dgs.pt -“Saúde Sazonal: Verão e Saúde” e “Saúde de A a Z”

http://www.alimentacaosaudavel.dgs.pt/

http://www.apsi.org.pt -“Segurança Infantil”

http://www.prociv.pt/   “Educação e Cidadania; Riscos e Vulnerabilidades”

http://www.asae.pt/ -“Riscos alimentares”

http://www.inem.pt/ -“INEM Kids”