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OPINIÃO - -
Higiene do Sono, uma ferramenta de saúde mental face à Pandemia

O momento que nos encontramos a viver é deveras desafiante para todos, desde os que se encontram em isolamento involuntário, vendo assim alteradas todas as suas rotinas e constrangida a sua liberdade, até àqueles que, por força das responsabilidades laborais, se veem obrigados a sair de casa e, por isso, mais expostos à ameaça de contágio pelo novo coronavírus.

Angústia, medo, ansiedade, tristeza, raiva, muitas podem ser as reações emocionais neste momento e existem já recomendações por parte da OMS para a preservação da saúde mental face aos desafios da Pandemia: manter o contacto com familiares e amigos através do telefone e redes sociais; manter um estilo de vida saudável, cuidando a sua alimentação, exercitando-se e abstendo-se de consumos nocivos; manter-se informado, selecionando fontes credíveis e limitando o tempo de exposição a notícias perturbadoras, são algumas dessas recomendações.

Pela sua função restauradora, de conservação de energia e de proteção, o sono é essencial ao ser humano. Ele é um fiel barómetro das nossas inquietações e, muitas vezes, o primeiro sintoma de que algo não está bem nas nossas vidas é a dificuldade em dormir. É por isso possível, face à presente pandemia, que o leitor se esteja a confrontar com este tipo de problema.

A privação de sono, comprometendo as suas atividades diárias, pode trazer-lhe dificuldades sociais, somáticas, psicológicas e cognitivas, a curto, médio e longo prazo. Nas crianças e adolescentes, ela pode até comprometer o seu são desenvolvimento.

A Higiene do Sono consiste num conjunto de gestos e hábitos simples, que, adotados de forma sistemática, melhoram a qualidade do sono. As regras que a seguir partilho consigo vão ser úteis não apenas nestes conturbados tempos de pandemia, como pela vida fora.

  • Estabeleça um horário regular para dormir e acordar e tente cumpri-lo independentemente de ser dia útil ou fim-de-semana.

  • Durma apenas o número de horas necessárias. Um adulto saudável precisa em média de 7 a 9 horas de sono por noite, mas esta necessidade varia de indivíduo para indivíduo. Uma forma de perceber se o que dorme é suficiente é avaliar em que medida o sono foi reparador e revitalizante.

  • Se tem o hábito de fazer sestas, não exceda os 45 minutos de sono durante o dia.

  • Pratique exercício físico regular, mas evite fazê-lo imediatamente antes de se ir deitar.

  • No mesmo sentido, evite atividades estimulantes, como ver filmes de ação ou usar o computador ou telemóvel, ao deitar.

  • Antes de dormir, faça algum tipo de relaxamento (por exemplo: ouvir música calma, ler um livro, tomar um banho quente ou meditar).

  • Evite o consumo de álcool e nicotina, especialmente quatro horas antes da hora de dormir, e o consumo de cafeína (café, chá, refrigerantes, chocolate) seis horas antes da hora de dormir.

  • Evite comidas pesadas, picantes ou doces, quatro horas antes da hora de dormir, no entanto, não se deite com fome. Uma refeição pequena e ligeira antes de se ir deitar é aceitável.

  • Ao jantar, privilegie alimentos ricos em cálcio e vitamina B, pelas suas propriedades sedativas.

  • Evite o excesso de quaisquer líquidos à noite. Isto evitará interromper o sono para ir à casa de banho.

  • Caso desperte durante a noite, não coma, sob pena de habituar o organismo a despertar sempre que haja sensação de fome.

  • Utilize pijamas e roupa de cama confortáveis e adequadas à estação. Não deve sentir frio, nem calor durante a noite.

  • Mantenha o quarto bem ventilado e a uma temperatura agradável.

  • Bloqueie o mais possível os ruídos e elimine a luminosidade ao máximo.

  • Reserve o seu quarto para dormir e praticar sexo. Evite utilizá-lo para trabalho ou recreação geral (ex., tv, videojogos, telemóvel e tablet).

OPINIÃO - -
Quarenta, Quarentena, Quaresma e Ressurreição.

Rapidamente Wuhan alcançou todo o mundo. Quarenta anos após o lançamento da primeira rede móvel, a rede 5G poderá não reunir condições suficientes, para conseguir tal acesso e rapidez num curto espaço de tempo.

Covid-19 um vírus que causa doença ao ser humano, a infeção pode ser semelhante a uma gripe comum ou apresentar-se como uma doença mais grave, como a pneumonia. Foi detetado e identificado em dezembro de 2019, no território chines, na cidade de Wuhan. O vírus atingiu centenas de pessoas na China alastrou-se também à Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, EUA, Singapura e Vietnam. No entanto, devido ao novo Ano Lunar Chinês, havia o risco de o vírus se espalhar largamente, com as deslocações de milhares de pessoas a fim de comemorar. Já provocou milhares de mortos e cada vez existem mais pessoas infetadas em todo o Mundo. Segundo a OMS, o epicentro da epidemia está concentrando agora na Europa. Em Roma, Itália, foram confirmados positivo confirmando-se positivo a 2 turistas chineses que se encontravam na cidade de Roma a 31 janeiro, poucos dias depois, na região de Lombardia confirma-se mais 60 casos e a primeira fatalidade.

Tal como eu, outras pessoas acompanhavam com alguma curiosidade e uma momentânea inquietação à evolução do surto na cidade de Wuhan. Inicialmente, por parte da DGS, era bastante notória a omissão sobre o assunto, quando questionados, contestavam com algumas das seguintes afirmações: “(…) não temos que ficar alarmados. “; “(…) é um bocadinho excessivo a possibilidade de contágio entre humanos.”; “Não há grande possibilidade de chegar um vírus destes a Portugal.

No território nacional, os 2 primeiros casos confirmados surgiram a 2 de março, a 16 março ocorreu a primeira fatalidade e já com 331 casos confirmados. Até á data de envio deste artigo, em Portugal, contabilizava 1600 casos confirmados, entre os quais, 169 em internamento, 41 em cuidados intensivos, 5 recuperados e 14 óbitos. Seguramente, segundo as estatísticas de especialistas em Epidemiologia, os números serão superiores.

A resposta dos portugueses foi mais rápida que as afirmações de Graça Freitas, na prevenção e contenção à evolução do Covid-19. Fecharam escolas, procedeu-se ao isolamento social, decretou-se Estado de Emergência e entramos em Quarentena.

A história da quarentena nasceu há muito tempo. No seculo 14, a peste bubónica matou mais de um terço da população da Europa. Na época, pouco se sabia sobre a doença. O governo de Veneza, temendo que o mal viesse do mar, determinou que as embarcações ficassem isoladas durante 40 dias antes do desembarque dos passageiros. Porquê 40 dias? Ninguém sabe. Uns falam na influência da quaresma, período de 40 dias que Jesus passou no deserto antes de ser testado pelo demónio.

Este ano teremos a Páscoa, dois dias antes do pico da epidemia, 14 de abril, previsão avançada pela ministra da saúde. Que se testemunhe essa data e se introduza o período de Ressurreição, primordial para Portugal!

OPINIÃO - -
Sabia que o Covid-19 Tracker – Malware Covidlock é uma ciberameaça?

Estamos perante um novo modelo de prática criminal, práticas essas relacionadas com crimes praticados via internet. A pandemia que nos assombra Covid-19, infelizmente é uma já uma forma de burlar aos mais distraídos.

No âmbito do acompanhamento e monitorização de ameaças relacionadas com a segurança no ciberespaço sinaliza-se o aproveitamento por parte de cibercriminosos do contexto atual de propagação do vírus «COVID-19» na realização de diversos ciberataques. Entre estes ataques salienta-se a aplicação «COVID-19 Tracker», app que promete dar acesso a um map tracker do Coronavírus, bem como informação estatística referente ao mesmo, mas que na realidade é um esquema de «ransomware» para equipamentos android, e que mereceu, inclusive, destaque nos OCS1. O Centro Nacional de Cibersegurança apela a que quem já tenha sido burlado contacte esta entidade, através do e-mail [email protected], e a PJ.

Os utilizadores que a instalam e lhe concedem todas as permissões solicitadas vêem o seu dispostito bloqueado, sendo-lhe exigido um resgate no valor aproximadamente 90 euros pagos em bitcoin num prazo de 48horas, única forma de ter acesso à chave de desencriptação. Para além do sítio supra identificado, esta aplicação, que não está disponível na Google Play Store, pode ser encontrada em lojas de aplicações alternativas, com APK Mirror ou F-Droid4.

Este é um exemplo em que a propagação do novo coronavírus tem originado, um maior número de ciberataques, a coberto de alegadas campanhas de instituições internacionais, de recolhas de donativos fraudulentas e da suposta divulgação em tempo real de informação sobre a pandemia.

Não instale qualquer aplicação móvel (Android ou IOS-Apple) que não seja fidedigna e disponibilizada pelas lojas oficiais dos fabricantes (Google Play e AppStore). Esta entidade pede ainda a que quem procura informação atualizada sobre o Covid-19 o faça nos sites de “fontes credíveis”, nomeadamente a Direção-Geral da Saúde e a Organização Mundial de Saúde.

Com a generalidade da população a evitar sair à rua, foram, de resto, já três os alertas de “phishing” (roubo de informação confidencial) emitidos, em apenas cinco dias, pela Procuradoria-Geral da República. Os destinatários das burlas têm sido clientes do Millenium bcp e do Crédito Agrícola e consumidores da EDP titulares de cartão de crédito.

No caso das instituições financeiras, os cidadãos atingidos começaram por receber e-mails intitulados, respetivamente, “Notificação nova mensagem” e “Importante – informações da conta # 0012807325”. Após clicar no links, os clientes foram encaminhados para páginas falsas que aparentam tratar-se do homebanking.

Já na última situação, o e-mail tem “Reembolso Nº 100000251” no assunto e garante que os clientes da EDP serão reembolsados em 52,56 euros. Em todos, o conselho é não clicar nos links nem fornecer dados.

Não se deixe burlar pelas ciberameaças e fique em casa no combate a este “inimigo”!

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Magalhães? Cadê?

Num tempo de isolamento, recolhimento e reflexão sobre a nossa condição humana e social, em que os desafios que se colocam a todos, no futuro, serão extremamente exigentes, não quero deixar de iniciar esta crónica, apelando a todos para ficarem, o mais possível, em casa.

A educação tem, nestas duas semanas após o encerramento dos estabelecimentos de ensino, uma verdadeira prova da sua vitalidade, do seu actual estado, das suas fragilidades e das suas forças. Sabendo que, em termos presenciais, a escola como a conhecemos acabou no presente ano letivo, convém perspetivar os tempos mais próximos, sobretudo o terceiro período.

A primeira evidência é que não estamos preparados para o ensino à distância. Há famílias sem as mínimas condições para responder aos desafios que são colocados nesta matéria ou porque não têm computadores ou porque a rede de internet é praticamente inexistente ou ainda, porque a sobrecarga da rede é tal que torna tudo mais lento.

Depois, os conteúdos não estão adequados para este sistema de ensino. Não faz muito sentido andarem-se a imprimir exercícios para voltar a digitalizar e enviar, depois, para os professores. Como, também, não faz muito sentido dar aulas, neste sistema, como se dentro de uma sala se estivesse, com a duração prevista.

A segunda evidência é que chegados a 2020 se percebe quão impreparada está a sociedade, a escola e as famílias para a realidade virtual. Fala-se em 5G e há quem esteja já a testar o 6G mas o percurso que um país como o nosso tem que fazer para massificar tudo isto é longuíssimo. Ou então, criaremos um país com várias velocidades reflectindo-se isso nas próprias escolas.

Já agora onde está o programa de um governo anterior que queria tornar as novas tecnologias uma realidade quotidiana, tendo, inclusive, distribuído computadores por milhares de alunos, os famosos Magalhães, lembram-se?

Não era já, nessa altura, objectivo tirar sobrecarga das salas de aula, permitindo aos alunos estudar, pesquisar e descobrir fora do contexto escolar? E os professores não iriam ter ferramentas adequadas e adaptadas? Mas como se pode falar em ensino à distância em escolas com um parque informático obsoleto e sem qualquer garantia de fiabilidade?

O terceiro período vai ser difícil. Há uma nova realidade para a qual a comunidade educativa não está preparada mas há também um buraco negro de incerteza quanto às lições que todos os agentes poderão e deverão tirar de tudo isto. E não ponho na equação os exames e as provas de aferição (realidades distintas) para que tudo não fique ainda mais negro.

Uma palavra final para o Ministro da Educação e apenas para lamentar que Tiago Brandão Rodrigues não seja mais pró-ativo sobre o que podem esperar as escolas. Já todos sabemos que a realidade é excepcional, que é tudo novo para todos mas soluções para o presente e ideias para o futuro têm que ter a sua cara e as suas palavras. Deixar para o secretário de Estado é relativizar um problema que é grave.

Caso para dizer, senhor Ministro não fique em casa e fale com a comunidade educativa nem que seja por skype e através de um ecrã de televisão.

OPINIÃO - -
O COVID-19 em Amares

Anunciou-se lá longe na China. Chegou à Europa e entrou em Portugal. Amares já lhe conhece a força. O novo coronavírus trouxe uma crise ao mundo ocidental que promete escrever páginas negras na história. Não se iluda aquele que pensa que vamos passar por isto como quem passa por uma constipação. Não se pense que chegado o verão o problema fica para trás. Os especialistas garantem que quem escapar ao contágio neste pico da pandemia, não estará a salvo quando voltar a atacar no próximo inverno.

Nem tudo será fácil e igual depois desta crise, mas nem tudo é tão desastroso como se apregoa. O vírus mais temido do momento felizmente está longe de ser um dos mais mortais, mas reúne um conjunto de características que fez o mundo leva-lo muito a sério. Desde logo porque contou com dois fatores que o transportaram numa pandemia: salta de pessoa em pessoa com enorme facilidade e ainda não tem uma vacina que nos torne imunes. O mais crítico é que este vírus é capaz de provocar pneumonias e infeções respiratórias fatais em pessoas mais fragilizadas.

A chegada mais tarde a Portugal e a propagação lenta no concelho de Amares fazem-me pensar nas questões da interioridade e dos territórios mais isolados, que, ironicamente, nestes casos acabam mais protegidos – veja a baixa propagação no Alentejo. Na verdade, nos fenómenos epidémicos a taxa de crescimento de infetados é exponencial onde o contagio é mais rápido, onde há mais interação social, nos aglomerados onde há mais gente em contacto.

Quando Amares recebeu a primeira visita do “bicho”, já ali ao lado em Braga havia dezenas de infetados. Isto comprova que os circuitos de gente entre Braga e Amares, por exemplo, são pouco intensos e, eventualmente, mais cautelosos, pois já estávamos de sobreaviso.

Outro fator que me deixou particularmente orgulhoso foi perceber o enorme sentido de responsabilidade manifestado pela atitude corajosa de uma grande parte dos comerciantes de Amares, que encerraram voluntariamente os seus estabelecimentos ainda antes de declarado o estado de emergência. Nunca poderei prova-lo, mas acredito que esta atitude pode ter evitado umas boas dezenas de contágios, quiçá até salvado vidas humanas.

Agora vêm aí tempos difíceis e estou em crer que Portugal se preparou para não vivermos uma crise como aquela que italianos e espanhóis estão a sofrer, com o colapso dos recursos de saúde. Se daqui a semanas tivermos conseguido tal façanha, isso deve-se a um país que se organizou, mas principalmente a um povo que na sua maioria poderá ter dado uma enorme lição de civismo e solidariedade. Oxalá eu esteja certo!

Por agora, cada um de nós seja consciente e batalhe, da forma que estiver ao seu alcance, cumprindo rigorosamente as instruções. Depois da tempestade pensaremos o que fazer. Mas aí, serão os governantes e líderes deste país – com ou sem ajuda europeia – que terão que engendrar uma forma de voltar a fazer este cantinho da Europa funcionar.

Os autarcas eleitos (onde me incluo) têm responsabilidades acrescidas. Cabe-nos encontrar soluções antecipadamente. Temos missões pela frente… Proteger os nossos idosos, levando até eles tudo o que precisem. Apoiar as organizações sociais. Auxiliar as famílias de parcos recursos. Ajudar quem dá empregos às nossas famílias. E também nós, depois da tempestade temos que avaliar danos. Atuar!

Amanhã haverá um novo mundo. O nosso deu mais um tombo, mas vai seguramente reaprender a andar. E mais rápido do que se imagina!

Desejo saúde a todos e muita perseverança.

Estamos juntos!

OPINIÃO – -
Amamentar, até quando?

Por Raquel Cerqueira Gomes
Interna do 4º ano Medicina Geral e Familiar

 “Ainda sai leite?”, “Isso é vicio”, “Que matulão e ainda mama?”, estas são apenas algumas frases ouvidas pelas mães que optam por continuar a amamentar os seus filhos, mesmo quando eles não são tão bebés e já comem de tudo. Mas será que estas frase tem algum sentido? Há benefício em continuar a amamentar o bebé depois dos 6 meses? A resposta é sim.

Para além do vínculo entre mãe e filho mais reforçado, as evidências científicas demonstram que há benefícios da amamentação não só do ponto de vista nutricional, mas também imunológico, reforçando as defesas do seu filho e metabólico, reduzindo a probabilidade do seu filho ser obeso no futuro ou ter diabetes. Mas até quando o bebé deve mamar?

A Organização Mundial de Saúde recomenda até aos 2 anos pelo menos, sendo que depois dessa idade não há uma resposta exata sobre o momento certo para deixar de mamar. O leite materno nunca deixa de ser um alimento com alto valor nutricional para o bebé, por isso é errado pensar que ele fica fraco ou que é só água.

Em algumas culturas não-ocidentais, as mulheres amamentam seus filhos até 3 ou 4 anos de idade. O fim da amamentação deve ser visto como um processo e não como um evento isolado. A decisão do tempo de duração do aleitamento materno cabe à mãe e ao bebé e deve ser respeitado.

Por outro lado, caso não consiga amamentar ou prosseguir com amamentação não é considerada menos mãe por isso. Mas lembre-se que o melhor alimento que pode dar ao seu filho é o leite materno. Caso tenha alguma dúvida ou dificuldade com amamentação fale com o seu médico ou enfermeira de família.

OPINIÃO – -
Saúde Oral para todos

As doenças orais são um sério problema de saúde pública, uma vez que afetam grande parte da população e influenciam os seus níveis de saúde, bem-estar e qualidade de vida. As doenças orais podem afetar, ser afetadas ou contribuir para outras doenças, como é o caso da diabetes e das doenças cardiovasculares. A boa notícia é que elas são vulneráveis a estratégias de intervenção conhecidas, na sua maioria simples, e comprovadamente eficientes.

A saúde oral contribui positivamente para o bem-estar físico, mental e social permitindo o usufruto pleno das oportunidades que a vida proporciona, com destaque para o relacionamento com os outros, falar, comer, sem entraves causados pela dor, desconforto, constrangimentos ou embaraços. É possível e desejável manter dentes e gengivas saudáveis durante toda a vida. Para o conseguir, as medidas preventivas, incluindo os cuidados básicos de saúde oral, vão sendo implementadas ao longo da vida e estão ao alcance de todos porque são simples de concretizar, económicas e muito eficazes.

É fundamental, iniciar os cuidados adequados de saúde oral logo desde o nascimento. Quanto maior for o envolvimento dos pais, dos cuidadores, dos profissionais de saúde e de educação, no fundo, de todos os que possam acompanhar e, de alguma forma, interceder pela promoção da saúde oral, melhores e mais duradouros serão os resultados. A transmissão de informação, os conhecimentos e o exemplo, contribuem e incentivam o próprio a adotar comportamentos favorecedores da saúde e a responsabilizar-se por ela.

No idoso, é importante uma maior atenção às adaptações fisiológicas nas estruturas orais: a mucosa oral fica mais fina e frágil, há alterações na língua e na produção de saliva que levam à diminuição do paladar e aumento do limiar da sensibilidade dentária. Para além destas alterações fisiológicas há outros fatores: a polimedicação (que contribui para a redução da produção de saliva) e a utilização de próteses dentárias.

A estratégia para a saúde oral no Serviço Nacional de Saúde (SNS) orienta-se para o aumento e melhoria da sua cobertura ao nível dos cuidados de saúde primários, para o reforço da literacia e para o desenvolvimento de ações intersectoriais que envolvam as autarquias alinhadas com os planos locais de saúde. Estas ações intersectoriais permitem a obtenção de ganhos em saúde e qualidade, com maior proximidade à população, constituindo-se como um dos objetivos centrais a orientar a ação do SNS na área da saúde oral.

A intervenção e promoção da saúde oral pelos serviços de saúde já tem um longo histórico, e começa desde os bancos das escolas, promovendo a literacia em saúde, a escovagem dos dentes após a ingestão de alimentos, a escolha adequada de uma escova de dentes, o papel do fio dentário, a escolha de um dentífrico com flúor, etc.

As boas práticas na saúde oral recomendam uma escovagem dos dentes pelo menos duas vezes ao dia, uso de escova de dentes com filamentos de textura macia e uso de dentífrico com flúor (o flúor torna os dentes mais resistentes e previne a cárie dentária). Se usar prótese dentária, escovar a prótese diariamente, prestar atenção ao eventual desgaste da prótese e ao seu ajuste na boca, verificar regularmente os lábios, os dentes, as mucosas e a língua. Sempre que detetar alterações, fale, tão breve quanto possível, com o seu médico ou enfermeiro de família.

Envie as suas dúvidas e sugestões para [email protected].

OPINIÃO – -
Eutanásia ≠ Boa morte

Vocábulo grego, constituído de “eu” (boa) e “thanatos” (morte), textualmente, seria a boa morte, uma morte sem sofrimento (natural e serena), e não tinha o controverso conceito que hoje solicita. Atualmente a palavra refere-se a uma forma de morte assistida, realizada por um profissional de saúde que provoca a morte do doente em estado terminal, para aliviar de dor e sofrimento insuportável, por vontade do próprio doente.

Nos últimos dias, a questão da eutanásia levanta uma série de discussões e dúvidas perante a sociedade nomeadamente em questões éticas, religiosas, medicas e jurídicas, estas são algumas dessas questões:

As oito confissões religiosas existentes em Portugal, manifestam a sua posição contra a legalização da eutanásia em qualquer das sua formas, porque acreditam que a vida humana é inviolável ate à morte natural, defendem que cada ser humano é único e, como tal, insubstituível e necessário à sociedade que que faz parte, salvaguardando uma sociedade misericordiosa e compassiva e exigem o reforço dos cuidados paliativos.

No plano medico sobre a Eutanásia, coloco uma das grandes discussões diretamente relacionado com o profissional de saúde), que quando formaliza a sua licenciatura, procede ao juramento de Hipócrates de forma sagrada e afirma: “Não darei o veneno a ninguém, mesmo que mo peça, nem lhe sugerirei essa possibilidade.”.

Em contexto jurídico, se verificarmos a nossa constituição da república, deparamos com o artigo 24ª (Direito á vida) ponto 1. “A vida humana é inviolável.”.

Aprovados os cinco projetos, seguem agora para a comissão da especialidade para debate. Caso sejam aprovados na especialidade, volta ao plenário para votação final global. Se o “sim” na final global for vencedor, o diploma terá que passar mãos do Presidente da República, tem como opção promulgar a lei, de a vetar, devolvendo a lei ao Parlamento para reapreciação, ou enviar o diploma o Tribunal Constitucional.

Através de um referendo nacional, um instrumento de democracia direta, pelo qual os cidadãos eleitores são chamados a pronunciar-se, por sufrágio direto e secreto, que tenha por objeto questões de relevante interesse nacional que devam ser decididas pela Assembleia da República, pelo Governo ou através da iniciativa de cidadãos dirigida à assembleia da República, que será apresentada e apreciada nos termos e nos prazos fixados por lei. A decisão do referendo nacional é da exclusiva competência do Presidente da República.

O referendo só tem efeito vinculativo quando o número de votantes for superior a metade dos eleitores inscritos no recenseamento.

Em Portugal, realizou-se até hoje três referendos nacionais, dois sobre Interrupção Voluntária da Gravidez, e um sobre a regionalização, mas nenhum deles teve a participação de mais de 50% dos eleitores.

O primeiro referendo nacional realizado em 1998, colocava aos portugueses a seguinte pergunta: “Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas 10 primeiras semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?”. Apenas votaram 31,9% dos eleitores inscritos e o “não” ganhou com 50,9%.

Nove anos mais tarde, em 2007, os portugueses voltaram a responder à mesma pergunta. Desta vez, votaram 43,57% dos eleitores inscritos, tendo o “sim” vencido com 59,25% dos votos. Apesar do referendo não ser vinculativo, a lei da Interrupção Voluntária da Gravidez foi alterada no sentido aprovado em consulta popular.

No segundo e mais votado referendo sobre “a vida”, a taxa de afluência não chegou aos 44% inscritos, será que um referendo sobre “a morte”, expandia o eleitorado às urnas ou, simplesmente deixamos a decisão ao desvario?

OPINIÃO – -
Transformando o impossível em realidade…

Desde muito cedo que adquirimos ideias, pensamentos, mais ou menos realistas ou emocionais, ponderados e/ou irrefletidos, através de inputs internos e externos, negativos e positivos e que através da repetição e persistência diária obteremos hábitos e que com o tempo, constituirão um caminho, um estilo de vida e um destino.

Tal como afirmou William Henley “Eu sou o senhor do meu destino, sou o comandante da minha alma”. Neste sentido, somos os responsáveis do nosso destino, diretores dos nossos pensamentos e donos da nossa alma.

Assim, o grande desafio consiste em gerir toda a diversidade de ideias e ideais, sentimentos e perceções, promovendo a criatividade e a “renovação do pensamento” procurando de forma continuada o melhor dos caminhos e que contribua para a busca constante da felicidade que, por si só é também um caminho.

Outro aspeto que proporciona aprendizagem e crescimento pessoal reside na quantidade e qualidade das adversidades, obstáculos e dificuldades encontradas nesse nosso caminho, tal como afirmou Cícero “Quanto maiores são as dificuldades a vencer, maior será a satisfação.” ou como referiu Abraham Lincoln “O êxito da vida não se mede pelo caminho que você conquistou, mas sim pelas dificuldades que superou no caminho.”

Neste sentido, se por um lado temos o poder de “plantar o pensamento” congruente com um destino, temos também a necessidade e definir um foco, um objetivo, uma estratégia e fundamentalmente a ação consertada e continuada e congruente com o pensamento, tal como Friedrich Engeles, “Um grama de ação vale mais do que uma tonelada de teoria.” Por outras palavras, só a atitude, a ação é real, visível e neste contexto marca a diferença.

Podemos sistematizar um conjunto de ações consertadas e que de forma consistente podemos marcar realmente e diferença, tal como Stephen R. Covey referiu no seu livro “Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes” descreve de forma sequencial, ser pró-ativo, liderança pessoal, gestão pessoal, liderança interpessoal, comunicação empática, corporação criativa, auto-renovação equilibrada.

Portanto para obter sucesso é fundamental reestruturar o pensamento, através de ideias relevantes para criar um novo e interessante caminho, seguidamente adquirir um hábito, que se transformará em carácter e que contribuirá para uma nova realidade em busca da felicidade e tal como referiu Nelson Mandela “Sempre parece impossível até que seja feito.”

OPINIÃO – -
Violência na escola há que pegar o touro pelos cornos

As notícias dos últimos dias deveriam fazer com que todos nós, agentes educativos, pensássemos na escola que estamos a desenvolver. “A polícia e GNR são chamados, em média, 17 vezes por dia às escolas e, só este ano letivo, já foram públicos 24 casos de agressões ou ameaças de morte”. Assim sem mais.

A violência na escola começou a ficar mais visível a partir dos anos 2000 quando se avançou para um processo de maior democratização do ensino, trazendo para dentro das paredes das escolas, para além dos agentes educativos que já lá estavam, os pais e a comunidade em geral, através de instituições relevantes.

Se os segundos são pacíficos na sua convivência escolar, já os primeiros criaram novos desafios aos professores e alunos para os quais estes não estavam preparados. A adaptação não está a ser nada fácil e as coisas têm tendência para ficarem piores.

O próprio slogan “Uma escola para todos” passa a ser interpretado de forma enviesado, dando a ideia que todos devem ser iguais a todos. O que não é verdade. Os níveis de aprendizagem variam de aluno para aluno, o interesse e a motivação não são uniformes, as convivências sociais são díspares.

Há uma expressão usada na justiça que me agrada muito e que precisa de ser transferida para o ambiente escolar: “cada caso é um caso”, diz-se para justificar decisões judiciais diferentes para situações idênticas. Ora, nas escolas, também, “cada caso é um caso”.

A verdade é que os problemas de violência, de bullying, de agressões têm que ser ferozmente combatidos com estratégias que envolvam todos os agentes educativos, professores, alunos, direções de agrupamentos. São problemas globais que devem ser analisados e depois sancionados casuisticamente.

Um professor perante um caso de violência entre alunos não pode lavar as mãos como Pilatos seja colocando-os fora da sala de aula, seja através de falta disciplinar e esperar que o Espírito Santo venha e resolva. Aliás, as bibliotecas podem ser locais ótimos para acalmar génios para irrequietos mas para isso, é preciso que sejam mandados para lá.

As direções dos Agrupamentos não podem, simplesmente, ‘mandar para casa’ os alunos agressores ou sugerir ‘mudança de escola’ para os agredidos. Os problemas não se resolvem empurrando com a barriga, resolvem-se seguindo o exemplo dos forcados: pegando o touro pelos cornos.

Os pais que invadem os recintos escolares para ‘tirar satisfações’ com os professores deveriam ficar impedidos, e a lei deveria prever isso dando poderes a quem de direito para o fazer, durante um período de tempo de regressar à escola. Se caso for necessário, as autoridades policiais têm que ser chamadas às escolas.

É urgente que haja consequências para quem promove atos de violência na escola. E enquanto isto não for uma prioridade, enquanto não se enfrentar o touro pelos cornos, haverá sempre quem se ache no direito de agredir porque a impunidade continuará a ser a lei.