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OPINIÃO -
A Saúde mental dos homens

Opinião de Hélder Neto

 

Boys don´t cry” é o título de um documentário de Nick Ward, que vi recentemente, e que dá o mote à opinião de hoje. Tal como o título indicia (“Rapazes não choram” em português), o tema de hoje versa acerca da saúde mental dos homens.

Na maior parte das culturas, a crença de que “homens fortes não choram” é disseminada no âmbito de uma cultura de educação, culminando numa consequência profundamente gravosa. Ora, o resultado desta crença revela que, muitas vezes, as emoções contidas e recalcadas, naqueles homens, concorrem para situações que prejudicam outras pessoas, bem como a si mesmos. Para lidarem com sintomas graves, como os da depressão, muitos homens usam estratégias mal adaptativas, como o consumo de álcool e outras drogas.

Um estudo publicado no periódico “British Medical Journal” revelou que os homens que sentem estar abaixo dos padrões de masculinidade esperados, e incutidos pela sua cultura, como o de cuidarem financeiramente da família ou, até – um detalhe mais prosaico –, como o tamanho do pénis, faz com que se tornem mais propensos à violência. De entre as várias facetas dessa violência, destaco a violência doméstica, como um dos preços altos a pagar pelo estado da saúde mental masculina. 

Em Portugal, a realidade não é diferente. A taxa de suicídio, por exemplo, é quatro vezes mais elevada nos homens, sendo transversal a todas as faixas etárias. A taxa da depressão, a principal psicopatologia causadora do suicídio em Portugal, está entre os 2% e os 3%, para os homens, de acordo com os números do Instituto Nacional de Estatística (INE). 

Não obstante, desconfio destes números. As razões da minha desconfiança prendem-se com a observação diária, no âmbito da minha prática profissional. Neste sentido, relevo que só cerca de 10% dos meus pacientes são homens, sendo que – regra geral – estes procuram apoio depois de pressionados pelo seu círculo social e, apresentando, à data, um estado em que se verifica a existência de psicopatologias, há muito, instaladas. Por conseguinte, avento que os números reais estão muito além dos revelados pelo INE, uma vez que os homens não querem, ou não sabem, procurar ajuda, considerando que nada, jamais, os perturbará; “à homem”!

Urge, portanto, mudar mentalidades. Cabe a cada um de nós fazer a sua parte, educando e influenciando positivamente as nossas crianças e os nossos jovens. As nossas crianças e os nossos jovens são altamente influenciáveis, para o bem e para o mal, barro por moldar, cabendo-nos, a nós, adultos, aproveitar essas características, tão próprias, para o bem deles, e para o nosso.

Para terminar, ilustro, através de Fernando Pessoa, a postura de muitos homens: “eu que me aguente comigo e com os comigos de mim”.

OPINIÃO -
Segurança Rodoviária

Opinião de João Ferreira

 

Por vezes o tema segurança rodoviária ainda é visto como “fiscalização” dos agentes de segurança e não como supostamente deveria ser entendido. Esta temática deveria ser interpretada como educação e respeito pelas regras de trânsito e por quem nele circula.

Para sensibilizar, ficam aqui alguns dados (entre janeiro e Setembro de 2021) sobre segurança rodoviária relativos a 2021. A nível nacional (continental) houve 20.476 acidentes em que resultaram 284 vítimas mortais e 1.491 feridos graves que resultaram de 2.346 atropelamentos, 10.915 colisões e 7.215 despistes. O distrito de Braga é dos distritos com maior aumento de casos, com vítimas mortais (+42,9%) e feridos graves (+ 26,0%) comparativamente a 2020 traduzindo-se em 30 vítimas mortais e 131 feridos graves (Fonte: Autoridade Nacional Segurança Rodoviária – ANSR).

No concelho de Amares em 2021 (até meados de dezembro) houve um decréscimo no número de acidentes (206) com vítimas comparativamente a 2020, mas por outro lado um aumento de feridos graves (3) e vítimas mortais (1) (Fonte: Guarda Nacional Republicana – GNR).

Felizmente, Amares é um concelho com poucas ocorrências, mas como transeunte vejo algumas preocupações que citarei. E para não existirem preconceitos, sou peão, sou condutor, pratico ciclismo, sou agente de proteção civil e sou pai. 

Assim, onde se devia e podia apostar muito, tanto na vertente preventiva como educativa, é junto das escolas, locais onde vejo mais perigos. É junto aos centros escolares que vejo pontos de maior atenção, desde locais de recolha de alunos tanto por pais como por meios de transportes públicos, alguns mal iluminados e sinalizados (horizontal e verticalmente).

Em particular no Centro Escolar de Ferreiros, em que os estacionamentos condicionam o trânsito e retiram visibilidade aos restantes condutores numa área onde circulam crianças, tornando-se um local passível de ocorrência de atropelamento. Mas o que choca mais é ver alguns encarregados de educação passarem com a criança de mão dada fora dos locais de passagem de peões, quando existem dois locais de passagem a menos de 100 metros um do outro. Provavelmente um dia poderão imitar os adultos, num mundo não tão “faz de conta”. Um local que outrora teve sinalização luminosa. 

Outros perigos são uso de roupas pouco visíveis para quem circula junto às bermas, bermas estas que, no meu modo de ver, deveriam ser “obrigadas” a possuir passeios, nomeadamente nas principais vias em pelo menos num dos lados da via. O uso do telemóvel, o consumo de álcool, velocidade excessiva são todas outras variáveis agravantes.  

Mas parte sobretudo da educação dos transeuntes que circulam na via pública, seja como peão ou passageiro. Desde o incumprimento do código de estrada até à falta de bom senso, podemos sempre corrigir e melhorar. E não podemos alegar que não existe sensibilização nesta área, pelo menos a ANSR tem levado a cabo iniciativas, na maioria em parceria com os Agentes de Autoridade, como GNR e PSP, tendo realizado 22 campanhas em 2021. Recentemente, também a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil desenvolveu uma “campanha” der sensibilização mobilizando meios de socorro de forma preventiva para pontos estratégicos.

Visite as páginas destas entidades e consulte desde a segurança à legislação, informe-se, previna-se e não se torne numa vítima de acidente rodoviário.

Vamos iniciar este ano de 2022 com o pé direito.

OPINIÃO -
Vacinar?… SIM! Porque as vacinas salvam vidas!

Artigo de Maria do Céu Morais, da Unidade de Saúde Pública – ACeS Cavado II – Gerês/Cabreira

 

Os conhecimentos evoluíram muito desde que Edward Jenner vacinou pela primeira vez um menino contra a varíola em 1796. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a vacinação atualmente evite de 2 a 3 milhões de mortes todos os anos.

Antes do desenvolvimento das vacinas Salk e Sabin contra a poliomielite, era comum ver imagens dramáticas de pessoas usando “pulmões de ferro” ou de crianças paralisadas. Mas nas últimas três décadas, as vacinas levaram a uma redução de 99,9% nos casos desta doença.

A vacinação previne o aparecimento de doenças, torna possível a sua erradicação, eliminação ou controle e protege as pessoas de sofrimento e de morte. Vacinas contra a Tuberculose, Hepatites, Sarampo, Rubéola, Papeira, Difteria, Tosse Convulsa, e outras constam do Plano Nacional de Vacinação do nosso país desde 1965 e Portugal tem uma cobertura vacinal para estas doenças superior a qualquer outro país da União Europeia. 

As vacinas foram amplamente reconhecidas como uma das intervenções médicas mais eficazes em termos de tempo e custo permitindo salvar mais vidas e prevenir mais casos de doença do que qualquer tratamento médico; melhoram o bem-estar da população, contribuindo para a eficiência e sustentabilidade dos serviços de saúde (poupando em tratamentos complexos e demorados e sofrimento humano) sendo um factor de desenvolvimento do país

Porquê agora hesitar?

A doença provocada pelo Covid-19 pode ter efeitos de saúde graves e duradouros. As vacinas protegem-nos destas formas graves da doença ou mesmo da morte. 

O progresso da investigação científica e da tecnologia vão colocando à disposição da humanidade melhores vacinas contra mais doenças. As vacinas são testadas em longos e grandes ensaios clínicos que envolvem dezenas de milhares de pessoas, e seus efeitos são monitorizados mesmo depois de serem aprovadas. A forma completa como as vacinas são desenvolvidas significa que são muito mais seguras e têm menos efeitos colaterais do que a maioria dos medicamentos existentes.

As vacinas para Covid-19 são testadas da mesma forma que as vacinas para outras doenças. Estas foram desenvolvidas rapidamente graças à redução da burocracia, não porque os testes de segurança tenham sido menos minuciosos. 

Seguindo a orientação baseada em evidências da comunidade científica e médica, ao tomar a vacina não está apenas a proteger-se a si mesmo e os seus entes queridos da doença infecciosa, mas também está a dar um exemplo no combate à difusão de desinformação. Quem não se vacinar também está a contribuir para aumentar a circulação das doenças.

Nas últimas décadas, as teorias da “conspiração” e a desinformação corroeram a confiança da população relativamente à importância de vacinar, levando ao ressurgimento de doenças que estão quase erradicadas em muitos países.

Ao vacinar-se está a contribuir para o aumento da consciencialização sobre a importância da vacinação, e para aumento também da cobertura vacinal. 

Adicionalmente, a vacinação previne doenças, contribui para o bem-estar da população e para um envelhecimento saudável, previne vários tipos de cancro e reduz a ameaça da resistência aos antibióticos problema identificado pela OMS como uma das maiores ameaças à saúde global.

Vacinar demora apenas alguns minutos e é gratuita para a maioria da população em Portugal. 

Neste inverno não hesite e faça a melhor opção: Vacine-se!

OPINIÃO -
Estórias que se contam e vale a pena transmitir

Artigo de Marco Alves

 

Partindo do pressuposto de que o ano termina à meia-noite do dia 31 de dezembro e começa no dia 1 de janeiro foi uma construção social, uma definição elaborada por algum momento da história. Janeiro, homenagem a Jano, Deus de duas faces, uma voltada para a frente e outra para trás. Protetor das entradas e saídas, também era considerado Deus dos princípios e começos. Sendo assim a estória, permitam-me desejar a todos os leitores e amarenses, um ano de 2022 repleto de boas energias.

Replico no meu artigo de opinião histórias que embelezam a diversidade cultural, social e económica do nosso concelho:

O terreno onde assenta a freguesia de Goães é bastante acidentado, correm por ela três ribeiros importantes que a tornam extraordinariamente fértil. 

O Salgueiral desce dos montes de Seramil e Vilela por várias ramificações, rega e mói, tem ou teve engenhos de serrar e lagares de azeite, desagua no rio Cávado com alguns quilómetros de curso. 

O Portuzelo, com mais de 1 quilómetro de curso, nasce e morre nos limites da freguesia de Goães, também rega e mói desaguando no Cávado.

O Ramourel, com mais de 3 quilómetros de curso, inicia o seu trabalho de regar e moer em Paredes Secas passando por Vilela, tem engenhos de serrar e lagar de azeite que ainda hoje funcionam, desagua também no rio Cávado.

Gozam de justa fama as “apreciadíssimas” laranjas do Salgueiral que, pelo menos no Porto, foram conhecidas por este nome e constituíram, sem dúvida, um dos mais ricos produtos da região. O rigor dos Invernos e das geadas antepassadas provocaram graves danos na economia local.

O Cruzeiro do Couto, que ao tratar-se de Dornelas, conta-se ter sido transferido pelos habitantes de Goães corridos a fogo num carro de bois e levantado diante da igreja. Contam os residentes de Dornelas, segundo história que tem sido transmitida ao longo das gerações, que o cruzeiro se encontrava instalado junto ao marco divisório das freguesias de Goães e Dornelas. Dizem também que o milho que floresce no terreno tem uma cor dourada. 

Atualmente os rios ainda correm naturalmente, o couto está em Goães, o marco continua a dividir as duas freguesias. E as laranjas?

“O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer.”

OPINIÃO -
Omnicalidade, uma presença para o futuro…

Podemos definir omnicanalidade como uma convergência das atividades físicas e digitais, utilizando a tecnologia, colocando sempre o consumidor no centro. Na prática é a interligação entre on e o offline, na medida em que o mais importante é proporcionar uma experiência, confortável, adequada e relevante para o cliente.

A ideia central é proporcionar a experiência de compra perfeita e em sintonia com a expetativa do cliente, estando onde o cliente deseja. Assim toda a ação da empresa deve estar alinhada com os desejos e motivações do cliente, através da loja, através dos eventos, experiência positiva no atendimento, estando simultaneamente no site, app, redes sociais, email, sms, whatsapp garantindo continuidade no percurso do cliente.

A recente crise pandémica veio acelerar a utilização de uma estratégia diversificada de comunicação e distribuição de muitas marcas, procurando responder de forma rápida e adequada aos desejos dos clientes, estando onde estes estão, nas redes sociais, nas aplicações, nos smartphones, através de conteúdos inspiradores, revelando as histórias das marcas, diversificando os canais, ouvindo, seguindo e interagindo com proximidade e acompanhando as tenências, gostos e desejos dos clientes.

Para criar uma experiência relevante para o cliente é fundamental, escutar, observar e compreender o cliente, através da identificação aspetos, benefícios e fatores de diferenciação com significado e concentrar todos os esforços para experimentar, utilizar e envolver os clientes, sendo simultaneamente, experiências com valor para os clientes.

Alguns dos desafios da implementação da omnicanalidade são: o alinhamento da empresa com uma visão de longo prazo investindo na tecnologia, sustentabilidade ambiental, gestão de stoks e logística e estratégia de marketing, sendo fundamental descobrir as reais necessidades dos clientes com criatividade e espírito crítico para captando a “essência” dos clientes, envolvendo-os numa estratégia de parceria continuada e para o futuro.

Algumas das formas de envolver os clientes passam por estar onde estão os clientes: seguindo o percurso do cliente, determinar as preferências e formas de comunicação, seja pelas redes sociais, loja física, email, chatbot ou outra plataforma qualquer, desenvolver uma uniformidade da informação, criar uma cultura orientada para a sua satisfação, com o propósito de agregar todas as ações e atividades para uma experiência relevante e positiva e construir relacionamentos duradoiros fazendo dos clientes, os principais fans, advogados e construtores da marca.

Assim, para implementar a omnicanalidade é fundamental escutar, observar e compreender as reais necessidades dos clientes, procurando alinhar e agregar todos os meios físicos e online, de forma unificada, para corresponder de forma coesa e continuada, colocando o cliente no centro, de toda a estratégia empresarial.

OPINIÃO -
Rui Rio – Sempre Portugal

Artigo de Edgar Cruz Gonçalves

 

É factual que Portugal nos últimos seis anos estagnou, regrediu na esmagadora maioria dos indicadores socioeconómicos, estagnação sentida de forma real na vida dos Portugueses.

No dia 30 de Janeiro teremos, todos nós, o dever e a responsabilidade de participar na Eleição da Assembleia da República, o direito de escolher o grupo de Deputados que representará o nosso distrito, o Primeiro-Ministro do nosso país, um novo Governo para Portugal.

As Eleições Legislativas de 2022 resultam, mais uma vez, da clara e repetida incapacidade que o aparelho Socialista demonstra quando os eleitores acreditam no Partido Socialista para governar Portugal, incompetência comprovada: 1995-2002 António Guterres – dissolução da AR em 2002; 2005-2011 José Sócrates – dissolução da AR em 2011; 2015-2021 António Costa – dissolução da AR em 2021. Comum aos fatídicos períodos: António Costa, Ministro em todos os ciclos de desgoverno.

É factual que António Costa, sobretudo durante os últimos seis anos, apenas priorizou um objectivo: manter o poder da máquina socialista, secundarizando o objectivo prioritário de um partido político, de um Primeiro-Ministro: o desenvolvimento do nosso país, a real felicidade do nosso Povo, todo o Povo.

Num exercício de memória, pergunto: qual das ministras/ministros de António Costa merece uma avaliação minimamente positiva sobre os seus resultados de trabalho? Sinceramente: ninguém, nenhum. Apenas conhecemos os nomes dos Ministros passados pela Administração Interna, pelas Finanças e pelas Infraestruturas, nunca os melhores resultados…preocupante a maioria dos Portugueses não saber, assumidamente como eu, o nome do Ministro da Agricultura ou do Ministro das Pescas? Porquê? Para António Costa apenas foi prioritário, a qualquer custo e entre infinitos casos, manter o poder da família socialista.

Confrontando o deserto de esperança oferecido por António Costa, o Partido de Francisco Sá Carneiro, mais uma vez, como fez em 2002, tentou fazer em 2004, e fez em 2011, disponibiliza-se para arregaçar mangas e voltar a tentar conquistar a felicidade de todos os Portugueses, com todos os Portugueses e sem pedir algo em troca, efectivando um país mais rico, mais igualitário, mais eficaz, mais justo, muito mais feliz.

Rui Rio é, indiscutivelmente e comprovadamente, o garante para a concretização da árdua e urgente missão que todos nós teremos nos próximos tempos: conseguir um país onde os nossos filhos, os nossos netos, os nossos avós e os nossos pais possam ser verdadeiramente felizes: com educação, com saúde, com justiça, com oportunidades.

Temos a oportunidade de eleger Rui Rio como próximo Primeiro-Ministro de Portugal, o Líder que não sabe ser tacticista, que não sabe o que é carisma, não sabe o que é habilidade política, não sabe agradar às elites, não sabe ser o animal feroz….Rui Rio não sabe ser tudo aquilo que afundou Portugal num pântano.

Dramaticamente real, entre a espada e a parede, as actuais gerações terão, na eleição de Janeiro, o peso da responsabilidade de decidir o futuro dos Seus, última possibilidade para concretizar, de uma vez por todas, uma real e efectiva mudança em Portugal.

Rui Rio sempre foi coerente, priorizando o seu objectivo: Portugal, Primeiro Portugal.

É factual que Rui Rio é sério, leal, convicto, verdadeiro, credível, e sobretudo: corajoso, capaz de conseguir a missão… Primeiro Portugal, Sempre Portugal.

OPINIÃO -
Projeto Adélia

Artigo de Mário Paula

 

O Projeto Adélia merece divulgação por ser diferenciado e em especial por fazer da sua maior bandeira o superior interesse das crianças e dos jovens! «Adélia» é oportunidade para dar voz aos mais novos do Concelho de Amares, enaltecendo as suas sugestões e participação.

O objetivo primordial é o de guiar uma parentalidade livre, pacífica, positiva e a construtiva, para promoção e proteção de crianças e jovens, numa lógica comunitária, com a participação de todos. O público-alvo passa, além dos mais novos, pelas suas famílias, pelas Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ), pelos técnicos e outros profissionais de entidades locais com competência em matéria de infância/juventude e pela Sociedade civil em geral.

O Projeto Adélia desenvolve-se segundo a máxima de “mais proteção”, capacitando as famílias para o exercício de uma parentalidade responsável, através do desenvolvimento de Planos Locais de Promoção e Proteção dos Direitos das Crianças e Jovens. Isto garantirá a participação efetiva das crianças em atividades que permitam a melhoria das capacidades parentais. A capacitação de técnicos das Comissões de Proteção de Crianças e Jovens e das Entidades com Competência em matéria de infância e Juventude no domínio da melhoria das competências e desempenho.

É essencial a sensibilização das famílias com a promoção e criação de seminários, workshops e campanhas para públicos adequados, no âmbito da promoção da parentalidade positiva e dos direitos das crianças e jovens. A inovação social, com o desenvolvimento do Programa de Ideação e Aceleração – Design Thinking para a Inovação Social, consiste num concurso de ideias e soluções inovadoras para a promoção da parentalidade positiva.

Os principais objetivos do projeto são o desenvolvimento de planos de promoção e proteção locais, que envolvem a participação das crianças e jovens, garantindo estratégias de apoio a uma parentalidade responsável e positiva informadas em evidências. Também potenciar o envolvimento e a participação ativa das crianças e jovens, acompanhando os mesmos, assim como fomentar a intervenção da CPCJ, através da capacitação e especialização dos seus técnicos, para a promoção de uma parentalidade mais protetora, qualificando efetivamente a sua intervenção junto das famílias na prevenção das situações de risco e ou de perigo.

Em suma, é essencial a capacitação das famílias para o exercício de uma parentalidade responsável nas diversas dimensões da vida familiar, melhorando o desempenho parental no efetivo exercício dos direitos e na proteção das crianças e jovens, pois, “pais felizes, fazem as crianças e jovens felizes!

OPINIÃO -
E se acabam as abelhas?

Opinião de Marco Alves

 

Hymenoptera, termo usado na Zoologia, é um dos maiores grupos entre os insectos, onde está integrado as vespas, abelhas e formigas. O nome deriva do grego (hymen=membrana; ptera=asas).

As abelhas melíferas, polinizadoras de flores e florestas, vitais para a biodiversidade e alimentação do ser humano, estão a desaparecer a um ritmo assustador em todo o mundo. É cada vez mais regular encontrar colmeias vazias. 

Cada abelha é uma maravilha de engenharia biológica, provida de sensores de temperatura, oxigénio e dióxido de carbono, carregada de eletricidade estática para que os grãos de pólen obtidos das flores se fixem ao corpo. As abelhas melíferas não são as únicas polinizadoras, há múltiplas espécies de zangões, abelhas selvagens e outros insectos que intervêm na fertilização das flores, mas são as mais competentes. Uma única colmeia, composta por 60 mil abelhas, pode polinizar uma área de 350 hectares.

Nos EUA, os apicultores ganham mais dinheiro a alugar as suas abelhas do que com a venda do mel. A Califórnia, considerado o maior celeiro do planeta e onde está a gigantesca industria da amêndoa, exporta 80% do que produz para o resto do mundo. Em fevereiro, chegam ali centenas de camiões, vindos de todo o país, carregados de abelhas para a polinizar as amendoeiras – dependem quase por completo do trabalho das abelhas, sem elas o prejuízo económico seria catastrófico.

As florestas mediterrânicas são ecossistemas valiosos para a produção apícola pelas inúmeras plantas do seu coberto arbustivo e herbáceo, ricas na produção de néctar e pólen. Entre as espécies da nossa flora com interesse apícola são de salientar as urzes, o rosmaninho, o alecrim, o tomilho, a luzerna, os trevos e os cardos, que produzem grandes quantidades de matéria-prima para o mel. Nos extratos arbóreos muitas espécies são excelentes produtoras de meladas, como as azinheiras, os sobreiros, os carvalhos e os castanheiros. 

Circula entre as redes sociais, uma frase, erradamente atribuída a Albert Einstein, assegurando que a humanidade não sobreviveria mais de quatro anos se todas as abelhas morressem. Possivelmente é mentira, mas um terço dos alimentos que consumimos depende das abelhas. Sem elas, não haveria frutos e produtos hortícolas, como pêssegos, cerejas, ameixas, maças, peras, melões, morangos, framboesas, amoras, curgetes, beringelas, tomate, espargos ou óleo de girassol. Até a vinha depende parcialmente do trabalho das abelhas. Muitos dos alimentos como o arroz e o milho não dependem da polinização, ao contrário de outros produtos. Sem as abelhas, a nossa alimentação seria enfadonha. “Plantem árvores para dar sombras e frutos para aqueles que ainda não nasceram”.

OPINIÃO -
Dia Internacional para a Redução do Risco de Catástrofes

Artigo de João Ferreira

 

Assinalou-se no passado 13 de Outubro o dia Internacional para a Redução do Risco de Catástrofe. Este dia foi instituído formalmente pelas Nações Unidas como “Dia Internacional para a Redução do Risco de Catástrofes” com o intuito de sensibilizar governos, organizações e cidadãos de todo o mundo para a necessidade de desenvolverem acções de que contribuam para prevenir riscos e reduzir vulnerabilidades, aumentando a resiliência das comunidades e a capacidade de antecipação e resposta face à ocorrência de acidentes graves ou catástrofes. Prevenção, mitigação e preparação são os motes do Dia Internacional para a Redução de Catástrofe.

Tenho reforçado em artigos anteriores a necessidade de envolver cada vez mais o cidadão e os poderes políticos locais para o desenvolvimento de acções que visem uma melhor preparação na dita antecipação de ocorrências graves ou catástrofes. O cidadão, não o sendo legalmente, é o principal Agente de Proteção Civil.

Antes de avançar, vamos definir alguns conceitos para esclarecer melhor esta temática. Risco é o produto da Perigosidade pela Consequência, ou seja, é a probabilidade de ocorrência de um processo (ou acção) perigoso e respectiva estimativa das suas consequências sobre pessoas, bens ou ambiente, expressas em danos corporais e/ou prejuízos materiais e funcionais, directos ou indirectos. Por outro lado, a Consequência ou Dano Potencial que reporta aos elementos expostos que resulta do prejuízo ou perda expectável num elemento ou conjunto de elementos expostos, em resultado do impacto de um processo (ou acção) perigoso natural, tecnológico ou misto, de determinada severidade (ANEPC). 

Resumidamente o risco nunca é “0”, mas podemos sempre reduzir a valores mais baixos se conhecermos os perigos e diminuirmos os valores expostos e vulnerabilidades (vida humana, bens materiais e ambiente). Devemos estar familiarizados com os perigos, uma melhor compreensão e preparação melhora a nossa resiliência e mitiga o risco.

Felizmente, tem havido algum trabalho nesta vertente mas ainda pode-se fazer mais, com acções de sensibilização para a população em geral, realização de simulacros, formação/instrução de colaboradores dos serviços públicos em matéria de Proteção Civil, criar canais de maior proximidade para resolução de problemas no âmbito de proteção civil, criação de Unidades Locais de Proteção Civil, criação de Plataformas Locais para a Redução do Risco de Catástrofe, promoção e valorização do recrutamento dos vários Agentes de Proteção Civil, promover o planeamento especial ou prévio de intervenção, tornar a divulgação/difusão mais eficaz dos avisos à população.

Não veja as limpezas ou aberturas de faixas de combustível em redor das casas/aglomerados populacionais como uma obrigação mas sim como uma medida de prevenção/mitigação, não veja a limpeza de sarjetas/caleiros, ameaça de queda de árvores ou outros perigos como obrigações de alguém os resolver. Faça parte dessa resposta, colabore, sinalize, alerte. 

Deixo outras recomendações para este período do ano. Com o frio à porta sabe bem o quentinho da lareira, mas não se esqueça de a limpar, recomenda-se limpeza das chaminés de dois em dois anos e com a lareira acesa use uma proteção para a lareira e/ou retire tapeçarias da frente, reduza o risco de incêndio. 

Desde já desejo um Santo e Feliz Natal.

OPINIÃO -
Dos recursos humanos à gestão de talentos

Opinião de Manuel Sousa Pereira

 

A gestão de recursos humanos consiste na gestão das pessoas, com os seus conhecimentos, habilidades e competências ao serviço das organizações, estando envolvida e alinhada na sua missão, visão e valores, procurando a realização e satisfação das pessoas envolvidas. 

Neste sentido, a designação de operários, assalariados, empregados, funcionários, trabalhadores estão cada vez mais em desuso e desadequados aos tempos atuais, na medida em que, cada vez são utilizados termos como: capital humano, gestão de pessoas e gestão de talentos, sendo o principal fator de diferenciação e de capacitação dos mesmos, motivando, envolvendo e potenciando as habilidades, competências de cada colaborador, alinhando-os com a cultura organizacional.

A partir dos anos 90 o termo passou a ser utilizado projetando uma dimensão mais cooperativa, participativa, procurando integrando todo o seu potencial na cultura da organização. Assim, a ideia central é que as pessoas são sempre mais que operários, funcionários, trabalhadores, que se focam nas suas tarefas e que as executam, como se fossem máquinas. Partindo desse pressuposto as organizações devem ser sistemas abertos, democráticos, proativos e participativos, onde a sua essência está na integração de vontades, talentos, habilidades alinhadas com a estratégia das organizações.

Segundo os dados da Eurostat, através do gabinete de estatísticas da União Europeia “Portugal é o país da Europa Ocidental com os salários mais baixos, 14 mil euros é o rendimento líquido que, em média um trabalhador solteiro sem filhos leva para casa no final de um ano de trabalho em Portugal. Quanto à carga fiscal a mesma fonte e segundo a OCDE refere que Portugal tem uma carga fiscal sobre o trabalho de 41,3% sendo uma das mais elevadas.

Assim, os desafios atuais e futuros passam por potenciar os talentos, motivando-os e procurando centrar a ação naquilo que os motivando-os, cativando-os, incorporando as suas habilidades, competências com as pessoas e para as pessoas. Torna-se imprescindível repensar as formas de incentivo, motivação e liderança nas organizações.

Um dos aspetos relevantes sobre esta temática consiste no conceito de âncoras de carreira formulado por Schein (1978) baseadas em talentos e habilidades, baseados no sucesso dos vários trabalhos realizados; motivos e necessidades, baseados no feedback de outras pessoas e da empresa e na autoavaliação ao enfrentar os vários desafios; atitudes e valores, baseados no confronto entre os valores e normas próprios e os da organização ou ocupação. 

Schein inicialmente descreveu cinco âncoras de carreira baseados nos dados coletados durante seus estudos (1978): autonomia/independência; segurança/estabilidade; competência técnica/funcional; competência gerência geral; criatividade empreendedora; serviço e dedicação a uma causa; puro desafio e estilo de vida. (Schein 1996).

Nesta perspetiva, é fundamental adequar as competências e habilidades pessoais à estratégia das organizações, valorizando o valor do trabalho, incentivar a produtividade, dando condições físicas e humanas adequadas, incentivando a formação ao longo da vida, flexibilizando o horário de trabalho à vida familiar, encontrar soluções ajustadas a cada cargo ou função, promovendo planos individuais de carreira, promovendo a meritocracia, o pragmatismo, a ética e os valores humanos a par de uma cocriação coletiva.