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OPINIÃO -
Ser ou não ser, eis a questão

Opinião de Marco Alves

 

Sustentável é uma palavra que se usa cada vez mais no vocabulário português. Embora parte da população não entenda muito bem a sua definição, podemos referir que é uma forma de satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a capacidade da futuras gerações satisfazerem as suas próprias necessidades. O nosso planeta está a enfrentar enormes desafios económicos, sociais e ambientais. Em 2015 foi definido nas Nações Unidas a criação da Agenda 2030, constituída por 17 objectivos para transformar o nosso mundo:

1.Erradicar a pobreza – Em todas as suas formas, em todos os lugares; 2.Erradicar a fome – Alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável; 3.Saúde de qualidade; 4.Educação de qualidade – Garantir o acesso à educação, inclusiva de qualidade e equitativa e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos; 5.Igualdade de género; 6.Água potável e saneamento – Garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da água potável e do saneamento para todos; 7.Energias renováveis e acessíveis – Garantir o acesso a fontes de energias fiáveis, sustentáveis e modernas para todos; 8.Trabalho digno e crescimento económico – Promover o crescimento económico inclusivo e sustentável, o emprego pleno e produtivo e o trabalho digno para todos; 9.Industria, inovação e infraestruturas; 10.Reduzir as desigualdades – Reduzir as desigualdades no interior dos países e entre países; 11.Cidades e comunidades sustentáveis; 12.Produção e consumo sustentáveis; 13.Ação climática – Adotar medidas urgentes para combater as alterações climáticas e os seus impactos; 14.Proteger a vida marinha – Conservar e usar de forma sustentável os oceanos, mares e os recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável; 15.Proteger a vida terrestre – Proteger, restaurar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, travar e reverter a degradação dos solos e travar a perda da biodiversidade; 16.Paz, justiça e instituições eficazes – Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas a todos os níveis; 17.Parcerias para a implementação dos objetivos – Reforçar os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável. 

São objectivos de enorme complexidade para se concretizar 1 ano após pandemia ainda sem fim à vista. Teremos capacidade para “retomar” o início da prática na sustentabilidade? Ou será que ainda nos falta algo mais?

OPINIÃO -
Educação em Proteção Civil

Artigo de João Ferreira

 

Enquanto aceso defensor de incentivar e promover a Proteção Civil junto da população, considero que é fundamental a promoção de uma maior proximidade, desde o patamar nacional até ao patamar local, de uma educação para o risco e, acima de tudo, do saber-saber para o saber-fazer.

Recordo o artigo anterior, acerca das Unidades Locais de Proteção Civil. Estas, pela proximidade, pelo conhecer do território, das suas gentes e das suas tradições, permitem um contacto mais ágil e menos formal, sendo, porém, muito comprometido e profissional.

Permitem ainda aperfeiçoar e manter a operacionalidade dos programas Aldeia Segura e Pessoas Seguras. Serem um elo de ligação entre as pessoas, os Agentes e Serviços de Proteção Civil. Promover acções de sensibilização nas mais diversas áreas e os riscos presentes na respectiva área geográfica. 

É aqui que a Educação em Proteção Civil terá um papel fundamental.

Não é tarefa fácil e será praticamente impossível instruir toda a população neste sentido, isto porque existem outras ciências e áreas de interesse mas como já referido, a Proteção Civil é multidisciplinar e plurissectorial e começa em cada um de nós.

Existe no Sistema Educativo uma unidade curricular chamada “Cidadania e Desenvolvimento” que aborda diversas áreas, entre elas Proteção Civil, mas não existe distribuição horária especifica para esta área.

Por experiência profissional vejo temas tão “simples” como o Suporte Básico de Vida, o manuseamento de um extintor, o lidar com um fogo doméstico, em que são poucas as pessoas capacitadas para responder efectivamente a essas situações. É necessário envolver as crianças e jovens enquanto mensageiros para suas casas e familiares, promovendo junto deles ações e iniciativas para uma cultura mais familiar do Risco.

Promover e participar na realização de simulacros, testar Planos de Emergência seja de cariz interno ou de Emergência e Proteção Civil, voltar a testar/treinar os planos de evacuação dos programas “Aldeia Segura-Pessoas Seguras”, entre outras. Como no desporto e noutras áreas, não treinando perdem-se as competências. Parabenizo a ANEPC pela promoção e realização do exercício “A terra treme” que permite à população treinar 3 passos que salvam vidas aquando da ocorrência de um sismo. 

Há um aspeto importante que nesta temática importa salientar que é a criação, numa proximidade geográfica, de várias iniciativas de ensino/formação dobre esta temática, nomeadamente com Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP) em Proteção Civil no Instituto Superior de Saúde, na Escola Superior Agrária do IP de Viana do Castelo e ainda de uma Licenciatura em Proteção Civil e Gestão do Território no Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho.

Estas importantes iniciativas vão permitir enriquecer o mercado de trabalho com pessoal formado e capacitado para dar resposta às necessidades das entidades, agentes e serviços de proteção civil e consequentemente às populações que servem. Permitirá, ainda, colmatar uma carência que existe nos próprios decisores políticos, sobretudo de âmbito municipal, pois são eles a Autoridade Municipal em Proteção Civil. Com a transferência de competências/responsabilidades e com as exigências do quotidiano, num futuro próximo haverá necessidade de dotar as Juntas de Freguesia e as Câmaras Municipais com esta capacitação e conhecimento.

“Para gerir uma crise é preciso saber aprender depressa. Para aprender depressa durante uma crise, é preciso ter aprendido muito antes da crise” (Patrick Lagadec)

OPINIÃO -
Dos cenários de guerra ao combate à pandemia: uma história que se escreve com “E” de Enfermagem

Opinião de Gonçalo Alves

 

Celebra-se a 12 de Maio o Dia Internacional do Enfermeiro, um dia no ano para reconhecer o valor de tantos homens e mulheres que trabalham abnegadamente em prol do outro, contribuindo ativamente para a comunidade envolvente, salvando vidas, promovendo saúde, cuidando, formando, prevenindo.

Esta data – 12 de maio – foi escolhida pelo Conselho Internacional de Enfermeiros por assinalar o aniversário de nascimento de Florence Nightingale (1820-1910), que é considerada a fundadora da enfermagem moderna. Nightingale destacou-se enquanto enfermeira-chefe durante a Guerra da Crimeia (1853), reconhecendo-se igualmente a importância do seu trabalho na profissionalização da enfermagem, especialmente para as mulheres. Em 1860, ela fundou a Escola de Enfermagem do Hospital St. Thomas em Londres, lançando assim as bases da enfermagem profissional, tal como a conhecemos hoje. Reconhecem-se a Nightingale outros contributos para reformas sociais relevantes no seu tempo, como a melhoria da assistência de saúde para todos os setores da sociedade britânica, o combate à fome na Índia, a abolição das leis de prostituição consideradas severas para as mulheres, e a defesa de formas aceitáveis de participação das mulheres no mercado de trabalho. 

Inspirando-se na e homenageando a vida e obra de Florence Nightingale, o Dia Internacional do Enfermeiro visa homenagear todos os enfermeiros do mundo e recordar a relevância destes profissionais ao nível da prestação de cuidados de saúde às populações.

É sabido que sou enfermeiro e filho de enfermeira. Foi de resto a entrega e paixão da minha mãe pela profissão que me fez querer desde cedo abraçar esta missão maior que é a Enfermagem. Hoje tenho a honra de representar os meus colegas junto dos órgãos de gestão e de poder nessa condição dar o meu humilde contributo para um reconhecimento cada vez mais justo e expressivo do valor dos enfermeiros. E é também nessa condição que o leitor me dará a liberdade de, neste espaço, homenagear os meus colegas de profissão e em particular aqueles que diretamente trabalham comigo no ACES Gerês-Cabreira.

Não quero ser redundante na referência à pandemia COVID19, mas ela veio confirmar a minha certeza de que temos uma equipa extraordinária, pronta, capaz e competente. Têm sido tantos e tão intensos os nossos desafios no último ano e vocês têm estado sempre à altura. Talvez isso não seja percetível para a população em geral, mas eu sei o quanto têm (temos!) sacrificado as vossas famílias, as vossas férias, as vossas refeições. Recebemos novas diretrizes diariamente e fizemos no último ano mais adaptações e restruturações ao nosso trabalho do que provavelmente em toda a nossa vida profissional: nos métodos, nos horários, no volume e nas condições de trabalho. E cá estamos nós, mais uma vez, a protagonizar a esperança de um povo neste complexo e exigente processo de vacinação covid. Eu tenho muito orgulho nesta Equipa. Tenho em cada um dos meus colegas um exemplo. E sendo óbvio que não precisávamos de uma pandemia para mostrar o nosso valor, o certo é que estivemos à altura, temos superado as provas sucessivas e vamos certamente continuar a fazê-lo. A todos e todas vocês o meu muito obrigado!

OPINIÃO -
O SARS-CoV-2 e o papel da Saúde Pública

Artigo de Isilda Oliveira

 

O novo coronavírus, designado SARS-CoV-2, foi identificado pela primeira vez em dezembro de 2019, na China. SARS-CoV-2 significa Síndrome Respiratória Aguda Grave – Coronavírus – 2.

A doença denomina-se de COVID-19 que significa doença por Coronavírus e faz referência ao ano em que foi descoberta. A COVID-19 representa o principal agente causador de uma doença potencialmente fatal que se tem revelado um problema de saúde pública global.

A COVID-19 é transmitida de pessoa para pessoa através de gotículas de saliva, espirros, tosse, acompanhado por contacto pela boca, nariz ou olhos, ou até mesmo por meio de objetos e superfícies contaminadas. Devido à sua rápida propagação, a primeira medida de contenção adotada foi o distanciamento social, procurando-se evitar aglomerações populacionais a fim de manter a distância mínima de um metro e meio entre as pessoas, assim como a proibição de eventos que proporcionem um grande número de pessoas reunidas. 

A Saúde Pública visa reforçar o sistema de ação e uma melhoria nos serviços de saúde, com o objetivo de manter as pessoas saudáveis, melhorar a sua saúde e o bem-estar e prevenir a sua deterioração. A intervenção major em Saúde Pública relativamente a Doenças Transmissíveis é a interrupção da cadeia de transmissão dos agentes transmissíveis com o objetivo de minimizar o risco de propagação, evitando a doença e até possíveis mortes. Assim, após o conhecimento de uma doença contagiosa, como é o caso da COVID-19, é crucial a atuação dos agentes de Saúde Pública que centram a sua atividade profissional em três pilares essenciais: promoção da saúde, prevenção da doença e prolongamento da vida saudável. 

No âmbito da COVID-19, é realizado um Inquérito Epidemiológico que consiste num questionário altamente detalhado, de forma a identificar as pessoas que estiveram em contacto com um caso positivo e avaliar o seu risco de exposição. Essas pessoas são posteriormente contactadas (por profissionais de Saúde Pública) informando-as do risco da sua exposição, das medidas de controlo de infeção que devem implementar e da importância da automonitorização diária de sintomas compatíveis com COVID-19. No caso de uma exposição de alto risco, essas pessoas são informadas da necessidade de isolamento durante 14 dias, seguintes ao último dia de exposição com o caso positivo. Estes 14 dias são referentes ao período de incubação da doença, ou seja, é o tempo para o vírus se manifestar no corpo da pessoa potencialmente afetada.

Durante a fase de isolamento profilático, decretada pela Autoridade de Saúde, as pessoas são informadas da importância dos cuidados a adotar durante esse isolamento, tais como: uso de máscara com os coabitantes sempre que partilhar zonas em comum; as refeições devem ser realizadas de forma isolada; o WC não deve ser partilhado, porém, em caso de não ser possível, deverá realizar-se a desinfeção desse espaço após a sua utilização; o lixo deverá ser colocado num saco à parte do restante agregado, assim como a lavagem das roupas, lençóis e toalhas, que deverá ser realizada à parte, com temperaturas entre 70-90º. São igualmente informadas sobre a necessidade de realizar um teste até ao 5.º dia após a última exposição e ao 10.º dia, se o resultado do primeiro teste for negativo.

As pessoas consideradas como contacto de alto risco devem permanecer em vigilância, sendo acompanhadas durante esse período pelos profissionais de Saúde Pública. Desta forma, esses dias de isolamento são justificados à Entidade Patronal (no caso das pessoas empregadas) através da Declaração de Isolamento Profilático (DIP), que é deferida e validada pela Autoridade de Saúde – Delegado de Saúde. Aquelas que testarem positivo para a COVID-19 são acompanhadas pelos profissionais dos Centros de Saúde onde estão inscritos e, por consequência, os dias em que estão em isolamento são justificados pelo Médico de Família, através do Certificado de Incapacidade Temporária (CIT), popularmente conhecida como baixa.

Seja um agente de Saúde Pública!

OPINIÃO -
Dia Internacional de Consciencialização sobre o HPV

Artigo de Maria do Céu Martins, ACeS Cavado II – Gerês/Cabreira

 

No dia 4 de março comemorou-se o Dia Internacional de Consciencialização sobre o HPV. Este dia foi instituído pela International Papillomavirus Society, e tem como objetivo aumentar o conhecimento e a consciência do que é o HPV, em todo o mundo. Falar sobre o HPV é o primeiro passo para a sua prevenção e proteção.

Assim, o Papilomavírus humano é um vírus que provoca infeção e que, na maior parte das vezes, não provoca sintomas. Esta infeção não escolhe géneros nem idades, podendo ocorrer quer nos homens quer nas mulheres. Transmite-se através do contacto de  pele com pele da região genital, sendo o principal agente responsável por infeções genitais em homens e mulheres. 

Deste modo, 75 a 80% das pessoas sexualmente ativas têm contacto com o vírus durante a sua vida. A infeção por este vírus desparece maioritariamente de forma espontânea ao fim de 1 a 2 anos, mas não é eliminado, a infeção passa a ser doença. Quando se instala a doença, a pessoa pode também não apresentar sintomas, sendo assintomática. Tudo isto é preocupante uma vez que não é possível prever quem poderá desenvolver a doença a partir da infeção. 

Nos dias de hoje, o HPV é considerado a 2ª causa mais importante de cancro, logo a seguir ao tabaco, estando associado a 5% dos cancros em geral, e a 10% dos cancros na mulher. Virus do papiloma humano é responsável por:

  • 100% dos cancros do colo do útero
  • 84% dos cancros do ânus
  • 70% dos cancros da vagina
  • 47% dos cancros do pénis
  • 40% dos cancros da vulva
  • 99% dos condilomas ou verrugas nos genitais

A única prevenção e proteção eficaz contra o HPV é a sua vacina, que protege contra 9 tipos diferentes do vírus.

 Nos Centros de Saúde, a vacina contra o Vírus do papiloma humano está incluída no Plano Nacional de Vacinação e em 2020 foi alargada ao género masculino aos 10 anos de idade. Em caso de dúvidas procure um profissional da sua Unidade de Saúde, pois a prevenção é possível e necessária.

Para aceder a informação completa e detalhada sobre o que é o Papilomavirus Humano, sobre os cancros e doenças provocadas pelo vírus, quais os sintomas, quem está em risco e quais as formas de prevenção veja no site da campanha da Liga Portuguesa Contra o Cancro de alerta para o HPV, ligue para a Linha Cancro 808 255 255 ou envie um e-mail para [email protected]

Não se esqueça que há cancros que podem ser prevenidos!

OPINIÃO -
All Together Amares 

Situado no Norte de Portugal Continental, a cerca de 50 km do litoral, o concelho de Amares insere-se no distrito de Braga. Com uma área aproximada de 82km2, divide-se atualmente em 16 freguesias. O concelho de Amares faz fronteira com os concelhos de Braga a sul, Vila Verde a noroeste, Terras de Bouro a norte, Povoa de Lanhoso e Vieira do Minho a sudoeste. O limite do concelho a norte é exercida pela altitude fruto da proximidade com a Serra do Gerês. As altitudes variam entre os 28 metros, junto à confluência do Cávado com o Homem, e os 901 metros, no vértice geodésico de Santa Isabel, freguesia de Santa Marta de Bouro. A sinalização dos percursos terrestres para São Bento da Porta Aberta e os caminhos para São Tiago de Compostela, deliciam-nos com deslumbrantes paisagens.

Pode-se considerar-se que o concelho de Amares tem uma boa exposição solar, já que a maior percentagem de vertentes do território são as encostas viradas para o sol. As freguesias que ocupam a metade sul do concelho têm assim um maior potencial agrícola, graças ao maior número de horas de sol.  Amares possui um clima de transição entre o temperado marítimo e o mediterrâneo com temperatura média anual de 14,2°C. 

O concelho de Amares encontra-se totalmente inserido na bacia hidrográfica do rio Cavado, que detém 1699 km2, dos quais 52 km2 encontram-se sobre o concelho. Quanto ao rio Homem, a sua bacia é composta por 256 km2, estando 28 km2 afetos a Amares. Aguarda-se, com esperança no horizonte, a concretização da utópica praia fluvial com bandeira azul.

Dentro das várias ocupações que se registam no concelho, a floresta (segundo o Decreto-Lei nº 17/2009, de 14 janeiro como os terrenos ocupados com floresta, matos e pastagens ou formações vegetais espontâneas, critérios definidos no Inventario Florestal Nacional), devido à importância que ocupa em termos de área, cerca de 55% da área total do concelho, merece uma referência particular. De lamentar que o concelho não tenha árvores registadas no registo nacional de arvoredo de interesse nacional (RNAIP).

A agricultura foi durante décadas a atividade mais expressiva do concelho, até 1940, 44% da população estava afeta ao setor primário. O turismo, atualmente, tem uma enorme importância estratégica para o concelho, devido ao fato de criar emprego e riqueza. O papel do turismo é muitas vezes visto somente como estando limitado à restauração, às quintas de turismo rural, às quintas de eventos como casamentos e batizados. No entanto, o impacto económico do turismo é muito maior, na medida em que a produção de serviços de turismo e de lazer tem muitos efeitos indiretos que são particularmente importantes para os produtos do concelho e residentes do concelho. O que vai ser agora do balneário termal de Caldelas?

O mercado municipal desempenha um papel importante no abastecimento de bens essenciais à população local, ao mesmo tempo que constitui um ponto de encontro de produtores, comerciantes e consumidores. A construção de uma infraestrutura pública comercial para o mercado, daria nova oportunidade para desenvolvimento de outras atividades fundamentais e essenciais para o crescimento económico do concelho. 

Em 1864, no primeiro recenseamento da população em Portugal, Amares tinha 12.431 habitantes. No recenseamento dm 2011, eram 18.889 habitantes. A partir do final da década de 1990, o crescimento sente pouca evolução. A realização de infraestruturas e de obras de primeira necessidade, continuam a ser importantes e tendem a ficar no esquecimento com amargo sabor de megalómanas promessas, ao longo das últimas duas décadas. 

Amares tem tudo para ser melhor, naturalmente todos juntos.

OPINIÃO -
O impacto do talento nas organizações do futuro

As organizações estão a ser confrontadas com uma transformação digital crescente, bem como, outros desafios como a competitividade, a adaptação aos novos tempos de pandemia, a adequação constante aos seus stakeholders, a sustentabilidade ambiental, a ética e aos valores humanos, os desafios da satisfação dos colaboradores, as tendências do mercado e fundamentalmente o equilíbrio sistemático entre a economia e a equidade social e ambiental.

Paralelamente a inteligência artificial, a flexibilidade no horário de trabalho, a gig economy ou formas de trabalhos alternativo, a partir de casa, prestação de serviços ou trabalho de freelancers e a formação e aprendizagem ao longo da vida, estão a contribuir para o desenvolvimento de novas competências e habilidades.

Para acompanhar este ambiente em constante mudança é fundamental captar as melhores ideias, numa perspetiva de crowdsourcing interno, procurando capacitar os colaboradores, motivá-los, envolvê-los, liderar positivamente, procurando construir uma estratégia coerente alinhada com a cultura organizacional.

Estrategicamente, a organização precisa de criar uma relação mais sólida e mais próxima com os clientes, envolvendo-os nas soluções, na construção de produtos e serviços, numa dinâmica de co-criação, conectividade e interação phygital (física e digital) procurando integrar insights dos clientes (captando o feedback do cliente) observando os seus comportamentos e convidando-os a participar, através da experimentação e utilização, superando sempre que possível, as suas expectativas.

Esta crise pandémica trouxe novos desafios, relativamente a aspetos como: a distribuição de produtos e serviços entre países, a circulação de pessoas, os meios de transporte utilizados, o encerramento das empresas, a diminuição da atividade económica, o distanciamento social, a substituição do trabalho na empresa pelo teletrabalho, a conciliação da vida familiar com o teletrabalho, o isolamento social e o seu impacto no bem estar físico e emocional, constituem alguns dos desafios atuais e futuros.

Assim, precisamos de mais trabalho em equipa, mais colaboração, incentivando a meritocracia, a ética, a partilhando o conhecimento, pragmatismo e boas práticas, criatividade e reinvenção constante, procurando implementar práticas capazes de contribuírem para uma mudança de comportamentos e hábitos relevantes para uma sociedade mais equitativa e sustentável. 

Nesta perspetiva, é necessário alterar no nosso mindset defensivo, individual e operacional para uma integração e cooperação entre organizações, procurando partilhar o conhecimento, gerir de forma eficiente, os talentos, com criatividade, proatividade, resiliência, assentes numa estratégia de crescimento sustentado na ética e no respeito pelo ambiente.

OPINIÃO -
Resiliência

Artigo de João Ferreira

 

Capacidade de superar, de recuperar de adversidades.

Comemorou-se no dia 1 de março o Dia Mundial da Proteção Civil. Este ano contido nas comemorações por motivos por todos conhecidos.

Este ano, assim como o ano de 2020, fica marcado pela pandemia, pela guerra invisível que surpreendeu organizações como a Organização Mundial de Saúde (OMS), Direcção Geral de Saúde (DGS), a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC). Respondemos como pudemos: para alguns bem, para outros ficámos aquém. 

Mas assim como no passado, em que nos deparámos com variadas calamidades como são exemplos Incêndios Florestais/Rurais (2002,2005,2009,2011,2017), Incêndio do Chiado (1988), Aluviões na Madeira (1803 e 2010), Sismo de “Lisboa” (1755), Acidente Rodoviário na A25 (2010), Acidente Ferroviário de Alcafache (1985).Destes eventos com as consequentes lições aprendidas resulta a elaboração de documentos, normas, planos, directrizes.

Os Agentes de Proteção Civil têm linhas orientadoras, assim como os variados serviços desde o patamar municipal ao nacional e estão minimamente prontos. E as pessoas, o cidadão… Estará o cidadão preparado para uma nova crise, um novo desastre ou uma outra pandemia?

Estamos mais resilientes ou estamos todos de igual modo resilientes?

Através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a União Europeia financiará 1,8 biliões de euros para reconstruir a Europa, Portugal poderá aceder a uma ajuda de 50 mil milhões de euros (M€). Um plano estratégico de orientações políticas (2020-2030) para uma Europa mais verde, mais digital e mais resiliente.

Mas já existem projectos “pré-covid” a palavra Resiliência está “na moda” mas não é de agora.

Como construir cidades/localidades mais resilientes assim como os seus cidadãos?

Em 2020 assinalam-se 20 anos desde a aprovação, pela Organização da Nações Unidas (ONU) da Estratégia Internacional para a Redução do Risco de Catástrofes – EIRRC, que tem como objectivo a promoção do aumento da Resiliência das comunidades face à ocorrência de catástrofes.

Em 2005 foi aprovada a Declaração de Hyogo e seu respectivo Quadro de Acção 2005-2015.Criou-se em 2010 em Portugal a Plataforma Nacional para a Redução do Risco de Catástrofes – PNRRC.

Em 2015, decorreu a 3.ª Conferência Mundial das Nações Unidas sobre a Redução do Risco de Catástrofes, na qual foi adoptado o Quadro de Sendai 2015-2030, no âmbito da resiliência e redução de risco. 

Em Portugal o Quadro de Sendai traduziu-se na Estratégia Nacional para uma Proteção Civil Preventiva – ENPCP em 2017.

Até 2020 existem 36 cidades portuguesas mundialmente reconhecidas como “Cidades Resilientes” e em 2020 na PNRRC foi criado o portal de informação de riscos – “Inforiscos” que permite conhecer os riscos envolventes na sua área.

É essencial fortalecer, ao nível local, a governança na gestão dos riscos com o envolvimento de todas as partes interessadas. É a nível local que se deve a criar cultura de risco, nomeadamente junto da população, da comunidade escolar, nas freguesias.

É assente no Quadro Sendai nas suas prioridades, com os objectivos da PNRRC e na restante legislação actual que, em Amares, na freguesia de Bouro-Santa Maria encontra-se em andamento, de forma pioneira no concelho, a criação de uma Unidade Local de Proteção Civil (ULPC). 

Com o objectivo de sensibilizar as pessoas, aumentar a resiliência local para os diversos riscos, proteger as pessoas bens, o ambiente e a economia.

“Espere o melhor, prepare-se para o pior: eis a regra” Fernando Pessoa

OPINIÃO -
Devagar se desconfina!

O desconfinamento diz respeito ao levantamento das medidas restritivas impostas pelo controlo da pandemia Covid19, entre as quais o encerramento de muitas atividades económicas e serviços e o dever de recolhimento geral no domicílio.

O que tem sido preconizado no tão falado plano de desconfinamento gradual é que esse levantamento de restrições seja um processo sequencial, passo-a-passo, que permita garantir o melhor equilíbrio possível entre o controlo da pandemia e a retoma das atividades e, enfim, das nossas rotinas, de modo a evitar uma nova vaga de contágios, com todos os prejuízos humanos, sociais e económicos que isso acarretaria.

Ficou claro na comunicação destas medidas e deste plano de desconfinamento gradual que o mais pequeno sinal de que o número de contágios aumentaria, redundaria num retrocesso, deixando bem explícita a ideia de voltar a confinar, caso tal se verificasse.

A partir de 5 de abril passámos então à segunda fase deste processo de desconfinamento gradual e, entre as medidas mais populares e de certo modo mais desejadas por todos, desta segunda fase do plano, encontrava-se a abertura de esplanadas, lojas e ginásios, e o regresso às aulas presenciais para a maioria da comunidade escolar.

As primeiras notícias dão já conta daquilo que em certa medida seria um comportamento previsível das populações: uma corrida desenfreada ao comércio reaberto e de ajuntamentos em esplanadas um pouco por todo o país.

Estou convicto de que isto se deve à “fadiga da pandemia” de que vos falei no meu artigo do passado mês de março, esse tal sentimento de sobrecarga e de cansaço face à pandemia, e às restrições a que ela obriga, que faz com que o medo face ao vírus seja substituído pela indiferença, diminuindo a nossa percepção de risco e levando-nos a relaxar os cuidados que a situação, insisto, continua a exigir. 

Acresce a isto o sentido de urgência e carência de retorno a tudo aquilo de que nos temos visto privados. Quem diria que pelo segundo ano consecutivo ficaríamos sem a nossa tão tradicional Páscoa e sem as nossas afamadas festas antoninas?! Percebe-se, desde logo sob um ponto de vista sociológico, a nossa sede de recuperar o tempo perdido, os convívios, os abraços, as tradições.

Mas é também já tempo de interiorizarmos que embora tudo possa vir a “ficar bem”, já “nada será como antes”, pelo menos não agora, não no imediato.

Preciso reiterar este apelo: vamos com calma e com responsabilidade. Devagar se vai ao longe e é também devagar que se desconfina. Acredito convictamente na robustez do nosso serviço nacional de saúde e creio que o último ano deixou bem clara a qualidade e resiliência dos seus profissionais, mas é preciso dizê-lo com toda a clareza: os profissionais de saúde estão exaustos. No limite das suas forças. E não pode continuar a depender quase exclusivamente deles a resposta efetiva a esta pandemia. Certo que há hoje muitos outros grupos profissionais que lamentavelmente se vêem devastados pelos efeitos diretos e indiretos da pandemia (aqueles que há um ano não podem trabalhar, por exemplo), mas é justo reconhecer aqueles que nunca vacilaram – os profissionais de saúde.

Sob pena de me tornar repetitivo, mas com a certeza de que preciso aproveitar este espaço para levar esta mensagem de forma consistente a mais pessoas, lembro que a batalha ainda não acabou e que o combate à pandemia é um dever de todos e cada um de nós: o distanciamento, a etiqueta respiratória, a higiene das mãos e o uso de máscara AINDA SÃO IMPERATIVOS! Desconfinemos, sim, mas devagar!

OPINIÃO -
A Tradição já não é o que era… e ainda bem!

Os tempos que vivemos transformaram tudo, inclusive o jeito como nos apropriamos do mundo que nos rodeia. A provar isso mesmo, a forma surpreendemente positiva como os Amarenses têm reagido a modos diferentes de atuar em sociedade.

Por exemplo, a tradição da Páscoa ficou fortemente afetada com a pandemia que o mundo está a viver. Há dias um amigo de fora do concelho perguntava se íamos ter a famosa travessia do compasso na freguesia de Fiscal. Infelizmente não aconteceu, contudo, no Largo D. Gualdim Pais uma lindíssima exposição de cruzes produzidas por seniores do concelho despertou de forma diferente o espírito da Páscoa em todos nós.

Aliás, Amares também já tinha reagido tão bem no Natal passado a uma iniciativa diferente promovida pelo “Movimento Eu compro em Amares”. Simplesmente, este movimento atreveu pensar de forma simples, altruísta e fora dos padrões políticos e sociológicos vigentes. A adesão aconteceu em massa!

Mas então, o que está a acontecer? 

Não sendo sociólogo, mas acreditando que conheço minimamente este mundo que me viu crescer, creio que as pessoas estão disponíveis para mudanças. Creio mesmo que as pessoas já só acreditam nas coisas, se elas representarem mudança.

O povo dá sinais de resiliência. Os latinos são gente de improviso, de adaptação fácil às adversidades, com tudo o que isso representa e nunca a velha máxima “quem não tem cão caça com gato” esteve tão impregnada nos dias das nossas sociedades. 

Se bem usada, esta é uma lição atualíssima e importantíssima, mas que a história já nos foi pincelando com pistas. Nos Descobrimentos provamos ser um povo capaz do inacreditável – enquanto o Mundo não o pensava possível – de igual forma que fomos recentemente a França conquistar um Europeu, na casa daqueles que outrora nos acolheram como “empregados”! E, sim, também os nossos valorosos emigrantes nos provam a mesma capacidade de acreditar na mudança, desde os tempos em que alguns, entre balas saltaram rios e montanhas, encurralados entre a PIDE e a Espanha Franquista.

Voltando à lição, essa mesmo que nos dias de hoje é fundamental aprender. É essencial fazer diferente, já que no “normal” ninguém acredita, pois foi estragado e ensopado em mentiras e enganos.

Quem não ousar não sobrevive a esta tormenta. Aqueles que não derem respostas sérias estão condenados.

Os responsáveis políticos têm uma ultima oportunidade, ou então… levarão para sempre consigo o rótulo dos imprestáveis. Daqueles que no fim da linha do poder ficarão isolados e sem os “filhos de ocasião” que os abandonarão quando já para nada lhes servirem.