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OPINIÃO -
Os três pilares do sucesso

Vivemos momentos complexos, insertos e muito exigentes para todos e para cada um de nós, pois, nunca como hoje tem sido tão necessário, compreender e implementar medidas concretas sobre o ambiente, a preservação da natureza, a procura constante do equilíbrio entre a atividade económica e os os recursos naturais, o respeito pelo ser humano, a responsabilidade individual e coletiva, a promoção do bem estar, o desenvolvimento dos talentos individuais e a seu alinhamento com os objetivos das organizações.

No contexto organizacional uma forma de aprendizagem consiste em aprender com outras empresas, por comparação de produtos e serviços e práticas organizacionais, analisando as estratégias de inovação aplicadas nos mercados e o seu impacto positivo junto dos consumidores, denominando-se de benchmarking.

Sobre os territórios, estados ou países verificamos que por exemplo, Singapura, uma cidade-estado situada no sul da Malásia, cujo exemplo devemos refletir e aprender, na medida em que tornando-se independente em 1962, sendo na altura um território muito pobre e considerado de terceiro mundo, tendo evoluído em apenas algumas décadas, sendo atualmente um dos países mais ricos e sustentáveis do mundo, apresentado um forte empreendedorismo empresarial, tecnológico ao nível da indústria portuária, aviação, turismo e com um elevado e sustentável crescimento económico.

Os três pilares fundamentais do sucesso de Singapura são: o mérito, pragmatismo e a honestidade. Assim, a promoção do mérito, alicerçado no reconhecimento e na evidência das habilidades e competências, é um fator fundamental para a seleção das pessoas nas organizações públicas e privadas, fator fundamental para promover uma liderança transformadora e envolvente, promovendo o sucesso.

O pragmatismo, na medida em que, a implementação de práticas de sucesso exigem muita aprendizagem, adaptação e superação constantes à realidade e às tendências de mercado, alinhado com um equilíbrio fundamental face às necessidades da preservação da natureza e a um mundo global e em constante mutabilidade.

A honestidade como um pilar essencial e transversal a toda a vivência humana, quer em termos individuais, quer na interação com a comunidade, pois uma sociedade justa, equitativa e salutar, exige fundamentalmente, respeito pelo outro, quer na oportunidade de oportunidades, na gestão “da coisa pública”, na gestão eficiente e responsável dos impostos de todos, na utilização dos recursos humanos e naturais de todos.

Nesta perspetiva, Singapura é um dos territórios com um mais baixo nível de corrupção a nível global e também por esse facto, um dos países mais ricos e sustentáveis do mundo.

OPINIÃO -
Caddie para uma jogada perfeita

Artigo de Marco Alves

 

Caddie é um assistente que dá suporte ao jogador de golfe durante o jogo. É comum o caddie juntamente com o jogador conduzir o carrinho de golfe para transportar o saco de golfe e os tacos, de um determinado buraco para outro. Fornece também dicas úteis sobre qual taco a usar para determinada jogada.

Nas últimas semanas, os terrenos da instalação do campo de golfe em Amares têm levantado a habitual discussão de opiniões na sociedade, incluindo as figuras políticas que refletem impaciência na decisão de avançar ou recuar. Contudo, e para bem do concelho, há necessidade de entender definitivamente que o investimento é privado e não do erário público, e porque não é eficaz a conclusão da revisão do plano diretor municipal (PDM). A grave situação de seca severa e extrema que se faz sentir em Portugal está a motivar diversas publicações incorretas, que apontam para o elevado consumo de água nos campos de golfe. Farei uma abordagem ao tema futuramente.

A instabilidade gerada pela revolução do 25 de abril de 1974 fez com que os turistas fugissem do país, houve uma quebra quase total do turismo externo no Algarve, depois o Estado interveio na gestão dos empreendimentos turísticos, não os expropriou, mas assumiu a gestão para preservar os empregos. A extrema-esquerda chegou a querer transformar os campos de golfe em campos agrícolas. Anos depois, as empresas foram devolvidas, mas os empresários não tiveram vida fácil. 

Além de se verem obrigados a assumir as dívidas pendentes, enfrentaram taxas de juro que chegaram a superar a barreira dos 30%. O golfe ajudou na evolução do turismo na zona algarvia. Os operadores turísticos estrangeiros começaram a trazer golfistas de Inglaterra e da Irlanda que contribuíram decisivamente para melhorar as taxas de ocupação dos hotéis da região, sobretudo nas épocas mais baixas, como a primavera e o outono. Hoje, o Algarve é um destino de golfe de eleição, catapultando o turismo algarvio no seu todo. O turismo do golfe gera uma riqueza global anual de 500 milhões de euros.

A história ensina-nos que as realizações dos projetos marcam significativamente o desenvolvimento e crescimento económico do país, da região, do concelho e localidades.

Hole-in-one, descreve a jogada perfeita, o jogador consegue acertar no buraco com apenas uma tacada. Por analogia, usamos a expressão para descrever qualquer êxito extraordinário obtido no âmbito pessoal ou profissional: “O presidente conseguiu dar um banho de diplomacia na sexta-feira depois que seus esforços resultaram em aparente êxito com a assinatura de acordo”.

OPINIÃO -
Qualidade do Serviço no Imobiliário

Artigo de Marco Carvalho

 

Quando recorrem a uma mediadora imobiliária os clientes-proprietários querem que o seu imóvel seja vendido ao melhor preço no mais curto espaço de tempo. Mas também querem ser informados regularmente do processo da venda; querem ampla divulgação do imóvel; querem que a empresa de mediação conduza o negócio de forma a evitar armadilhas e prevenir possíveis problemas com a venda; que o agente saiba conduzir a negociação com o cliente comprador; que a empresa de mediação trate da documentação e do processo para a escritura, e se for o caso, do crédito; e querem, finalmente, que o agente seja um profissional.

Após a angariação é necessário realizar um conjunto de ações para prestar um serviço de qualidade ao cliente proprietário e vender o imóvel. O planeamento divide-se em 4 grandes ações (por 6 meses ou até mais): a) Ações de marketing do imóvel; b) Ações de partilha da angariação; c) Ações de comunicação com o cliente-proprietário; d) Ações de valorização do imóvel e de revisão do preço de venda. Resumindo cada ação:

a) Ações de Marketing: análise comparativa de mercado, cartaz, ligar a potenciais compradores, colocação nos portais imobiliários, caravana de agentes, produção e distribuição de flyers na zona, email marketing, anúncios patrocinados, open house, e o mais que se entender, para o caso.  Este processo deve ser todo percorrido num espaço de 2 meses e depois ser repetido (não necessariamente na totalidade). 

b) Ações de Partilha: Em condições normais, estima-se que cerca de metade dos negócios são feitos em partilha com outras empresas de mediação.  Daí ser uma ação importantíssima para o sucesso da venda do imóvel e satisfação do cliente proprietário. 

c) Ações de Comunicação com o Cliente Proprietário: consiste em contatos regulares e sistemáticos com o cliente proprietário mantendo-o a par do trabalho desenvolvido.

d) Ações de Valorização do Imóvel e de Revisão do Preço: muitas vezes há um conjunto de recomendações que, apesar de baixo custo, acrescentam muito mais valor ao imóvel, facilitando e acelerando a sua venda pelo melhor preço

Este serviço de qualidade no imobiliário pressupõe uma condição base inicial – que o contrato de mediação seja feito em regime de exclusividade. De outra forma não há condições para prestar um serviço deste nível. Há outra condição – que o agente seja um profissional, isto é, preste ao cliente-proprietário o serviço pelo qual se comprometeu

OPINIÃO -
Comunicação assertiva

Opinião de Hélder Araújo Neto, Psicólogo

 

A comunicação é a matriz na qual todas as atividades humanas estão encaixadas, fornecendo as regras de apreensão das coisas do mundo, ligando os objetos às pessoas e as pessoas umas às outras. É pela comunicação que se estabelecem relações interpessoais, e grupais, possibilitando que as pessoas partilhem ideias, experiências, conhecimento e sentimentos. A comunicação é o único modelo científico que reagrupa os aspetos fisiológico, intrapessoal, interpessoal e cultural dos acontecimentos no mesmo e único sistema. Nunca nos podemos abster de comunicar, sendo que, como seres humanos, e membros de uma sociedade, somos biologicamente obrigados a comunicar. Paul Watzlawick (1967) definiu um dos axiomas que regulam a comunicação humana, afirmando que “é impossível não comunicar”. Todo o comportamento é comunicação e como não existe não-comportamento, não existe não-comunicação.

Sendo este um tema muito vasto, este artigo tem como escopo os estilos de comunicação, tentando defini-los, percebendo os benefícios e malefícios que cada estilo de comunicar pode originar, salientando o estilo de comunicação ideal, que é o assertivo.

É comummente aceite que existem quatro estilos de comportamento que definem a comunicação entre as pessoas, embora todos tenhamos características dos quatro, há um que é dominante, o mesmo define o nosso estilo. A saber:

O estilo Passivo caracteriza-se pela preocupação que os sujeitos evidenciam com a opinião dos outros a seu respeito. Embora evitem uma abordagem direta com os outros, estas pessoas esperam que elas compreendam os seus sentimentos, desejos e necessidades. Têm uma atitude defensiva, cedendo facilmente, e evitam qualquer tipo de confronto. As consequências passam pela vitimização e pelo desenvolvimento de sentimentos de rancor (consigo próprio e com o outro).

O estilo Agressivo define as pessoas como ansiosas por vencer, conquanto que às custas dos outros. São mais preocupadas com os próprios desejos do que com os dos outros. É comum usarem de crítica, sarcasmo e escárnio, para ganharem as questões em que se envolvem. As consequências deste estilo recaem sobre a violação dos direitos dos outros, a má comunicação (baseada na atitude, por oposição ao conteúdo) e também pode despoletar a agressividade e retaliação do interlocutor.

O estilo Passivo/Agressivo (manipulador) apresenta-se através de comportamento misto, com elementos de agressividade e passividade. Estes sujeitos pretendem fazer valer os seus direitos, sem correrem riscos de confronto. Este comportamento é facilmente encontrado em pessoas que desejam afirmar-se, sem terem poder para tanto. Deste tipo de comportamento, resulta uma comunicação sarcástica e irresponsável, a exploração do outro e, quando o manipulador é desmascarado, existe a perda de credibilidade.

O estilo assertivo é o mais desejado porque as pessoas que o possuem, normalmente, defendem os seus direitos e, ao mesmo tempo, compreendem e aceitam que as outras pessoas também tenham os seus. Estas pessoas ouvem bastante, procurando entender. Tratam as outras pessoas com respeito. Vão diretas ao assunto, sem características de aspereza ou rudeza, sendo perseverantes na busca dos seus propósitos. As consequências deste estilo desenvolvem-se no âmbito do estabelecimento de relações de confiança, da redução de tensões e resultam numa boa comunicação, pois esta baseia-se no respeito e entendimento mútuos. Como consequência, poderá verificar-se a diminuição da necessidade de ter a aprovação das outras pessoas, sobre as suas ações, podendo ser desenvolvida a autoconfiança e o equilíbrio nas relações interpessoais.

Ora, desenvolver a comunicação assertiva requer empenho e treino, mas os ganhos valem a pena. Seria muito positivo, se fosse possível às pessoas, manterem uma postura assertiva permanentemente. Mas ressalvo que ninguém é “consistentemente assertivo”.

OPINIÃO -
Pôr em pratos limpos

Artigo de Teresa Campos

Nutricionista

 

“Dica”, no dicionário da língua portuguesa, significa “indicação útil”. “Instantâneo” significa “que se faz num instante”. “Flexível” significa “complacente”.

Pior do que a gelatina instantânea é a gelatina já pronta. A gelatina instantânea é melhor em termos de resultado final mas, a gelatina já pronta, é mais rápida. Deseja-se encontrar o resultado da primeira na facilidade da segunda. Isso é uma ilusão.

Atualmente, pedem-se dicas, mas há, no entanto, todo um percurso, um conhecimento e um saber-fazer para chegarmos àquela recomendação. Pode ser uma questão de semântica mas, para qualquer um de nós que compreenda que “a nossa liberdade termina onde começa a liberdade do outro”, a gelatina já pronta é uma analogia para a palavra “dica”. E, quase sempre, as dicas que são pedidas são mais do mesmo, sem compreenderem o valor da personalização e alheias do tempo de dedicação. Assume-se que é insolente quem se opõe oferecer o óbvio, o que se faz num instante. A educação é basilar e se alimentamos a “flexibilidade”, sabemos que o produto final será muito aproximado a uma gelatina já pronta. Não interessa como foi feito mas que já está feito. Encontramos também solução para essas expectativas: a mais básica! Mas, aceitem o que vos é dado e assumam quaisquer danos que daí advenham. Podem ainda dar sinal da vossa existência, mesmo que seja mínima mas concordante, ou, podem, sem capacidades de autocrítica e contribuição, manter uma postura de admoestar até que alguém seja complacente. Existe um motivo para nos organizarmos em sociedade que é, através da norma, haver a estabilidade de um grupo, sem se  instaurar o caos.

Não peçam, a um/a nutricionista, uma dica, nem no seu exercício nem nas suas relações quotidianas (porque como podemos ser menos profissionais nos momentos mais “relaxados” quando devemos ser sempre profissionais?). Não esperem, ainda, do/a nutricionista, que aceite e promova pares que não tenham igual postura. Existe a norma e a ética e isso é intransponível.

A revolução alimentar possibilitou conhecermos a gelatina instantânea e, posteriormente, a gelatina já pronta. Estamos, sem dúvida, num ritmo galopante, sem ponderação para compreendermos o espaço e a função do outro, sem disponibilidade para receber de boa fé e, sem a capacidade de autocrítica. “Pôr em pratos limpos”, numa expressão popular que almeja, bem, a eliminação de ruídos em posturas, é a direção certa, de forma assertiva e honesta, e, por isso, serena.

OPINIÃO -
Os perigos lá em casa

Artigo de João Ferreira

 

Sabia que pequenos gestos e acções preventivas ou mesmo reactivas fazem grandes diferenças? 

Analisaremos algumas questões que fazem parte da maioria das casas dos portugueses e algumas das situações em que o “instinto” não é o melhor aliado.

Comecemos pela cozinha, possivelmente a divisão que mais perigos apresenta. Embora hoje em dia já se direccione mais para o consumo eléctrico, quantas cozinhas ainda usam gás, seja para o fogão ou para o esquentador? E aqui temos mais duas variantes o gás “engarrafado”(butano, propano) e o gás natural. 

Os primeiros são mais densos (mais pesados) que o ar e o segundo menos denso (mais leve), o que influencia os locais onde se acumulam em caso de fuga. Ainda relativamente ao gás, este deve ser armazenado no exterior da habitação, em lugar seguro e arejado. Sabe que a mangueira tem data de validade?

Em caso de fuga pode cortar o gás em vários pontos, na própria garrafa, e nos passadores perto do equipamento (fogão, esquentador) ou no caso dos apartamentos com gás natural, à entrada do prédio, no piso do apartamento e antes dos equipamentos. 

Não se esqueça que está a manusear um produto altamente inflamável. Ventile o espaço, não use ou manuseie equipamentos que produzam faísca (lanternas, esqueiros, entre outros), tenha até mesmo cuidado com a electricidade estática. Recorra a técnicos qualificados que realizem a instalação, a reparação e a manutenção destes aparelhos. Não tente reparar sozinho.

Ainda na mesma divisão, vamos analisar outro perigo, o fogo provocado por chama ou mesmo por curto-circuito. Entre os riscos associados a este perigo destacam-se dois: a queimadura e o incêndio. Sobre a queimadura esqueça as receitas caseiras (manteiga, pasta de dentes, vinagre, álcool, borra de café…), use apenas água/soro fisiológico para irrigar ou mergulhar a área afectada, não rebente as bolhas (flictenas) e proteja a área afectada com material limpo (preferencialmente esterilizado) para evitar a infecção. Recorra a profissionais de saúde para a avaliação e tratamento.

Em caso de incêndio na cozinha, a actuação muda mediante aquilo que arde. Se arder algo sólido (classe A) use um extintor de pó químico ABC ou CO2, se for de origem eléctrica desligue primeiro da fonte de alimentação (se seguro). Se não possuir em casa extintor, sobre incêndios em combustível sólido (excepto eléctricos) pode usar água. Se o incêndio for na frigideira, por exemplo (classe F), poderá usar os extintores atrás referidos, mas preferencialmente um extintor ABF. Se não possuir extintor em casa, neste caso NUNCA USE ÁGUA, use uma manta ignífuga ou um pano que cubra toda a superfície da frigideira e aguarde. “Cortará” assim o oxigénio, um dos ingredientes para existir combustão.

Não se esqueça: os gases resultantes da combustão (queima dos gases), como do esquentador, deverão ser ventilados para o exterior. Nunca saia de casa com algum equipamento de combustão ligado.

Saindo agora um pouco da cozinha, os principais perigos existentes nas restantes divisões são sobretudo de origem eléctrica ou outra fonte de calor, provocando habitualmente incêndios por curto-circuito ou por radiação (transmissão de calor pelo ar) de lareiras ou radiadores.

Verifique as instalações eléctricas, compre produtos eléctricos certificados, limpe com regularidade chaminés e exaustores, feche válvulas do gás quando sair de casa.

Sempre que tiver um incêndio em casa, actue se seguro, se não for seguro feche as portas e janelas reduzindo assim a “alimentação” de oxigénio ao incêndio e evacue em segurança.

Se os compartimentos estiverem com fumo, caminhe o mais baixo possível até local seguro.

Actue sempre em segurança, mas primeiro previna.

OPINIÃO -
Esperança no sucesso das Termas de Caldelas

Artigo de Marco Alves.

 

Tal como o Mosteiro de Rendufe, as Termas de Caldelas são um prestigiado emblema do concelho de Amares e do distrito. Outrora foram referência nacional no domínio do termalismo em Portugal. Devemos interpretar que as termas hoje em dia são destinos de promoção para a saúde e estilos de vida saudável, que incluem propostas de programas de natureza turística e lúdica que beneficiam a economia local. O conceito de termas, como o que conhecíamos, em pouco se assemelha à realidade atual. 

Devemos manter-nos alinhados com as tendências do sector a nível europeu. As termas são procuradas por pessoas com diversidades culturais, sociais e económicas evidentes, com perspetivas bastante diferenciadoras no que se refere às suas estadias.

Frei Cristóvão dos Reis foi figura relevante durante o século XVIII para o movimento que deu origem ao “renascimento” das águas medicinais de Caldelas. Em 1779, o frade carmelita, administrador da botica do Convento do Carmo em Braga, publica a obra intitulada “Reflexões Metódico-Botânicas”, onde faz várias considerações sobre as nascentes, salientando o desconhecimento dos locais quanto ao uso da água, enquanto medicinais, pois serviam-se delas apenas como nascentes vulgares para lavar roupa. 

Ainda assim, refere na obra a capacidade terapêutica notável da água para os tratamentos cutâneos e gástrico-intestinais, registando os diversos sucessos curativos obtidos por pessoas a quem aconselhou. O povo começou então a utilizar as águas medicinais, de forma desordenada e ainda sem instalações adequadas para tal. As águas de Caldelas começaram a ser administradas pelos frades do Mosteiro de Rendufe até extinção das ordens religiosas em 1834. Com a administração do Mosteiro, realizaram a mudança da utilização primitiva para uma utilização organizada encaminhada para uma exploração moderna, construíram quatro poços em pedra e instalaram a chamada “Bica de Fora”. 

Após o fim das ordens religiosas, as termas percorreram diversas administrações, o pároco de Caldelas, a extinta Câmara Municipal de Caldelas, o Visconde de Semelhe, empresas privadas e, recentemente, a Câmara Municipal de Amares. A vida da freguesia e do concelho ficaram infindavelmente associados às Termas, que aconselho vivamente a quem ainda não conhece.

As termas do país viveram tempos complicados até 2019, depois do Estado ter deixado de comparticipar os tratamentos termais aos utentes do SNS. Aguardamos com grande expectativa, após ambicioso regresso das termas ao poder local, uma procissão de gente como há muito não se vê na Vila de Caldelas.

Enquanto o poço não seca, não sabemos dar valor à água.

OPINIÃO -
Impossível até acontecer…

Desde muito cedo que adquirimos ideias, pensamentos, mais ou menos realistas ou emocionais, ponderados e/ou irrefletidos, através de inputs internos e externos, negativos e positivos e que através da repetição e persistência diária obteremos hábitos e que com o tempo, constituirão um caminho, um estilo de vida e um destino.

Tal como afirmou William Henley “Eu sou o senhor do meu destino, sou o comandante da minha alma”. Neste sentido, somos os responsáveis do nosso destino, diretores dos nossos pensamentos e donos da nossa alma.

Assim, o grande desafio consiste em gerir toda a diversidade de ideias e ideais, sentimentos e perceções, promovendo a criatividade e a “renovação do pensamento” procurando de forma continuada o melhor dos caminhos e que contribua para a busca constante da felicidade que, por si só é também um caminho.

Outro aspeto que proporciona aprendizagem e crescimento pessoal reside na quantidade e qualidade das adversidades, obstáculos e dificuldades encontradas nesse nosso caminho, tal como afirmou Cícero “Quanto maiores são as dificuldades a vencer, maior será a satisfação.” ou como referiu Abraham Lincoln “O êxito da vida não se mede pelo caminho que você conquistou, mas sim pelas dificuldades que superou no caminho.”

Neste sentido, se por um lado temos o poder de “plantar o pensamento” congruente com um destino, temos também a necessidade e definir um foco, um objetivo, uma estratégia e fundamentalmente a ação consertada e continuada e congruente com o pensamento, tal como Friedrich Engeles, “Um grama de ação vale mais do que uma tonelada de teoria.” Por outras palavras, só a atitude, a ação é real, visível e neste contexto marca a diferença.

Podemos sistematizar um conjunto de ações consertadas e que de forma consistente podemos marcar realmente e diferença, tal como Stephen R. Covey referiu no seu livro “Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes” descreve de forma sequencial, ser pró-ativo, liderança pessoal, gestão pessoal, liderança interpessoal, comunicação empática, corporação criativa, auto-renovação equilibrada.

Portanto para obter sucesso é fundamental reestruturar o pensamento, através de ideias relevantes para criar um novo e interessante caminho, seguidamente adquirir um hábito, que se transformará em carácter e que contribuirá para uma nova realidade em busca da felicidade e tal como referiu Nelson Mandela “Sempre parece impossível até que seja feito.”

OPINIÃO -
Mães tóxicas

Opinião de Hélder Araújo Neto

Psicólogo

 

Deixei as emoções para trás. Não as minhas, até porque não posso, nem quero, mas como tema. Nos últimos artigos versei sobre elas. Primeiro falei da importância de todas, de uma forma geral, e depois propus-me a escrever sobre cada uma, em particular, tentando descrever as suas funções e pertinência, para tentar desmistificar a ideia de haver emoções boas e más. No entanto, só escrevi sobre duas emoções, de uma forma mais extensa: o medo e a tristeza. Não descreverei as outras, quebrando assim a promessa de que o faria, porque me foi dado o feedback de que o tema das emoções, embora interessante, era demasiado abrangente, não se conseguindo fazer uma ligação direta à experiência de vida das pessoas. Não obstante, permita-me discordar dos referidos feedbacks, porque se há alguma coisa que faz parte da vida das pessoas, sendo permanente no seu dia-a-dia, são as emoções. Portanto, apesar da minha discordância, sinto que devo diversificar, uma vez que não escrevo para mim. Posto isto, o tema sobre o qual me debruço neste artigo é a toxicidade das mães.

Pretendo ser cuidadoso, e tentarei não ferir suscetibilidades. Sei que os filhos não trazem livro de instruções, e que as mães fazem o melhor que sabem, com os seus próprios instrumentos. Por essa razão, pretendo apenas tentar descrever os vários tipos de mães tóxicas, e os efeitos que podem ter na vida dos seus filhos. Embora os não descreva a todos, tento deixar aqui os mais impactantes tipos de mães tóxicas:

– A mãe super-protetora: tal como o nome indica, trata-se da mãe que se preocupa, em excesso, com os filhos. Tem medo de que lhes possa acontecer algo negativo, prestando-se, por conseguinte, a resolver tudo o que possa causar algum tipo de sofrimento. Não deixa espaço próprio aos filhos;

 – A mãe possessiva: Esta mãe não dá espaço aos filhos, tentando passar o máximo de tempo possível com eles, não por causa deles, tentando mitigar a sua própria solidão;

– A mãe dominadora deseja saber tudo acerca dos filhos. É altamente intrusiva e controladora, tomando decisões e fazendo escolhas pelos filhos. O resultado é que estes filhos tornar-se-ão, por razões óbvias, pessoas inseguras e com muita dificuldade na tomada de decisões;

– A mãe que se vitimiza: Instrumentalizar o papel de vítima é uma forma de controlo, de chamar a atenção. Esta mãe alega sofrer mais do que todas, sendo uma exímia distribuidora de culpas, sobretudo pelos filhos;

– A mãe amiga é a mãe que se considera amiga e companheira dos filhos. Abdica do seu papel de mãe, papel esse que deveria ser o modelo regulador, o exemplo, que equilibra a autoridade e o afeto;

– A mãe depreciativa é o tipo de mãe que não valoriza as capacidades ou as conquistas dos filhos, desprezando-os nas mais variadas situações. Por exemplo, se um filho apresentar uma nota de 18, esta mãe perguntará se a escala não ia até 20;

– A mãe perfeccionista: Este tipo de mãe, embora valorize as qualidades e capacidades dos filhos, nunca está satisfeita, exigindo, sempre, mais perfeição. Normalmente, não valoriza o esforço ocupando a sua atenção, apenas, nos objetivos;

Esta caracterização não é estanque. Pode haver uma mistura de características, de várias “mães”, numa só. Uma comunalidade que estas mães possuem é o de serem egossintónicas, ou seja, de se apresentarem em sintonia com o seu ego, não considerando que estejam a fazer qualquer coisa de errado.

Se reconhecer uma destas mães, na sua, provavelmente perceberá de onde vêm algumas das características, que lhe causam sofrimento, como a dificuldade na tomada de decisão, nos medos, na insatisfação, e em tantas outras. Neste sentido, pergunte-se quais são os seus direitos, reconheça o seu valor e a sua capacidade de assumir compromissos. O objetivo é tornar-se alguém que se pode nutrir, amar e cuidar. A partir deste ponto, pode começar a ter um relacionamento saudável com a sua mãe, sendo capaz de identificar as suas próprias características tóxicas e a recusar-se a transmitir esse legado aos seus filhos. 

No entanto, embora a perspetiva seja encorajadora, este é um caminho difícil. A terapia é necessária, no âmbito deste processo, para que possa haver validação e reconhecimento. É muito difícil desenvolver este “processo de acusação” às mães, por causa dos sentimentos de culpa envolvidos e do tabu que essa questão encerra. Assim, costumo recomendar aos meus pacientes que evitem confrontar a mãe tóxica, uma vez que elas não aceitarão a responsabilidade, resultando a discussão com a mãe a acusar os filhos de estarem errados ou loucos.

OPINIÃO -
Amares é tradição!

Opinião de Mário Paula

 

Escrevo este artigo com assumida vaidade alheia por motivos de alegrar todos os amarenses. É  certo que nos dois últimos anos nos vimos privados da azáfama dos eventos populares, desportivos e sociais. Foram muitos os eventos que retomaram a sua normal atividade. As dificuldades inerentes a dois anos de interregno, não foram desculpa para os amarenses, que em muito contribuíram para os eventos concelhios. Foi, pois, com muita pompa e circunstância que a população em geral aguardava as festividades tradicionais.

É certo que com orçamentos bem mais curtos, as Festas D’Amares e a Feira Franca de Amares foram um sucesso, preservando assim as nossas mais belas tradições! Congratulo as suas direções, que em muito honraram e elevaram duas das festas mais emblemáticas do nosso concelho, preservando a nossa identidade enquanto cultura e enquanto concelho! A aposta na “prata da casa” nos seu cartazes, como por exemplo, Daniel Fernandes, Dj John Mayze e Miguel Faria, Dj Carlos Silva, DJ André Sousa, Inês Almeida e muitos outros, através das mais variadas associações culturais do nosso concelho. Sem dúvida que constituiram um marco para os nossos jovens e para a população um extremo orgulho por verem “os seus” a vingarem em palcos que são de todos os amarenses. 

No que diz respeito aos eventos desportivos, não poderia deixar de mencionar nos “motores”, o regresso do Raid Enduro de Amares e do Raid 4×4 de Amares. No futebol, a I edição do torneio João Barbosa de Macedo, organizado brilhantemente pelo Futebol Clube de Amares. Destacar o Urban Fit Race que já alcança todo o país, e, nesta edição contou com mais de um milhar de atletas. Uma prova que percorre o nosso belo concelho e que, com certeza, interessa a todos os intervenientes que a mesma permaneça por Amares.

É com um agradecimento especial a todos os que se envolveram na organização – que vão muito além dos mencionados aqui – destes eventos que permitiram a todos os amarenses e a todos os que visitaram Amares, terem o melhor da nossa terra, a alegria, as gargalhadas, a adrenalina, o bailarico e o convívio!